História Diary of a Dead Girl - Psychiatric Problems - Capítulo Surpresa

Harry POV

Eu e Elisa iríamos a praça, então ela disse que iria me esperar na sala e eu fui tomar um banho, entrei no banheiro e deixei a porta encostada, olhei-me no espelho e as marcas estavam num tom mais claro de roxo, não estavam mais tão visíveis como ontem, mas ainda estavam ali e aquela porra doía, que gay. 

Tirei a roupa e entrei no banho... Demorei uns 15 minutos no banho, deixando a água quente escorrer pelas minhas costas, desliguei, enxuguei-me e coloquei uma bermuda jeans quase igual à de ontem, uma camiseta branca com alguns botões, sequei meu cabelo mais ou menos com a própria toalha e sai do banheiro para calçar qualquer coisa que eu ache no quarto.

Ouvi alguns gritos e vozes no andar de baixo, reconheci a voz de Elisa, mas não a outra voz, ela estava baixa demais para eu reconhecê-la, depois de ter calçado um sapato sai do quarto e ao ver Elisa no fim da escada conversando com ninguém, simplesmente conversando sozinha, fiquei ali parado, ela chamou por Zayn e minha respiração falhou.

― Harry. – ela disse amedrontada.

― O que aconteceu aqui Elisa? Com quem você ‘ta falando? – desci a escada devagar.

― Érr... com ninguém, acho que estou ficando doida amor. – fiquei a sua frente. 

― Você chamou por Zayn. – a frase saiu de minha boca como um sussurro.

― Chamei? – indagou. ― Estamos doidos então, Zayn está morto. – peguei sua mão, ela tremia e pude ver medo em seus olhos.

― Elisa... – ela fechou os olhos e uma lágrima em seu olho esquerdo caiu.

― Estou ficando louca. – ela puxou sua mão da minha, e colocou as duas no rosto, sua voz estava fraca e com um ar de choro, ela se ajoelhou e sentou no chão, com a cabeça apoiada nos joelhos que estavam juntos. ― Já é a terceira vez que ele aparece aqui e me deixa confusa, não sei mais o que está acontecendo. – terceira vez?

― Terceira vez? Elisa... porque não me contou que ele esteve aqui mais vezes.

― PORQUE EU NÃO SEI SE ELE REALMENTE ESTEVE AQUI, OU SE É ALUCINAÇÃO DA MINHA CABEÇA, EU ESTOU DOIDA, PRECISO ME INTERNAR EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO.

― Para de falar isso! – sentei no degrau último degrau da escada e passei a mão pelo seu cabelo.

― Mas é a verdade Harry, eu não o vejo como uma pessoa normal, eu sempre o vejo como um... – ela suspirou ―, fantasma.

― E ele aparece do nada ou... Você pensa nele e ele aparece?

― Ele aparece do nada, não tem como eu evitar, nem como fugir, parece que quando ele aparece aqui, o lugar onde eu estou vira um tipo de prisão e eu não consigo me mover para fora do cômodo, e tudo fica escuro, o que dificulta a minha visão para tentar fugir, eu vou ficar louca se ele não parar de aparecer. – ela limpou algumas lágrimas que insistiam em cair. ― E o pior de tudo é que eu ainda sinto aquela dor de tempos atrás, quando eu fui trocada pela Júlia, parece que matá-los fez com que essa dor piore. Eu sou horrível, me tornei um monstro e agora ‘to sofrendo tudo de novo.

― Não fale assim Lisa, ele vai parar de te atormentar, se ele não parar eu faço com que ele pare, só não pense mais nele e nem na Júlia, afasta esses pensamentos ruins de você e só pense em como seremos felizes daqui pra frente, eu tenho você e você me tem. E não há nada que prove o contrário, eu estou aqui contigo, você não esta sozinha.

― Mas eu preferia estar sozinha, a ter que ver você machucado por minha causa.

― Amor, não foi por sua causa.

― Eu sei que foi Harry, não mente pra mim. – ela disse me olhando e logo voltou à posição que estava.

― Lisa, faz o seguinte, se ele aparecer de novo, você diz a ele que não quer mais vê-lo.

