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História Diário de uma fã - Capítulo cinquenta e cinco


Escrita por: myprinceshawn

Capítulo 55 - Capítulo cinquenta e cinco


A música já havia acabado há algum tempo quando Shawn me soltou, então foi possível ouvir claramente os passos atrás de mim, me virei e pude ver um dos garçons descendo a escada sorrateiramente. Ele acenou com a cabeça para Shawn que retribuiu o aceno.

— Está pronto. – Ele disse me deixando confusa.

— O que?

— A última, mas não menos importante, parte da nossa noite. – Ele disse com um meio sorriso no rosto.

— Não consigo imaginar o que seja. – Disse sinceramente. A verdade é que havia desistido de tentar adivinhar as coisas que Shawn planejava para nós, porque ele sempre acabava me surpreendendo no final. Planejava para nós. Devo confessar que pensar naquelas palavras havia me causado um incontrolável frio na barriga. A felicidade que me invadia em imaginar que Shawn pensava em mim e que planejava os nossos poucos momentos juntos era incalculável. Como se algo dentro de mim estivesse gritando, como fogos de artifício de todas as cores sendo estourados no meu peito. Mas acho que essa só seja a sensação de ter seus sonhos realizados, e saber que finalmente encontrou um sentido para viver, aquele que passou a vida toda procurando.

— Você vai precisar fechar os olhos. – Shawn disse me puxando para a escada em espiral.

— Nós vamos subir? – Perguntei, apesar de já saber a resposta. Ele assentiu. – E como eu vou subir essa escada de olhos fechados?

— Eu vou te guiar. – Ele disse confiante. Considerei aquilo por alguns segundos e então fechei os olhos, e no mesmo momento senti suas mãos pegar as minhas. – O primeiro degrau. – Ele disse.

— Vai devagar, pois subir essa escada com esse salto é uma armadilha mortal. – Disse subindo cuidadosamente o degrau, enquanto ouvia sua risada a minha frente.

— Eu não vou te deixar cair. – Ele disse, e eu senti uma inexplicável sensação de segurança. A minha vontade era poder abrir os olhos e encontrar os seus me entorpecendo, mas me mantive firme, e Shawn me guiou até o topo da escada, a onde pude sentir o chão amplo sob meus pés. – Pode abrir os olhos. – Shawn disse, e assim que o fiz senti meu coração saltar no peito. Era… magnífico!

O lugar era pequeno e parecia ser uma área restrita do salão. Havia uma sacada de frente para a rua e luminárias fracas na parede, ainda deixando o ambiente a meia luz. Mas a surpresa que Shawn havia preparado estava bem à frente da sacada. Ali havia velas perfumadas espalhadas pelo chão, algumas almofadas alinhadas cuidadosamente, um balde com uma garrafa de champanhe e um aparelho de fondue, do qual o cheiro de chocolate exalava por todo o pequeno salão. Fiquei extasiada com tudo aquilo, tanto que mal consegui falar.

— É… lindo! – Disse, mesmo sabendo que essas duas palavras nunca representariam com perfeição toda a felicidade que sentia e o quão maravilhoso estava aquele lugar.

Quanto mais tempo passava com Shawn, mais tinha certeza de que ele era um príncipe encantado fugido de algum conto de fadas, que por bondade divina havia cruzado o meu caminho. Eu não merecia tudo aquilo, eu era tão comum e ele tão absolutamente incrível. Na verdade, eu sempre achei que ninguém fosse boa o suficiente para ele, nem mesmo eu. Perto de Shawn qualquer pessoa parecia sem graça. Ele possuía luz, e a irradiava por todos os lados, iluminando a vida de todos ao seu redor. Tê-lo ali tão perto era muito mais do que um sonho realizado, era o melhor presente que Deus poderia me dar. Estar cara a cara com um anjo enviado a Terra por ele.

