... Ele conversava rindo e dando tapinhas nas costas de seu agressor. Eles claramente eram amigos.
Tzuyu sentiu como se fosse desmaiar a qualquer instante.
Ela se assustou ao sentir alguém tocar em seu braço.
“Calma, filha, sou eu.” Lien lhe disse, preocupada ao ver o estado que a filha estava. “O que houve? Você está pálida, está passando mal?”
“Mãe, me leva para casa, por favor.” A garota praticamente implorou, então Lien segurou firme em sua mão e a levou para longe dali.
“Tzuyu, eu estou preocupada, o que houve para você ficar assim tão de repente?” Lien insistiu, mas a jovem nem sabia como dizer aquilo para a mãe. Tinha plena certeza que ela não iria contar nada para Hung, mas e a vergonha por ter sido tão idiota? Por ter confiado em um completo estranho que ela nunca havia visto a ponto de se entregar completamente a ele?
Seu pai tinha toda razão, ela achou que podia estar vivendo um daqueles romances mentirosos que ela tanto gostava de ler naqueles livros estúpidos.
“Tzuyu, por favor, eu estou muito preocupada com você.” A mulher insistiu, e então a garota começou a chorar, levando as duas mãos ao rosto, deixando Lien mais nervosa e confusa.
“Eu sou tão estúpida, o papai tem toda a razão.” Ela falou entre soluços e lágrimas. “Eu estraguei tudo... Estraguei a minha vida... O papai vai me matar...”
“Filha, por favor, me explique o que está havendo.” A mulher falou paciente, acariciando o rosto da filha, que continuava chorando copiosamente.
“Eu conheci um rapaz... Mas ele... Ele é um mentiroso...” Lien se chocou com aquilo
No caminho para casa, Tzuyu contou sobre Yifan, mas não teve coragem para confessar que havia se entregado a ele, isso causaria a maior discórdia, e ela nem sabia o que iria fazer agora.
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Jeju, Coreia
A família real das ninfas chegou em sua ninfa, trazendo consigo uma Momo completamente debilitada.
“Chaeyoung perdeu totalmente o pouco de noção que parecia ter, sorte Momo ser uma deusa, senão ela estaria morta depois de tudo aquilo.” Nayeon falou. Ela segurava Momo ainda desacordada em seus braços e olhou feio para a caçula, que estava há poucos metros de distância.
A mais jovem das ninfas estava de braços cruzados e com uma expressão chorosa.
“Nayeon, leve Momo para as piscinas naturais e use os seus poderes para recuperá-la de seus ferimentos, vocês duas.” Ela apontou para Chaeyoung e Sooyoung. “Vamos ter uma conversinha. Para o palácio das pedras, agora!”
“Eu te avisei para não confiar em Chaeyoung.” Nayeon sussurrou quando Sooyoung passou ao seu lado, e ela nem sequer podia dizer nada, porque a irmã mais velha estava coberta de razão.
As três ninfas seguiram até sua casa em completo silêncio, e assim que chegaram no aposento de Joohyun, a mais velha olhou para as duas, bastante irritada.
“Eu estou tão decepcionada com vocês duas, não podem fazer ideia do quanto.” Ela começou, e as duas ficaram cabisbaixas. “Estão terminantemente proibidas de deixarem Jeju por tempo indeterminado.”
“Ah não...” Chaeyoung resmungou.
“Você principalmente!” Ela falou num tom mais alto com a caçula. “Nem pense em tentar me desobedecer ou mesmo chamar o seu pai, porque se você tentar fazer qualquer uma dessas coisas, eu juro que vou atrás daquela pescadora, e eu mesma a matarei, e ainda trarei a cabeça dela para você colocar no seu quarto.” Chaeyoung até se espantou ao ouvir aquilo, porque Joohyun estava tão chateada, que ela não duvidava nada dela cumprir com aquela promessa mesmo.
“Não, mãe, por favor não faça isso...” Ela praticamente implorou, com medo. “Não faça mal a Mina.”
“Toda essa confusão é por causa dela, não é? Se ela morresse, o problema estaria resolvido.” Joohyun abriu um sorriso debochado.
“Por favor, mãe, ela não tem culpa de nada, é tudo culpa minha... Fui eu quem começou com tudo isso... Mina nunca fez nada, eu é que tentei prendê-la aqui em Jeju, eu que ameacei afundar seu navio, foi tudo minha culpa.” A jovem falou, claramente desesperada, quase chorando. “Por favor, não a machuque.”
