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História Do Outro Lado Da Seleção - Nosso código


Escrita por: gabibmesq

Notas do Autor


Olá, amorinhos!! 😊
Demorei um pouquinho, mas aqui está mais um capítulo. Espero que gostem :)
Ah, e obrigada pelos comentários, vocês são lindas ♡

Capítulo 4 - Nosso código


Cheguei até Marlee. Ela não chorava, mas parecia ter chorado um pouco há alguns minutos.

- Olá, senhorita Marlee - falei com um sorriso.

- Olá, Alteza - ela respondeu, corando um pouco. - Foi a America quem o mandou aqui, certo? - perguntou, dando um sorriso de lado.

Fiquei impressionado com sua pergunta direta. 

- Sim - respondi, posicionando-me ao seu lado. - Vejo que vocês duas já formaram uma espécie de amizade. Ela me falou muito bem da senhorita - sorri novamente.

- Sim, America tem sido um doce comigo desde o primeiro dia, no aeroporto - ela respondeu, e não pude deixar de pensar que ela havia sido exatamente o oposto comigo em nosso primeiro encontro. - Parece estranho para mim fazer amizade com alguém que... - ela fez uma pausa, corando novamente e desviando o olhar - você sabe, com alguém que também pretende se casar com você, mas America é diferente das outras. Não sei por que, mas confio nela.

Não, ela não pretende se casar comigo, pensei. Ela só quer minha comida e meu dinheiro, no melhor sentido da frase.

- Fico aliviado em saber que há uma amizade crescendo entre algumas selecionadas. Ficaria um clima muito estranho se houvesse somente espírito de competição entre vocês - falei, esboçando um sorriso.

Ela deu uma risadinha baixa. Marlee também era muito, muito bonita. Seus cabelos loiros desciam como ondas até suas costas, e seus olhos castanhos brilhavam de uma forma encantadora. Ela era delicada e graciosa. Se não tinha mesmo chances com America, talvez não fosse má ideia tentar conhecê-la melhor.

Céus, será que agora eu teria America em todos os meus pensamentos?

- A senhorita America também comentou comigo que você gosta de filmes. O que acha de combinarmos um dia esta semana para irmos ao cinema? - perguntei cordialmente.

- Eu adoraria! - respondeu, os olhos brilhando ainda mais.

Sorri com sua empolgação. 

- Então está combinado. Assim que souber quando estarei livre, mandarei alguém avisá-la.

Ela deu um sorriso tímido, porém muito belo.

- Perdoe-me por não ter perguntado... A senhorita está bem? Precisa de algo? - perguntei, lembrando-me do ataque.

- Não - ela logo respondeu. - America me acalmou, estou melhor agora.

Sorri. America era mesmo gentil com ela. 

- Ótimo. Terei que ver as outras garotas agora. Foi um prazer, senhorita Marlee. Nos veremos ainda esta semana.

Beijei sua mão com delicadeza e fui em direção às outras garotas que ainda não havia falado. 

O ataque durou pouco mais de uma hora. Permanecemos ali e, depois de alguns instantes, finalmente saímos.

O restante do dia pareceu se arrastar. Poucas garotas compareceram ao almoço, America não estava entre elas. Assim que acabei de almoçar e saí do Grande Salão, Celeste veio atrás de mim para me agradecer, de um jeito bem meloso, por tê-la confortado durante o "ataque terrível". Estranhei sua atitude por três motivos: primeiro, porque ela já havia me agradecido no momento do ataque; segundo, porque ela nem parecia tão assustada assim na hora; e terceiro, porque eu não havia confortado exclusivamente ela, havia feito isso com todas as outras garotas. Não havia necessidade dela me agradecer assim. Mas, como bom cavalheiro que era - ou, pelo menos, tentava ser -, apenas ignorei esses pensamentos e disse a ela que não precisava agradecer, era minha obrigação protegê-las e ajudá-las.

Passei a tarde no escritório com meu pai e, no jantar, havia mais garotas presentes que no almoço, porém America não era uma delas. De novo. Não sei exatamente por que, mas isso me desanimou um pouco, então logo que acabei o jantar, fui para o meu quarto, deitei na cama e apaguei.

No dia seguinte, logo depois do café, fui conversar com as selecionadas que haviam pedido para sair: Amy e Fiona. Como America previra, elas desistiram de ir embora. Fiquei bastante aliviado com isso, não queria que elas se assustassem tanto com aquele ataque, até porque não foi nada demais, poderia ter sido bem pior. Passei mais uma tarde no escritório preenchendo relatórios que pareciam não ter fim. Decidi jantar em meu quarto, estava cansado demais. Dormi facilmente mais uma vez.

