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História Dois Mundos: A Batalha Final - Sequestrados do nada para o nada


Escrita por: IzaStank

Notas do Autor


A parte final mauahahhaahah agora ficou sério! Desculpa o tamanho e tal sasuhauhs

Capítulo 1 - Sequestrados do nada para o nada


-Eu tenho que voltar lá! –Gritei com Douglas pela décima vez.

-Pra quê? Se torturar? Ser morta? –Ele grita comigo, sem virar o rosto.

-Nós precisamos ajuda-lo. –Falei segurando com raiva.

Estávamos caminhando por quase meia-hora pela freeway, pelo caminho de volta para Porto Alegre. Nenhuma santa alma estava passando de carro ou a pé. A escuridão era total, a não serem as nossas lanternas.

Meus pés já estavam começando a doer, minhas costas pareciam estar levando facadas, meus olhos estavam vermelhos de chorar, tanto de raiva quanto tristeza. A julgar pelo tremor na voz de Douglas, ele também havia chorado.

-Pedro não precisa de ajuda. Ele sabe se virar muito bem sem nós. –Douglas respondeu um pouco mais calmo.

Tentei soltar meu braço. Ele vinha segurando meu braço esquerdo com força, depois da minha tentativa de voltar. Não consegui. Bufei irritada.

Douglas parou na encosta e largou a mochila aos seus pés. Fazia um calor de quase trinta graus de noite, ou seja, nós dois estávamos pingando suor.

-Muito obrigada. –Resmunguei sentando ao lado dele.

O céu estava lindo, as estrelas brilhavam magnificamente, sem nuvens. A lua minguante nos observava lá de cima, como se esperasse nossos próximos movimentos.

-Tu acha que deu certo essa frescura de hoje? –Perguntei depois de tomar um gole de água. –Eu não estou afim de perder o Pedro por nada.

-Espero que sim. –Ele responde de cabeça baixa.

-Ok. Como vamos sair daqui agora? –Pergunto olhando em volta. Vejo apenas mato rasteiro e asfalto.

Ele pensou um pouco antes de responder.

-Não sei. Duvido que Quíron mande alguém em nosso resgate, sabendo que saímos no meio da noite. E Amós está ocupado.

-Carter não pode emprestar Freak? –Pergunto usando uma última esperança.

-É uma possibilidade, mas como ele chegaria aqui?!

Ficamos em silêncio por um tempo, recuperando as forças.

-Nós não vamos conseguir chegar a Porto Alegre a pé. –Falei.

Ele não respondeu.

Olhei na direção em que viemos. Nenhum indicio que um exército de demônios esteve lá e tinha, possivelmente, matado meu namorado.

Aos poucos, a adrenalina foi baixando, e comecei a sentir as dores da perda. Eu não iria aguentar viver sem Pedro, e se encontrasse titia Jéssica em algum lugar, ela morreria. Ninguém mata meu namorado e sai impune!

Com o canto do olho, vi Douglas limpar algumas lágrimas perdidas. Ele deveria estar se sentindo pior do que eu.

De repente, uma luz branca surgiu no meio da estrada, no sentido Porto Alegre-Litoral. Nós cobrimos nossos olhos e nos abaixamos para ver o que era.

Uma Captiva preta vinha em alta velocidade, e passou por nós sem problemas. Quando nós estávamos voltando para baixo do barranco, ouvi o carro freando. E dando ré.

Nos entreolhamos e pegamos nossas armas, apenas por precaução.

O carro parou e duas pessoas desceram. Uma mulher usando um vestido longo preto, com apenas uma alça, pele bronzeada e cabelos castanhos perfeitamente presos em um penteado. O cara usava um terno preto, impecável, que caía muito bem. Ele era alto e grande, como um lutador de MMA, tinha cabelos grisalhos emplastrados com gel e olhos escuros.

Ele parou ao lado da mulher e passou o braço pelos ombros dela. A aliança na mão esquerda deles deixava claro que eram marido e mulher.

Douglas se endireitou, colocando a espada atrás do corpo.

-Podemos ajuda-los? –Ele perguntou com a voz tensa, mas calmo.

Eu não conseguia enxergar o rosto da mulher muito bem, mas alguma coisa nela me deixava inquieta. Ela era robusta, e estava estática, avaliando a situação, enquanto o homem se balançava para frente e para trás.

-Claro que podem. Estávamos à procura de vocês. –O homem riu. Percebi que reconhecia a voz dele de algum lugar.

Dei um passo para trás, porque agora tinha começado a lembrar de onde.

-Nos procurando? Por quê? –Perguntou Douglas recuando.

