História Do crime... Para o amor. - A saudade é enorme.

*30 minutos depois*

Igneel:

-Lucy? (Disse abrindo a porta, já que tinha chave e tudo estava escuro, procurava o interruptor com os dedos pela parede.) Lucy?? (Ninguém respondia, ele finalmente achou a luz e acendeu.) Lucy!

Ele gritou assustado e correu até a loira toda esparramada no sofá... Ele chamou mais uma vez, já pensando em como pegar ela no colo, mesmo com sua idade, mas não precisou... Ela acordou vagarosamente e se espreguiçou primeiro, depois coçou os olhos e os abriu, se deparando com o Igneel em sua frente. Ela sorriu meio envergonhada pelo estado, que se sentia desleixada e ele estava mais aliviado com uma mão em seu peito, demonstrando tal ato.

Igneel:

-Que susto.~

Lucy:

-Desculpa... (Olhou para si.) Eu... eu... não sabia que tu vinha.

Igneel:

-Não... Tudo bem. (Se sentou ao lado da loira, que já tinha se sentado.) O que estava fazendo dormindo na sala?

Lucy:

-Eu... Só estava juntando as coisas do Tsuna pelo chão, então quando cansei, eu só dei uma deitadinha no sofá mesmo, para descansar o corpo. No entanto, eu acabei pegando no sono e dormi.

Igneel:

-Entendi. Bem, tu sabe que não deveria ficar se esforçando tanto assim, né?

Lucy:

-Tudo bem... (Acariciou a barriga.) A Luna é forte... E eu não posso fazer nada. Tsuna está num estado que eu nem sei dizer... Ele não me escuta mais e já vi ele chorando várias vezes chamando pelo pai, no caso, pelo Natsu... Sabe Igneel... Eu não sei se vou conseguir aguentar até o fim. Eu estou exausta e não ando fazendo bem algum para o meu próprio filho. Sinto que talvez se ele estivesse com outra pessoa ele estaria melhor...

Igneel:

-Bem... realmente tudo isso é complicado. Na verdade... Meus dois filhos estão em péssimas situações. Eu ando conversando muito com o Natsu. E ele só me diz a mesma coisa: "O Zeref não teve melhoras. Eu já estou com muita saudades da Lucy e de meus filhos... Mas a Mavis e a Misa precisam de mim aqui. Pai... Minha família tá bem?" Eu sempre respondo que por aqui também está tudo igual e bem, sim. Porém... Com Zeref tão mal e Natsu amarrado com esse destino, eu fico pensando que acontecerá em seguida... Relacionado a vida... Tudo está dando errado. Como pode?

Ele olhou para Lucy, que olhava triste para o chão. Ele então inspirou o ar, se apoiou nos joelhos e expirou o ar de uma vez só, ficando de pé. Encarou mais uma vez a loira e disse:

-Desculpa. Não deveria ter dito tudo isso para ti.

Lucy:

-Não... Tudo bem... Tu tens razão em dizer que está difícil... Mas... Pode ter certeza, graças a todos vocês que estão constantemente me apoiando, eu conseguirei superar.

Igneel:

-É... Lucy... Tu tem que atender as ligações do Natsu. Ele fica preocupado lá sem saber de vocês.

Lucy:

-Desculpa... Eu morro de saudades dele... Não consigo atende-lo... pois tenho medo de falar tudo que estou sentindo e obriga-lo a voltar.

Igneel:

-...igual... Devia atende-lo.

Lucy:

-Tudo bem... Eu vou falar com ele, na próxima vez que ele ligar.

Igneel:

-Ótimo........ Lucy?

Lucy:

-Sim...?

Igneel:

-Onde anda o gato do Natsu?

Lucy:

-Faz três dias que eu não vejo o Happy. Ele tem fugido ultimamente... Ele fica procurando o Natsu em cada canto da nossa rua. O problema... é que antes eu o chamava e ele vinha. Depois ele parou de responder aos chamados e continuava a cheirar e andar. Eu não posso ficar atrás dele o tempo todo. Então eu deixei a porta aberta e quando ele quiser ele volta. (Falava já desesperançosa e com a certeza que a falta do Natsu afetou a todos.)

Igneel:

-Lucy tu é maluca?!

Lucy:

-(Se assustou um pouco com o tom de voz) Hey... Calma... Que eu fiz?!

Igneel:

-Tu tem ficado com a porta aberta o dia todo e dorme assim!?

Lucy:

-....sim.... Não pode...? (Perguntou receosa.)

Igneel:

-Sabe quantos crimes e bandidos eu vejo e prendo por dia?! Não dá pra deixar assim! E se o Tsuna sai e depois é sequestrado... Que tu faria?!

Lucy:

-Ai! Nem diga uma coisa assim!