― Eu já tentei, já mandei ir embora, mas ele sempre volta... Mas vou tentar novamente, agora vamos para a praça?

― Claro.

Ajudei a se levantar e limpei seu rosto com meus dedos, saímos e tranquei a porta, colocando a chave no bolso de trás da bermuda, ao andarmos até a praça, senti sua mão entrelaçando com a minha, ela sorriu e meu coração acelerou. Chegamos e sentamos em um banco no centro da praça, varias crianças brincavam e algumas mães gritavam para que seus filhos tivessem cuidado e não corresse, Elisa sorriu com aquela cena, seus olhos brilhavam ao ver aquelas crianças, ao ver as mães das crianças, ao ver pessoas felizes e pensar que a vida dela estava um caus por causa de um garoto morto faz com que cada sentimento bom que estivesse em sua cabeça, se transformasse em um terrível pesadelo.

― É tão bom ver essas pessoas sorrindo, como se nada estivesse errado em suas vidas.

― Talvez seja só mascaras que estão prestes a cair.

― Se for só mascaras, pelo menos eles tem. – ela ficou cabisbaixa. ― Eu queria voltar ao tempo, mudar tudo que fiz, teria me afastado quando Júlia apareceu e a atenção de Zayn fosse só dela, ou pelo menos ter aceitado o fato de que eles se amavam e eu era a pedra no caminho.

― Você gostava dele, não teria como aceitar ver a pessoa que ama, dando carinho, atenção e amor para outra que apareceu dias atrás.

― O meu erro foi amá-lo, eu poderia apenas gostar dele como amiga, mas eu tive que ir além, como sempre, e me ferrei.

― Mas não foi você que quis assim, foi seu coração. – ela levantou o olhar e voltou a observar as pessoas.

― Aconteceu tudo tão rápido, eu poderia ter ignorado Zayn quando ele foi ao bar, eu poderia ter me afastado dele no segundo dia que ele apareceu, mas eu fui burra Harry, eu não pensei no futuro.

― O futuro é incerto, Elisa.

― Eu também. – ela disse olhando para mim.

Já estava escurecendo, decidimos voltar para casa, ele se segurava minha mão como se fosse a ultima vez, logo chegamos em casa, destranquei e entramos, tranquei novamente. Olho no relógio e ele marcava 20h50min.

Elisa POV

20h51min

Chegamos em casa e eu já estava subindo para tomar banho quando Harry me chama, viro para trás e o olho.

― O que quer jantar hoje senhorita Miller? – ri.

― Hoje eu gostaria de uma pizza quatro queijos, se não for pedir muito.

― Lógico que não senhorita, já vou ligar para a pizzaria, pode ir tomar banho agora. Obrigado!

― De nada. – começamos a rir e subi para tomar banho, peguei apenas uma lingerie preta e levei para o banheiro, tomei uma banho de uns 10 minutos e desliguei, coloquei a lingerie e deixei a toalha ali no banheiro. Quando abro a porta e vou em direção ao guarda roupa, sinto olhares sobre mim, olho para a cama e vejo Harry.

― Que bela visão. – disse ele passando as mãos pelo cabelo de uma forma sedutora.

― Pode tirar uma foto se quiser! – disse me agachando para pegar uma blusinha e um short jeans.

― Pra que tirar foto, se tenho isso na cama todo dia? 

― Nossa que... – meu corpo arrepiou ao sentir Harry me abraçando por trás, sua mão passou pela lateral do meu corpo e parou em minha barriga, ele foi subindo mais até chegar aos meus seios cobertos pelo sutiã. ―, direto.

― Acho que você não precisa colocar essa roupa, pois minha intenção é tirá-la. – ele pegou minha roupa e jogou longe, podia sentir o membro de Harry roçar na minha bunda. Ele me virou, fazendo com que nossos corpos ficassem colados e minhas costas batessem no guarda roupa, ele começou a beijar cada parte do meu rosto e por fim mordeu o lóbulo da minha orelha esquerda. ― Porque tão gostosa e irresistível? – então ouvi alguém bater na porta.

