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História Do Outro Lado Da Seleção - Acontecimentos


Escrita por: gabibmesq

Notas do Autor


Ooooooi, queridas! 😁
Antes de mais nada, MIL DESCULPAS PELA DEMORA!!! Apesar do feriado, eu não tive tempo pra escrever. Esse tipo de fic demora mais, porque preciso copiar todas as falas dos livros originais e ainda criar as que não aparecem lá, além de interpretar as emoções do Maxon. Ou seja, isso leva tempo. Mas prometo recompensá-los pela demora. Pretendo postar mais dois capítulos essa semana além desse! 🎉🎊🎈
E tenho outra notícia pra vocês: faltam 3 capítulos para o tão esperado BEIJO! Ooooou seja, se tudo der certo, no fim da semana vocês já terão ele à disposição!! Aeeeeee 🙅🙆👯💃
Agora sem mais delongas, vamos ao capítulo. Boa leitura! Te vejo lá embaixo 👇😘

Capítulo 7 - Acontecimentos


Depois que deixei America em seu quarto, pensei muito em tudo que ela falou. Sua história realmente não tinha nada de extraordinário, mas ainda assim, era uma história de amor. Um amor intenso e verdadeiro, capaz de fazê-la nem se importar com os riscos que corria ao sair de casa à meia-noite. Era esse amor que eu buscava. Queria alguém que não se importasse em correr riscos por mim. Talvez fosse egoísmo da minha parte, mas será que era pedir muito um amor sem limites? Será que era pedir muito um amor?

America ainda amava aquele rapaz, mas eu ainda tinha esperanças de, um dia, fazê-la me ver como mais que um amigo. Meu consciente me mandava desistir dela, mas o subconsciente me dizia para seguir em frente e tentar conquistá-la. É claro que eu escolheria ouvir o subconsciente, porque este era eu. Havia vinte e seis garotas torcendo para que eu as escolhesse, mas eu queria a atenção da única que não me via como um futuro marido. E da única de casta mais baixa, o que não era um problema para mim, mas certamente era para o meu pai. Algo me dizia que ele não gostaria que eu a escolhesse... e isso me fazia ter ainda mais vontade de escolhê-la.

 

- * -

 

No dia seguinte, prossegui com os encontros. Já havia me encontrado com quatro garotas além de America e Marlee. Entre elas estavam Kriss e Celeste, que se destacaram um pouco das outras.

O encontro com Kriss havia sido muito agradável. Dessa vez, ela falou um pouco mais sobre ela. Ela era simpática e graciosa. Eu gostava da sua companhia. Foi um encontro bem tranquilo, e não me senti nervoso ao lado dela, o que era bom. Acho.

Já o encontro com Celeste foi mais... interessante. Celeste era diferente de todas as garotas ali, era autoconfiante até demais. Ela era divertida, e suas frases quase sempre tinham um duplo sentido. Para ser sincero, isso me intimidava um pouco. Mal sabia ela que eu nunca havia sequer beijado uma garota. Mas é claro que não a deixaria saber disso. Jamais.

Havia muitas garotas ainda para conhecer. E eu tinha que me encontrar com todas antes da próxima sexta-feira, quando seria a entrevista no Jornal Oficial com todas elas. Elas precisavam ter algo para falar de mim, precisavam me conhecer pelo menos um pouco mais. Essa semana seria bem cansativa.

 

- * -

 

Cheguei de um encontro com uma das meninas e fui direto para o escritório. Meu pai pediu para que eu adiantasse alguns relatórios a respeito de orçamentos, pois dali a alguns dias teríamos uma reunião com esta pauta. Estava bem concentrado nos números quando um guarda abriu a porta.

- Com licença, Alteza - pediu. 

- Sim? - respondi. 

- A senhorita Celeste deseja falar com o senhor.

- Mande-a entrar, por favor - respondi ainda sem parar de escrever.

Ouvi os passos de Celeste adentrando a sala e me levantei para recebê-la. Ela parecia um pouco abalada. Não chorava, mas tinha os olhos marejados.

- Está tudo bem, querida? - perguntei preocupado.

- Infelizmente, não - respondeu com a voz triste.

- Venha, sente-se - puxei a cadeira livre para que ela se sentasse. Assim que ela o fez, me sentei à sua frente e prossegui. - Conte-me, o que aconteceu? - falei preocupado, porém com calma.

Ela começou a soltar as palavras, quase sem respirar:

- Ah, Max, nós estávamos conversando normalmente, e então ela me deu um tapa! Fiquei pasma, não queria ter que fazer isso, mas...

