História Diary of a Dead Girl - What Did You Say?

Elisa POV

Meses depois ― 10h41min

Já era a quinta vez na semana que passo mal, todos os tipos de comida me davam ânsia e aquilo já estava me irritando. Devo ter pegado uma virose horrível. E isso é péssimo, sem falar que minha menstruação também estava atrasada, oh glória. Como Harry já estava na cozinha fazendo o café da manhã, lavei meu rosto e escovei os dentes, arrumei meu cabelo em um coque, olhei-me no espelho e senti algo de diferente ali, me senti diferente, que loucura. Sem animo para tirar o pijama, fiquei daquele jeito mesmo e desci até a cozinha, onde Harry estava. Senti o cheiro de panqueca invadir minhas narinas, e meu estômago começou a embrulhar.

― Bom dia amor! – falou Harry todo contente, tirando a panqueca da frigideira e colocando em um prato.

― Bom dia querido, panquecas, que delicia... – comentei sentando-me em um dos bancos da bancada. Segurando-me para não correr para o banheiro.

― Sim, deu vontade de fazer – ele sorriu ―, aqui está as suas, senhorita. – disse ele colocando duas panquecas no meu prato, fechei os olhos ao sentir meu estômago embrulhar mais ainda. Ele jogou mel por cima, e foi fazer o prato dele.

― Hm, que maravilhoso! – sorri, cortando um pedaço de panqueca e colocando em minha boca, em menos de 5 minutos, eu comi as duas que estavam em meu prato.

― Gostou? Já posso casar?

― Claro, mas só se for comigo! – rimos e tomei um gole de suco, péssima idéia, lá estava eu correndo para o banheiro pela sexta vez na semana. Depois do ocorrido, dei descarga e sentei-me no chão fechando os olhos, encostada na parede e totalmente desidratada, já que nada que comia, parava em meu estômago. Abri rapidamente os olhos quando senti alguém chegar perto de mim, era meu anjo.

― Você está bem? – disse se abaixando e olhando para mim.

― Estou... – menti.

― É a sexta vez que isso acontece Lisa, em uma semana. Você não está bem, seu rosto está pálido e meu Deus, você parece um zumbi.

― Obrigado pelo elogio. – falei levantando-me passando por ele e indo para o quarto.

― Acho melhor você ir ao médico. – ele comentou vindo atrás de mim. Parei e virei-me para olhá-lo.

― Eu estou bem Harry, estou ótima e não tem com o que se preocupar.

― Ok! – falou ele se virando e descendo para a sala, joguei-me na cama.

Harry POV

Era a sexta vez que Elisa passava mal, em uma semana, aquilo estava muito estranho e meu Deus, eu não conseguia ficar bem, vendo ela assim, eu estava preocupado, ainda estou. Eu vou fazer de tudo para que ela vá ao médico, para ver de uma vez por todas o que está acontecendo.

Elisa POV

De tanto Harry insistir que eu deveria ir ao médico, acabei aceitando. Coloquei um jeans preto, uma regata branca e jaqueta preta por cima, no pé um all-star branco, peguei minha bolsa e ali coloquei dinheiro para o táxi, fone e meu celular.

Chegando ao hospital, fiz minha ficha e sentei-me nas cadeiras para esperar, eu odiava tudo aquilo. Até mesmo o cheiro daquele local. 

Depois de cansativos minutos, fui chamada, acompanhei a enfermeira até uma sala, obviamente a sala do médico. Entrei na mesma e a enfermeira fechou a porta atrás de mim.

― Olá, pode se sentar. – disse o médico sorrindo para mim, sentei-me em frente a sua mesa e respirei pesadamente. ― Então Senhorita Elisa, o que está sentindo?

― Bom Doutor, só nessa semana eu passei mal seis vezes, a região da minha barriga dói e não posso sentir cheiro de nada, se não passo mal, eu já até pensei na hipótese de ser uma virose, mas virose não faz a gente vomitar seis vezes em um só semana. Eu acho.

― Entendo, podemos resolver isso com facilidade. Já urinou hoje? – neguei com a cabeça. Pegue esse teste e vá até o banheiro – disse ele me entregando uma caixinha ―, é só você urinar nesse potinho – me entregou um potinho ―, e colocar essa “fita” dentro do potinho, ai quando aparecer um ou dois traçinhos, você joga a urina fora, e o potinho também e vem me mostrar o resultado.

― Doutor, mas isso é um teste de gravidez e eu não estou grávida.

