Elisa POV
Três meses depois – 12h51min
Harry preparava um espaguete maravilhoso, minha barriga já estava crescendo e ficando linda, estou de cinco meses. Ontem recebi uma mensagem de minha mãe falando que eles já compraram a passagem para vir pra cá e o vôo deles estava marcado para 12h00min. Então provavelmente eles já estão chegando e eu mais que ansiosa para ter meus pais perto de mim e lógico que minha mãe para me ajudar a cuidar dessa gravidez e principalmente de Azaf ou Maya. E falando nisso, eu já deveria ter feito o ultrassom para saber o sexo, mas eu quero fazer isso com minha mãe.
Fui para a cozinha ajudar Harry com o almoço e quando cheguei à cozinha, ele estava todo sujo e seu cabelo muito bagunçado, ri ao ver aquela cena e ele me jogou um pano de prato fazendo-me rir ainda mais. Harry pegou o carro dele na casa de um amigo, ele tinha até esquecido do seu carro depois que voltou para Phoenix. Então a campainha tocou e fui atender já que Harry estava ocupado. Quando abri a porta, me deparei com ninguém, isso mesmo, não havia ninguém na porta, olhei para o chão e ali havia uma caixa vermelha e pétalas de rosas vermelhas desenhadas, estranhei. Peguei a caixa e a levei para dentro, fechando a porta com o pé. Harry gritou que o almoço estava pronto e eu pedi que viesse até mim, ver o que era exatamente aquela caixa.
― Abre você Harry, vai que é uma bomba. – exclamei dando a caixa para Harry e me sentando no sofá. Ele sem concordar muito com minha decisão, sentou-se no sofá e abriu a caixa rapidamente e sorriu ao ver o que havia lá dentro. Ele pegou o que tinha ali dentro e me mostrou um conjunto com roupa, sapato, touca e luvinha vermelhos para bebê e junto com o conjuntinho havia pétalas vermelhas dentro da caixa. Seja quem for essa pessoa, ela é viciada em pétalas vermelhas.
― Quem deu isso? Quem colocou isso na porta de casa? – perguntei e Harry examinou a caixa.
― Não tem nome na caixa, Elisa... Você contou a alguém que está grávida?
― Eu contei ao Zayn, mas...
― VOCÊ ESTEVE COM O ZAYN? – ele me interrompeu.
― Estive, a gente se esbarrou na praça, você acha que pode ser ele?
― Não, fiquei sabendo pelos meus amigos que Zayn viajou para Bradford onde moram os pais dele. Ele não esta aqui em Phoenix.
― Harry, eu estou com medo. Esses dias eu tenho pensado muito no nosso futuro e sabe quando parece que algo vai dar errado, ou algo vai acontecer? Eu tenho sentido isso, só não te falei para não te deixar preocupado. Mas minha cabeça ta a mil com isso, aconteceu tantas coisas com a gente e agora tudo parece tão perfeito... – falei fitando o chão.
― Elisa, nada irá acontecer. Estamos juntos, nós vamos nos cuidar! – falou segurando minhas mãos.
Tudo isso está estranho demais, por mais que eu tente não pensar nisso, é algo inevitável, eu estou com medo de alguma coisa acontecer e se acontecer, não sei se estarei devidamente preparada.
Dois meses depois – 15h34min
Mamãe procurava uma calça que servisse em mim, para que possamos ir ao shopping comprar roupinhas para meu baby, e ah, eu descobri que terei uma menina, Maya. Pude ouvir seu coração batendo e aquilo me fez arrepiar toda e sentir minhas pernas bambearam, foi uma sensação de outro mundo. Já estou de sete meses, mas perto do que nunca para ver o rostinho da minha pequena princesa, Harry também está muito emocionado e contando os dias – literalmente – para poder ver nossa filha. Nosso relacionamento está ótimo e cada vez mais, estamos nos apaixonando.