-Vocês causaram um belo barulho essa noite. Podemos dizer que o seu objetivo foi completo. Chamou a nossa atenção. –Respondeu o homem, de maneira casual.

Engoli em seco. Aquele cara era quem eu vi em um sonho, poucos dias antes, e se chamava Edson.

-Mas quem são vocês? –Douglas fechou a cara e puxou a espada, totalmente desconfiado.

A mulher bufou.

-Guri mal criado. Esperava mais de você. Eu achava que ela tinha lhe criado bem, mas vejo que imaginei errado.

A minha ficha já tinha caído, mas acho que Douglas ainda estava raciocinando. Ele parecia confuso, e então...

-É você?! –Meu primo questionou com um misto de raiva, ódio, confusão e indecisão na voz. –Tu é a maldita que está causando confusão? Que tentou destruir a humanidade? Que tentou me matar? –Ele ia levantando a voz.

Segurei o braço dele no momento que a espada surgiu. Eu também tinha vontade de mata-la, mas não era a hora certa... Ainda.

-Sim, sim. Eu sou a sua mãe, feliz agora? –Jéssica disse indiferente.

Douglas avançou para ela, ignorando minha mão. Edson se interpôs e agarrou-o pelos ombros. Jéssica recuo e bateu no carro, e eu apenas fiquei parada observando. Um ato muito heroico da minha parte.

Os dois tentaram lutar, mas Edson era muito mais forte que Douglas, e o imobilizou rapidinho.

Douglas bufava, enraivecido. Seu rosto parecia estar vermelho, mas não dava para saber.

Peguei o cajado que levava nas costas e dei uma bela batida na nuca de Edson. Avencei para minha tia, tentando encurralar ela com o carro, mas não consegui. Ela era rápida, e em um movimento repentino, conseguiu fazer fitas coloridas surgir em volta dos meus braços, pernas e pescoço, prendendo-me.

Edson nocauteou Douglas, fazendo-o desabar no asfalto ao meu lado. Com um pouquinho de esforço, consegui me manter em pé e não cair por cima dele.

-Acho bom vocês cooperarem. –Edson disse, levantando Douglas e colocando-o no banco traseiro.

-Porque eu cooperaria com vocês? Seus dois sádicos ridículos. –Falei chiando, com raiva e ódio borbulhando dentro de mim.

Jéssica se aproximou de mim, com um sorriso repuxado em seu rosto. Era muito escuro para descobrir a sua expressão, mas senti calafrios.

-Se vocês não se unirem a mim, vou matar aqueles que vocês mais amam. –Ela sussurrou perto o suficiente para eu sentir seu hálito.

‘Bruna’, pensei na hora. Não me pergunte porquê, mas não é nenhuma surpresa eu amar minha irmã.

-E posso devolver aquele seu namoradinho estúpido. –Ela acrescentou, quase rindo.

Meus olhos se arregalaram.

-Pedro está morto. –Rangi os dentes. Ela não iria me manipular.

-Não está.

Segurei o ódio. Se Pedro estivesse com ela, eu teria que me segurar até certificar que ele estava bem. Decidi fazê-la continuar falando.

-Eu vi ele morrer. –Choraminguei, o que não foi difícil.

Ela deu um risinho.

-Você deve achar que sou louca ou coisa assim, mas vai entender meus planos.

Fechei a cara ainda mais e disse que não, até ela segurar minha testa contra o carro com força, e prensar uma faca na minha bochecha.

-Eu estive aqui esperando pro vocês desde que destruíram os zumbis, e resolvi armar outro plano para limpar a humanidade...

-Limpar??? Tu planejava limpar a humanidade sujando ela? –Questionei realmente sem entender.

Ela abriu um sorriso sádico.

-Não, pequena Lú. Os zumbis foram a maneira que escolhi. Com a ajuda da minha equipe de apoio que você destruiu, criamos a fórmula e demos inicio. Os zumbis iriam destruir o lado ruim do ser humano, e quando estivessem todos purificados, voltariam ao normal, melhores.

Aquilo não fazia nenhum sentido. Só a idéia de purificar me deixava com vontade de rir, mas lembrei da faca quase perfurando minha pele.

-E então dei inicio ao plano B. Tirar toda essa baboseira de deuses. Eles não ajudam, só atrapalham. Então eu vou ajudar o mundo a se reconstruir depois de colocar os zumbis operando novamente. O mundo se renovará.

Tive que rir. E senti a ponta afiada furando a carne e um risco de sangue quente escorreu pelo meu rosto.

-Tá, e como vocês explicam os trajes de festa? Ein? Estavam indo para alguma festa de ano novo e nos acharam por acaso?

