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História Divisão de Barracas - Capítulo Único


Escrita por: leefelix

Notas do Autor


Essa fic é dedicada a @rilakkumadachae <3 Que fez aniversário e eu resolvi te presentear com uma fic, Unnie. Porque passou mais um aniversário que eu não vou poder te ver pessoalmente, infelizmente. Mas eu espero do fundo do meu coração que você goste.

E caso outra pessoa esteja lendo, também espero que goste. Boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo Único


   Desci do ônibus verde escolar meio animada, afinal, eu finalmente poderia acampar! 

 
 
   Era a primeira excursão que eu iria participar da minha escola. Afinal, todas as outras foram extremamente caras, e essa pelo menos eu consegui pagar a tempo. Mesmo que agora eu esteja sem um rim. Na verdade, eu tive que pedir o meu salário adiantado do McDonald’s. E por mais que talvez eu não leve lanche para a escola no próximo mês, eu estava feliz. 
 

 
   Como vocês podem ter percebido, eu, Taeyeon, sou bolsista em uma das escolas mais disputadas da cidade, mas por incrível que pareça, a maioria das meninas não são patricinhas líderes de torcida e os meninos também não são badboys populares. Na verdade, eu só lembrava que eles eram ricos quando ia na casa de alguém e essa pessoa não tinha nenhum copo de requeijão. 

 

   A professora pediu silêncio e avisou que como só havia cinco barracas, todas nós teríamos uma  
dupla, e isso incluía ela mesma. Levantei o braço direito. Depois de receber um aceno da senhora Moon, eu comecei a falar. 

 

 
   – Nossa professora, nós iremos ter que que dividir mesmo a barraca? – ela assentiu. – Pelo preço que eu paguei ela deveria vir com suíte. 
 

 
    As meninas riram, mas a professora me olhou como se fosse esfregar a minha cara no asfalto. Ou no mato, whatever. 

 
 
   – As minhas contas não se pagam sozinhas. – ela deu de ombros. – Mas vamos ao que importa que é a divisão de barracas. 

 
 
   Eu já fui dando um sorrisinho característico para a minha melhor amiga também bolsista Sooyoung, daqueles típicos que se faz quando dizem "o trabalho é em dupla". Mas quando olhei para o lado percebi que a safada estava dando o mesmo sorriso para a sua namorada, Jessica. 
 

 
   Eu nem entendi um pouco direito. 

 
 
    – Por sorte vocês poderão escolher sua companheira. – a senhora Moon completou. 

 
 
   Sunny logo escolheu a professora, e o motivo estava óbvio. Afinal, ela aparentava estar morrendo de medo, e a professora seria a pessoa com mais capacidade de protegê-la. Yoona se juntou à Yuri, a falsiane máster com a Jessica, e então sobraram Hyoyeon, Seohyun, a minha senpai Tiffany e eu. 
 

 
   Não que eu fosse religiosa ou algo do tipo, mas já estava rezando uma ave maria para ver se Deus facilitava e me juntava logo com essa mulher. 
 

 
   Ela me escolheu depois de alguns segundos e eu já estava quase me ajoelhando ali mesmo para agradecer ao senhor. 
 

 
   A vegana se aproximou de mim sorrindo, e usava a roupa mais hippie possível. Um vestido longo bege, faixa na cabeça da mesma cor, vários colares e pulseiras, e um óculos de sol preto redondo. 
 

 
   Talvez você pense "mas quem que acampa com essa roupa?" e eu te respondo, ninguém. Ao menos Tiffany Hwang. Ela realmente sabia como surpreender alguém. 
 

 
   Pode parecer estranho, mas, apesar dela ser bem rica, ela não paga mensalidade. Ela realmente acha errado estar lá pelo dinheiro, e não pelas notas, então negociou com o diretor sobre isso ano passado. 
 

 
   Desviei meus pensamentos para a menina que carregava alguns pedaços de madeiras que já haviam sido separados para a fogueira. 
 

 
    – O que está fazendo, Yuri? – eu me aproximei da mesma, ficando agachada. 

 
 
   – Ah, sei lá, acho que vou construir uma varanda. – ela respondeu enquanto continuava encarando a madeira escura. 
 

 
--- 
 
 

   Se você acha que a Yuri era louca de querer construir uma varanda no meio do nada, é porque você claramente não conhece Tiffany. Ela me disse que na verdade não queria dormir em barraca nenhuma, e que quando todo mundo dormisse, ela sairia e ficaria ao ar livre mesmo (afinal, nossa professora nunca admitiria algo assim). 

