História Do crime... Para o amor. - Lissana aprontando de novo...

Lissana:

-Achei! Finalmente... (Falava consigo mesma) De hoje não passa. Tenho que fazer isso logo.

Lissana estava sozinha em seu apartamento. Ela desligou o note book e ligou o tablet. Pegando o endereço e acionando no GPS. Ela pegou a bolsa. A chave de casa e do carro. Ela entrou no estacionamento, bipou duas vezes o alarme, afim de destravar. Abriu a porta, jogou a bolsa no banco do lado, colocou um óculos escuro e ligou o carro. Saiu da garagem seguindo o tablet que ela colocou no suporte perto do vidro. Ela teria que dirigir por três horas... Mas ela não estava nem aí. Queria acabar de vez com aquilo. Ela tinha comprado sangue falso e tudo. Para quando chegasse em casa... Fingisse que tivesse perdido o bebê naturalmente. Não numa clínica de aborto. Por mais que ela tivesse determinada a fazer isso... Ela estava com medo também. Ela tinha tomado dias antes chás que consideravam abortivos. Mas nada resolveu, além dela só sentir dor. Muita dor. Faltava ainda 1 hora para chegar no local e alguém a ligou. Ela atendeu pelo rádio do carro. Estava nervosa, mas não podia demonstrar.

-Alô?

Bickslow:

-Oi Liss. Posso falar contigo agora?

Lissana:

-Oi Bicks. Sim, fala.

Bickslow:

-Tu está dirigindo?

Lissana:

-Ah sim... Uma... Uma empresa me ligou hoje. Tô indo para uma entrevista.

GPS:

-Vire a direita. Faltam 50 minutos para chegar no seu destino.

Bickslow:

-50 minutos? Onde é essa empresa Liss?

Lissana:

-Poxa. Quantas perguntas Bicks. (Ficando mega nervosa) Diz por que me ligou?

Bickslow:

-Ok. Eu estava aqui no intervalo. E comecei a andar pelo redor aqui e acabei achando uma loja de roupas de bebês. (Lissana paralisou a fala... e continuou escutando) Tava escolhendo a primeira roupinha do nosso filho. Tipo, tem que ser neutro né... Pois ainda não sabemos o sexo. Mas eu comprei um tiptop verde clarinho. Tem uns desenhos. Acho que tu vai gostar. (Lissana queria chorar muito no momento) Como aqui não é muito caro, pensei que mais tarde podia passar aí e te pegar pra comprarmos mais umas coisinhas... Que tu acha? (Lissana não conseguiu segurar e chorou) Tu está chorando Liss?

Lissana:

-Não... (Mentiu ... mas a voz chorosa não enganou)

Bickslow:

-Desculpa Liss. Tu está sensível, eu aqui dele falar contigo enquanto tu dirige. Daqui a pouco se tu se acidentar, vou me sentir culpado. Vou desligar, vê se melhora. Qualquer coisa liga para mim. Boa sorte na entrevista.

Lissana:

-Tá... Tchau... (Bickslow desligou e Lissana desabou chorando e dirigindo... Mal enxergava a estrada) Droga! Por que tu decidiu comprar justo hoje?! ...agora eu estou em dúvida quanto tirar esse feto...

Mesmo com dúvida, culpa e nervosismo a consumindo, ela dirigiu até a clínica e entrou nela. Ela viu que era algo bem simples... ou melhor... Velho. Tinha infiltração nas paredes e no teto. Era muito escuro devido as poucas luzes e algumas queimadas. Ela olhou para frente e a recepção tinha um homem... barba mal feita e cabelos meio grisalhos. Uma roupa toda branca. Porém manchada de sujeira e meio amarelada. Ele usava uma máscara básica e óculos com uma das lentes meio trincadas no canto. Esse homem conversava com a recepcionista, que usava apenas um top minúsculo e uma legging. Numa das mãos uma caneta que não parava de bater na bancada e na outra um cigarro. Nos olhos uma sombra escura e nos lábios um batom vermelho. Ela começou a andar... olhou para um corredor a sua direita e tinham várias mulheres chorando... No outro... mulheres em macas. Parecia que não tinham leitos vagos ali. Ela chegou na tal recepcionista e o médico a olhou... Ele parecia cansado da vida. E a mulher pouco se importava com a sua vida e das outras pessoas. Ela exalava um cheiro forte de cigarro, álcool e perfume antigo. Aquele lugar fedia a sangue velho e podre. E os ventiladores... só espalhavam mais o cheiro... Quando Lissana ia começar a falar... O médico virou pra recepcionista e disse:

-Enfim... Só vou aceitar mais três mulheres hoje. Estou cansado e vou sair mais cedo.