Shawn sorriu e me puxou para mais perto, sentando em uma das almofadas e levando o balde para perto de si, enquanto eu me sentava a sua frente. Ele encostou a garrafa de champanhe na perna e tentou abri-la sem obter muito sucesso enquanto eu apenas ria. Após algum tempo tentando, recorrendo para a ajuda dos dentes, ele finalmente conseguiu abrir, pegou as duas taças e as serviu enquanto eu olhava o fondue. Havia ali dois garfos compridos, guardanapos de papel, uma tigela com morangos e uma com o que conclui ser chantilly.

— Shawn… – Comecei a falar ainda olhando a tigelas, mas desisti rapidamente.

— Oi? – Ele perguntou como se tivesse sido interrompido em meio a algum pensamento distante.

— Nada não. – Disse timidamente, torcendo para ele não insistir.

— Pode falar. – Ele incentivou com um sorriso.

— Você não acha isso um pouco exagerado? – Tentei ser cautelosa em tentar dizer que Shawn já parecia um príncipe encantado totalmente fora da minha realidade sem tudo aquilo.

— Não gostou? – Ele perguntou intrigado.

— Não é isso, claro que eu adorei. Está tudo maravilhoso. Só achei um pouco… exagerado. – Não consegui encontrar uma palavra melhor para me expressar. Ele pareceu confuso por alguns segundos, mas logo sua expressão se suavizou e ele sorriu, me deixando mais aliviada.

— Eu sei o quanto você gosta das coisas simples e admito que exagerei só um pouquinho. Mas afinal, não é todo dia que se organiza um baile. – Ele deu com os ombros me fazendo balançar a cabeça e sorrir. – Champanhe de morango. – Ele disse ao me passar a taça. E eu sorri involuntariamente em pensar que ele se lembrava o quanto eu gostava de morango.

— Sem álcool? – Perguntei irônica.

— 0,2% — Ele disse verificando a garrafa. – É suficiente para você? – Ele zombou.

— Muito engraçado. – Disse fingindo aborrecimento, mesmo sabendo que com o meu histórico com bebidas eu não duvidava que aquilo fosse muito. Mas resolvi não falar nada, antes que ele tomasse a taça da minha mão. – Quero tentar algo. – Disse me inclinando para ele.

— O que? – Ele perguntou parando com a taça na metade do caminho até a boca. Fiquei de joelhos e passei o meu braço no dele e na mesma hora ele entendeu o que eu estava tentando fazer. Entrelaçamos as taças e tentamos beber o champanhe desastrosamente, e a cena que deveria ser romântica, acabou sendo um tanto cômica.

— Isso parece mais fácil pela TV. – Disse ao tirar meu braço.

— Realmente. – Ele concordou e nós dois rimos. Shawn pegou um morango com um dos garfos e mergulhou no chocolate, assoprou e mordeu um pedaço. Eu fiquei observando-o maravilhada, Shawn levava muito a sério a ideia de ser completamente estonteante em qualquer situação e acabava sempre me deixando embasbacada ao olhá-lo se mover com tanta graciosidade. Ele se aproximou, levando o garfo até a minha boca e puxou assim que tentei morder o morango.

— Isso não vale. – Eu protestei, mas ele apenas sorriu e voltou a levar o garfo até a minha boca, puxando-o mais uma vez quando tentei morder. Fiz bico, então ele sorriu e me deixou morder o morango. Peguei o outro garfo e espetei um morango mergulhando-o no chocolate e passando-o de leve no chantilly. Shawn ficou me observando enquanto eu mordia um pedaço, chocolate e morango era uma combinação quase tão perfeita quanto Shawn e tudo que havia nele.

— O que foi? – Perguntei intrigada por ele continuar me olhando sem dizer nada.

— Achei que fosse para mim.

— Ah, desculpa. – Eu disse sorrindo, me aproximando e levando o morango até a sua boca, mas ao invés de tentar mordê-lo, ele o pegou com a mão, tirando-o do garfo. – Espertinho. – Protestei.

— Claro. — Ele colocou a fruta na boca, segurando-a entre os dentes e se aproximou, parando a poucos centímetros de mim.

