História Do crime... Para o amor. - Conhecendo meu filho!

*30 minutos depois*

Zancrow chegou antes que tivessem qualquer notícia das duas. Ele chegou abraçando Meredy. E ambos agora choravam juntos... Natsu pensava que ele queria abraçar a Lucy também... Nisso chegou um médico... e chamou pela Meredy. Ela correu até lá e ele avisou que July estava bem. Que eles já poderiam vê-la. E que sairia dali antes mesmo do dia amanhecer. Natsu enlouquecido tentou perguntar pela Lucy. Mas ele disse que sentia muito, estava na ala infanto-juvenil e não de maternidade. Ele se sentou novamente na cadeira... apoiou os cotovelos nos joelhos e as mãos no rosto e voltou a chorar... Meredy tinha ido ver July, Zancrow a disse que logo iria, queria antes conversar com Natsu.

-Isso tudo é culpa minha... Se eu não tivesse convidado vocês dois na loja... Estariam em casa... felizes...

Natsu:

-Não... A culpa é minha... Deveria ter dito que não iríamos e ponto. Eu sabia que era perigoso... Eu conhecia já o bar... Mas nunca imaginei que isso aconteceria. Mesmo assim... devia tê-la impedido. Ontem ela desmaiou na casa do Gray e eu não liguei... Achei que era só pressão... E como no médico hoje, ele disse que estava tudo bem.... Eu nem dei muita importância em questão de cuidado... Eu sou um péssimo marido... Eu não podia tê-la, também, deixado sozinha. De novo......

Zancrow:

-Cara... Acho que a culpa na verdade é do destino... Ele adora brincar com nossos sentimentos. Mas no fim, ele sempre faz tudo acabar bem... Desculpa... eu tenho que te deixar sozinho... preciso ver minha filha.

Natsu:

-Tudo bem... vai lá... obrigado pela força.

Médica:

-Natsu Dragneel?

Natsu:

-Sim!! Sou eu!

Médica:

-A recepcionista me avisou que tu entrou com os documentos da paciente... Está tudo certo agora e que ela foi para área particular. Mas só quero informar que isso não resolve tudo. Na verdade... o quadro que ela se encontra é bem perigoso.

Natsu:

-O que ela tem doutora?! (perguntou com os olhos já cheio de lágrimas novamente)

Médica:

-Eu preciso que autorize uma cesariana de emergência.

Natsu:

-O quê?! Mas ela está grávida a seis meses só! Isso não é possível.

Médica:

-É possível. E se não formos rápidos... há riscos de perdermos ambos.

Natsu:

-NÃO! Não!! Por favor!! Salve eles. Eu autorizo! Eu posso entrar junto?! Por favor... por favor!

Médica:

-Impossível... A cesariana será de emergência e de extrema delicadeza. Pode acontecer qualquer coisa lá dentro e você não poderá acompanhar. Mas se não aceitar isso, como já disse, ambos podem morrer.

Natsu:

-Tudo ... bem... doutora... Faça que for preciso... Mas... não deixe eles partirem... (Disse chorando muito)

Médica:

-Eu estou com o pré-natal todo em mãos. Pela carteira de saúde, busquei todos dados que preciso. Já analisei. E estou indo para sala cirúrgica agora. Enquanto isso assine os papéis ali no balcão central. Se precisar avisar alguém faça isso enquanto fazemos a cesariana. Deseje boa sorte a nós.

Natsu:

-Que a sorte esteja ao seu lado...

Ela entrou porta a dentro e ele desabou... se agachou... e chorou muito.. a moça responsável pelos papéis os trouxe para assiná-los. Natsu engoliu o choro... limpou os olhos... assinou tudo... depois foi para rua... foi até o carro, que fazia pouco que tinha buscado, junto dos documentos... Fechou a porta... se encostou no volante e chorou... chorou muito... Limpou novamente os olhos e ligou para o Jude... ele tinha direito de saber do neto e da filha.

-Natsu? Você a uma hora dessas...? (Escutou o genro chorando) Que aconteceu?! NATSU!

Natsu:

-A ... A... Lu... a... Luc....a Lucy...

Jude:

-QUE HOUVE?! FALA LOGO PORRA!!

Natsu:

-...Descobrimos o sexo...

Jude:

-E me ligou só por isso... ? Que susto merda!! Achei que tinha acontecido algo que não poderia ter acontecido... (Ele soltou um risinho) Será uma menina... ? (Nisso Natsu chorava ainda mais de chegar soluçar)

Natsu:

-Ju...Ju...Jude... Ele... nosso... menininho... está... Nasce...Nascendo... A... A... A Lucy... está na sala cirúrgica... Uma... operação... de emergência... Ela... e o... meu filho... podem morrer... (Nisso ele desandou... não conseguia mais nem respirar direito... a voz sumiu só escutava o choro)

Jude:

-MAS O QUÊ?!?!?!?!?!?!?! (Jude deixou o telefone cair no sofá onde estava sentado, ficou um tempo perplexo... buscou telefone e continuava ouvindo choro do Natsu, agora Jude também chorava) Natsu......