 

   Não vou mentir, fiquei meio chateada. Aquelas noites seriam uma das minhas únicas oportunidades de falar com ela, e o acampamento seria o assunto perfeito. 

 
   – Taeyeon! Venha jantar! – a senhora Moon gritava lá de fora e eu finalmente saí da minha barraca verde.  
 

 
   Haviam exatos dez "banquinhos" que na verdade eram pedaços de troncos. Eles estavam espalhados em volta de uma grande fogueira. Todos nós nos sentamos, e eu logo senti a falta de Seohyun e Tiffany quando notei dois troncos vagos. 

 
 
   Eu quase não acreditei quando vi as duas saindo da barraca de Seohyun, e até mesmo senti uma pontada de ciúmes por um tempo, mas logo deixei isso de lado quando vi como Tiffany estava. Ela usava uma saia jeans um pouco acima do joelho, botas e uma blusa branca. O cabelo que sempre ficava solto e com uma faixa colorida acima do mesmo hoje a diferente; com um rabo de cavalo e algumas presilhas fofas em sua franja. E por incrível que pareça, maquiada. 

 

   Eu cheguei a me sentir um cocô por estar tênis, jeans, um moletom rosa e uma cara extremamente amassada, como se tivesse acabado de acordar. 

 

   – Eu realmente espero que essa maquiagem não foi testada em animal nenhum, Seo. – se dirigiu a maknae do grupo. 

 

   – Aish, eu já disse que não, Unnie! – a maknae fez bico. 

 

    – Por que estão vestidas desse jeito? – nossa professora falou, e só agora percebi que Seohyun usava um vestido justo e saltos altos. 

    

   – Deveria ter perguntado o porque da Fany estar assim, né tia. Comigo a senhora já está acostumada. – ignorei o fato do meu coração se apertar ao ouvir ela chamar minha crush pelo apelido e continuei prestando atenção na conversa alheia. – Por incrível que pareça, ela simplesmente quis se arrumar por vontade própria. 

 

   Continuamos em silêncio por um bom tempo, mas um silêncio confortante, enquanto os únicos sons que ouvíamos era de nossas bocas mastigando as salsichas (ou os biscoitos veganos, no caso da Tiffany), os sapos coaxando e os grilos cricrilando. 

 

   – E então, Yuri, como anda a sua varanda? – cortei o silêncio e o restante das meninas, menos Yoona pareciam não entender. 

 

   – Aaaaah, eu desisti. – ela respondeu. – Mas tudo bem, talvez eu tente outra coisa amanhã. 

 

   – Amiga, assim não tem como te defender! – Yoona a encarou perplexa.  

 

   – Alguém aqui quer sobremesa? – Hyoyeon disse, nos deixando esperançosas. 

 

   – O que você tem? – Sooyoung perguntou, com os olhinhos brilhando por chegar a pensar em comida. 

 

   – Olha, tem uma cobra Coral que tá com uma cara boa...  

 

   – É O QUE???? – Tiffany se levantou. – Bata na sua cara antes que eu bata. 

 

   Vai dar merda. 

 

   – Doa a quem doer. E quem não gostar do que eu falo, me dá um tiro na cara. – Hyoyeon a provocou. 

 

   Tiffany ameaçou ir para cima dela, mas Seohyun foi mais rápida e a segurou. A professora levantou indignada também, e mandou todas nós de volta para nossas barracas. E logo Tiffany também entrou na barraca, atrás de mim. 

 

   – Você estava tão quieta hoje... O que aconteceu? – ela me perguntou, depois de alguns minutos de silêncio. 

 

   As suas pernas. Elas aconteceram. 

 

   – Minha boca estava ocupada demais comendo as salsichas. – o que não deixava de ser verdade. 

 

   Tiffany abriu a boca, como se fosse falar algo, mas um trovão a interrompeu. 

    

   – Nossa senhora protetora do brioco! – Sunny gritou de sua barraca, com medo da tempestade que provavelmente viria a seguir. 

 

   E em menos de dois segundos começou a chover, com aquele barulho que estranhamente me acalmava, o cheiro de terra molhada que inundou as nossas narinas, e a brisa gelada que envolveu nossos corpos em um piscar de olhos. 

 

   Pela primeira vez, o silêncio que pairava entre Tiffany e eu não era nem um pouco incômodo. Nós encarávamos uma a outra com um sorriso de lado, e logo ela pediu para eu fechar os olhos, pois ia se trocar na minha frente. 

 

   – Me parece que alguém não irá dormir fora hoje. – eu disse, depois de ter aberto meus olhos. 