Senti seus olhos castanhos e profundos nos meus me entorpecendo e me hipnotizando. Fiquei completamente perdida em seu olhar e ele pareceu achar aquilo confuso ou engraçado, pois provavelmente estava esperando que eu fizesse alguma coisa. Desviei os olhos para a sua boca, afim de me manter consciente, peguei seu rosto perfeito entre minhas mãos e mordi devagar o morango que ainda estava em seus lábios, sentindo meu coração bater descompassadamente. Percebi um sorriso tentando se formar nos seus lábios, e então ele me deu um selinho demorado, e eu não resisti ao impulso de abraçá-lo, apertando-o o máximo que eu podia. Penso que nunca me cansaria daqueles braços tão confortáveis e aquele perfume doce que tanto me envolvia. A cada vez que o abraçava parecia ainda melhor, e até mesmo o misto de sensações que me invadia me deixava nas nuvens.

Ali nos seus braços eu me sentia segura, era como se minha vida começasse a fazer sentido e eu finalmente estivesse encontrado o meu lugar. Essa era a sensação que Shawn causava nas pessoas, ele dava sentido para vidas que antes vagavam sem rumo, abrigava e transformava corações abandonados. Shawn era minha estrela guia, a bússola que me guiava para o caminho certo, para o caminho à onde eu comecei a trilhar desde o momento em que nasci mesmo sem saber. E naquele momento eu tinha certeza de que o caminho era ele, era para chegar até ele, pois era ele que me movia, me motivava e me fazia seguir em frente.

Há essa altura do campeonato era como se as palavras que possuía para descrever Shawn se tornassem cada vez mais vagas. Ele era indescritível, e por mais que tentasse nenhuma delas seria boa o suficiente e nem diria com perfeição a emoção que era encontrá-lo, poder olhar dentro dos seus olhos, ouvir a sua risada contagiante e sentir o calor da sua pele. Parecia exagero dizer, mas só quem teve a sorte de conhecê-lo poderia saber o quão mágico aquilo era e o quão irreal parecia ser. Até mesmo depois de tanto tempo eu ainda tinha dúvidas de que não estava em meio a algum sonho. Mas realmente estava, estava no melhor sonho já sonhado, fantasiado e vivido. Aquele era o meu mundo encantado, distante de tudo e todos, onde nenhum problema parecia existir e nada mais importar, pois eu estava ali com o meu garoto anjo, o motivo de cada batida do meu coração, vivendo no meu universo particular, a onde tudo era mais colorido e intenso e todos os contos de fadas pareciam se tornar real.

O soltei ainda completamente extasiada com a sua presença, chegava ser até vergonhoso todas aquelas minhas reações na presença dele. Meu coração não se aquietava por nenhum minuto, minhas mãos suavam, minhas pernas tremiam e eu mal conseguia pensar. Me perguntava constantemente se aquilo nunca iria passar, e no fundo desejava que não. Eu esperava sempre poder sentir borboletas no estômago toda vez que ouvisse seu nome. Sentir aquele frio na barriga e o coração na boca sempre que estivesse prestes a encontrá-lo, pois eu sabia que era apenas as reações do meu corpo respondendo a tanto amor que existia ali.

— O que você está pensando? – Perguntei notando que ele também estava parado apenas me olhando.

— Estava me perguntando se já é mais tarde.

— Não sabia que você era tão curioso. – Disse sorrindo.

— Eu não sou curioso, só um pouco ansioso.

— Por quê? – Perguntei analisando-o.

— Não sei quais perguntas você quer fazer.

— Por acaso o senhor andou fazendo alguma coisa de errado para estar com medo? – Perguntei cruzando os braços. Ele revirou os olhos e sorriu.

— Você sabe que não. – Disse colocando as mãos nos meus ombros e me chacoalhando, mas eu me mantive com os braços cruzados.

— Eu só sei que você está muito preocupado com o que eu tenho para te perguntar. – Eu não estava realmente brava, só estava testando-o. Eu confiava em Shawn, mas do que em qualquer outra pessoa, e além disso não éramos namorados, eu não tinha o direito de cobrar nada dele.

— Já disse que só estou ansioso.

— Sei. – Disse, ainda me fingindo de brava.

— Você está com ciúmes? – Ele perguntou se divertindo.

