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História Do Outro Lado Da Seleção - Anjo


Escrita por: gabibmesq

Notas do Autor


Hello, my dears!
Tô de volta, yeeeey! Nem demorei tanto dessa vez, né?! *fogos de artifício*
Não vou me demorar muito por aqui não, só queria falar uma coisa aqui rapidinho. Eu usei uma música que me inspirou pra escrever o final desse capítulo. A música é Angel, de Jack Johnson. Na parte que eu achei interessante que vocês colocassem para ouvir juntamente com a leitura, eu escrevi [Música Angel - Jack Johnson]. Talvez eu faça isso mais vezes. (:
Agora vão logo ler o capítulo que a gente se encontra nas notas finais, hahaha.
Enjoy!

Capítulo 12 - Anjo


Os dias se passaram arrastados depois que recebemos a visita da família real da Noruécia. Eles permaneceram alguns dias no palácio, e eu, como bom príncipe que devo ser, dei a devida atenção a eles. Além disso, havia sempre as obrigações que meu cargo exigia: reuniões importantes, relatórios infinitos, conversas pouco amigáveis com meu pai... Dias normais, não fosse pela visita real e, é claro, pelas vinte e duas garotas em minha sala de estar. Eu havia eliminado mais três, sendo uma delas por pedido da própria. Não que eu estivesse reclamando. Afinal, quanto menos gente, mais fácil ficava para mim. Parece meio egoísta, mas era a minha realidade.
Eu estava começando a ficar mais à vontade com a presença das garotas no palácio. Para ser sincero, elas eram o que fazia meus dias ficarem mais leves. Meus encontros com elas eram a melhor parte do dia, apesar de ainda ficar um pouco sem jeito algumas vezes. Fiquei feliz quando saiu uma revista com comentários sobre elas e descobri que America era uma das favoritas do público, mas meu coração vacilou um pouco quando vi que a favorita era Marlee. Não era difícil entender a razão de seu favoritismo, Marlee era mesmo uma garota incrível, mas meus sentimentos por ela continuavam os mesmos: nós eramos amigos e só. Eu havia me encontrado com ela mais algumas vezes e tentei, de verdade, sentir algo a mais, mas não consegui. Nós não tínhamos tantas coisas em comum e ficávamos em silêncio na maior parte do tempo que passávamos juntos. Nós praticamente não conversávamos. Eu nunca sabia o que dizer e, ao que parecia, ela também não. Na verdade, ela parecia um pouco distante nas últimas vezes que nos encontramos, e eu podia jurar que vi um vestígio de tristeza em seu olhar. E isso me matava por dentro, porque eu sabia que ela poderia ser uma boa opção, caso... Bem, caso America não quisesse ficar comigo.

Não que eu já tivesse escolhido America. Apenas um mês havia se passado desde o início da Seleção, e eu sabia que era pouco tempo para escolher uma mulher para passar o resto da vida ao meu lado como rainha e, acima de tudo, como esposa. Era uma escolha que eu deveria fazer sábia e calmamente, sem pressa, sem incertezas. Entretanto, eu não podia negar que ela era diferente e me fazia sentir coisas diferentes. E que, se por algum motivo insano eu precisasse terminar a Seleção naquele momento, ela seria a minha escolhida. Mas não havia um motivo insano, e America estava confusa com seus sentimentos. Não que eu a culpasse por isso.
Naquele dia, eu já havia me preparado psicologicamente para a reunião que tomaria a minha tarde inteira. Estava sozinho no escritório do meu pai, quando meu mordomo apareceu.

― Boa tarde, Alteza. ― Ele fez uma reverência. ― O rei pediu que lhe avisasse que o presidente do Comitê de Infraestrutura não poderá comparecer à reunião de hoje, pois encontra-se doente. A nova data da reunião ainda não foi decidida.
Segurei um suspiro de alívio. Não que eu estivesse feliz pelo presidente estar doente, mas fiquei contente por saber que teria a tarde livre. Não precisei pensar muito para saber com quem passaria o resto do dia.

― Obrigado, Justin. Sabe me dizer onde está a senhorita America?

― Acredito que esteja no Salão das Mulheres, senhor. A maioria das Selecionadas está lá.