― Amor... – sussurrei tentando me concentrar em avisá-lo da pizza que havia chegado e não em seus lábios tocando os meus lábios. ― Amor... Harry!

― Fale... – ele disse mordendo meu lábio inferior.

― A pizza chegou, tem alguém batendo na porta! – pude ouvi-lo falar um palavrão.

― Depois terminamos isso... – ele sorriu maliciosamente e eu fui atrás das minhas roupas, as coloquei, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo e desci. 

Enquanto descia as escadas ouvi e vi Harry e um rapaz conversando, o moço eu reconheci que era da pizzaria, quando cheguei ao final da escada o moço olhou-me e Harry também.

― Quem é a bela moça? – o rapaz perguntou, Harry estava com a pizza na mão.

― Ela é...

― Elisa, namorada do Harry, prazer conhecê-lo. – falei indo até o rapaz e esticando a mão para que lhe cumprimentar.

― Matthew e o prazer é todo meu! – pegou minha mão e a beijou, sorri. ― Bom, vou indo, boa pizza para vocês e qualquer dia nos encontramos novamente Harry Styles, até! – ele se foi.

Harry fechou a porta e olhou-me, sorri ao saber o que sairia de sua boca depois do acontecido. Contei..

Um

Dois

Três

― Namorada? – indagou.

― Queria que eu falasse amiga? – perguntei.

― Não! – rimos e ele colocou a pizza na mesa de centro e foi pegar o refrigerante, sentei-me no sofá e esperei ele chegar.

***

Depois de assistirmos a uns cinco filmes no máximo, decidimos ir dormir, eu já estava cochilando no sofá, chamei Harry e desliguei a TV, ele se levantou desajeitado e também me levantei do sofá, enquanto Harry subia fui apagando as luzes da sala e cozinha, Harry estava tão devagar subindo a escada que o alcancei, o abracei por trás e fomos subindo a escada. Chegamos ao quarto, ao entrarmos fechei a porta e Harry se jogou na cama, deitei-me ao seu lado, enrolando seu cabelo em meu dedo, ele parecia um anjo. Passei meus dedos por toda a extensão de seu rosto e parei dois dedos em seus lábios, ergui a cabeça até sua boca e ali depositei um beijo e deitei-me novamente, logo adormeci.

Acordei com fortes dores na cabeça e na região abaixo da barriga, droga! Os piores dias da minha vida estavam chegando, a terrível TPM também. Levantei-me da cama e desci as escadas indo até a cozinha para tomar algum remédio de dor, não só para a cabeça como para a cólica que logo pioraria. Peguei o remédio e um copo de água, em um gole o remédio foi goela a baixo. Olhei para o relógio na parede e eram 05h54min, sai da cozinha, e quando coloquei o pé direito no primeiro degrau, tudo escureceu, já sabia quem eu iria ver ao virar-me, mas me mantive firme, então fechei meus olhos e segurando no corrimão procurei pelos degraus, até escorregar de um fazendo-me sentar no degrau, abri os olhos e ele estava na minha frente. 

― Porque está fugindo de mim? – perguntou. 

― Porque quero deixar bem claro que não quero mais te ver. – falei levantando-me e virando de costas para ele, segurei o corrimão novamente e procurei os degraus, ironicamente escorreguei de novo, mas não me abati por isso. Continuei subindo e escorregando, subindo e escorregando. 

― Pare de fugir de mim Elisa... Vamos conversar! – exclamou e eu não dei ouvido, apenas continuei meu percurso para chegar ao quarto. Quando finalmente cheguei ao corredor, corri até mais ou menos a porta do quarto, toquei a maçaneta e uma mão pousou sobre a minha.

― Vamos conversar, por favor! 

― O que você quer comigo? – me virei para ele.

― Quero te encontrar... – falou coçando a nuca.

― Me encontrar? Como assim Zayn? Você está morto! – exclamei.

― Não estou não, eu não morri.

― E como estou te sentindo e de repente você some, o que é isso?

― Você está criando isso em sua cabeça, está alucinando, mas eu também estou ajudando a fazer você alucinar, estou te mostrando que estou vivo, que estou aqui, mas os meus toques... É você que inventa, na sua cabeça.