História Diary of a Dead Girl - Oxford

Elisa POV

Chegando a Oxford – 18h50

Quando o avião pousou, pude sentir minha respiração ficar ofegante e minhas mãos tremerem, por quê? Porque eu não sabia o que aconteceria daqui em frente, eu não tinha casa, e nem um pequeno apartamento para morar, não tinha muito dinheiro, mesmo eu tendo pegado todo o dinheiro que estava na minha conta. Desci do avião e adentrei o aeroporto para pegar minhas duas malas, não demorou para que elas chegassem, e ai nesse exato momento pergunte-me, para onde eu vou? Tudo ali era tão desconhecido, as pessoas eram desconhecidas, eu estava me sentindo completamente deslocada e sem rumo, peguei as malas e fui andando até um taxi, mais próximo e perguntei a ele se ele poderia me levar para um hotel que tenha um quarto desocupado que eu posso morar, ele assentiu e começou a viagem. Passaram-se mais ou menos uns 20 minutos para chegar a tal hotel, não era muito grande e aparentava não ser muito caro. Dei o dinheiro ao rapaz e ele me ajudou a tirar minhas malas do carro, as peguei e entrei no edifício que se nomeava de Paradise Hotel. Havia ali na recepção um senhor de idade que aparentava ser bem educado.

― Olá senhor, eu gostaria de saber se aqui existe um quarto que eu posso ficar? Mudei-me hoje para cá e não tenho onde ficar. – o senhor sorriu.

― Claro, o quarto 56 está desocupado e a senhorita poderá ficar lá... – ele continuou dizendo sobre apartamento, sobre o andar e disse a diária que eu teria que pagar, não estava caro então decidi ficar, coloquei minhas malas no elevador e fui até o quinto andar que era o meu, chegando procurei pelo número 56 que era bem no final do corredor, abri a porta com um cartão e lá estava eu.

Joguei as malas em um canto e deitei-me na cama, tudo ali parecia perfeito, fui até a janela e tinha uma vista ótima, mas eu não posso ficar aqui olhando a vista, tenho que logo procurar um emprego se não eu não vou conseguir pagar o quarto e nem sobreviver. Arrumei de qualquer jeito minhas coisas, peguei minha bolsa e meu celular e fui atrás de emprego. Foram 1, 2, 3, 4, 5... 10 lugares e nada, eu realmente não estava conseguindo, foi quando cheguei em um bar que aparentava ser luxuoso e perguntei se poderia trabalhar ali, mas o único cargo que ali tinha era de stripper, assustei-me quando ouvi o moreno de olhos verdes falar que aquele era o único cargo, pensei por uns 5 minutos e decidi que seria isso mesmo, o rapaz disse que eu começaria hoje mesmo ás 00:00 e que eu não poderia me atrasar, e o salário varia se eu for uma boa stripper, sai do local e fui para o hotel. Chegando ao meu andar, fui até meu quarto e abri, fechei e em minha cabeça ainda latejava ao saber que eu seria uma stripper, não que eu tenha outras opções, mas é que isso não era a minha cara e eu não sabia o que aconteceria comigo, porque a maioria das strippers também são prostitutas. Sentei-me em minha cama e olhei o relógio, marcava 20h38, deitei-me e meu pensamento me levou a Harry, levaram-me aos seus olhos esverdeados e seu sorriso lindo que me deixava em êxtase, tudo que eu mais queria agora era poder vê-lo, poder tocá-lo.

Acabei adormecendo, e quando acordei já era 23h20, e não poderia me atrasar para trabalhar, no hotel tinha café da manhã, almoço, café da tarde e janta, mas no momento eu não estava preocupada em comer, apenas estava com frio na barriga e tremendo com medo que tudo dê errado. Tomei meu banho, coloquei um vestido vermelho bem colado, mas sei que lá eu teria que tirá-lo, um salto também vermelho, no rosto coloquei só uma mascara de cílios e um batom também vermelho e peguei minha bolsa, lá coloquei apenas meu celular e o mesmo batom que eu estava na boca. Sai e coloquei meu cartão na bolsa, o bar não era tão longe então dava pra ir normalmente de pé, e o bom era que ali era muito movimentado, chegando ao bar, olho no relógio e é 23h50, ótimo, 10 minutos adiantada. O mesmo moço que me falou do cargo, me levou até as outras meninas que também eram strippers, elas estavam em um cômodo onde havia varias roupas, ele me deixou lá e foi embora. Logo uma moça veio até mim.

― Olá, você deve ser a Elisa. Prazer, sou a Kimberly. – disse ela me abraçando de uma forma carinhosa.

― Sim, sou Elisa e prazer é todo meu Kim, posso te chamar assim?

― Claro Lisa – sorri –, bom, temos que nos arrumar logo, coloque aquela roupa ali que está no canto, aquela vermelha. – disse ela apontando para a roupa.

