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História Diário de uma fã - Capítulo cinco


Escrita por: myprinceshawn

Capítulo 5 - Capítulo cinco



Voltei para dentro da casa procurando por Shawn, na esperança de poder me desculpar, mas foi em vão, ele não estava mais lá. Parei novamente ao lado de Roberta e Pedro, e puxei o braço dela.
— Não estou me sentindo muito bem, quero ir embora.
— Ah agora não dá Luiza, eu e o Pedro combinamos de dar uma voltinha no carro dele. – Ela piscou para mim. – Aguenta mais um pouco aí.
— Não, eu quero ir embora agora. – Eu estava irritada.
— Larga de ser chata Luiza! – Pedro chegou por trás dela, mordendo o seu pescoço. – Estamos nos divertindo!
— Vou ligar para o meu pai. – Estava saindo quando ela segurou meu braço.
— Espera aqui, só um minuto. Eu já volto. – Ela saiu puxando Pedro, conversou com Eduardo alguns instantes, o rapaz que estava conosco no começo da festa, e voltou com os dois logo atrás.
— O Eduardo vai te levar para casa. – Ela disse.
— Não precisa se incomodar, eu ligo para o meu pai. – Disse para o rapaz enquanto tentava localizar meu celular.
— Imagina Luiza, o Eduardo é meu amigo, ele te leva!
— Eu já estou indo para casa mesmo. – Disse o rapaz.
— Só um minuto. – Disse para os dois garotos e saí puxando Roberta a alguns passos de distância. – Roberta ele está bêbado!
— Não está não. Luiza por favor, quebra esse galho para mim!
— Tudo bem. – Aceitei, não queria ficar bancando a chata.
Roberta e Pedro nos acompanharam até o carro de Eduardo. O vento gelado passava pelo tecido fino da minha blusa, me fazendo arrepiar.
— Parece que vem chuva por aí. – Disse Pedro
— Você se importa? – Perguntou Roberta.
— Nenhum pouco! – Os dois riram.
— Aqui estão as minhas chaves. – Ela me entregou um molhinho de chaves com um chaveiro de gatinha. – Essa é a do portão. Não tranca, porque eu vou ficar com a da porta da cozinha.
— Tudo bem. – Entrei no carro depois de Eduardo, e logo estávamos a caminho de casa. Eu olhava pela janela as ruas lá fora, conhecia pouco da cidade. Fazia aproximadamente um ano e meio que meu pai havia se mudado, e eu só o visitei duas vezes. Normalmente ele ia para Whitby no Natal ou outras datas comemorativas.
— Então você é de Whitby? – Perguntou Eduardo.
— Sim. – Respondi, e voltei a olhar pela janela.
— Você é sempre tímida assim?
— Às vezes. – Eu desejava poder chegar logo na casa do meu pai. Quando de repente Eduardo para o carro numa rua escura e deserta.
— Não, não é aqui. – Eu disse.
— Relaxa, vamos conversar um pouquinho. – Ele disse se aproximando de mim.
— Não, eu quero ir para casa! – Disse enquanto afastava a mão dele do meu cabelo.
— Eu sei que você quer, sua prima me disse. – Ele tentava beijar meu pescoço.
— Não, eu não quero, e ela não é minha prima. – Eu afastava o rosto dele.
— Você é muito linda, sabia? – Ele passava a mão pelas minhas pernas, me causando repulsa. Afastei as mãos dele novamente, e ele segurou os meus braços com força.
— Me solta! – Eu tentava me desvencilhar dele.
— Fica quietinha. – Ele disse calmamente, e me beijou a força. Tentei me soltar, mas foi inútil. Então mordi seu lábio inferior com toda força que eu consegui. Ele se afastou levando a mão na boca.
— Você é louca? – Ele gritou. Rapidamente abri a porta do carro e saí correndo pela rua, mas ele saiu logo atrás e conseguiu me alcançar.
— Volta aqui! – Ele me puxou de volta pelo cabelo e me encostou no carro.
— Por favor, me solta! – Eu chorava.
— Fica quietinha, ninguém mandou você ser uma garota má! – Ele beijava o meu pescoço enquanto tentava arrancar a minha blusa. E a cada vez que a sua mão passava pelo meu corpo, eu sentia mais nojo dele.