Edson abriu um sorriso na penumbra, fazendo brilhar os dentes brancos, mas não disse nada, apenas cruzou os braços.

-Depois de toda a agitação de vocês na cidade, achei que seria bacana vir encontrar vocês com roupa de gala, já que é como uma festa pra mim tê-los sob minha custódia.

‘Quem que fala bacana???’ perguntei-me mentalmente.

-E por qual motivo tu precisa de nós? –Perguntei percebendo que Douglas dava sinal de vida dentro do carro.

-Quem não gostaria de usar os filhos para destruir os pais? Vocês são fortes, poderosos, corajosos, perfeitos para me ajudar. E tu sabe, minha querida, que o sangue mago corre em minhas veias também. Não tão forte como em Júlia, mas consigo alguns truques. –Dizendo isso, as fitas de Hátor se apertaram em volta de mim. –Se vocês se aliarem a mim, poderão escolher quem não será zumbi. Viverão uma vida plena ao meu lado.

Respirei fundo e mirei Douglas, desacordado sobre o banco de couro do carro. Sua testa sangrava onde Edson o acertou com o punho da espada. Pensei em todas minhas possibilidades no momento. Se eu quisesse derrotá-la, teria que pelo menos fingir colaborar para me livrar das fitas.

Suspirei desanimada.

-Ok, para onde você vai nos levar? –Pergunto de cabeça baixa.

Os dois abriram um sorriso de escárnio.

-Você não precisa saber. –Jéssica disse levantando algum objeto.

De repente, senti alguma coisa me acertando na testa, caí no asfalto feito uma banana podre.

 

Acordei em um local diferente. Minha cabeça latejava e enxerguei tudo embaçado. Pisquei algumas vezes até minha visão entrar em foco. Estava em um cômodo pequeno, com paredes de pedra escura. Uma lâmpada brilhava fracamente no teto, iluminando a cama em que eu estava e a que Douglas estava. Apenas isso.

Sentei-me na cama passei a mão pela cabeça. Tinha um galo no lado direito da minha testa. Procurei pela minha mochila, mas não encontrei nada. Felizmente, o arco estava preso no meu pescoço.

Dei dois passos até a cama de Douglas e cutuquei-o. Ele estava deitado de bruços, roncando e babando. Depois de um pouquinho mais de insistência, consegui fazê-lo acordar.

-O que aconteceu? –Ele perguntou meio grogue, sentando-se na cama, de frente para mim.

-Acho que a tua mãe nos sequestrou. Não tive opção. –Falei de cabeça baixa.

Douglas me olhou confuso.

-Como assim você não teve opção?

Contei o que aconteceu após ele ser nocauteado.

-Ou seja, ela me manipulou facilmente. –Completei deitando na cama.

Ele não disse nada, apenas levantou e caminhou até a porta de ferro. Douglas levantou o punho e bateu com força na porta metálica, fazendo um som estrondoso. Parecia que a porta era fina. A tranca era simples e provavelmente fácil de manipular.

Douglas fez sua mão virar ferro e tentou arrebentar a maçaneta, mas era mais forte do que esperava. Tentou socar a porta com mais força, mas só conseguiu mais barulho.

Convoquei o arco para usar o gps, mas estava sem sinal. Procurei o celular nos bolsos, mas é claro que ele tinha sumido. Nós não tínhamos escapatória.

-O que você acha que vai acontecer conosco? –Douglas encostou as costas na porta e escorregou até o chão.

Balancei a cabeça.

-Não tenho ideia. –Meus olhos pararam em um ponto acima da porta, no canto superior esquerdo. –Douglas, olha de relance pra cima, do teu lado direito. –Murmurei desviando o olhar.

Como sempre, ao invés de fazer o que pedi, ele vira como a guria do exorcista. Uma câmera preta, pequena e brilhante, nos cuidava.

Eu e Douglas nos entreolhamos com um brilho renovado no olhar. Um pequeno sorriso brotou nos lábios dele, sem ser muito visível.

-Tenho uma ideia. –Ele disse com aquele típico sorriso malandro, que foi provavelmente a causa que fez Rafa e Caroline se apaixonarem por ele.

 

Minha parte no plano foi dormir. Sério. Enquanto Douglas desmontava a câmera, e fazia alguma coisa, eu me mantinha no foco dela, dormindo. Devo confessar que gostei disso.

Obviamente, eu sonhei, como sempre.

Dessa vez, observei Caroline no acampamento, repousada sobre uma cama da enfermaria, toda enfaixada. Senti uma dor no coração, por vê-la desacordada e não poder fazer nada.