Igneel:

-Pode acontecer! ... (Parou um pouco pra pensar.) Espera... Quando eu entrei, usei a chave pra abrir. Por que estava chaveada?

Lucy:

-Ah... Eu chaveei?

Igneel:

-(Falou mais paciente.) Onde anda tua cabeça?

Lucy:

-Huf~ Não sei... Sinceramente.

Igneel:

-Esquece. Eu vou pagar uma empregada pra ti ajudar.

Lucy:

-Não! Eu... tô bem.

Igneel:

-Tem certeza?! (Olha ao redor e tudo uma bagunça ainda.)

Lucy:

-Olha. Desculpa tá?! Eu tô muito cansada disso tudo. Mas eu também não cheguei ao ponto de precisar de ajuda sua... não pra isso... Então não me julgue se a casa não está impecável... Só tenha paciência. Por favor...

Igneel:

-Ok. Tu se vira, né?

Lucy:

-Sim.

Igneel:

-Tudo bem. Eu vou pra casa depois de ver meu neto... Eu vim mesmo só pra entregar um presente pra ele.

Lucy:

-Igneel...

Igneel:

-Ele merece.

Lucy:

-... é...

Igneel:

-E cadê ele?

Lucy:

-Han... (Pensou bem... e depois deu um estalo de preocupação por não vê-lo.) FILHO! (Se levantou correndo... se desequilibrou, Igneel a apoiou. Agradeceu com a cabeça e saiu correndo escada a cima.) Tsuna!! Tsu!! Filho!! Fala com a mãe!!!!

Tsuna:

-...papa...

Ele falava abafado, assim como chorava... Lucy localizou do quarto dela e abriu a porta correndo... Não encontrou o menino e olhava pra tudo rapidamente, fazendo da cabeça um movimento de ventilador... Pra lá e pra cá. Igneel finalmente entrou atrás dela e perguntou sobre o menino... Mas nada... Então eles escutaram mais uma vez aquele solucinho de choro e o "papa". Lucy entendeu onde estava e foi direto pro closet e escancarou as portas... Igneel também viu... Lucy se ajoelhou rápido e puxou o menino pra si. Ele estava agarrado a umas roupas do pai. E cheio de coisas ao redor... No mínimo tinha se pendurado pra puxar algo e caiu tudo, era que Lucy tinha deduzido. Ela abraçava o menino forte... e ele chorava, agora gritando pelo pai. Igneel pegou o celular e saiu dali... Lucy nem queria saber dele, apenas do filho. Ela afastou um pouquinho e começou a acariciar com rapidez e cuidado, vendo se o menino tinha se machucado... Logo perguntou:

-Se machucou filho!?

Tsuna:

-Nã...

Lucy:

-Que bom... (O abraçou forte de novo.) Que bom...

Tsuna:

-...papa...

Lucy:

-Logo... Logo ele estará de volta...

Tsuna:

-Hoxe?

Lucy:

-Hoje não... Mas logo... (Abraçou o menino o levantando... Fazendo força a mais que poderia.)

Tsuna:

-Queo papa...

Lucy:

-Todos queremos filho... Todos...

Ela sentiu as costas doerem, fez careta, mas aguentou e pulando por cima de tudo, ela saiu dali. Igneel desligou e olhou para ela... correu e pegou o Tsuna.

Igneel:

-Lucy! Tu não pode pegar peso assim!

Lucy:

-Desculpa... Eu não consigo aguentar ver meu menininho sofrendo e não fazer nada.

Igneel:

-Já chega! Eu liguei para uma babá e a contratei.

Lucy:

-Mas não era pra ti fazer isso!!! Eu posso muito bem cuidar de meu próprio filho!

Igneel:

-E também uma empregada e uma faxineira. Eu pedi tudo para uma agência que confio. Não se preocupa... Eu vou pagar.

Lucy:

-Por isso mesmo! Seu Igneel, tu é o pai do meu marido... Tu não tem obrigação nenhuma de fazer isso. Pelo contrário. Eu deveria arcar com qualquer custo delas... Mas eu não tenho tanto dinheiro agora. Então eu não posso aceitar. Esquece!

Igneel:

-Você é muito teimosa mesmo!!! Não é possível!! Olha pro teu filho! Olha pra ti! Lembra, você está grávida. Não pode ficar se esforçando tanto!

Lucy:

-Grávida sim! Doente não! Me deixa cuidar de tudo!

Igneel:

-Nem pensar... é a sua saúde e bem estar de meus netos. Não deixarei vocês mais um dia assim.

Lucy:

-Igneel!

Igneel:

-Calada! Já contratei. Agora é só abrir a porta pra elas virem.

Lucy:

-Que eu faço pra te convencer que estou bem sozinha?

Igneel:

-Nada. Ou vem morar comigo.