“Sooyoung, saia, eu quero falar a sós com sua irmã.” A rainha disse, e a filha do meio prontamente lhe obedeceu.
Chaeyoung engoliu seco e abaixou os olhos.
“Me perdoe, mãe, eu não devia ter feito todas essas coisas.” Ela falou baixo, envergonhada.
“Um pedido de perdão não muda nada, se Momo reportar aos deuses superiores, você sabe que será punida.” Joohyun a relembrou. “Eu estava pensando em mil formas de lhe castigar por isso, mas, vendo você toda preocupada com aquela humana, eu percebi que não precisarei fazer nada, você irá aprender sozinha.” Chaeyoung lhe olhou confusa. “Não há nada mais doloroso que amar um humano, com sua vida curta, que passa num piscar de olhos... Mina é uma pirata, vive uma cheia de perigos, morrerá logo.”
“Não...”
“Sim, você sabe que sim.” Joohyun frisou. “E mesmo que ela dure muitos anos na vida de um humano, logo ela estará velha, e não poderá mais lhe satisfazer, e você ainda estará jovem, com essa mesma carinha de menina, sem nem ter chegado ao auge de sua vida... E depois ela morrerá e você ficará sozinha, sofrendo e se amaldiçoando por ter uma vida absurdamente longa e por isso ter de enterrar a ela, e a todos os que vier a amar depois.”
“Para com isso, mãe...”
“Você sempre desdenhou do fato de Nayeon e Sooyoung serem filhas de humanos, aquela raça inferior, que só serve para nós seres poderosos brincarmos e nos aproveitarmos de seus corpos, mas eu os amava... Eu amei os dois, eram homens maravilhosos, com os quais eu vivi um período tão curto de tempo, e isso me doía tanto, vê-los envelhecer e adoecer, enquanto eu ainda parecia uma jovenzinha.” Chaeyoung começou a chorar. “Não adianta chorar, amar a um humano é a pior maldição para nós, pois a morte é inevitável... Isso tudo é inevitável, e sabe? Mina é só a primeira, virão outros depois dela, e você estará a fadada a sofrer com o mesmo destino de novo e de novo.”
Chaeyoung colocou as mãos no rosto e deixou o aposento, chorando como uma criança.
Joohyun respirou fundo e fechou os olhos. Sabia que tinha sido cruel, mas Chaeyoung precisava aprender uma lição, e no final, aquilo era uma dura verdade.
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Na piscina natural, Nayeon usava a água quente para curar os ferimentos pelo corpo de Momo, que estava com a cabeça deitada na coxa da ninfa, que estava sentada.
Após algum tempo, ela acabou despertando.
“É o paraíso aqui?” Ela brincou com a voz fraca e fez Nayeon rir.
“Que bom que não perdeu seu senso de humor.” A ninfa disse.
“Nunca, sou a deusa do sarcasmo e da ironia, posso estar sem meus poderes, mas minha personalidade continua inalterada.” Ela abriu um pequeno sorriso, enquanto Nayeon espalhava água por todo o seu corpo. “Senti sua falta, Nayeon, há muito não me procura, ocupada com outros deuses, é? Dionísio? Apolo?”
“Não, eu só estou aprendendo muitas coisas, você sabe, sou a sucessora de minha mãe, quando ela se for, eu terei que tomar conta de toda a ilha, preciso me preparar.” Nayeon explicou calmamente.
“Sua mãe tem pelos uns dois milênios pela frente, está na flor da idade, deveria ter sobrado um tempo para mim, minha ninfa.” A ninfa sorriu com aquilo, então se curvou e deu um beijo nos lábios de Momo.
“Irei cuidar de você agora, prometo que não deixarei nem Chaeyoung, nem ninguém lhe fazer mal de novo.” Ela lhe garantiu e lhe beijou novamente.
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Yadong, China
Alguns dias se passaram, e o Daiya aportou em uma cidade chinesa após dias em alto mar.
“Nada de ninfas, eu não quero saber desse tipo de criatura envolvida com ninguém do Daiya.” Mina baixava a ordem, enquanto os homens iam desembarcando. Claro que eles resmungaram, mas ela pouco se importava. “Bando de bêbados reclamões.” Ela sussurrou, enquanto Dahyun se aproximava.
“Não quer descer? Precisamos abastecer o estoque de rum.” Ela brincou e tocou no ombro da capitã.
“Acho que vou beber alguma coisa, mas logo voltarei, estou me sentindo muito cansada nos últimos dias.” Mina respondeu.