― Está bem, obrigado.

Justin fez uma reverência e saiu, e eu fui logo atrás. Chegando ao Salão das Mulheres, pedi a uma criada que passava por ali que chamasse America. Fiquei parado em frente à porta com as mãos nos bolsos enquanto esperava. Antes que a criada voltasse, a porta foi aberta bruscamente e senti alguém se lançar em cima de mim.

― Maxon! ― America exclamou.

Tudo bem, eu não esperava por aquela recepção toda. Havia alguns dias que eu não via America, e desde que ela me pediu que não a beijasse mais, eu não sabia muito bem como deveria agir com ela. Quero dizer, eu sabia que não podia beijá-la, mas será que podia abraçá-la tanto quanto queria? Eu imaginava que não, porque sempre que a abraçava, eu sentia seu cheiro inebriante, que me fazia ter vontade de apertá-la ainda mais forte e, consequentemente, beijá-la.

― Como você está hoje? ― perguntei quando ela se afastou.

― Ótima, claro. ― Ela estava com um sorriso lindo no rosto. Desejei que o motivo daquele sorriso fosse eu, e não a deliciosa torta de morango que ela havia comido no café da manhã. ― O que faz aqui? Não deveria estar no trabalho?

― O presidente do Comitê de Infraestrutura está doente, por isso, a reunião foi adiada. Estou livre como um pássaro a tarde inteira. O que quer fazer? ― perguntei com uma felicidade nítida na voz e o braço estendido para ela.

America abriu ainda mais o sorriso e passou a mão pelo meu braço antes de responder:

― Qualquer coisa! Há tanto no palácio que eu ainda não vi. Os cavalos, por exemplo. E o cinema. Você ainda não me levou lá.

― Então vamos agora. Um pouco de descanso para a cabeça me faria bem. De que tipo de filme você gosta?

― Na verdade, não sei. Não vejo muitos filmes. Mas gosto de livros românticos. E de comédia também!

Lancei o melhor olhar malicioso que pude e indaguei:

― Um romance, então?

America deu uma risada tão gostosa de se ouvir que eu me senti privilegiado por ter sido o motivo dela.

Continuamos a conversar enquanto caminhávamos em direção à sala de cinema. America estava me contando o que andou fazendo nos últimos dias, quando viramos em um corredor cheio de guardas. Eram os novos soldados que haviam sido recrutados para trabalharem no palácio. Assim que nos viram, os soldados abriram caminho e nos saudaram, fazendo reverências. Porém, enquanto passávamos, ouvi som diferente vindo de um deles. Um suspiro. Me virei juntamente com America para ver quem era, e a ouvi suspirar também.
Por um segundo, por uma mísera fração de segundo, passou pela minha mente a possibilidade daquele guarda diante de nós ser o tão famoso ex-namorado de America. Meu coração parou de bater por um instante.

― America, você conhece este jovem? ― perguntei, temendo a resposta. Eu sabia que ela ainda não o havia esquecido e, se fosse ele, eu estava perdido.

America pigarreou antes de responder:

― Sim. O soldado Leger é de Carolina. Na verdade, da mesma cidade que eu ― respondeu ela com um sorriso. Sorriso esse, eu reparei, bem diferente daquele que ela havia dado poucos minutos antes.

Tratei de retirar esses pensamentos da minha cabeça. Não era ele. Se fosse, ela me falaria, tenho certeza. Afinal, antes de qualquer coisa, nós éramos amigos. Ela estava apenas feliz em ter alguém conhecido ali. Eu não podia ter ciúmes disso, pelo contrário, deveria me alegrar com ela. E foi o que eu fiz.

― Bom, o que dizer! Bem-vindo, soldado Leger. Deve estar feliz por ver a campeã de Carolina novamente. ― Estendi a mão para ele, que a apertou imediatamente.

― Sim, Majestade. Muito feliz. ― Sua expressão era dura, mas vi sinceridade em seu olhar.

― Estou certo de que torce por ela ― falei com um sorriso e uma piscada para America.

― Claro, Majestade ― ele concordou, inclinando levemente a cabeça.