Uma pessoa estava ali por perto, vigiando-a. Reconheci a flanela azul escuro, e o tênis verde. A pessoa menos provável para estar ali, estava. Rafa estava curvada, de cabeça baixa.

Tentei me aproximar, mas não consegui. Percebi os ombros de Rafa tremendo, e percebi que ela chorava. Ninguém estava por perto para ver isso.

Do nada, Caroline gemeu. Rafa se assustou e chegou mais perto.

-Calma, vai ficar tudo bem. Você está em segurança. –Ela disse baixinho, segurando as lágrimas e tentando confortar Caroline.

A filha de Hermes balbuciou alguma coisa, e parecia estar tentando acordar desesperadamente. Fazia uma força enorme para respirar.

-Ele está bem, todos estão bem. –Rafa continuou, diminuindo a voz.

Caroline parou de fazer força, como se tivesse se acalmado. Ela relaxou. Rafa soltou o ar e caiu na cadeira novamente. Lançou um olhar difícil de interpretar, um misto de raiva e pena.

Comecei a me afastar, a ser levada para algum outro lugar que meu ba gostaria de viajar.

Então, Douglas me acordou.

O quarto estava escuro, obviamente a luz estava apagada. A cara de meu primo pairava sobre mim, sorrindo.

-O que aconteceu? –Perguntei escorando as costas na parede.

Ele sorriu mais ainda.

-Espero que tu estejas pronta para dar o fora daqui.

Cerrei os olhos sem entender, até perceber que a única claridade do quarto vinha de um buraco na parede. A porta estava aberta. Meu queixo caiu.

-Mano, como tu fez isso? –Perguntei sem acreditar. –Achei que tu fosses apenas entrar no sistema deles ou sei lá.

Ele deu de ombros e me ajudou a levantar.

-Sou multitarefas. Enquanto você ficava aí, dormindo, eu invadi o sistema sim, mas descobri muita coisa interessante. E de quebra, consegui abrir a porta.

Pensei em falar sobre o estado de Caroline e Rafa, mas isso iria acabar com o bom humor dele. Ao invés disso, abracei-o.

Senti sua cabeça pesar sobre meu ombro, e ele reprimir um soluço.

-Ok, agora vamos sair daqui. Por favor. –Douglas disse nos separando.

Assenti e levantei.

 

Corremos por um corredor de pedra escura e lisa, que dava a impressão de subterrâneo. Deveria ter uns dois metros de pé direito, iluminado por lamparinas estilo medieval.

Paramos no fim, cerca de vinte metros de corrida. Uma porta de madeira polida, escura e reluzente, nos esperava. Antes de eu impedir, Douglas abriu-a e invadiu a sala.

Era uma sala de estar grande, com tapeçarias coloridas cobrindo as paredes, com uma lareira crepitando e sofás de couro por todo lado. Os lustres pareciam ser de cristal, e lançavam um brilho esverdeado pelo ambiente. Uma mesa comprida, de pedra, tomava conta do centro da sala, rodeada por cadeiras nobres.

Esquadrinhei a sala com os olhos semicerrados, pronta para armar um barraco, mas não tinha ninguém por ali. Relaxei um pouco.

-Agora nós precisamos sair daqui. –Douglas disse baixinho, dando alguns passos e girando a cabeça.

Passei os olhos pelas tapeçarias, pelas paredes, pelos móveis, tentando encontrar algo útil que nos ajudaria a dar nossa localização, mas nada ajudou.

Dei a volta na mesa, observando os papéis atirados sobre ela. Eram apenas contas e boletos de bancos. Todos em alguma língua estrangeira, provavelmente russo. Não tinha muita coisa importante que realmente me chamasse atenção.

Do outro lado da sala, havia duas portas, uma de ferro e outra de madeira. A de ferro estava entreaberta enquanto a outra estava totalmente fechada. Aproximei-me o suficiente para espiar. Era uma sala de controle, pequena, mas claramente uma sala de controle.

-Veja isso. –Sussurrei para Douglas, dando espaço para ele.

Ele suspirou.

-Isso é perfeito.

Dei um passo para trás, para que ele pudesse entrar na sala.

-O que a gente vai fazer com isso tudo? –Perguntei observando as várias telas de computador, mostrando mapas e dados aleatórios.

Douglas sentou-se à mesa principal, onde uma tela maior exibia um mapa do planeta giratório, com dezenas de pontinhos vermelhos. Ele puxou o teclado e começou a digitar.

-Vou mandar esses arquivos para um e-mail seguro. E quando sairmos daqui, mamãe vai estar totalmente ferrada.

