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História Diário de uma fã - Capítulo quarenta e seis


Escrita por: myprinceshawn

Capítulo 46 - Capítulo quarenta e seis


Depois do jantar resolvi ir até o quarto da minha mãe arriscar a sorte e testar o seu bom humor, pois pelo que tinha visto não estava dos melhores. Bati na porta do quarto e entrei, ela estava sentada na cama, lendo algum livro com seus óculos de leitura.

— Mãe – Comecei a falar enquanto me sentava na cadeira da escrivaninha num canto do quarto.

— Oi. – Ela respondeu sem tirar os olhos do livro.

— Eu e a Christina estávamos combinando de fazer uma noite só para garotas na quarta-feira, já que quinta é feriado.

— Hum. – Ela disse desinteressada.

— Tudo bem se eu for dormir na casa dela? – Escolhi as palavras com cuidado. Eu havia percebido que sempre que começava a frase com “Posso fazer” ou “Posso ir” minhas chances diminuíam. Eu não sabia a razão, mas desde que tinha reformulado a abordagem havia obtido resultados bem mais satisfatórios.

— Querida você vai dormir na casa dela de novo? Chama ela para dormir aqui.

— Não mãe, aqui o Frederico vai ficar em cima. – Fiquei esperando alguma resposta, mas ela apenas continuava a ler o livro. – Mãe? – Chamei, tomando cuidado para não irritá-la.

— Tudo bem Luiza, vai. – Ela falou impaciente.

— Obrigada. – Eu disse tentando parecer indiferente ao me levantar, mas na verdade estava radiante.

— Mas não quero que fique na casa dos outros o dia inteiro, a hora que seu irmão for lá você volta com ele. – Arfei já a caminho da porta e virei para olhá-la.

— Mãe, é programa de garotas, ou seja, nada do Frederico. – Disse com uma pontada de indignação na minha voz.

— Mas não era só a noite?

— Mas nós temos muitas coisas para fazer. Unha, cabelo e outras coisas de garotas. – Disse impressionada comigo mesmo pela rapidez em inventar uma desculpa. – A Christina vai me trazer a tarde, a hora que ela vir para cá.

— Está bem, agora fecha a porta. – Ela disse impaciente, deixando claro seu péssimo humor. Não podia culpá-la, havia ido algumas vezes ao escritório a onde ela trabalhava, mas foi suficiente para saber que era estressante. Saí sem dizer nada, reprimindo um sorriso, e me joguei na minha cama dando gritinhos abafados de felicidade. Mal podia acreditar que veria Shawn em dois dias, e esperaria pela quarta-feira contando as horas e os segundos para tê-lo em meus braços.

A manhã de terça-feira passou devagar. Eu não estava conseguindo prestar atenção em nada, e não largava o celular nenhum minuto, mesmo sabendo que Shawn não me ligaria tão cedo. Levei um beliscão de Guilherme por não estar prestando atenção em nada do que ele estava falando. Nós íamos fazer dupla em um trabalho para a feira de ciências no próximo mês, e ele estava apresentando as suas ideias – algo que envolvia transformar limões em pilhas de energia – enquanto eu estava prestando atenção em absolutamente nada do que ele tagarelava sem parar. Em outra época eu estaria empolgada falando sobre o vulcão de papel machê que sempre quis fazer. Mas naquela terça-feira a única coisa que conseguia pensar era em Shawn e o quanto a saudades dele me sufocava, não deixando mais nenhum espaço na minha cabeça para qualquer outra coisa. Cheguei em casa já impaciente. Eu sabia que ainda estava cedo para Shawn me ligar, mas como explicar isso para a minha ansiedade?

Minha mãe foi almoçar em casa. Ela não fazia isso constantemente, pois sempre tinha muito trabalho no escritório. E passamos um almoço silencioso. Eu estava perdida em pensamentos e ela absorta em alguns papeis enquanto comíamos um filé de frango congelado. Me fez apenas as perguntas corriqueiras sobre a escola e logo saiu de volta ao trabalho. Fui para o meu quarto não me aguentando mais de impaciência, resolvi então pegar o telefone e discar aquele número tão conhecido. Olhei para a tela por algum tempo tentando tomar coragem, respirei fundo e então apertei o botão para chamar.

Ao primeiro toque senti meu coração disparar e o frio na barriga que eu bem conhecia. Quase vacilei em desligar, mas então ouvi sua voz doce e confortante do outro lado.

— Ia te ligar agora mesmo. – Ele disse.

— Devia ter esperando então. – Disse mordendo o canto da boca.

— Não, eu amei você ter ligado. – Ele disse, fazendo meu coração vacilar por um segundo e voltar a bater com o dobro da velocidade.

— Está ocupado?

— Não, só estou resolvendo algumas coisas.

— Você não deveria estar descansando?

— Daqui a pouco. – Ele respondeu e pude ouvir sua risada baixinha do outro lado.

— Problema resolvido.

— Sobre Vancouver?

— Isso.

— Contou a verdade para a sua mãe?

— Não. – Admiti e agradeci mentalmente por ele não poder me ver corando.

— Ainda acho que você deveria contar a ela.

— Não Shawn, depois nós conversamos sobre isso. Eu pedi ajuda para a minha cunhada.

— Ok. Então eu vou ligar para o John e combinar com ele a hora em que ele vai te buscar aí.

— Não precisa, ela vai me levar até Toronto.

— Sua cunhada?

— Isso.

— Você que sabe Luly, qualquer coisa o John vai te buscar.

— Não precisa, ela se ofereceu.

— Está bem, de qualquer jeito vou ter que ligar para ele. Eu só vou acertar alguns detalhes e eu te ligo para passar as instruções.

— Ok. – Ele se despediu brevemente e desligou. Mal havia tirado o telefone do ouvido e já estava com saudades da sua voz de seda fazendo meu coração palpitar. Enquanto esperava ele me ligar de volta, peguei uma pequena mala vermelha e de rodinhas no quarto da minha mãe, coloquei algumas peças de roupas, acessórios, maquiagem e coisas que achei úteis. Estava escolhendo a sandália para levar quando meu celular tocou, corri para atendê-lo sem ao menos olhar o número. Pela resposta do meu coração, eu já sabia que era ele. Shawn me explicou direitinho como seria e o que eu deveria fazer, e disse que o jato estaria esperando às duas horas em ponto.

— Até amanhã à noite então. – Ele disse por fim.

— A noite? – Perguntei alarmada.

— Sim, nós só nos veremos a noite, tenho compromisso o dia todo.

— Então por que eu tenho que ir tão cedo?

— Porque eu suponho que você iria querer chegar mais cedo.

— Não estou entendendo. – Admiti confusa.

— Eu estava contando com isso.

— O que você está aprontando, Shawn?

— Eu? Nada. – Ele disse irônico.

— Está sim. E eu estou começando a ficar assustada.

— Já te decepcionei alguma vez?

— Não. – Respondi rapidamente.

— Então confia em mim.

— Eu confio.

— Até amanhã então.

— Até. Eu amo você. – Acrescentei baixinho.

— Eu que amo você.

— Eu já sabia que você diria isso.

— Estou tão previsível assim?

— Nem sempre! – A verdade era que mesmo o conhecendo tão bem, eu sempre acabava surpreendida com as suas falas, gestos ou incrível imaginação. Ele ainda estava rindo quando desligou o telefone. E foi assim que passei o resto do dia, com a lembrança da sua risada alegrando o meu coração.



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