 

  – É... Mas amanhã acho que irei. –sorriu amarelo. 

 

   – A minha companhia é tão ruim assim? – fiz biquinho. 

 

   – Não. Pelo contrário. – fez um sorriso malicioso. 

 

   – Aham, senta lá Cláudia. – revirei os olhos. 

 

   Ela deitou do meu lado e nós ficamos nos encarando por algum tempo. Um relâmpago clareou toda nossa barraca, e pelo susto nós demos uma cabeçada. Gemi baixinho de dor, e fechei meus olhos automaticamente. Ao abri-los me deparei com seus olhos castanhos me encarando profundamente. E em questão de segundos, seus lábios se tocaram com os meus, e por incrível que pareça, por conta de sua iniciativa. 

 

   Foi um beijo totalmente doce. Não pelo sentido literal, afinal, eu tinha acabado de comer salsicha e ela uns biscoitos estranhos. Mas era algo tão puro e sem malícia alguma que era difícil de explicar. O ritmo começou de forma lenta e continuou assim por muito tempo, até a falta de ar nos incomodar o bastante até fazer nossas bocas se separarem. 

 

   – B-Boa noite! – ela respondeu com uma vergonha escancarada em seu rosto, e se virou e costas para mim, ficando o mais longe possível. 

 

   Fechei os olhos lentamente, torcendo para que o barulho característico da chuva acalmasse a mim e ao meu coração que batia descontrolado no peito. 

 

--- 

 

   Olha, você pode chamar Jessica Jung de Jesus. Afinal, ela realizou um baita milagre me acordando cedo sem nem precisar jogar um balde de água fria em cima de mim. Na verdade, ela precisou de muito menos para me despertar. 

 

   “Tiffany está gripada.” Ela disse em um fio de voz, mas meu cérebro reagiu como se ela tivesse gritado que ela estava na UTI. Comecei a perguntar onde ela estava repetidas vezes, mas Jessica só reclamou do meu mau hálito matinal e me mandou pentear o cabelo. 

 

   Depois de obedecer a Jung e mascar um chiclete de menta, ela me levou até a barraca da senhora Moon e lá estava Tiffany, tremendo de frio mesmo que estivesse enrolada em um cobertor. 

 

   – O que aconteceu com você? – me ajoelhei para ficar do seu tamanho, e recebi apenas um espirro como resposta. – Como chegou a esse ponto? 

 

   –  É o que eu gostaria de saber também, Tae. Só sei que quando acordei ela estava totalmente ensopada, do lado de fora da barraca. – nossa professora esclareceu e eu senti uma pontada no coração. 

 

   Então foi isso. O beijo, provavelmente foi um ato total de impulso, e isso explica o porquê dela ter se envergonhado tanto e se afastou daquele jeito de mim. 

 

   Saí da barraca ignorando os chamados de Tiffany, e limpando uma lágrima com as costas da minha mão. 

 

--- 

 

   Os meus planos de ficar enfurnada na minha barraca foram por água abaixo quando a professora disse que tínhamos que dar uma volta na floresta. Não que ela fosse nos obrigar a ir explorar com ela, mas aquilo valia nota, e eu estava ali pela nota. Ficar com elas vermelhas não era uma opção. 

 

    A pior parte era que Tiffany também depende das notas. E eu sabia que ela não era louca o suficiente para não comparecer só porque me beijou. 

 

   A minha raiva dela era tanta que eu torcia constantemente para que a sua gripe piorasse. Mas logo depois me arrependia, porque sou trouxa demais para desejar o mal à minha Senpai. Porque mesmo depois de tudo ela continua sendo minha Senpai. 

 

       – É sério que vamos ter que fazer cosplay de Dora Aventureira? – Yoona perguntou pela milésima vez. 

 

    A professora suspirou e avisou que esperaria mais alguns minutos até nos arrumarmos. Chegou a ser incrível como todo mundo estava muito parecido. Com tênis, rabo de cavalo, roupas confortáveis e uma mochila nas costas. A não ser pela diferentona da Seohyun, que como sempre usava roupas de festas. 

 

   – Nossa! O seu cabelo tá muito lindo, Saeng. – Yuri elogiou. 

 

   –É que eu passei chapinha. – Seohyun esclareceu. Eu até perguntaria como caralhos ela tinha passado chapinha em um lugar sem eletricidade, mas resolvi deixar para lá. 

    

   A professora nos chamou de volta e nós a seguimos até uma trilha que nós não tínhamos passado ainda. Todas estavam bem felizes e animadas, conversando pelo caminho inteiro, enquanto a minha mente só focava em responder alguma pergunta caso a professora fizesse. 