-Que bom que tu está tão otimista. –Falei dando uma volta na sala. –Mas tu tem alguma ideia de onde seja o ‘aqui’?

-Talvez na Ásia. Não sei.

O sinal do GPS ainda não funcionava, o que não era um bom sinal. Aproximei-me de uma das janelas, e vi neve, muita neve cobrindo a floresta que nos cercava. Estávamos em um ponto alto da ‘casa’, onde eu conseguia ver muita coisa ao redor. Infelizmente, não tinha muito para se ver.

-Cara, estamos muito longe de Porto Alegre. –Suspirei observando a paisagem.

-Achei! –Douglas exclamou. Virei-me e corri até ele, parando atrás de sua cadeira. –Estamos na Rússia, mais especificamente em uma micro cidade chamada Yakkima, quase na fronteira com a Finlândia. –Ele fez uma careta. –Na boa, qual super vilão monta sua base na Rússia?

-A tua mãe. –Respondi.

-É, ainda estou engolindo essa história de ela me sequestrar. –Outro suspiro. –Enfim, vamos dar o fora daqui. Consegui um mapa de fuga desse lugar, e se conseguirmos ir até São Petersburgo, saímos do país. O único problema é que São Petersburgo fica a, tipo, mais de 500 km daqui.

-Ou seja, estamos ferrados?!

-Não, nunca diga isso para um filho de Hefesto. –Ele virou a cadeira e vi um sorriso malicioso em seu rosto. Douglas tinha uma carta na manga.

Ele levantou da cadeira e digitou algo no computador. Depois, caminhou para fora da sala, e eu o segui. Fizemos o caminho de volta pelo corredor até o outro lado, onde uma grade impedia nossa passagem. Uma escada para cima e outra para baixo nos esperavam.

Douglas convocou um pouco de fogo e derreteu a fechadura, abrindo a grade e subindo. Não tive opção a não ser segui-lo.

-Tu não acha estranho eles terem desaparecido e deixarem a sala de controle escancarada? –Perguntei ofegante após subir dois lances de escada.

-Eles não desapareceram, apenas estão nos observando. –Douglas respondeu. –Foi tudo armado, principalmente a parte de nos deixar fugir facilmente. Agora, nesse exato momento, enquanto estamos fugindo, eles estão tentando descobrir como faremos isso, mas a Jéssica é muito burra pra descobrir o que eu vou fazer.

-E o que tu vai fazer? –Perguntei parando para respirar. Suor brotava na minha nuca e testa, apesar de estar frio. As escadas de pedra estavam escorregadias, o que só aumentava meus esforços, e assim, eu fiquei com sede.

-Tu realmente acha que vou te falar? Sabendo que eles vão nos impedir de souberem? –Douglas subiu mais dois degraus e parou em frente a uma porta metálica.

Considerei as resposta.

-O que te garante que não estão vindo atrás de nós agora? –Questionei olhando por cima do ombro.

-Nada. –Ele riu e abriu a porta com facilidade. –Apenas confie em mim, irmãzinha.

Um sorriso brotou em meus lábios. Apesar de tudo, nós nos considerávamos irmãos, porém, ele nunca tinha dito isso em voz alta, apenas eu. Ouvir aquilo, que ele me considerava sua irmã e não prima, era reconfortante, porque de uma certa forma, Douglas renunciava Jéssica como mãe definitivamente.

-Eu confio. –Respondi.

Uma lufada de ar frio entrou no corredor, me fazendo congelar. Flocos de neve flutuavam em nossa volta, me fazendo abraçar os braços e bater queixo. Saímos para o telhado, e me surpreendi com o fato de ter um heliporto ali, infelizmente, sem nenhum helicóptero.

Caminhei com dificuldade até a beirada e espiei. Se eu caísse, seria uma queda de uns dez ou quinze metros, não saberia dizer ao certo, apenas saí dali e me juntei a Douglas no centro.

-E agora? –Perguntei tremendo.

Ele olhou o relógio: dez da manhã do dia trinta e um de dezembro de 2013. A festa de ano novo seria dali a 14 horas, e eu tinha que salvar o mundo e chegar a Nova York a tempo.

Um portal rodopiante surgiu na nossa frente. Não era de areia como os produzidos pelos magos, mas sim escuro, como um buraco negro.

Tudo começou a ser sugado para o portal, inclusive nós. Douglas riu e segurou minha mão.

-Venha, vamos salvar meu cunhado. E de quebra, fugir da Rússia. –Ele me puxou para o portal e fui sugada para o Duat.


Notas Finais


quero comments, não dói nada. é bom quando comentam. diga o que achou. vlw


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