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História Disorder - Caixa


Escrita por: maybethatstrue1

Notas do Autor


Espero que gostem :)

Capítulo 3 - Caixa


Fanfic / Fanfiction Disorder - Caixa

Olho para meu pai, que tentava manter seu corpo de pé a cada tossida, tentando encontrar a caixa velha. A casa não era completamente bagunçada, mas também não era a melhor referência de organização. Dois homens bagunceiros, que trabalham o dia todo na lavoura e são enrolados não conseguem manter a casa em perfeitas condições.


-Shownu, tente alcançar aquela caixa!  -Meu pai aponta para o topo do armário.

-Pai, você tem certeza? Não mexemos ali desde que..

-Só faça o que mando! -Ele se recolheu e tornou a sentar no sofá.

-Tudo bem.. 

Alcanço  e encaro uma grossa camada de poeira no qual ela se encontrava sobre a caixa. Ali reuníamos algumas economias, retratos e documentos importantes.

-Pois bem. -Meu pai fala atrás de mim. -Sabemos que já passou da hora de você ir embora.

-Pai, eu já disse que posso me virar com o dinheiro. A prioridade é você. -Pus a caixa acima da mesa de centro, entre nós dois.

-Shownu, nós estamos há um ano pagando os milicianos para deixarem você ficar no quartel de Sariwon. Não quero mais dar dinheiro para aqueles porcos e manter você nessa cidade que está caind... -Ele pausa para tossir.-..Meu filho, eu não tenho mais a solução. Gastar dinheiro comigo é dar chute em cachorro morto.

-Pai, eu só saio daqui com você! Só me resta você de toda minha família. Quero que meus filhos brinquem com o avô, corram pela casa te fazendo acordar de madrugada, entregando presentes no dia do seu aniversário.. -Sinto lágrima acumulada em meus olhos. -Você é tudo o que eu tenho.

-Meu filho.. Meu amado filho. Todos morrem, eu já sou um cadáver.

Aquilas palavras fizeram meu coração doer. Não existe dor maior do que ver uma pessoa que você daria a própia vida perdendo a vida, aceitando a morte e sem vontade e lutar por ela.

-Essa caixa, ela tem alguns trocados. Não gaste com os porcos! -Meu pai me trás de volta aos sentidos. -Tem a fotografia de sua mãe, minha e de sua avó. Provavelmente tem alguns documentos de meu casamento que você pode usar para alguma coisa no futuro. 

-E o que você quer que eu faça com isso? -Indaguei me virando para a caixa sobre a mesa.-Ponha a máscara de gás, você está tossindo mais que o normal.

O bendito cilidro de oxigênio no qual custou todos os móveis da casa, economias e empréstimos. Era uma máquina simples que purificava o ar e meu pai podia respirar melhor. Ela foi vendida pelo triplo do preço pelos milicianos, mas em teoria nem poderiamos ter uma máquina dessa em casa.

-Ora, para gastar com emergências! -Ele liga a máquina e olha para mim com um doce olhar.

-Emergência igual a nossa situação atual?

-Ah meu menino... que teimoso!  Esse dinheiro é caso algo ocorra na sua viagem para fora da cidade.

-Pai, eu não vou te deixar. Para de querer forçar isso. -Me levanto e vou para cozinha ver a situação de comida. Não temos quase nada, a comida é escassa e ruim. Nossa colheitas tem ido de mal a pior e vendemos o que dá para salvar. 

Ouço um barulho de vidro se quebrando e me assusto.

-Shownu...

-Pai?! - Vejo meu pai caido ao lado do sofá. Derramou o copo de agua e a mesa de centro. Corro em sua direção e o ponho sentado.

-A...Ma..qui...-Ele força a respiração e aponta para a máquina de ar. Ela está desligada.

-Que?! -Começo a apertar desesperadamente todos os botões. Nada. Nem um sinal. Meu pai começa a perder as forças e deita no chão pressionando as mãos contra o peito.

Meu mundo começa a cair. Quando retorno aos sentidos, me vejo no meio da rua gritando e chorando. Implorando por ajuda.

-AJUDA, POR FAVOR! -Grito diante de um ferro velho, o local movimentado mais próximo de minha casa.

-Pois não? -Um rapaz de olhos bem desenhados, forte e sorridente sai debaixo de um carro militar.

-Por favor, meu pai está morrendo! Eu uso uma máquina mas não dá pra explicar SÓ VENHA

Em questão de segundos o rapaz já estava correndo ao meu lado em direção a minha casa.

-PAI? -Ele estava desacordado ao lado da máquina. O rapaz foi direto para tomada e eu me agachei para segurar o tronco do meu pai, observando a respiração dele ficar cada vez mais lenta.

Aqueles foram os segundos mais longos de minhas vida. Senti falta de meu melhor amigo, que recentemente foi para o quartel. Jooheon cresceu comigo por consequência do cancêr de meu pai. A avó dele ajudou com remédios e poções para aliviar as dores de meu pai. Como eu e Jooheon eramos sozinhos, acabamos se tornando irmãos. Não posso deixar de sentir falta do apoio dele. Logo agora que meu pai está cada vez pior e me sinto extremamente sozinho.

-Filho? 

Quando retomo ao presente, vejo meu pai com a máscara de oxigênio no rosto, esticado sobre o chão e apoiando a cabeça em minha coxa. O rapaz carregava alguns fios em suas mãos e observava a cena. Acomodei o corpo cansado de meu pai sobre o sofá e acompanhei o rapaz até a porta.

-Olha, eu não tenho dinhei..

-Não me fale nisso! Sabemos como a crise está e isso não me custou nem dois minutos. -Ele limpa os dedos sujos com um pano retirado do bolso frontal de seu macacão.

-Muito obrigado! Nós temos um pouco de colheita, posso repartir o pouco que tenho..

-Aceito! Como sabemos, se não ajudarmos um ao outro isso vira uma miséria. E o que houve lá dentro foi meu ato de humanidade. Um cabo de energia da máquina ficou com mau contato e eu só substituí por uns fios.

-Sou eternamente grato! Prazer, Shownu. -Estico a mão e abaixo a cabeça em gesto de respeito.

-Vejo aqui que finalmente vou ter uma amizade sincera. -Ele estica a mão e também abaixa -a cabeça. -Prazer, Shin Hoseok. Costumam me chamar de Wonho.




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