America não falou nada, mas notei que ela o olhava de forma curiosa. Era uma grande coincidência aquele rapaz ter sido recrutado para trabalhar no palácio justamente quando ela estava aqui. Pensei no que poderia estar se passando na mente dela, e foi então que eu tive uma ideia. Pensando em tentar fazê-la se sentir mais à vontade nesse palácio e, ao mesmo tempo, pensando em sua segurança, falei:

― Perfeito. Já que America é de seu estado natal, não poderia pensar em alguém melhor no palácio para tomar conta dela. Cuidarei para que faça parte do rodízio de guardas dela. Essa garota nega-se a ser acompanhada por uma criada durante a noite. Tentei convencê-la, mas... ― Balancei a cabeça para ela. Eu não me conformava com o fato dela dormir completamente desacompanhada.

Vi o canto da boca do soldado Leger se erguer minimamente antes dele responder:

― Isso não me surpreende, Majestade.

Sorri. Então ele a conhecia mesmo. Eu sabia o quanto era difícil para America estar ali e se adaptar a tudo, sabia que ela sentia falta de casa. Então fiquei realmente feliz por ela ter um pedaço de casa ali. Ainda que ele não fosse de sua família, eu sabia que ter alguém conhecido por perto a faria se sentir mais leve de alguma forma.

― Bem, estou certo de que vocês têm um dia trabalhoso pela frente. Estamos de saída. Tenham um bom dia, soldados. ― Com um aceno de cabeça, me retirei e continuamos nosso caminho até o cinema.

America gostou da sala, mas não ficou tão impressionada quanto Marlee. Na verdade, ninguém havia ficado mais impressionada que ela. Marlee era realmente uma amante de filmes.

Escolhemos um filme de comédia, e confesso que fiquei um pouco aliviado com isso. Assistirmos juntos a um filme de romance não me ajudaria muito no fator não beijar America. Eu gostei do filme, mas não sabia se podia dizer o mesmo de America. Ela não riu nos momentos engraçados e não ficou surpresa nos momentos... bem, surpreendentes. Resolvi perguntar depois que o filme terminou.

― Você não gostou do filme, gostou?

― Hein? ― ela perguntou, confusa com minha pergunta simples.

― O filme ― repeti. Será que ela se lembrava de que estávamos em um cinema? ― Você não riu nem teve nenhuma reação.

― Ah. ― Ela pensou um pouco antes de continuar. ― Acho que estou um pouco fora de órbita hoje. Desculpe ter estragado a tarde.

― O que é isso! ― Era impossível ela estragar qualquer momento em que estivéssemos juntos. ― Para mim, só sua companhia já vale a pena. Mas talvez você devesse tirar uma soneca antes do jantar. Seu rosto parece um pouco pálido.

America concordou, então a levei até seu quarto, me despedindo com um beijo em sua mão. Não vou mentir, eu estranhei o fato de seu humor ter mudado justamente depois de encontrarmos aquele guarda. E novamente a ideia dele ser o ex-namorado de America surgiu, mas logo afastei o pensamento. Afinal, eu precisava confiar nela. E isso era algo que ela me contaria... Certo? 

Claro que sim, seu idiota. America é a garota mais sincera e honesta que existe. É claro que ela contaria.

-*-

Passados alguns dias, chegou o dia do aniversário de Kriss. Ela já havia comentado comigo que aquela seria a primeira vez que passaria o aniversário longe da família, então, para compensar, resolvi que daríamos uma festa para ela. Eu estava um pouco ocupado naquele dia, mas prometi que passaria lá para desejar feliz aniversário pessoalmente. E, é claro, entregar seu presente, mas isso eu deixaria que fosse surpresa.

As meninas estavam agitadas e ansiosas para a festa. Eu logo notei isso no café da manhã, porque elas não paravam de conversar. Fiquei feliz quando percebi que o clima entre elas estava notavelmente mais leve. Acho que elas perceberam que se encarassem aquilo como uma competição o tempo todo, provavelmente enlouqueceriam. E eu também, é claro.

Passei o dia ocupado, porque aquela reunião com o presidente do Comitê de Infraestrutura havia sido remarcada justamente para aquele dia. A reunião foi bastante produtiva, embora tenha sido longa e cansativa.