— Me solta ou eu vou gritar!
— Não vai não! – Ele tapou minha boca com uma das mãos, enquanto com a outra tentava desabotoar minha calça. Eu o arranhava tentando afastá-lo, mas nada adiantava, ele era mais forte do que eu. Fechei os olhos e chorei baixinho, enquanto aquele estranho tentava tirar a minha roupa. De repente ouvi o barulho de uma porta batendo, e no instante seguinte Eduardo não estava mais em cima de mim. Abri os olhos e o vi sendo arrastado por alguém que usava uma jaqueta preta. Meus joelhos cederam, e eu escorreguei pelo carro, caindo no chão. Senti um líquido escorrendo pela minha testa, e só então percebi que havia começado a chover. Encostei a cabeça nos joelhos e tentei não pensar no que estava acontecendo, mas as vozes dos dois rapazes se sobressaíam aos meus pensamentos.
— Não se mete cara, ninguém te chamou aqui!
— Fica longe dela! – O rapaz falou destacando cada palavra. Levantei a cabeça subitamente, eu conhecia aquela voz, era totalmente familiar, era essa voz que estava na minha mente o tempo inteiro. Deveria estar delirando, tentei me concentrar na conversa dos dois.
— Quem é você? – Eduardo continuava gritando
— Eu sou o cara que vai acabar com você, se você encostar mais um dedo nela de novo! — Ele se virou para mim e eu pude ver o seu rosto perfeito. — Você está bem? – Shawn perguntou enquanto me ajudava a levantar.
— Estou. — Abracei ele, apertando-o com força. Ele estava ali, era real. Essa não era a cena que eu imaginava para quando finalmente conseguisse aquele abraço que eu tanto desejei, mas eu me sentia segura ali nos braços dele, e eu queria poder não o soltar nunca mais.
– Fica longe! – Ele vociferou para Eduardo que estava se aproximando. – Você está tremendo. – Ele disse para mim enquanto se afastava e tirava a sua jaqueta preta.
— Eu estou bem, — Respondi enquanto ele colocava a jaqueta sobre os meus ombros.
— Vem, está chovendo. – Ele me guiou até o carro preto que estava no meio da rua com as luzes acesas. – E você deveria ficar feliz por eu não te denunciar para a polícia! – Ele acrescentou para Eduardo que estava com a boca e nariz sangrando.
Shawn fechou a porta do carro, e entrou logo em seguida pelo outro lado.
— Está tudo bem com você? Ele te machucou?
— Não, está tudo bem.
— Eu estou hospedado em um hotel aqui perto, vou te levar até lá. Você se seca, se acalma um pouco, e depois eu te levo para casa, tudo bem? – Eu assenti.
Ficamos mudos a metade do caminho, até que eu finalmente quebrei o silêncio.
— Obrigada. – Disse timidamente.
— Por nada. Estamos aqui para salvar donzelas em apuros.
— Eu deveria te chamar de herói ou de príncipe encantado?
— Você deveria me chamar apenas de Shawn!
— Eu não sei o que teria acontecido se você não aparecesse.
— Não vamos pensar nisso, certo? – Eu assenti novamente. – Eu apenas estava passando no lugar certo, na hora certa.
— Graças a Deus!
— E como é o seu nome?
— Luíza.
— Eu me lembro de você, a garota que derrubou bebida em mim!
— Ai meu Deus, essa parte você podia esquecer! Eu fiquei com tanta vergonha, me desculpa.
— Tudo bem, eu vi que não foi sua culpa.
— Você trocou de roupa onde?
— Peguei o carro do organizador da festa emprestado, e fui até o hotel.
— Entendi. Você devia estar voltando pra lá agora, e eu aqui te atrapalhando. Me desculpa mais uma vez.
— Não estava com a intenção de voltar mesmo. Aquele é seu namorado?
— Quem?
— O rapaz do carro.
— Não, claro que não. Ele é amigo da enteada do meu pai, e estava me dando uma carona para casa.