Recepcionista:

-Eu vou mandar alguém para tirar o corpo da menina de 15 anos que tu acabou de matar. E levo depois o bebê para adoção. (Lissana arregalou os olhos e viu o sangue nas mãos, sem luvas, do médico e notou na roupa também.)

Médico:

-Eu não matei ninguém. Ela que quis tirar um feto de 7 meses... (Lissana pensou que Lucy ganhou com 6 e ambos estavam vivos.) Óbvio que ela não sobreviveria. Ela perdeu bastante sangue... E sobre o bebê... acho que ele não vai sobreviver. Ele estava com dificuldades para respirar. E como tu bem sabe... não temos nenhum aparelho sofisticado aqui. Se ele durar uma semana será muito... Mas vamos ver no que vai dar.

Recepcionista:

-Que seja... Então queridinha... Vai falar alguma coisa, ou só vai ficar parada ouvindo a conversa dos outros?

Foi então que Lissana "acordou". Ela saiu correndo... Ouviu a recepcionista rir e o médico bufar. Ela entrou no carro tremendo de medo. De tudo... Ela achou que a clínica estava mais para um cenário de abatedouro/açougue. Ela ficou tão assustada... Não sabia que fazer... que pensar... só tinha decidido uma coisa. Ela não tiraria mais o filho. Ela estava extremamente arrependida de um dia ter pensado em fazer aquilo e também... te ter tentando ao meio de chás. Ela acariciava a barriga implorando perdão. Que ela amava seu filho e não queria perdê-lo por nada no mundo. Que ela tinha sido ingrata... mesquinha... idiota, entre outras coisas. Ela estava em pânico... e decidiu fazer a coisa mais correta... Na vez de dirigir naquele estado. E mentir o resto da vida pra todo mundo... Ela ligou com dificuldades para o seu namorado, que já estava trabalhando... Mas parou um minuto para atender, pois viu no visor do celular o nome Lissana.

-Liss... estou trabalhando. Aconteceu alguma coisa?

Lissana:

-Bicks... Me perdoa! Me perdoa!! (Chorava muito)

Bickslow:

-Que foi Liss??? Que tu fez???

Lissana:

-Por favor... Me busca aqui... Eu... eu... estou com muito medo!

Bickslow:

-Calma meu amor. Calma. Que está acontecendo? Fizeram alguma coisa contra ti nessa tal empresa?! Sério se fizeram. Me conta que eu quebro essa pessoa!

Lissana:

-Não é isso... É muito pior... Por favor Bicks!! Vem me buscar... eu... eu... eu... eu preciso... de ti!

Bickslow:

-Calma Liss! Tu não pode se estressar assim... Eu estou indo. Me manda o endereço. Eu vou atrás de ti.

Lissana:

-Tá... Tá... É... é... Eu... eu ... eu vou te enviar... por ... por... mensagem...

Bickslow:

-Tudo bem. Eu vou pedir licença aqui e já estou indo. Tenta ficar calma. Por favor.

Lissana:

-O...o...ok...

Bickslow:

-Te amo.

Lissana:

-Também... (Ele desligou e ela jogou a cabeça nos braços cruzados sobre o volante. Continuava a chorar muito) Vem logo..... Por favor...