- Espere - interrompi. Nós quem? Um tapa? O que ela estava dizendo? - Fale devagar. Com quem estava conversando? Alguém te bateu? - eu estava confuso com suas informações. 

Ela respirou fundo e recomeçou. 

- Estávamos todas nós no Salão das Mulheres conversando, como de costume. Naquele momento, eu conversava especificamente com Anna. Falávamos sobre nossas famílias e costumes, e então falei algo que, aparentemente, a ofendeu, e ela me deu um tapa no rosto! - Celeste virou o rosto e mostrou o local do tapa. De fato, estava avermelhado. - Mas eu juro, Max, não tive intenção alguma de ofendê-la! Jamais faria isso com ninguém! - as lágrimas começaram a rolar.

Eu não podia acreditar. Anna bateu em Celeste? Ela sempre me pareceu tão sensata. Celeste deve ter falado algo muito grave a ponto de fazê-la tomar tal atitude, mas ainda assim, Anna perdeu qualquer razão no momento em que encostou nela. 

- Acalme-se, minha querida - falei nervoso com seu choro. - Você se machucou?

- Não - disse com a voz baixa. - Meu rosto ardeu na hora, mas está tudo bem agora.

- Que bom. Fique calma, está bem? Tomarei as devidas providências.

- Obrigada. Como eu disse, não queria ter que fazer isso, mas você acabaria sabendo de uma forma ou de outra. Todas estavam no Salão, todas viram.

- Entendo. Você fez o que é certo. Obrigado por me contar.

- Não há de quê - falou limpando as lágrimas. - Bem, vou para o meu quarto agora. Vejo que estava ocupado, não quero atrapalhar.

Ela se levantou e eu a acompanhei.

- Não se preocupe, não atrapalhou. Até mais, Celeste - beijei sua mão e ela saiu.

Droga. Eu sabia as regras, mas pensei que não precisaria usar algumas delas. Como, por exemplo, a regra de expulsar uma garota que agredisse outra Selecionada. Não queria ter que expulsar Anna, ela me parecia ser uma boa pessoa. Mas se eu não a expulsasse, estaria praticamente dizendo que a agressão física entre elas estaria liberada. O que eu faria então? De que forma falaria com ela?

"Olá, Anna, sei que bateu em Celeste, então agora você está fora, tchau!"

Eu não podia fazer isso, iria partir seu coração. Ai, droga, como isso era difícil.

- Filho? - levantei a cabeça que estava entre as minhas mãos e vi minha mãe. Nem percebi que ela havia entrado no escritório. 

- Ah, oi, mãe - falei desanimado. 

- Pela sua expressão, vejo que já está sabendo do ocorrido.

- Sim, estou - suspirei. - Como soube?

- Uma das criadas estava presente e foi correndo me contar. Segundo ela, o tapa foi bem forte.

- Ah, mãe, isso é tão difícil! - confessei. Precisava de alguém para desabafar, e graças aos céus minha mãe apareceu. - Celeste veio aqui e me contou tudo. Contou que estava conversando com Anna e falou algo que, aparentemente, a ofendeu, e então ela deu-lhe um tapa no rosto. Fiquei triste com isso, eu gosto da Anna. É claro que não é nada muito profundo, mas ela me parece ser uma pessoa de bom coração. Lembro-me de vê-la de joelhos orando durante o ataque rebelde. Ela não merecia sair assim... Celeste deve ter falado algo muito grave para ela.

- Eu sei, querido - ela se sentou e colocou sua mão sobre a minha. - Sei que é difícil. E também penso que Anna não merecia sair desta forma. Apesar de parecer um pouco explosiva, ela tem bom coração. Mas você sabe que precisa seguir as regras, independentemente do que Celeste tenha falado para ela. Se você não expulsá-la, isso pode lhe acarretar problemas maiores futuramente.

- É, eu sei - lamentei. - Conversarei com ela.

- Sim, faça isso. Tenho certeza de que saberá o que dizer. E seja sincero, está bem? Nunca deixe de ser você mesmo. Fale sempre o que sente e o que pensa, mas sem perder o cavalheirismo. Sinceridade e honestidade são qualidades preciosas.

- É por isso que a senhora é tão maravilhosa - sorri para ela. - Você tem essas e todas as outras qualidades que tornam uma pessoa incrível.

- Ah, querido - ela disse levantando-se -, sou apenas uma mulher como qualquer outra. A diferença é que tive a sorte de me tornar Rainha ao lado do seu pai e ter um filho lindo, em todos os sentidos.