— Eu não. – Protestei descruzando os braços, a pergunta havia me pegado desprevenida. Eu estava com ciúmes? Penso que não, pois eu não estava contando com a hipótese de ele realmente ter feito algo de errado. Ele se aproximou parando a centímetros de mim.

— Sabia que você fica linda quando está com ciúmes?

— Eu não estou com ciúmes. – Eu disse, mas a minha voz saiu menos convincente do que eu gostaria. Não por não ser verdade, mas pela proximidade dos seus olhos, em que eu estava fazendo um esforço enorme para não me perder mais uma vez. Ele sorriu e eu senti meu coração inflar. Nunca encontraria um sorriso tão lindo quanto o dele e que me causasse reações tão perturbadoras. Shawn era único, assim como tudo que havia nele, do qual nada no mundo poderia se comparar.

— Linda. – Ele sussurrou. E antes que eu pudesse protestar, ele pegou um pouco de chantilly com o dedo e passou no meu nariz.

— Shawn! – Reclamei. Acho que me sujar com qualquer tipo de comida era um dos seus esportes favoritos. Passei os dois dedos na vasilha de chantilly e fui para cima dele, mas ele segurou meus braços e recuou rindo. Tentei me soltar, mas como foi inútil, avancei para cima dele, derrubando-o no chão e sujando seu queixo de chantilly.

– Ah não, isso não vale! – Ele protestou segurando meus pulsos novamente.

— O que não vale é você ficar me sujando toda vez. – Disse desejando que ele não tivesse a pretensão de fazer a mesma coisa que fez com as minhas tintas guaches.

— Não é toda vez. – Ele disse sorrindo, e então eu me dei conta de que estava em cima dele, com o rosto a poucos centímetros do seu. Como se uma corrente elétrica tivesse passando entre nós, de repente eu estava consciente de cada parte do meu corpo que estava tocando o dele, e principalmente do meu coração que batia feito louco. O louco que sempre foi, completamente e irrevogavelmente louco por Shawn.

Penso que ele percebeu a minha mudança, pois soltou os meus braços, no entanto, eu não me mexi nenhum centímetro. Meus olhos estavam presos nos dele, como se estivesse submersa em um imenso mar de águas profundas. Shawn levou uma das mãos até as minhas bochechas e contornou meu rosto com a ponta dos dedos. Fechei os olhos por impulso, sentindo o rastro quente que sua mão deixava na minha pele. Suspirei abrindo-os novamente. Como era frágil ao toque dele, chegava a ser até vergonhoso. Ele passou a mão no meu nariz, tirando o chantilly que ainda estava ali e eu sorri sem graça. Não sei por quanto tempo ficamos apenas nos olhando sem dizer nenhuma palavra. Mas ao contrário do normal, não era um silêncio constrangedor, era totalmente preenchido por sentimentos e emoções. Como naquelas vezes em que o silencio é capaz de se expressar melhor que milhões de palavras e trazer a respostar até as perguntas que ainda não foram feitas.

Shawn segurou meu rosto entre suas mãos e eu me aproximei lentamente, totalmente consciente dos poucos centímetros que a sua boca estava da minha. Mas quando senti seus lábios quentes roçarem os meus, algo tirou a minha atenção, era uma música vindo do andar de baixo.

— Você não tinha desligado a música? – Perguntei receosa de que alguém estivesse entrado no salão. Afinal, estávamos em uma posição constrangedora demais para sermos pego por qualquer pessoa que entrasse ali. Mas ainda assim fui incapaz de me mover. Shawn virou a cabeça automaticamente para o rumo da escada, provavelmente tentando ouvir alguma coisa.

— Meu celular. – Ele disse surpreso. Eu realmente não sei como ele fez aquilo tão rápido, mas no momento seguinte eu estava embaixo de Shawn e ele estava se levantando e indo em direção as escadas.


Notas Finais


Eu tenho uma novidade super legal. O Fuck Design fez um teaser trailer da fanfic! Eu vou deixar o link aqui e vocês me digam o que acham. (Não da pra ver por celular #sad) https://www.youtube.com/watch?v=dU6dm2UqMQg


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