Saí do escritório e fui correndo até o meu quarto. Tomei um banho, mudei de roupa, peguei o presente de Kriss e segui até o Grande Salão. Enquanto me aproximava, ouvi uma melodia desconhecida, porém muito doce. Reconheci o som do violino e pensei que vinha do excelente quarteto de cordas que havíamos contratado. Entretanto, logo percebi que não se tratava de um conjunto, mas sim de um solo. Entrei no Grande Salão e vi todas as meninas reunidas no fundo, admirando algo à sua frente. Segui o olhar delas e vi que elas não admiravam algo, mas alguém.

America. [Música Angel - Jack Johnson]

Ela estava no centro do salão usando um vestido curto azul, os cabelos presos em um penteado que deixava seu rosto com um ar ainda mais delicado do que já era. Ela parecia um anjo. E descobri, então, que aquela melodia doce vinha dela. Com os olhos fechados, ela passava o arco pelas cordas do violino com uma leveza que eu jamais vira igual. Seu rosto tão lindo me fez perder o fôlego. Enquanto a observava, completamente encantado, senti cada nota da música me preencher e aquecer um lugar no meu peito. Concentrada, ela unia as sobrancelhas nas partes mais marcantes, sentindo profundamente aquele momento. America estava no mundo dela, e instantaneamente desejei fazer parte daquele mundo. 

Eu estava enganado, porém. America não parecia um anjo. Ela era um anjo. Um anjo sem asas que parecia voar, um anjo que derretia o meu coração apenas com a sua presença. O meu anjo de cabelos ruivos.

Desejei profundamente estar com a minha câmera para registrar aquele momento tão lindo que, certamente, jamais deixaria minha memória.

A última nota soou pelo salão e, relutante, ela  abriu os olhos, que encontraram os meus no mesmo instante. Eu estava inebriado, extasiado. Queria congelar aquele momento para que nunca acabasse e, ao mesmo tempo, queria correr até lá, queria beijá-la e dizer o quão linda ela era.

Mas, em vez disso, eu sorri para ela. E ela sorriu para mim. E o mundo sorriu para nós.

E foi então que eu soube. Eu não era mais dono do meu próprio coração. Ele pertencia a ela, aquela menina ruiva de olhos azuis que não saiu da minha cabeça desde o dia que a vi pela primeira vez. Talvez fosse cedo para tanto, mas eu não ligava mais para isso. Afinal, o tempo é relativo. Prova disso era aquele segundo que se prolongava pela eternidade do olhar de America. O tempo não era o responsável por dizer o que eu sentia, eu era. E eu sentia tudo. Tudo que tinha o direito de sentir, tudo que eu queria sentir. Eu sentia meu coração batendo, dançando, gritando por ela, ligado a ela de tal forma que eu não podia evitar. Não queria evitar. Eu me sentia feliz e via o sorriso nos lábios e nos olhos de America. E isso era tudo.


Notas Finais


E aí, gostaram do capítulo? Fui só eu ou vocês também sentiram dó do Maxon quando ele pensa que o Aspen pode ser mesmo o Aspen? Ah, e ele realmente pensa isso, porque ele fala isso no final de A Escolha. Tadinho do nosso príncipe. :(
Eu escolhi o momento do violino pra ele perceber que tá xonado porque, analisando os fatos e as falas dele, eu acho que isso aconteceu ainda no primeiro livro mesmo, porque no fim de A Seleção ele diz pra Ames que sabe o que sente por ela. E qual momento melhor que o do violino pra ele perceber isso, não é mesmo? É claro que eu não posso ter certeza se foi isso mesmo que aconteceu, porque né, não sou a Kiera. Mas como é uma fanfic, acho que vale minha liberdade de interpretação, hahahahhah.
Queria fazer uma pergunta pra vocês. Acho que o próximo capítulo vai ser bem grande, porque quero terminar o primeiro livro logo e depois partir pro A Elite. Vocês se importam se o capítulo for meio gigante? Hahahahhah.
Enfim, espero que tenham gostado do capítulo e espero vê-los no próximo. Obrigada pelos comentários lindos que vocês deixam, isso me deixa tão feliz que eu nem sei. Obrigada mesmo. Beijos no core. <3


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