Minha mãe era sempre assim. Todos viam a mulher incrível que ela era, mas sua humildade não permitia que ela o visse também. 

- Não, mãe, você não é como qualquer outra - levantei-me e fui até ela. - Você é a melhor pessoa que conheço, falo isso de coração. Você é uma mulher de caráter inquestionável e força inacreditável. Não é à toa que toda a Illéa te admira tanto. Torço para que minha escolhida seja ao menos um quarto do que a senhora é, e então sei que estarei muito bem de esposa.

Com os olhos marejados, ela tocou meu rosto com delicadeza e falou:

- Você terá uma esposa incrível, querido, muito melhor que eu. Tenho certeza. Você merece isso mais que ninguém. 

Sorri para ela e a envolvi em um abraço apertado. 

- Obrigado, mãe. Eu amo você.

- Também amo você, meu menino. Mais do que imagina.

 

 

- Me chamou, Alteza? - Anna perguntou entrar no escritório. 

- Sim. Sente-se, por favor - apontei para a cadeira à minha frente.

Esperei que ela se sentasse e continuei.

- Suponho que saiba o motivo de tê-la chamado aqui - falei em um tom amigável. 

- Sim, eu sei - ela olhou para suas mãos. - Celeste te contou, não foi? 

- Sim, ela me contou.

- E o que você vai fazer? - perguntou, ainda olhando para baixo.

- Querida, olhe para mim - pedi. Ela levantou os olhos. - Você conhece as regras. Infelizmente, terei que mandá-la embora da Seleção. 

Ela tentou segurar o choro, mas não conseguiu. 

- Maxon, me desculpe! - falou em meio às lagrimas. - Eu não tinha a intenção de fazer isso, mas ela ofendeu minha família... Eu agi sem pensar. Não queria machucá-la, não queria ir embora, minha família precisa de mim aqui... - e então ela chorou ainda mais. 

- Ei - falei docemente -, por favor, não chore. Eu sei que não fez por mal, sei que não é da sua natureza agredir pessoas. Mas eu preciso seguir as regras. Se deixar você ficar, terei que aceitar qualquer outro caso de agressão, e isso não pode acontecer - ela começou a se acalmar. - Quanto à sua família, desculpe perguntar, mas por que precisam de você aqui?

Anna hesitou um pouco diante da minha pergunta, mas logo respondeu:

- Bem, você sabe que sou Quatro, trabalho numa fazenda com meu pai. Nós nunca passamos fome ou qualquer tipo de necessidade, mas minha irmã agora entrou na faculdade. Temos um bom dinheiro guardado, mas eu também vou precisar entrar em alguma faculdade quando sair daqui, porque serei Três, mas não sei fazer nada além de ajudar meu pai na fazenda. Sonho em ser veterinária, mas, para isso, terei que estudar muito, e não sei se nossa renda é suficiente para bancar duas faculdades - ela olhou para baixo envergonhada. 

Sua história me comoveu. Minha mãe havia acabado de me dizer que sinceridade e honestidade eram qualidades preciosas... Então por que não recompensá-la por essa preciosidade?

- Vamos fazer um acordo - propus. Ela me olhou, estranhando minha fala. - Antes de você ir, mandarei lhe entregarem uma boa quantia em dinheiro, o suficiente para pagar metade da sua faculdade, ou até mesmo o valor integral, dependendo de qual for. E isso fica entre nós. Combinado?

Anna não escondeu sua surpresa.

- N-não, Alteza, eu não posso aceitar - falou nervosa. 

Segurei suas mãos que estavam sobre a mesa e falei:

- É um presente. Não vai recusar um presente do príncipe de Illéa, vai? Isso seria uma tremenda desfeita - levantei as sobrancelhas, com uma falsa expressão de advertência. 

Ela deu uma risadinha e falou:

- Muito obrigada, Maxon. Você tem um ótimo coração - ela olhou pra baixo, e depois de volta para mim. - Fico triste por não poder mostrar-lhe mais um pouco de quem eu sou. Estava realmente começando a gostar de você... - ela corou um pouco, mas continuou. - Eu te via pela televisão e não podia imaginar que era um homem tão bom assim, mas hoje vejo que é. Não sei como te agradecer.

Fiquei lisonjeado com suas palavras. Era realmente uma pena ela sair daquela forma.

- Agradeça sendo uma excelente veterinária - falei sorrindo para ela. - Você também tem um bom coração. Sei que vai encontrar um homem que a mereça.