Acordei e permaneci deitado, pensando um pouco. Estava há um dia sem falar com America, e isso parecia uma eternidade. Sempre que a via durante as refeições, tinha vontade de falar com ela, mas ultimamente ela estava saindo rapidamente do Grande Salão, e eu nunca a encontrava nos corredores. Resolvi que a procuraria hoje em seu quarto. Mas para que? Qual seria a desculpa que inventaria para vê-la?

Bem, talvez fosse melhor falar a verdade e dizer que só estava com saudades das nossas conversas, e que tentava chamar sua atenção durante as refeições, mas não conseguia. Hummm... Talvez pudéssemos ter um código para dizer que precisávamos conversar. Ótima ideia, Maxon! Seria isso que eu falaria com ela.

Fiz tudo que precisava fazer durante a parte da manhã, para ficar livre para falar com America à tarde. Esperei algumas horas depois do almoço. Como não estava mais aguentando de ansiedade, fui logo enontrar-me com ela.

Cheguei no corredor de seu quarto e vi que sua porta estava aberta. Estranhei um pouco, isso não era muito comum. Caminhei rapidamente até seu quarto, e foi então que vi uma cena realmente incomum. America estava sentada com suas criadas, jogando cartas e se divertindo com elas. Observei a cena, maravilhado. Eu tinha uma boa relação com os criados, minha mãe também era sempre muito gentil com as suas, mas eu nunca tinha visto nada parecido. America fez suas criadas ficarem à vontade ao seu lado, elas conversavam e riam sem formalidade alguma. Fiquei alguns minutos ali, parado, até que America me viu. Eu devia estar com um sorriso bobo no rosto, porque America me olhou de forma doce e sorriu, vindo em minha direção. 

- Ai, meu Deus - uma das criadas murmurou ao perceber minha presença ali. Ela e as outras duas criadas logo colocaram as cartas em uma cesta que havia ali e se levantaram.

- Senhoritas - cumprimentei. 

- Majestade - a mesma criada de antes fez uma reverência. - É uma grande honra.

- Para mim também - respondi com um sorriso sincero.

As criadas coraram e trocaram olhares. Fez-se um silêncio por alguns instantes, ninguém sabia o que dizer. Até que uma das criadas falou:

- Já estávamos de saída.

- Sim, estávamos mesmo - concordou a outra. - Íamos... hã... - ela olhou para a terceira, buscando uma resposta. Logo percebi o que elas estavam fazendo. Me segurei para não rir.

- Íamos terminar o vestido da senhorita America para sexta-feira - completou a terceira.

- Isso mesmo - a segunda disparou. - Faltam apenas dois dias.

As três tinham um sorriso enorme no rosto e caminharam em direção à porta. Fiquei completamente admirado com a forma como elas agiam, elas claramente gostavam mesmo de America. 

- Eu não tinha a intenção de atrapalhar o trabalho de vocês - falei, acompanhando-as com o olhar.

Assim que atravessaram a porta, elas fizeram reverências desajeitadas e sem sincronia alguma, seguindo rapidamente pelo corredor. Foi uma cena cômica. 

- Que turma você tem - comentei com America enquanto entrava em seu quarto. O quarto era bonito, mas não se parecia com ela.  

- Elas me mantêm mantivada - respondeu com um sorriso.

- Está claro que se afeiçoaram a você. Isso é difícil de encontrar - falei, ainda observando o quarto. Tirando o violino e o piano, não parecia ser o quarto de America.

Olhei para ela.

- Não é assim que imaginava seu quarto. 

Ela levou as mãos à cintura e argumentou:

- Mas este não é meu quarto, é? Ele é seu. Só está me emprestando.

Fiz uma careta.

- Mas com certeza disseram-lhe que você poderia mudar alguma coisa. Uma cama nova, uma pintura diferente...

- Uma camada de tinta não vai tornar este quarto meu. Garotas como eu não moram em casas com piso de mármore - disse dando de ombros, com um ar brincalhão.

Sorri com seu bom humor. 

- E como é seu quarto de verdade?

- Hum... O que você veio fazer aqui exatamente? - perguntou, mudando de assunto.

Havia até me esquecido de que tinha ido ali para combinar um código com ela.

- Ah, é que tive uma ideia.

- Sobre? - perguntou, interessada.

- Bem - comecei a falar, andando pelo quarto -, já que você e eu não temos o relacionamento típico que procuro ter com as outras garotas - infelizmente, pensei -, talvez devêssemos usar... meios alternativos de comunicação.

Parei em frente ao espelho e olhei as fotos da sua família que estavam na moldura. Em uma delas havia uma menina linda, com olhos claros e cabelos ruivos como os de America. Eu poderia facilmente dizer que era ela mais nova, se ela não estivesse ao lado da menina, sorrindo de forma doce e... linda.