“Tem dormido bem?”
“Ah, para ser sincera, nos últimos tempos o sono está demorando para chegar, quanto mais perto o casamento daquela garota fica, mais anseio para colocar nossos planos em ação.” A capitã respondeu. “Tenho medo de dar algo errado e a gente acabar morrendo... Se eu morrer tudo bem, mas você e Sana, por exemplo, não tinham nada com isso, não quero que nada de mal aconteça a vocês por minha causa.”
“Mina, estamos nessa juntas.” Dahyun lhe garantiu. “Saiba, que é uma honra para mim estar junto de você, eu estudei um pouco sobre HungChou, e descobri que ele não passa de um tiranozinho, então, saiba que derrubá-lo terá um gosto especial para mim, odeio gente da laia dele.” Mina sorriu.
“Então vem, vamos beber um pouco para esquecer essa história de Hung Chou, pelo menos essa noite.” Mina disse, então Sana saiu da cabine.
“Olha só, as duas saindo e nem me convidando.” Ela disse, se aproximando.
“Estávamos esperando por você, minha princesa.” Dahyun respondeu lhe dando um selinho.
“Ah, sim, eu vou fingir que acredito.” Sana repondeu brincando, e as três garotas desceram do navio.
Elas foram a uma taverna, e lá beberam rum suficiente para se alegrarem, mas não perderem totalmente a noção de tudo, como boa parte dos piratas faziam, e após isso, voltaram ao Daiya.
Na verdade, ficaram um tempinho na praia. Das três, Mina era a que estava menos sóbria, e ainda trazia uma garrafa de rum nas mãos, a qual ela tomava de gole em gole e já estava chegando ao seu final.
Ela acabou se deitando na areia.
Sana e Dahyun estavam há alguns metros, sentadas e trocando beijos e carinhos.
Mina fechou os olhos por alguns segundos, e quando os abriu novamente, viu que alguém se aproximava, uma mulher, e a silhueta fez seu coração até bater acelerado.
“Chaeyoung?” A pirata murmurou, enquanto a outra se aproximava dela, e depois sentou-se em cima de suas pernas.
“Sentiu minha falta, pescadora?” A garota sussurrou, e então tocou no rosto de Mina, se curvou, deitando-se sobre ela e lhe beijou.
Mina a abraçou, e enterrou as mãos naqueles cabelos longos e sedosos, que estavam soltos e caiam sobre o seu rosto.
Após um longo período de beijo na boca, Chaeyoung desceu um pouco e deu uma mordidinha no queixo da pirata, que deixou escapar um gemidinho.
“Oh, Chaeyoung...” Ela arfou.
“Mina... Ei, acorda!” Mina deu um pulo com o chamado de Dahyun.
Mina abriu os olhos e viu que Chaeyoung não estava ali. Sana e Dahyun riam.
“Desculpa te acordar de seu sonho molhado, mas é que a gente ia voltar pro Daiya, e não podia te deixar aqui sozinha.” Sana falou.
“Sonho o quê?” Mina a questionou, se sentando na areia.
“Molhado... Quando a gente sonha com saliências...” Dahyun riu com a explicação da namorada.
“Do que você está falando, Sana?” A capitã questionou, como se tivesse ofendida.
“Você estava gemendo o nome da Chaeyoung aí.” A sua prima respondeu. “Estava até fazendo biquinho, como se estivesse beijando ela.” Sana fechou os olhos e imitou Mina. “Oh, Chaeyoung...”
Mina se levantou.
“Eu não sei por que isso aconteceu, eu mal acabei de cochilar, nem me lembro do que estava sonhando.” Mina mentiu, batendo com as mãos na roupa, para tirar o excesso de areia. “Esse rum é que deve estar estragado.”
“Está bem, né? Se você diz que não estava sonhando com ela, quem sou eu para contrariar a Capitão Myoui, não é mesmo?” Sana debochou e Mina revirou os olhos.
“Vamos para o Daiya que aqui já está ficando muito frio.” Dahyun disse, pegando na mão de Sana, e a guiando de volta para o navio, junto de Mina.
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Jeju, Coreia
Chaeyoung estava em seu quarto, deitada na cama de barriga para baixo e abraçada ao seu travesseiro, chorando.
Há dias estava daquele jeito.
“Ei, você não pode sair de Jeju, mas do quarto você pode.” Sooyoung falou ao entrar no local.
“Achei que estivesse com raiva de mim.” A mais jovem respondeu, secando as lágrimas.