 

   Talvez se fosse um dia comum, eu riria da Sunny que tinha passado um quilo de repelente e protetor solar (mesmo que o dia esteja nublado). Riria de Hyoyeon que tentava nos assustar a cada momento (mesmo que algumas vezes conseguisse isso), ficaria incomodada por estar de vela de Jessica e Sooyoung, e riria também das besteiras que Yoona e Yuri falavam. 

 

   Mas a única coisa que eu queria fazer era chorar.  

 

   Depois de quase uma hora de uma longa caminhada e algumas pausas para a explicação de algumas espécies, a professora falou que poderíamos voltar para as nossas barracas e descansarmos. E eu juro que eu teria corrido o mais rápido que pudesse se as minhas pernas não tivessem latejando. 

 

   Deitei finalmente sob o colchonete que nunca apareceu tão atraente como hoje. Fechei os olhos instantaneamente e tentei controlar minha respiração que estava desregular. 

 

   – Precisamos conversar. – Tiffany disse rapidamente, e eu admito que me assustei, pois não havia notado sua presença ali. 

 

   – Não precisamos, não. – tentei ser o mais firme possível, e continuei de olhos fechados, fingindo que não me importava. 

 

    – O-ok! E-eu vou comer alguma coisa, então... – ela disse em um fio de voz e eu juro que meu coração se apertou. 

 

   Tudo estava tão confuso naquele momento que parecia que a minha cabeça ia explodir. Se eu soubesse que tudo isso aconteceria no acampamento, teria optado por ficar em casa como sempre fico. Eu simplesmente não sabia o que fazer. Eu deveria ir atrás dela? Ou ficar aqui, e continuar fingindo que eu não ligo? 

 

   Relutei por alguns segundos mas levantei do colchonete e fui atrás dela. Assim que saí da barraca pude ouvir alguns gritos de ajuda que pareciam vir de Sooyoung. Acelerei os passos e pude ver Tiffany em seu colo, bastante desnorteada pelo que aparentava. 

 

   – Meu deus, o que aconteceu? – eu disse com o tom de voz alterado. 

 

   – Ela comeu um cogumelo que tem o efeito de deixar as pessoas desnorteadas. – ela deu uma pausa. – Você poderia... Segurá-la? Eu preciso de ajuda, vou chamar pelas meninas.  

 

   Peguei pelo seu corpo e olhei fundo em seus olhos, enquanto observava Sooyoung se afastar. 

 

   – Por que você fez isso? Foi porque eu fui grossa, né? Assim como no dia da tempes- 

 

   – Eu juro que se tivesse força o suficiente eu dava na sua cara, Taeyeon. – me interrompeu. 

 

   – E eu juro que vou aproveitar que você está vulnerável no momento e te jogar para os leões. – ameacei. 

 

   – No máximo o que vai achar vai ser uns guaxinins. – deu de ombros. – Mas o ponto não é esse. 

 

   – E qual é? Que você prefere pegar uma gripe e arder em febre do que dormir ao meu lado? – disse ríspida mais uma vez. – Que se arrependeu? Que me beijou por impulso? 

 

     – EU NÃO ME ARREPENDI, PORRA! – não sabia se ficava mais surpresa por ela ter gritado, falado palavrão, ou admitido que não foi por impulso. – Eu venho sonhando com aquilo por meses. 

 

   – V-você gostava de mim??? – eu perguntei para ter certeza, né. Vai que tem umas câmeras escondidas aqui e ela vai dizer “pegadinha do malandro”. 

 

   – Sim. – ela parecia ter recuperado a calma. – Eu só saí para fora porque a tempestade tinha parado. Mas depois que eu dormi ela voltou pior ainda. 

 

   – Tá. Tudo bem. Mas e sobre o cogumelo? Você quis dar uma de Mário Bross ou só tem tendências suicidas, mesmo? – arqueei a sobrancelha. 

 

   –  Não. Eu só estava com fome. – eu ri. – Talvez essa seja a hora que você me beija. 

 

    Eu até iria lhe responder um “me obrigue” mas apenas o fiz. O beijo novamente era lento, e eu não sabia se era por causa do cogumelo ou se ela realmente gostava desse ritmo. Espera. Tem algum problema de eu beijá-la mesmo com ela tendo comido o cogumelo? 

 

   Senti um gosto extremamente amargo na minha boca e, antes que eu pensasse em mais alguma coisa, senti uma tontura forte e caí de bunda no chão, com a vegana ainda no meu colo.  E para piorar, desmaiei. 