― Veremos isso. – grávida eu? Nunca... Levantei-me e fui até o banheiro, urinei dentro do potinho e coloquei o teste ali dentro, esperei os minutos que indicavam na caixinha...

| | ― Dois traços; Grávida.

Isso só pode estar errado, eu grávida? Nunca, nunca mesmo. Joguei a urina no vaso e o potinho no lixo, peguei o teste e sai do banheiro. Fui até o Doutor e entreguei o teste para ele, sentei.

― Parabéns, você está grávida.

― Isso pode estar errado Doutor, esses testes não são confiáveis. – comentei.

― Então vamos fazer um ultrassom, venha comigo. – ele falou se levantando e saindo da sala, fui atrás dele. 

Chegamos em uma sala, ele pediu que eu me deitasse na maca e levantasse a blusa, assim eu fiz, ele colou um gel gelado na minha barriga e pegou um aparelho, quando o aparelho tocou minha barriga, me arrepiei e olhei fixamente para a televisão que mostrava o que tinha ali dentro de mim. Ele parou em uma região da minha barriga e pude ver um “limãozinho” ali.

― Está vendo aquele limãozinho ali? – perguntou ele colocando seu indicador onde realmente estava um “limãozinho”. Assenti. ― Aquele ali é o seu bebê, parabéns mamãe. Você está grávida de dois meses. – Meu Deus, o que Harry vai achar disso?

Depois de ter visto que realmente ali havia um bebê, o médico me encaminhou até uma Obstreta, lá marquei várias consultas para que ela acompanhasse minha gravidez e parto. Ao sair do hospital, decidi passar em alguma lojinha que vendesse roupas para recém nascidos, sorri ao pensar em comprar aquilo, sorri também ao saber que ali dentro de mim, havia um bebê, meu filho.

Achei uma lojinha e comprei dois conjuntinhos, os dois brancos, pois eu ainda não sabia o sexo para comprar rosa ou azul, e como branco é uma cor neutra, foi essa mesmo que escolhi. Peguei um táxi e fui para casa, quando abri a porta, vi Harry sentado no sofá, não queria deixar ele curioso, então sem delongas, eu disse a verdade.

― Harry... – ele olhou-me ―, eu ‘to grávida.

― O que você disse? – disse ele vindo até mim e colocando suas mãos em meu rosto.

― Eu estou GRÁVIDA! – gritei e comecei a pular igual louca, Harry ainda sem acreditar segurava meu rosto, eu estava com medo das palavras que sairiam de sua boca, não sei ele, mas eu estava feliz por isso. Então do nada, bem do nada mesmo, ele começou a gritar com um sorriso lindo no rosto, subiu no sofá e ficou pulando igual uma criança.

 ― EU VOU SER PAI! – gritou ele, todo feliz, lágrimas caíram de meu olho ao ver sua reação. Ele parou de pular e veio até mim, me abraçando forte, fazendo meus pés saírem do chão e começou a me rodar. ― Eu amo você, eu amo muito você, eu te amo tanto, ai meu Deus. – ele me colocou no chão e enxugou algumas lágrimas que estavam em seu rosto.

― Eu também te amo amor. E olha as roupinhas do nosso baby. – mostrei a ele as roupinhas, e o mesmo via com um sorriso maravilhoso.

― Eu não consigo acreditar, de verdade, eu não consigo. – ele disse se sentando, colocando as roupinhas na mesa de centro e em seguida colocando as mãos na cabeça.

― Você ‘ta feliz Harry? Diz-me a verdade, do que você esta sentindo agora. – falei me sentando em seu lado.

― Elisa... – ele me olhou e entrelaçou nossas mãos. ― Eu estou surtando de tanta felicidade, acho que isso foi a coisa mais perfeita e linda que você já me disse, um filho, meu Deus, o meu filho ou filha – ele riu. ―, que perfeito! – logo pude ver outras lágrimas caírem de seu olho.

― Meu amor... – falei passando meus dedos sobre as lágrimas. ― Estou me sentindo tão realizada, tão feliz e contente por saber que... Meu Deus, vamos ter um filho, eu ainda estou tentando encaixar isso na minha cabeça. – ele olhou-me perfeitamente dentro dos meus olhos, sorriu e beijou minha testa.

― Eu amo muito você! – disse passando sua mão pelo meu rosto.

― Eu também amor, e que tal escolhermos o nome dele ou dela? Eu vou deixar você escolher o nome.

― Isso é perfeito. – ele riu. ― Se for um menino, Azaf, Caleb ou Edward. E se for uma menina, hum me deixe pensar... Phoebe, Diana ou Maya. O que você acha?