“Estou decepcionada, mas não gosto de te ver sofrendo assim, sabe que tenho coração mole.” Sooyoung sentou-se na cama ao lado de Chaeyoung.
“Eu nunca imaginei que gostar de alguém fosse tão ruim.”
“Não é ruim.”
“É, sim, é horrível.” Chaeyoung voltou a chorar. “Eu fiquei enlouquecida quando soube que Mina brincou com outra, doeu tanto... Eu a queria só para mim.”
“Olha, Chaeyoung, gostar... Se apaixonar é uma coisa muito bonita, esse sentimento de querer bem o outro... E nesse querer bem inclui aceitar a decisão do outro.” Sooyoung passou a mão pelos cabelos da irmã. “Às vezes nós podemos gostar de alguém que não sinta o mesmo por nós.”
“Eu sinto que ela me quer também, ela emana desejo por mim.” Chaeyoung falou. “Mas as coisas que a mãe disse... Ela tem toda a razão.”
“Primeiro: desejo não é paixão, muito menos amor, você sabe disso.” Chaeyoung enterrou a cabeça no travesseiro. “Segundo: a mãe está certa, mas é algo que infelizmente não podemos mudar, o que te deixa diante de duas situações: ou você vive um amor intensamente, mesmo que por pouco tempo, ou foge de seus sentimentos para evitar um futuro sofrimento.”
Chaeyoung olhou para a irmã, após ouvir aquelas palavras duras, mas verdadeiras.
“Eu não quero passar por isso... Eu... Eu não sei, Sooyoung... Eu nunca esperei me sentir assim por um humano... Mas ela é tão diferente de todos aqueles outros.”
“Você não precisa dizer decidir nada agora, Chaeyoung.” Sooyoung lhe disse, acariciando seus cabelos, e então começou a usar seus poderes de ninfa para manipular a emoção de sua irmã caçula, e fazê-la se sentir melhor.
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Jiatsu, China
Faziam quase três semanas desde que Tzuyu e Yifan haviam transado, e desde então o rapaz não havia mais dado sinal de vida, e a jovem estava achando melhor assim.
Seu casamento com Namjoon já batia na porta, em menos de dois meses ela se tornaria a nova senhora Kim, mas ela não sabia se isso iria mesmo acontecer, já que ela havia sido desonrada.
Quando soubessem disso, com certeza um escândalo enorme iria acontecer, e ela, nem sabia qual o seria o seu destino: rejeitada pelo noivo e seu pai provavelmente a rejeitaria também.
Mas o que era para ser só mais uma tarde entediante como todas as outras, mudou totalmente quando Tzuyu entrou em seu quarto e viu uma peônia com um bilhete em sua janela.
Ela sentiu o coração acelerar, mas ao mesmo tempo, raiva.
A primeira coisa que ela pensou em fazer, foi jogar aquilo fora, mas a curiosidade falou mais alto, e ela resolveu ler aquele pedaço de papel.
“Tzuyu
Meu amor, eu estou de volta. Podemos nos ver amanhã? Te esperarei no mesmo lugar de sempre.
Senti muito a sua falta, e pensei em você todos os dias.
Te amo
Yifan”
“Canalha...” Ela murmurou chorando, e então rasgou aquele bilhete em vários pedaços, com muita raiva. “Nem saiu da cidade, mentiroso descarado!”
Ela então se deitou em sua cama, e começou a chorar.
Ainda era difícil para ela acreditar que Yifan, que havia se mostrado um rapaz tão gentil e amável não passava de um calhorda da pior espécie, um mentiroso, um conquistadorzinho barato... Mas ela devia ter desconfiado, ele era perfeito demais, não? Não existe ninguém assim no mundo.
Naquela noite, ela mal conseguiu dormir, queria nunca mais olhar para aquela cara falsa de Yifan, mas ao mesmo tempo, também queria desafiá-lo para saber o porquê dele ter agido daquela maneira com ela.
Ela havia confiado nele, havia acreditado em todas as suas palavras a ponto de se entregar completamente sem medir nenhuma consequência e agora estava totalmente desamparada, correndo o risco de perder tudo o que tinha.
Após muito rolar na cama, ela conseguiu adormecer por algumas poucas horas, e assim que acordou, ficou extremamente inquieta, e não resistiu: ficou espionando e viu Yifan lhe esperando. E ele ficou esperando por ela por um longo tempo.
Tzuyu ficou extremamente emocionada ao vê-lo. Chegou até a sentir uma dor física em seu peito.