Enquanto isso... Na Fairy Tail, Bickslow explicava o que tinha acontecido para o Gildarts. Que era o diretor. Gildarts pediu para Cana cuidar de tudo, que ele iria junto de Bickslow. (Ps.: Para quem não lembra... Bickslow é professor na Fairy Tail.) Ambos estavam preocupados. E foram em um carro só, no caso de Gildarts. Assim que chegassem lá, Bicks voltaria com Lissana, no carro dela. E Gil no dele... Eles estavam no carro quando Gildarts ligou o GPS e inseriu o endereço. Quando deu o resultado, ambos se olharam assustados... e Bickslow, não sabia se ficava mais preocupado ou com muita raiva. Nesse mix de sentimentos, Gildarts acelerava muito pela ruas e depois pela estrada. Eles queriam chegar logo, para impedir do que o pior acontecesse... Já que não sabiam ao certo até que ponto ela tinha ido ou desistido. Na vez de 3 horas... Eles chegaram em 1 hora e 30 minutos. Reduziram a viagem pela metade. Eles estavam entrando no estacionamento... E viram o carro de Lissana. Gildarts estacionou logo e Bickslow saiu correndo. Ele abriu a porta e viu a albina desmaiada. Ele pegou ela no colo correndo e sentou no chão de terra. E a colocou sobre ele. Ficou tentando reanimar a namorada, nisso Gildarts se aproximou e ajudou Bickslow. Lissana acordou, meio sem saber onde estava... Piscando forte para entender onde era e quem a estava olhando... Ela percebeu Bickslow a chamando desesperadamente. Ela sem pensar duas vezes o abraçou forte. Ele ficou sem reação a principio... mas logo retribuiu o abraço. Ambos choravam muito e Gildarts suspirou mais relaxado.

-Por que tu fez isso...? Por que mentiu pra mim...? Por que veio até aqui...? Por que tentou tirar nosso filho? Por que tudo isso Liss? (Bickslow perguntava desesperado, mas sem soltar do abraço)

Lissana:

-Desculpa! Me desculpa Bicks. Eu ... eu...me arrependi muito... Lá dentro... é um horror... Eu... quando percebi... o que iam... fazer comigo... e com... nosso filho... Eu me senti... um monstro!... Eu quereria morrer pra não carregar a culpa que sentiria... De verdade... estou muito... muito ... arrependida... Me desculpa Bicks... Eu estou com medo... Estou assustada... Estou me culpando por tudo... Por favor... me perdoa! (Bickslow aperta mais o abraço e Gildarts olhava tudo sem saber que falar)

Bickslow:

-Óbvio que eu te perdoo. Mas promete pra mim nunca mais fazer uma coisa dessas. Tu quase me enfarta do coração.

Lissana:

-Eu prometo! Eu prometo que tu quiser... mas me tira daqui...

Bickslow:

-Vamos sim. (Olhou para Gildarts) Obrigado por ter me trago até aqui... E nos ajudar.

Gildarts:

-Tudo bem... Faria de tudo para ver Cana se entender com o Bacchus e tomarem as responsabilidades devidas, como vocês acabam de fazer.

Lissana:

-Desculpa... por incomodar... você... eu sei que é... dia de trabalho... E não... devia ter chamado... o Bicks... Mas...eu não ia ... conseguir... voltar sozinha... (Falou olhando Gil)

Gildarts:

-Tudo bem. A família ainda vem antes do trabalho... Por mais que o cargo de professor seja importante, pois uma turma toda depende deste. O professor tem a vida particular que se mal resolvida... dará más aulas. Então se entendam... Vão para casa... E só volte segunda Bickslow.

Bickslow/Lissana:

-Obrigado(a).

Gildarts:

-De nada...

Eles levantaram do chão. Lissana estava mais tranquila e andou devagar até o lado de passageiro. Bickslow abriu para ela entrar. Ela se sentou. Ele fez a volta, entrou e logo ligou o carro. Gildarts saiu antes e deu sinal de luz como um "Até". Bicks fez o mesmo. Eles saíram dali... Sem pressa agora. A viagem durou novamente 3 horas, no meio da viagem, estava anoitecendo e Lissana dormiu. Bickslow sorriu por ela ter tomado jeito e finalmente descansado. Ele continuou a dirigir, mais tranquilo. Chegaram no apartamento dele. Onde estavam muitas coisas dela já. Ele desceu do carro no estacionamento... E ia pegar Lissana no colo, para não ter que acorda-la. Mas ela acordou e preferiu ir andando... Ele deixou... e foram até o elevador e depois até o quarto, de mãos dadas. Ela tomou banho antes... e ele foi em seguida. Ela se deitou na cama e dormiu. Ele foi fazer a janta. Quando estava pronta, levou até ela na cama... E eles comeram ali mesmo. Ele só colocou no chão tudo que tinham usado... E deitaram de conchinha. A noite estava começando a esfriar... Então eles puxaram um edredom fino e jogaram por cima. Eles dormiram tranquilos... e até esquecendo do longo dia.