Compramos umas 20 roupinhas – por exagero da minha mãe –, algumas eram rosa e outras cinzas e brancas. Compramos também lindos sapatinhos. Passamos em uma loja de moveis para bebê e ali compramos tudo que Maya irá precisar e tudo isso foi presente dos meus pais. Eles têm uma vida financeira ótima, fazendo com que tivéssemos uma vida um pouco melhor, mas não éramos considerados ricos e muito menos milionários. Aproveitamos que já estávamos naquele clima bebê e comprei ursinhos e algumas decorações para o quarto de Maya, que será no quarto de hospede da minha casa, mas lógico que o berço irá ficar no meu quarto nos primeiros meses. Meus pais estão hospedados em um hotel perto da minha casa, e isso fez com que eu ficasse mais segura.
Minha mãe deixou-me na porta de casa e foi para o hotel. Entrei destrancando a porta e colocando as sacolas no chão, depois as pegaria. Gritei por Harry, mas o mesmo não se encontrava no recinto, estranhei, pois ele não me avisou que iria sair. Enfim, peguei as sacolas e subi as escadas indo para o meu quarto, quando abri a porta, me deparei com pétalas de rosas vermelhas espalhadas pela cama, só pela cama. Sorri ao pensar que aquilo fosse obra de um moço chamado Harry Styles, coloquei as sacolas na poltrona e ouvi um barulho no andar de baixo.
― Harry? – perguntei gritando, para que ele ouvisse. Logo ouço passos subindo para o andar de cima, quando olho pro corredor, vejo Harry. Fui até ele, antes que o mesmo chegasse ao quarto. ― Eu amei a sua decoração amor... – falei e ele fez uma cara de “oi?”
― Do que você está falando Elisa? – deu-me um selinho.
― Ora Harry, das pétalas vermelhas em cima da nossa cama. – ele se afastou de mim e parou na porta do quarto fitando nossa cama.
― Elisa, eu não fiz isso. – ele falou encarando-me.
― Não brinca com isso Harry. – encostei-me na parede.
― Eu juro que não estou brincando, eu estava fora de casa. Não fui eu que fiz isso.
― Então... – fui até ele e olhei para a cama. ― Quem foi?
Andamos por toda a casa procurando qualquer evidencia de que alguém esteve ali, lógico que alguém esteve ali, mas nós não sabíamos quem era essa pessoa e até ligamos esse ato com a caixa vermelha que veio parar na frente de casa meses atrás. Nós dois estávamos com nossas chaves e a porta não parecia ter sido arrombada ou nem sequer um detalhe de que a pessoa fez tal esforço para abri-la, e as únicas pessoas que tem a chave de casa sou eu, Harry e minha mãe. Minha mãe, não poderia ser ela, ela estava comigo.
Sou surpreendida quando meu celular apita, uma mensagem. De minha mãe.
― Filha, por acaso deixei minha chave da sua casa aí? Não a encontro aqui. Acho que a perdi.
Ótimo, a pessoa que entrou em casa, com certeza deve estar com a chave da minha mãe. Mas como? Onde e quando essa pessoa pegou essa chave? E quem seria?
Dois meses depois – 06h10min
Enfim, nove meses. Minha barriga já está em um tamanho considerável, não consigo dormir e nem deitar-me direito, meu corpo inteiro dói e aquilo faz com que eu não tenha um sono calmo e tranqüilo, na verdade, nem sono eu tinha.
Impressionei-me em ver que Zayn não apareceu mais em minha vida, e muito menos em minha casa, podia sentir que ele estava bem longe daqui e ao mesmo tempo não.
Fui interrompida dos meus devaneios quando uma dor forte surgiu em meu ventre, parece que aquela região a qualquer momento se rasgaria, comecei a gritar incontrolavelmente fazendo Harry se assustar e sentar-se na cama desesperado.
― Harry... Acho que a Maya não quer mais ficar aqui dentro! – exclamei, respirando pesadamente, ele arregalou os olhos e ficou me olhando. ― HARRY, NÃO FICA ME OLHANDO, A MAYA VAI NASCER.
Então ele saiu da cama correndo e vestiu uma bermuda e uma camiseta, pegou-me no colo todo desajeitado e “correu” para seu carro estacionado na frente de casa, pegou as chaves de casa e do carro e destrancou a porta da sala, a fechou com o pé e abriu o carro, colocando-me no banco de trás. Trancou a porta de casa e veio correndo até o carro.