Ela sorriu de volta, limpando suas lágrimas, e então perguntou:

- A que horas devo partir?

- Seu vôo será às sete horas, então presumo que deva sair do palácio antes mesmo do jantar.

- Nossa! Preciso correr para arrumar tudo e me despedir das meninas - falou, levantando-se. - Mais uma vez, obrigada, Maxon - disse docemente.

- Eu que agradeço, Anna. Foi um prazer conhecê-la - falei, beijando sua mão logo em seguida.

- Boa sorte na sua escolha para uma esposa - falou sorrindo.

- Boa sorte na sua nova vida.

Dei uma piscadela e ela saiu. Fiquei aliviado por ter dado tudo certo no final. Graças à minha mãe, que chegou no momento certo para me acalmar. Ela era o meu anjo.

 

- * -

 

Naquela semana, aproveitei os momentos em que elas estavam tendo aula de história para me exercitar. Fiquei pensando no que elas diriam se soubessem que eu faço exercícios físicos frequentemente. Diriam que era por saúde, talvez. Mas meu motivo ia muito além disso. Elas entenderiam se conhecessem o pai que tenho. Não era que eu pensasse em agredí-lo, mas eu precisava me preparar para enfrentá-lo um dia. Não podia permitir que ele me desse chibatadas eternamente. Eu não era um criminoso. Ainda que ele fosse meu pai, não tinha o direito de me agredir daquela maneira. Aquilo tinha que acabar, e isso dependia unicamente de mim.

 

- * -

 

A sessão de fotos estava a todo vapor. Meu maxilar doía de tanto sorrir, mas eu estava ansioso para fotografar com America. Passaram-se dias desde o nosso último encontro, quando ela me contou sua história, depois disso eu não a encontrei nem pelos corredores. Essa ruiva me deixava com saudades mesmo estando a alguns passos de distância de mim.

Eu fotografava com Natalie. A chamei para um encontro logo que ela veio em minha direção. Quando ela terminou de fotografar, perguntou se estava mesmo confirmado, e eu respondi que sim. Ela também era muito simpática e bonita, me parecia ser uma boa opção. 

Logo depois, foi a vez de Celeste. Ela veio em minha direção com um olhar travesso, o que me fez sorrir. Quando parou ao meu lado, inclinou-se e sussurrou em meu ouvido:

- Vossa Majestade sabe que eu sou modelo, mas não precisa ficar intimidado com meu profissionalismo, está bem? - ironizou. - Sinta-se em casa.

Não consegui prender a risada diante de seu sarcasmo. Concordei com a cabeça e começamos a fotografar. 

Celeste era mesmo profissional naquilo. As fotos com ela foram as mais rápidas, devido à sua grande eficiência. Ao sair, ela passou as mãos pelos meus braços, e pude perceber um olhar... desafiador? Não sei. Nem tive muito tempo para pensar, pois America veio até mim logo em seguida. Não pude deixar de me alegrar por vê-la novamente.

- Olá, minha querida - cantarolei. 

- Nem comece - America avisou.

Ri de sua reação e estendi o braço para ajeitar sua echarpe.

- Um segundo - pedi. - Sua echarpe está torta.

- Era de se esperar - comentou. 

- Acho que assim dá para o gasto - brinquei após consertar.

- Bem que eles podiam pendurar você com os lustres depois, não? - rebateu brincando com as medalhas de ouro em meu uniforme.

Fiz uma careta e o fotógrafo nos chamou.

- Olhem para a câmera, por favor.

Ao olhar para frente, percebi que todas as garotas nos observavam. Ou melhor, a observavam. America secou o suor de suas mãos no vestido e soltou um ar que eu nem percebi que ela estava prendendo.

- Não fique nervosa - sussurrei tentando acalmá-la.

- Não gosto que todos fiquem olhando para mim. 

America estava inquieta. Puxei-a para bem perto de mim e passei firmemente a mão pela sua cintura. Percebi que ela tentou se afastar um pouco, mas eu não deixei.  Aquela seria a minha chance de mostrar a Illéa - e ao meu pai - que America poderia ser uma princesa graciosa e elegante ao lado do príncipe.

- Apenas olhe para mim como se não aguentasse mais a minha cara - instruí, fazendo uma careta séria. 

America não conseguiu prender a risada, o que me fez rir junto a ela no exato momento em que a câmera disparou.

- Viu? - eu disse. - Não é tão ruim.

- Talvez - murmurou.

America ainda parecia um pouco nervosa. Segui as instruções do fotógrafo e a virei, de modo que suas costas ficassem contra meu peito. Tê-la tão perto de mim me fazia imaginar coisas indevidas, mas confesso que não queria afastar esses pensamentos.