Lucy:

-Ok... Quando elas vêm?

Igneel:

-kkkk... ok... Amanhã, a faxineira e empregada, de manhã. E a babá vem assim que você chegar do trabalho com o Tsuna. Tem que avisar a hora e tudo mais e quem sabe ela possa até começar a buscá-lo mais cedo.

Lucy:

-Tudo bem... verei isso tudo amanhã... Agora... Por favor... Estou cansada demais. Só precisamos (Ela e Tsuna.) dormir.

Igneel:

-Tudo bem. Eu vou ir embora então.

Lucy:

-Tchau sogro.

Igneel:

-Tchau Lucy.

Se despediram e Igneel saiu e chaveou a porta com a mesma chave que entrou. Lucy nem desceu as escadas, ficou em seu quarto mesmo. Chamou o filho e foram dormir mais uma vez... Mesmo que Tsuna só quisesse brincar... Ao ver a mãe dormindo, acabou pegando no sono também... Quando era de madrugada Lucy acordou com barulhinho do Skype, vindo do notebook (Nunca desligado.) em cima da escrivaninha. Ela se levantou devagar, colocou um roupão de seda, da mesma cor da camisola, massageou as bochechas e atendeu. Ao outro lado estava Natsu pelo smartphone.

Natsu:

-Oi amor! Até que enfim tu me atendeu!

Lucy:

-Oi amor... (Falou rouca de sono.)

Natsu:

-Nossa... pela voz e rosto, eu te acordei.

Lucy:

-É... mas tudo bem. E aí? Alguma novidade?

Natsu:

-Bem... Zeref já está começando a reagir as pessoas... E pelo que falaram ele não está com nenhuma sequela física. É só esperar ele sair desse estado... E ele ganhará alta em seguida.

Lucy:

-Que ótimo amor...

Natsu:

-Pois é. Logo estarei aí com vocês de novo. Estou cheio de saudades.

Lucy:

-Nós também...

Natsu:

-Luce... Tu tem se cuidado? Tô te achando muito abatida.

Lucy:

-É por que estava dormindo... Não se preocupa. (Mentiu.)

Natsu:

-Se tu diz... E o Tsu? Quero muito pegar ele de novo.

Lucy:

-Ele tá dormindo... (Virou a web can e mostrou o pequeno esparramado na cama e Natsu soltou um sorrisinho.) Vocês são definitivamente idênticos. (Colocou de volta no lugar.)

Natsu:

-É verdade. Luce... Ele tem te dado muito trabalho? Sabe... depois que vim pra cá eu pensei que podia ter trago ele. Trazer ele era mais fácil, do que tu cuidar sozinha dele.

Lucy:

-Esquece isso Natsu. Já basta o Igneel contratando uma babá, uma faxineira e uma empregada, aqui pra casa.-- (Se tocou que falou demais.)

Natsu:

-- Tá me dizendo que meu pai foi aí e contratou todas elas... Isso significa que alguma coisa aconteceu... ou que tu não está conseguindo dar conta de tudo. Lu. É sério. Tu quer que eu volte? Eu falo aqui com alguém... Algum sócio... Ou até mesmo com a Flare ou o MidNight, para ficarem com a Misa e Mavis. E aí?! Vai precisar? Me conta tudo.

Foi assim que Lucy suspirou e falou tudo e do extremo cansaço. Ouviu sermões do marido, iguais ou piores até que do sogro. Então ele chegou a conclusão que ficaria apenas mais uma semana nos Estados Unidos... E que enquanto isso, era pra Lucy aceitar essa ajuda e que depois Natsu se viraria pra pagar tudo pro seu pai. Lucy se sentiu culpada de não ser suficiente... Mas ela viu que era certo. Ela nesse embalo de falar que era certo, disse que não tinha jantado e assim que ele desligasse, ela faria isso. E também disse de todas as crises que Tsuna teve, desde que ele viajou. Natsu ficou triste por estar longe e não poder fazer nada pra acalmar o filho e amparar a mulher. Mas paciência... Eles já tinham se entendido... E como Natsu estava na rua conversando e Lucy necessitando comer e dormir, até pela manhã, onde acordaria, mais um dia, para trabalhar. Eles se despediram e cada um foi para seu lugar. Lucy fez uma espécie de sopa... E pegou o caldinho e alguns legumes e colocou numa canequinha. Comeu o dela e deu o do filho, logo após o acordar. Ela deixou tudo no chão... Cansada, só apagou as luzes e deixou a do abajur. Se deitou mais uma vez... Abraçou o pequeno e o pequeno abraçou o dragão de pelúcia... Que já estava desbotado, sendo o brinquedo favorito do menino. Eles dormiram... Dormiram, para poder continuar mais um dia de suas vidas.