Natsu:

-...hum...?

Jude:

-....onde...onde... onde estão?....

Natsu:

-... No... (olhou o nome pela janela do carro e respondeu com dificuldade)... hospital Fátima das Curas... (Ps.: nome inventado)

Jude:

-...eu estou indo...

Natsu:

-...ahan... (Desligou e falou consigo próprio) Eu já perdi uma vez... meu filho... já quase perdi a Lucy tantas vezes... Por favor Deus... Eu sei que normalmente só peço ajuda quando estou desesperado... e o resto dos dias não acredito em você... mas de verdade... se você existe... Ajude minha mulher... faça que ela e meu filho fiquem bem... por favor... Única coisa que te peço... Salve eles...

Naquela hora, daquela noite de céu alaranjado por estar nublado, caiu um raio e começou a chover muito... Natsu deixou sua cabeça colidir com volante mais uma vez em prantos... sentia que aquele raio não era um bom sinal... Ele ficou um tempo ali... Mas resolveu voltar para o hospital... Para caso tivessem notícias... ele queria saber... ele estava molhado, mesmo andando poucos metros... a chuva estava forte mesmo. Ele chegou e perguntou na recepção e disseram que não tinham nenhuma informação... Natsu parou de chorar... estava sério... diríamos que frio... por dentro estava em pedaços... Foi até o banheiro, que tinha água gelada e quente, nas torneiras, para regular. Pegou uns papéis e levava na água... depois molhava o rosto e o corpo com aquilo... Ele normalmente nunca sentia frio... mas ali... não por que era clima de inverno, nem pela água congelante que o molhou... Mas... o sentimento de perder a pessoa que completava... o vazio que estava sentindo fazia o tremer de frio... como se o "calor" daquela pessoa tivesse ido embora... E agora estivesse morrendo aos poucos... como um "bom morto" estava ficando gelado... Ele saiu do banheiro e a recepcionista o esperava com uma toalha... Ela disse que ficou preocupada com ele. Ele agradeceu com os olhos inchados e vermelhos... se sentou e passou a tolha pela cabeça e deixou pendurada caída nas laterais. Após se secar um pouco... De cabeça baixa ele ficou olhando pros pés... ninguém via seu rosto... ele estava sem expressar nenhum sentimento... porém lágrimas caíam no chão... suas mãos estavam atadas e na horizontal em cima dos joelhos... inclinado para frente... estava sem notar o que tinha ao seu redor. Até alguém encostar em seu ombro... ele levantou a cabeça e a toalha caiu para torno de seu pescoço... Jude o olhava ofegante... Ele parecia ter corrido também... Desde que saiu de casa, nas ruas, até do estacionamento para o hospital... Só não estava ensopado, pois tinha pego guarda chuva. Natsu se levantou... olhou nos olhos de Jude... Ambos ficaram se encarando... Até que se abraçaram forte. Os dois choravam muito... sem dizer nenhuma palavra... só lágrimas e soluços. Depois de um tempo se sentaram... Lado a lado... Não se mexiam... ninguém pronunciava uma letra... Nada... estava imóveis... refletindo sobre tudo...

*Três horas mais tarde*

Natsu batia o pé impaciente... enquanto rodava os dedos ainda de mãos atadas. Jude já havia ido e voltado do bebedouro e banheiro algumas vezes... E nenhuma notícia... Eles resolveram que seria bom avisar Igneel também. Afinal... Seria avô também.

*Duas horas depois*

Já tinha amanhecido e Igneel recém chego. Ele questionou Natsu sobre o corte no rosto, mas o rapaz tão nervoso nem respondeu... o pai... notou que aquilo não era importante então... Agora eram três homens impacientes na sala de espera. Natsu estava ainda com aquelas roupas... que já estavam quase secas... Estava diminuindo a chuva... e nenhuma notícia... Natsu já não tinha mais unha... roeu todas... Até sangrar.

*Uma hora depois*

Jude dormiu sentado... Igneel foi na cantina tomar café da manhã. E Natsu estava com a jaqueta do pai... A toalha... meio úmida... mas em melhor condições que sua calça, que mesmo com o tempo, estava úmida e gelada... estava em cima de suas pernas. E um cobertor por cima de tudo... Quando a médica chegou, ele levantou e deixou tudo que estava nele cair. Ele foi até ela... e não perguntou nada com palavras apenas com aquele olhar de um cachorro que caiu da mudança e quer saber do dono. A médica que estava séria... o preocupando... sorriu e disse, junto ao tempo nublado que se abriu trazendo um baita Sol:

-Demorou... achei que não daria... Mas foi um sucesso. Seu filho nasceu. E sua mulher está bem.