— Entendi. – Ele disse olhando pelo retrovisor. – Chegamos. – Ele estacionou em frente a um hotel no centro da cidade, abriu a porta para mim e me guiou até o saguão. O hotel era bonito, a decoração era clássica, com grandes quadros nas paredes em tons pastéis.
Shawn abriu a porta do quarto, me dando espaço para passar, e entrando em seguida. Era uma suíte, com uma grande cama no centro e portas de vidro na sacada. Tudo estava muito organizado, exceto por uma mala de viagem vazia aberta no canto. Ele entrou no banheiro, e voltou trazendo uma toalha branca.
— Para você se secar. – Disse ao me passar a toalha. A essa altura eu não estava mais tão molhada. Peguei a toalha e tentei secar meu cabelo, enquanto Shawn retirava a sua camiseta preta, deixando a mostra a sua barriga definida. Ele não era muito magro, nem gordo, tinha o corpo perfeito, e que fiquei olhando hipnotizada enquanto ele vestia uma camiseta branca que havia acabado de pegar em um guarda-roupa.
— Eu não te vi saindo da festa. – Eu disse sentando na cama.
— Saí pelos fundos, não queria chamar a atenção.
— E por que não queria voltar para lá?
— Estava com a cabeça cheia de coisa, precisava dar uma volta.
— Deve ser chato ter tanta gente te cercando. – Comentei. Ainda o olhava como se não pudesse acreditar que ele realmente estivesse ali na minha frente. Como se fosse um sonho que eu nunca mais quisesse acordar.
— Eu já me acostumei, mas não é por isso.
— É pelo que? – A pergunta saiu automaticamente, quase sem querer. – Desculpa, não é da minha conta.
— Não é um segredo. – Ele deu com os ombros. – É só a pressão, por mim mesmo sabe? – Assenti. – A correria também, a saudade de casa, a bebida que derrubaram na minha camiseta. – Ele riu.
— Me desculpa, de verdade. – Senti minhas bochechas queimarem.
— Não precisa ficar se desculpando, se entende com a dona Karen depois.
— Meu Deus, agora que eu estou perdida. Sua mãe vai me matar.
— Eu não duvidaria. – Nós dois rimos, e ele sentou em uma cadeira próxima a cama.
— Você é daqui de Oshawa?
— Não, sou de Whitby. Vim por causa do show.
— Que legal linda, e você está aonde?
— Na casa do meu pai.
— Seus pais são separados então?
— Sim, se separaram quando eu tinha quatorze anos.
— Deve ser bem complicado ter os pais separados.
— No começo sim, mas agora já é normal. Meu pai até casou de novo. 
— E como é?
— Eu não tenho muito contato com a esposa dele, mas ela me parece ser bem legal, sempre tenta agradar, e também é bem bonita. Só a filha dela que eu acho um pouco problemática demais.
— Como assim?
— Rebelde, sabe?
— Sei sim. – Ele assentiu. – E ela é filha do seu pai também?
— Não, ela tem a minha idade. Meu pai se casou recentemente.
— Entendi. E você tem mais irmãos?
— Um irmão.
— Mais novo?
— Mais velho, dezenove anos.
— E você tem quantos?
— Quase dezessete. – Eu ri um pouco envergonhada.
— E ele mora com você?
— Infelizmente!
— Vocês não se dão bem? – Estava me sentindo entrevistada, mas ainda assim estava adorando tudo aquilo, afinal era o Shawn que estava perguntando sobre a minha vida.
— Só quando ele abre a boca! – Ele riu.
— Eu tenho uma irmã também, mais nova.
— Eu sei, a Aaliyah.
— Você conhece ela?
— Eu sei tudo sobre você! – Ele deu um meio sorriso tímido. – Ela se parece muito com você.
— Você acha?
— Acho.
— Nós nunca fomos muito de brigar. Somos muito amigos, na verdade. Mas acho que isso é normal entre irmão, e com o tempo para. Uma hora alguém se cansa.
— Acho que o Frederico nunca vai cansar de me irritar.
— Mas ele é seu irmão, no fundo ele te ama.
— Jeito estranho de amar.
— Cada um ama do seu jeito.
— Sendo amor é o que importa.
— É o que importa. – Ele concordou. – Espera um minuto, eu já volto. – Ele disse ao sair do quarto.



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