― Okay! – fui até a roupa e achei um banheiro onde eu pudesse me trocar, troquei e coloquei meu vestido dentro da minha bolsa, e a coloquei em um lugar escondido ali naquele cômodo, Kim me chamou, pois já subiríamos ao palco, eu estava bastante nervosa, mas bem confiante. Subimos e não tinha muitas pessoas, tinha vários homens sentados perto do palco, aparentavam ter bastante dinheiro, talvez eu me dê bem. Começamos a dançar e confesso que eu estava bem desajeitada, mas logo consegui acompanhá-las, algumas garotas saíram do palco e foram de encontro aos homens que ali estavam, elas sentavam no colo deles e se esfregavam, não me via fazendo aquilo, mas agora é tudo pelo dinheiro. Respirei fundo e fui até um rapaz não tão velho como os outros, ele mostrava ter uns 33 anos, era “moreno” e tinha um olhar bem sedutor, fui até ele e o mesmo sorriu ao me ver chegando mais perto, respirei fundo novamente e sentei em seu colo, o mesmo foi passando sua mão em minha coxa, segurou meus cabelos e beijou meu pescoço. Chegou mais perto do meu ouvido e sussurrou...

― Qual seu nome? – diz ele com uma voz rouca.

― Elisa, e o seu?

― James, eu nunca te vi aqui Elisa.

― Entrei hoje...

― Interessante. – suas mãos ainda passeavam pelas minhas coxas e pernas, o que já estava me dando calafrios. Sai de seu colo e voltei ao palco, já que as outras meninas estavam voltando. Elas estavam tirando suas roupas e olhando para os homens que elas estavam, Kim me olhou e olhou para James, entendi o recado. Eu estava com um cropped todo vermelho, minha barriga estava a mostra, e apenas com uma calcinha vermelha e uma cinta liga também vermelha, então olhei para James e tirei meu cropped, por baixo eu estava com um sutiã que também era vermelho (não aguento mais vermelho). Ele mordia os lábios e eu sorri ao ver sua reação, comecei a dançar e me esfregar no pau de pole dance, e como eu não sabia dançar naquilo, eu só me esfregava mesmo. De repente a musica parou e eu fiquei tipo “puta merda, o que eu faço agora?”, todas as garotas foram até seus “homens” e eu fui até James de novo, não entendi bem o que eu tinha que fazer, mas vi as meninas subirem na mesa e dançarem sensualmente para “seus homens”, então fiz o mesmo, dancei para James e em seu olhar eu pude ver tudo que ele estava pensando, seu amigo já presenciava vida desde que sentei em seu colo, James passou sua mão em minha bunda quando virei de costas, não hesitei, apenas deixei acontecer. Virei para fitá-lo e sentei-me na mesa, com as pernas envolta dele, ele sorriu ao me ver naquela posição.

― Você pode me ajudar? Entrei hoje e não sei o que fazer, como agir. – ele sorriu novamente, mas agora com malícia.

― Vamos fazer assim, eu te levo pro quarto e lá a gente conversa. – arqueei a sobrancelha em reprovação. – Calma, vamos só conversar, de verdade.

― Okay.. – ele parecia ser confiante, mas não posso acreditar no que dizem. Mesmo assim fui com ele até o quarto, parece que ali também funcionava como um motel, mas era muito bem escondido do bar. Ele abriu a porta e abriu passagem pra mim, entre e logo depois ele, trancando o quarto, comecei a tremer, mas eu não poderia mostrar medo, não agora.

― O que você está fazendo aqui? Quero dizer, por que mudou-se pra cá? – ele perguntou sentando na cama e me chamou para sentar ao seu lado, sentei-me.

― Como sabe que me mudou pra cá?

― Porque todas as mulheres que se mudam pra cá, trabalham aqui, como strippers, a sua situação não deve ser diferente.

― Eu queria mudar minha vida, viver coisas novas, mas confesso que virar uma stripper não era uma das minhas intenções. – sorri sem graça.

― Você tem namorado? – suspirei.

― Não! – disse com firmeza.

― Hm, então vamos fazer o seguinte, eu vou te ajudar a viver aqui.

― Como assim?

― Todos os dias eu vou vir aqui, e ficar naquele mesmo lugar, e você vai ser minha todos os dias, você vai me escolher todos os dias, tudo bem?

― O que vou ter que dar em troca? Você não vai ser tão bonzinho comigo né, conheço esse tipo.

― Você vai ter que.. hm deixa eu pensar.. você vai ter que transar comigo dois dias da semana, toda semana, até eu me cansar e parar de vir aqui. O que vai ser difícil. – me assustei com a tal proposta.

― Eu não posso fazer isso, eu amo outra pessoa e não quero magoá-lo. – ele revirou os olhos.

― E acha mesmo que nessa transa vai existir amor? Quando aceitou trabalhar aqui, você aceitou ser um stripper barra prostituta, e eu ainda estou te ajudando por te escolher toda noite, porque você viu os homens que frequentam aqui né? Eles podem ter cara de carinhoso, mas muitas saem todas roxas do quarto. Vai aceitar ou quer ser espancada? – respirei.

― Eu aceito!