Após um longo período, ele desistiu e foi embora. Tzuyu acabou seguindo-o, a uma distância segura, queria ver o que ele era, onde vivia, porque ela tinha certeza que aquela história de corsário de Xangai era uma grande mentira. Talvez seu nome nem fosse Yifan Wu como ele havia lhe dito.
Ela notou que ele rumava a praia, e assim que chegou próximo ao mar, ela decidiu abordá-lo.
“Yifan!” Ela gritou, fazendo-o parar na hora e virar-se para lhe olhar. Ele sorria, mas ao ver a expressão no rosto da jovem, o sorriso prontamente desapareceu.
“Tzuyu? Aconteceu algo? Por que está assim tão entristecida?” Ele se aproximou, e tentou lhe abraçar, mas ela usou as duas mãos para mantê-lo afastado. “O que houve?”
“Mentiroso!” Ela falou com firmeza e seriedade, fazendo esforço para não chorar. “Eu sei que mentiu para mim, sei que é amigo daqueles homens que me atacaram no dia que nos conhecemos!” O rapaz arregalou os olhos. “Eu vi você ao lado de um deles no mercado, um dia após termos... O que você ainda quer de mim? Já não teve o que queria? Não está feliz em destruir a minha vida?”
“Tzuyu, eu... Me perdoe...” Ele disse, parecendo entristecido. “Eu não quero destruir a sua vida, juro pela alma de minha mãe...”
“Você é um mentiroso! Mentiroso, falso...” Ela começou a chorar. “Achou engraçado mandar seus amigos me assustarem? Se divertiu com aquilo? Riu bastante depois com eles dessa menina boba que você conseguiu enganar com tanta facilidade?”
“Tzuyu, eu gosto de você, de verdade, eu sei que eu não sou a melhor pessoa do mundo, mas eu gosto de você, acredite em mim, você se tornou importante...” Ele então, surpreendeu a jovem, lhe segurando e lhe dando um beijo que parecia apaixonado.
Tzuyu, por alguns instantes, acabou esquecendo de sua mágoa, e correspondeu ao gesto.
Mas o que ela não imaginava era que seu pai estava ali, há vários metros de distância, observando incrédulo àquela cena.
“Você é um mentiroso...” Tzuyu vociferou, afastando-se bruscamente dele. “Me esqueça, eu não quero mais te ver!”
“Tzuyu, não! Não vá embora assim!” Yifan insistiu, mas a garota estava machucada demais para acreditar em tudo aquilo. Não havia motivos para ela voltar a confiar nele.
“Adeus!” Ela falou, enxugou as lágrimas, e foi embora.
Yifan colocou as mãos na cintura e suspirou fundo.
“Seu idiota!” Ele xingou a si mesmo.
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Tzuyu voltou para a casa, e ficou junto de sua mãe na cozinha, enquanto Lien preparava um chá de bambu, que era o favorito de Hung.
Elas ouviram a porta da sala se abrindo, e até se assustaram com o barulho tamanha a violência, então Hung apareceu ali na cozinha, estava com uma expressão de extremo ódio, e olhou diretamente para a filha.
“Você! Sua rameira!” Ele avançou contra a garota, e lhe acertou com um forte tapa no rosto, fazendo-a cair no chão, de tanta força que colocou em seu braço.
“Hung, o que é isso!” Lien se desesperou, e se aproximou do marido, que lhe deu um empurrão.
“Fique fora disso!” Ele gritou para a mulher.
Tzuyu colocou a mão no rosto, chorando e assustada, mas então seu pai lhe pegou pelo braço e começou a lhe arrestar até o seu quarto. Lien os seguia, desesperada.
“Pai, me solta, por favor!” Ela implorou, mas ele a jogou dentro de seu quarto, e entrou lá, empurrando sua esposa para fora, e em seguida trancando a porta.
Tzuyu a olhou com medo, ainda sentada no chão.
“Eu vou te ensinar uma lição, sua garota insolente!” Ele falou com raiva, e tirou o cinto, em seguida avançou contra a garota, lhe acertando várias cintadas, extremamente violentas. “Você vai aprender a não ser uma vadia mentirosa!”
Tzuyu se encolheu e gritava a cada golpe que acertava seu corpo. Suas pernas, braços, costas e até o rosto estavam sendo atingidos por um impiedoso Hung.
Do lado de fora, Lien socava a porta, chorando desesperada, ouvindo os gritos e choro de Tzuyu e as cintadas cada vez mais fortes desferidas pelo marido.
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