― Azaf é maravilhoso e Maya é perfeito. Acho que ficaria com os dois.

― Vai pode colocar os dois, se forem gêmeos. – assustei-me.

― Meu amor, não! – ele riu da minha cara.

― Porque não Lisa? Seria perfeito em dose dupla.

― HARRY – o repreendi. ―, eu mal sei cuidar de mim mesma, imagine cuidar de dois bebês, acho que um só já está bom demais.

― Nós aprenderíamos juntos. Ajudando-nos.

― Harry – pausei ―, apenas um. Ok?

― Ok, mas você não sabe se ai só tem apenas um, mocinha.

― HARRY! – o repreendi de novo, o fazendo gargalhar. Eu sabia que era apenas um.

― Se for menino Azaf, se for menina Maya. – sorri e assenti.

― DEUSES! – exclamei, Harry se assustou. ― Ainda não avisei meus pais que estou em Phoenix, como pude esquecer esse detalhe tão importante, eles vão me matar. – falei pegando o celular e discando o número da dona Deanna, depois de três toques ela atende.

― Alô. 

― Mãe, como a senhora está?

― Elisa minha filha, fiquei tão preocupada com você menina e sem senhora, não estou tão velha, onde você está? Está em Phoenix? Como está se sentindo? Está trabalhando? Ainda tem dinheiro? Estava tão preocupada.

― Mãe, uma pergunta de cada vez. Eu estou bem, estou em Phoenix, não estou trabalhando e ainda tenho dinheiro. Como está o papai? 

― Está bem e morrendo de saudade, agora senhorita Elisa, me explique o porquê de ter ido para Oxford. – eu não contaria a verdade, não poderia.

― Decidi viajar um pouco, conhecer outros lugares, precisava tirar minha vida da rotina e bom, digamos que eu tenha conseguido, mas não aguentei ficar por lá por muito tempo, eu precisava voltar para casa e aqui estou.

― Que bom que decidiu voltar filha, estamos com tanta saudade, acho que vamos para ai. O que acha?

― Ótima idéia mãe, mas não se apresse. Arrume as coisas direito ai e depois venham ok? Sabe que receberei vocês de braços abertos, mas mãe, não liguei para dizer só isso.

― Meu Deus, o que aconteceu? – ela estava aflita, sei apenas por ouvir sua voz.

― Lembra do Harry? – a ouvi fazer um “uhun” na outra linha. ― Então, nós estamos namorando e ele, bem, está morando aqui na minha casa, estamos nos dando muito bem, nos entendemos bastante.

― Que bom filha, ele é um bom rapaz, fico feliz por saber que está com ele, que vocês possam ser felizes e me dar netinhos futuramente. 

― Então mãe, essa é a outra parte que irei contar... 

 ― Como assim? 

― Eu estava passando muito mal essa semana, ainda estou pra falar a verdade e minha menstruação tava atrasada, então hoje decidi ir ao médico para ver o que estava acontecendo, e... – respirei. ― Eu estou grávida, você será vovó.

― O QUE? – gritou ela da outra linha e logo pude ouvir meu pai perguntar o que estava acontecendo e ela disse: Nossa filhinha, nossa pequena Lisa vai ser mamãe. Sorri ao ouvir aquilo. ― Filha, não sei como reagir a essa noticia, seu pai está aqui sentado no sofá sorrindo que nem bobo, eu deveria estar brava por você não ter se cuidado e por eu não conhecer esse rapaz direito, mas... Eu só sei que estou feliz de ouvir isso, muito feliz, parabéns filha.

― Eu pensei que você me daria um sermão pro resto da minha vida, mas que bom que ficou feliz mamãe, eu estou muito feliz com isso. – lágrimas rolavam em meu rosto.

― Quantos meses? – perguntou.

― Dois meses mãe.

― Meu Deus! – ela estava chorando, podia perceber facilmente ao ouvir sua voz, nesse momento ela com certeza estava sentada no sofá com a mão na cabeça e sorrindo igual boba, como eu estava sorrindo agora.

― Mãe só liguei para avisar sobre isso mesmo. Agora preciso desligar.

― Claro, quando estivermos indo para ai, eu lhe mandarei uma mensagem, fique com Deus filha e cuida bem do meu netinho ou netinha, e do meu genro. – olhei para Harry e sorri.

― Pode deixar, fiquem com Deus também mãe, beijos.

 ― Beijos.

As coisas incríveis da vida, acontecem quando você não planeja.