Chegamos ao hospital e eu já fui direto para uma sala de parto, mas para a minha surpresa, minha bolsa não foi dilata o suficiente para fazer o parto, que de acordo com o médico, seria normal. Harry estava na mesma sala que eu, respirando com certo nervosismo, aproveitou e ligou para minha mãe. Ela estava desesperada na outra linha e disse que viria o mais rápido possível. Como possivelmente eu ficaria bons minutos ou horas ali deitada naquela cama, Harry voltou para casa, para pegar a bolsa onde havia o conjuntinho de Maya, e para também trazer um caderno que eu chamava de diário.
Não demorou para que ele chegasse novamente, e colocasse a bolsa do conjuntinho de Maya na sala e me entregasse o diário. Ali comecei a escrever.
Harry POV
Finalmente chegou a hora, as contrações de Elisa estavam horríveis, eu podia ver a dor que estava sentindo em seu olhar. O suor escorria pelo seu rosto, eu segurava sua mão ajudando-a a fazer a maior força possível. Depois de minutos tentando, eu ouço um choro, nossa Maya, sorri ao ver o médico e a enfermeira sorrir para mim, respirei pegando todo ar possível e Elisa fazia o mesmo. A enfermeira mostrou Maya para Elisa, e até a colocou um pouco nos seus braços, Maya é linda, seus olhos são verdes como o meu e tem o cabelo castanho igual o de Elisa, incrivelmente ela parecia mais com ela do que comigo, mas ao ver seus olhos esverdeados eu sabia que ela é minha. Elisa sorria como se não houvesse amanhã e lágrimas rolavam pelo seu rosto, ele estava feliz, eu sei que estava. Pois eu também estava.
― Ela tem seus olhos. – comentou Elisa.
Então de repente Elisa para de respirar, o médico e as enfermeiras começaram a correr de um lado para o outro. Eu estava completamente perdido, totalmente sem rumo. Minhas pernas bambearam ao ver Elisa parada, ela não estava respirando. Minha Elisa estava morta. Quando levantei minha mão para tocá-la, um médico me colocou para fora, entregando-me o diário de Elisa. O médico tentava me acalmar e dizer que tudo ficaria bem, e fez com que eu me sentasse na sala de espera, pegou um copo com água e me entregou e eu estava paralisado, sem reação alguma, sem entender o que realmente havia acontecido ali.
Meus olhos obviamente já estão vermelhos de tanto chorar, pois minutos depois minha ficha caiu e eu estou com muito medo que algo de ruim aconteça com Elisa, eu não tenho noticias de como ela está. Nem sei se ela está mais aqui conosco, mas isso é algo que não quero pensar, quero manter em minha mente que ela está bem. De repente, um homem de jaleco branco que com certeza é o doutor, chamou minha atenção.
― Senhor Styles? – perguntou entrelaçando os dedos.
― Sim. Diga-me o que aconteceu? Porque não falaram de Elisa para mim mais? Eu quero saber como ela está! – levantei-me.
― Ela teve uma parada cardíaca e por alguns minutos ficou morta, mas conseguimos reanimá-la... – sorri ao ouvir que eles conseguiram a trazer de volta ―, mas...
― Mas o que doutor?
― Ela não consegue respirar sozinha, então está respirando por aparelhos. Sinto muito, mas ela está em coma. E não sabemos se irá voltar. Mas mantenha a calma, faremos o possível para que...
― Calma? Vocês querem que eu fique calmo com tudo isso acontecendo? – coloquei as mãos na cabeça.
― É o melhor a se fazer! Estamos-nos a mantendo viva e não iremos desligar os aparelhos até que o senhor queira. Mas quero que fique ciente de que ela pode ficar assim por meses e se ficar por muito tempo, vai ter que desligá-los, mas não sei sua sã consciência.
― Isso não está acontecendo... – sentei-me tomando fôlego. ― E como está Maya?
― Maya está ótima, está recebendo os cuidados da enfermeira e no momento está no berçário. Ela está ótima, e ficará bem. Se acalme. Vamos fazer o máximo possível para que você leve as duas para casa.
Eu não acredito que isso está acontecendo, não quero perder Elisa, não aguentaria perder meu mundo.
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