 

--- 

 

  Senti uma dor de cabeça muito forte, e logo depois eu abri os olhos meio desnorteada, observando geral me olhando. 

 

   – Eu espero receber um aumento depois dessa, sério. – a senhora Moon disse, colocando a mão sobre minha testa que estava quente. 

 

   – Espera, o que aconteceu? – eu estava confusa. 

 

   – Ao beijar Tiffany, o efeito passou para você, né. – Sooyoung disse. 

 

   – Mas como que com ela que comeu não aconteceu nada?  

 

   – Aparentemente o seu organismo é mais fraco. – Jessica completou. 

 

   – E eu estava dormindo desde ontem? – me assustei. 

 

    – Sim. Mas se for pra ficar meio sonsiane que nem tá agora o efeito não passou, né? – a filha da dama noite da Hyoyeon disse. 

 

    – Mas ela é assim naturalmente. – Yoona ficou do seu lado. 

 

    – Se for para ser maltratada assim, já enfia o cogumelo na minha garganta logo que é mais rápido. – dramatizei mesmo. 

 

   Depois de alguns minutos rindo e me ofendendo algumas vezes (bipolaridade disse oi), a minha dor de cabeça foi sumindo aos poucos. 

 

    – Desculpe pelo incômodo, professora. – eu disse, meio envergonhada. 

 

    – Um dia eu ainda me demito e viro babá.– ela disse em tom de brincadeira. 

 

--- 

 

   Depois de algumas horas de descanso eu fui obrigada a sair de novo da barraca. Não que a professora quisesse dar uma de Dora Aventureira de novo, mas as meninas falaram que iriam para um lago que eu ainda não tinha ido. Mas eu não queria ir. A mão de voltar para casa chega até a tremer. Os últimos dias foram bem agitados, e tudo que eu mais queria no momento era ficar dormindo o dia todo. E mesmo que hoje seja o nosso último dia aqui, sair agora da barraca me parecia pior do que espirro em dia de menstruação. 

 

   Depois de alguns puxões de orelha das minhas amigas falando que eu deveria ir e blá blá blá eu fui, deixando apenas a professora em sua barraca descansando. Após andar por alguns minutos nós fomos parar no tal lago. E eu me surpreendi quando vi tal paisagem. O lago era muito limpo, chegando a ser quase cristalino. Era rodeado de árvores altas e finas, e por mais que eu não seja uma pessoa tão natureba quanto a vegana que estava do meu lado, mas era algo lindo, indiscutivelmente. 

 

   Tiffany entrelaçou nossas mãos e nós fomos para o lado do lago, que tinha pisca-pisca pendurados nas árvores. Eu sei, não faz sentido, mas eu parei de questionar as coisas a partir do momento que Seohyun afirmou passar chapinha. E se você aguentou o fato de que Tiffany gosta de mim, você aguenta esse que por sinal, é algo muito mais provável. E aquilo com certeza era coisa da Yuri, porque eu podia ver a satisfação que ela olhava aquilo. 

 

   Jessica se sentou com as pernas entreabertas e colocou um violão entre elas. Todas nós nos sentamos a sua frente e ouvimos quando ela começou a cantarolar. 

 

 Neomu neomu 

Meotjyeo nooni nooni booshuh 

Soomeul moht shigettsuh ddeuleeneun gul 

 

   Eu só conseguia prestar atenção em Tiffany e em seus olhos que me encaravam com uma dedicação incrível. E eu juro que eu estava quase estava beijando-a, quando Jessica nos interrompeu. 

 

   – Tae, você sabia que Tiffany que pediu para eu cantar essa música? – neguei. – É porque ela queria te pedir em namoro, mas como não tinha coragem, eu tive que agilizar. 

 

   Eu admito que ri muito. Eu poderia ter achado extremamente broxante o fato dela não ter coragem o suficiente para me pedir em namoro, mas a sua timidez estava lá, e aquilo com certeza não era algo que eu me envergonhava. 

 

   Na verdade, nada em Tiffany me envergonhava. Nem mesmo a forma que ela defende a causa animal e acaba se metendo em confusões por isso, ou a sua facilidade em se machucar. Afinal, tudo aquilo fazia parte dela, e tudo que fazia parte dela eu amava. 

 

   – Pode avisar a ela que aceito. – respondi Jessica e tomei novamente a vegana em meus braços. 

 

   Talvez ficar sem lanche no mês que vem compense.


Notas Finais


Altas referencias a Inês
E aí? Gostaram? Críticas construtivas serão sempre bem-vindas!


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