- Excelente - comentou o fotógrafo. - Podemos fazer umas no sofá? 

Fiquei feliz por ele estar satisfeito com as fotos a ponto de nos pedir para tirar algumas no sofá. Ele não havia pedido isso a todas.

America se ajeitou no sofá com uma postura digna de uma princesa, e eu não parava de fazer cócegas nela. Seu sorriso aumentava gradualmente, até se firmar em uma gargalhada. O fotógrafo captou nossos melhores momentos.

Notei que um dos membros do conselho acenava para mim. Sinalizei para que ele se aproximasse. Provavelmente ele tinha alguma notícia sobre os rebeldes. Eu suspeitava que eles estariam agindo em algum lugar, pois já estavam um tempo quietos. Ele olhou para America e depois de volta para mim.

- Ela pode ouvir - respondi a pergunta em seus olhos.

Então ele se aproximou, ajoelhou-se diante de mim e falou:

- Ataque rebelde em Midston, Majestade - informou, confirmando minhas suspeitas. - Eles queimaram fazendas e mataram cerca de doze pessoas.

Ai, droga. Eram os sulistas. Isso não era bom.

- Em que parte de Midston? - perguntei.

- A oeste, senhor, perto da fronteira.

Se estavam perto da fronteira, a essa altura já deviam estar chegando a Tammins. O ideal seria localizar as tropas de lá e da fronteira de Midston com Sota, para interceptá-los antes de chegarem a Fennley. Mas quem decidia isso não era eu.

- O que meu pai diz? - perguntei.

- Na verdade, Majestade, ele quer saber sua opinião.

O quê? Meu pai queria saber a minha opinião? Que bicho o teria mordido? 

- Localize as tropas a sudoeste de Sota e em toda a região de Tammins - ordenei. - Não é necessário ir muito ao sul e chegar a Midston. Seria perda de tempo. Veja se conseguimos interceptá-los. 

- Perfeito, senhor.

Ele se levantou, fez uma reverência e se retirou.

Aquela notícia tirou todo o brilho do momento. Os rebeldes estavam a caminho de Angeles e faziam estragos imensos por onde passavam. Doze pessoas completamente inocentes já haviam morrido só nesse ataque. Esperava que as tropas conseguissem detê-los antes que atravessassem a próxima fronteira, pois se conseguissem atravessá-la, seria ainda mais difícil pará-los, e o estrago seria ainda maior. E se eles chegassem ao palácio, colocariam em risco a vida de todas aquelas garotas, inclusive America, que me olhava preocupada. Essa era a pior parte da Seleção: arriscar a vida de garotas inocentes que nada tinham a ver com os problemas do governo.

- Você está bem? - America perguntou.

Fiz que sim com a cabeça.

- Fico pensando nas pessoas - comentei, olhando para o nada.

- Talvez devêssemos parar - America sugeriu.

Balancei a cabeça, voltei à postura e sorri, olhando para ela e colocando sua mão sobre a minha.

- Um dos requisitos dessa profissão é a capacidade de parecer calmo quando se está muito longe disso - comentei. - Por favor, sorria, America.

Ela ajeitou a postura e sorriu para as câmeras. Apertei sua mão sobre minha, sentindo-me grato por tê-la ao meu lado depois daquela notícia ruim. Ela retribuiu o gesto e, naquele momento, senti que minha ligação com ela ia muito além de apenas amizade. Se fosse com qualquer outra pessoa, eu ainda estaria mal, mas a presença de America me acalmava e me dava esperanças de que tudo iria se acertar. America trouxe de volta o brilho do momento.

- Muito obrigado - disse o fotógrafo. - A próxima, por favor? 

Nós nos levantamos e eu segurei novamente sua mão. 

- Por favor, não diga nada - pedi. - É de extrema necessidade que seja discreta.

- Claro.

Permaneci encarando aqueles olhos azuis por alguns segundos, até que o barulho dos saltos vindo em nossa direção me fez lembrar que não estávamos sozinhos ali. O que era uma pena, pois a sensação de ficar ali com ela era maravilhosa. Apertei novamente sua mão, agradecendo mentalmente por sua companhia, e a soltei.

Olhei para o lado e vi Janelle caminhando em nossa direção. 

- Janelle, minha querida - beijei sua mão. - Antes que eu me esqueça, está livre esta tarde?


Notas Finais


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Beijos, amorinhos! Vejo vocês ainda essa semana 😘🍰


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