No fim da frase Natsu caiu no chão de joelhos... abaixou a cabeça encostando também no chão... bateu as mãos... e começou a chorar e gargalhar junto... Jude acordou... ele levantou e abraçou a médica que estava surpresa pela reação... Ele soltou da médica e disse pro Jude que ela falou... este abraçou Natsu, também rindo e chorando... Depois de alguns segundos ele retomou a realidade e perguntou esperançoso:

-E eu... eu... posso... vê-los... agora?

Médica:

-...Troque de roupa... e me acompanhe. Levarei para ver seu filho... enquanto isso... Senhor Heartfilia. Pai da moça... Pode vê-la em seu quarto. Ela está dormindo... Peço que não a acorde.

Jude/Natsu:

-Tudo bem!

Natsu entrou numa salinha e colocou o conjunto de roupas verdes que a médica deu... ela trocou o seu conjunto... Ambos de tocas... luvas e tudo mais... se dirigiram para o local onde colocavam só bebês prematuros. Natsu chegou feliz... mas quando viu seu filho teve um choque de realidade... óbvio que com 6 meses ele não nasceria “bem”... e "completo"... Ele estava todo perfeitinho... no entanto era minúsculo... cabia numa mão... E mesmo tão pequenino e com olhos fechadinhos ainda... os diversos aparelhos ligados a ele, era chocante... para ver sua batidas... um aparelho para respirar... entre outros. Tudo numa incubadora... A médica passou a mão no ombro de Natsu, que começou a querer chorar de novo...

-Nós fizemos o máximo que conseguimos. Ele está melhor do que esperávamos. Mas como todo prematuro... Há algo que faltava para ele nascer... o aparelho respiratório é um dos últimos a serem desenvolvidos... E ele não conseguiu isso muito bem... no entanto... é capaz... que com um tempo... ele consiga "fazer isso naturalmente"... todavia... Há casos... de não conseguirem... e virem... a falecer com tempo... Maaas... Nós conseguiremos dar força. Ele não é o primeiro prematuro de 6 meses que temos aqui nessa instituição... Que vive uma vida normal hoje em dia. Ele conseguirá... e daqui alguns meses... poderão até levá-lo para casa.

Natsu:

- (se segurando para não chorar e querer acreditar que ele ficaria bem) Doutora... (Disse sério) quanto tempo... quanto tempo... para poder... pegá-lo em meu colo...?

Médica:

-Não tem como ter certeza... Mas na última vez... demorou... em torno de um mês... Então começamos com amamentação... e assim por diante... testando se já consegue respirar sem aparelho... entende...?

Natsu:

-...não... eu... eu... eu já perdi um filho. Não... posso... arriscar perder outro... Minha mulher e eu... cometeríamos suicídio se algo ... acontecer... com ele... Doutora... (Pediu com olhos cheios de lágrimas) Posso... chegar pertinho... dele...?

Médica:

-...Claro... (ela nunca tinha visto um pai tão novo, com uma história tão triste, ela faria de tudo para mudar o final triste daquela ali)

Natsu:

-...oi... (disse bem baixinho perto do vidro olhando para dentro) Sabia... que... você trouxe... o Sol... sim... choveu noite toda... Mas quando nasceu... O Sol apareceu! Você é o Sol da minha vida... Kkkk Hey... é ... "engraçado"... descobrimos que você ... era Tsuna... e não Luna... ontem... Agora... posso ver... que é mesmo... Sabe... quem sou eu né?... Sei que reconhece minha voz. Conversávamos todos dias as noites. Tu chutava a ... barriga da mamãe ... quando dava beijinhos... (começou a lacrimejar) É bom te... ver... mas... você veio... muito rápido... Apressadinho. kk.... por favor filho. Por favor... escuta o papai... cresce logo... assim eu poderei te pegar... e tu poderá ver a mamãe... Por favor pequeno... Nos ajuda... se ajuda... Fica forte... assim... eu poderei um dia... te... colocar... nas costas... e brincar de cavalinho... Filho... (disse chorando) queria tanto te ver... mas agora sinto... que deveria ter esperado mais... Fica bom... Te amo. Tu é minha vida... não invente... de ... nos deixar... tá?...

A médica se aproximou... encostou nele... ele se ergueu... e a abraçou... ele chorava muito... não é sempre que médicos fazem isso... mas ela deixou ele chorando em seu ombro... parecia uma criança no colo da mãe... Ela teria idade para ser mãe dele... Mas ela nunca teve filhos... o marido dela nunca quis. E ela também curtia a vida... viajando... estudando... e tals... No entanto ela sentiu no rosado... como se fosse um filho que nunca teve... como se em outra vida... ela tivesse sido algum tipo de parente muito próxima a ele. Depois que ele chorou bastante... Ele passou a mão no vidro e disse “tchau”... saiu da sala. Ela disse onde Lucy estava... e assim... Natsu foi devagar pelos corredores até o quarto dela... Que havia acordado... e conversava baixinho, com pouca força, com Jude e Igneel. Ele a olhou da porta... Sorriu sem vontade... E então entrou.