- Sua irmã mais nova é a sua cara - falei, encantado.

Ela andou até o centro do quarto.

- Ouvimos isso quase sempre. E o que você ia dizer sobre comunicação alternativa?

Caminhei até o piano, no fundo do quarto.

- Visto que está aqui para me ajudar, ser minha amiga e tal - reconhecer isso me incomodava, mas olhei para ela e continuei -, talvez não devêssemos recorrer aos tradicionais bilhetes entregues por criadas nem aos convites formais para encontros. Pensei em algo menos cerimonioso.

Voltei os olhos para o piano e peguei a partitura que estava ali.

- Foi você quem trouxe? - perguntei. 

- Não, já estava aqui. Consigo tocar de cor as músicas de que realmente gosto.

Ergui as sobrancelhas, surpreso pela resposta.

- Impressionante - comentei.

Andei para perto dela. Acho que ela já havia percebido que eu estava enrolando para falar...

- Você poderia parar de fuçar e completar o raciocínio, por favor?

Dei um suspiro. Estava um pouco sem graça, mas tinha que falar logo.

- Muito bem. Estava pensando que podíamos ter um sinal ou um jeito de dizer que precisamos conversar sem que os outros notem. Talvez coçar o nariz? - propus, e fiz o gesto para ela avaliar.

- Assim vai parecer que seu nariz está entupido. Não é atraente.

Olhei para ela, atônito com sua resposta direta.

- Muito bem. Talvez apenas passar a mão no cabelo - sugeri. 

Quase que imediatamente, América balançou a cabeça de forma negativa.

- Meu cabelo passa a maior parte do tempo preso com grampos. É quase impossível passar a mão nele. Além disso, o que acontece se você, por acaso, estiver usando a coroa? Ela vai acabar caindo.

Sacudi o dedo em sua direção. Ela pensava rápido. 

- Excelente argumento. Humm...

Voltei a andar pelo quarto, pensando em outra alternativa. Parei ao chegar no criado-mudo. Uma outra ideia veio à minha mente.

- Mexer na ponta da orelha? - perguntei.

America cogitou a hipótese. 

- Gostei. Simples o bastante para ser discreto, mas não comum a ponto de confundirmos com outra coisa. Mexer na orelha. É isso.

Fiquei feliz por ela ter gostado, mas me distraí um pouco ao ver um pequeno jarro com apenas uma moeda dentro. Por que raios America tinha aquilo ao lado da sua cama? Voltei ao assunto.

- Estou feliz por você ter gostado. Da próxima vez que quiser falar comigo, basta mexer na orelha e virei assim que puder. Provavelmente depois do jantar - concluí, dando de ombros.

Peguei o pequeno jarro e comecei a brincar com ele.

- Mas o que é isto? - perguntei.

America soltou um suspiro longo.

- Receio que esteja além de qualquer explicação. 

Pela sua resposta e sua expressão, percebi que ela não queria explicar, talvez para não se lembrar de algo que a entristecia. Mas, se aquilo a entristecia, porque ela deixava no criado-mudo ao lado de sua cama? Para chorar sempre que visse? Mulheres eram mesmo complicadas.

Coloquei o jarro de volta em seu lugar e olhei para America. Só então percebi como ela estava bela. Ela usava um vestido branco com flores azuis que descia até a altura dos joelhos. Usava um cordão com um pingente azul que ressaltava seus olhos, que, por sua vez, ganhavam uma cor incrível com a claridade que vinha da janela. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, o que deixava à mostra todo o seu rosto. Ela estava simples, porém muito bonita. Acho que fiquei encarando-a por tempo demais, pois ela ergueu as sobrancelhas e perguntou:

- Maxon? Está tudo bem?

Rapidamente, voltei à Terra e tentei me recompor.

- Sim - limpei a garganta. - Tudo ótimo. É... Eu vou... hã... voltar aos meu afazeres. Até mais, America. 

Fiz uma reverência e saí de seu quarto antes que ela pudesse responder, ou mesmo perceber a vermelhidão em meu rosto. Meu Deus, será ela percebeu que eu a estava admirando? Será que eu estava boquiaberto? Ah, com certeza estava. America era linda. Com toda certeza, meu queixo caiu ao olhar para ela. Eu precisava começar a me acostumar com sua beleza. Afinal, ela era só minha amiga... Não era?


Notas Finais


Bom, é isso, amores.
Vou postar no comentário o link do vestido e do colar que America estava usando. Comentem e dêem suas opiniões!
Beijinhos e até o próximo capítulo! 😘


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