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História Dois Mundos: A Batalha Final - A música, a aliada e o futuro


Escrita por: IzaStank

Notas do Autor


Depois de tanto tempo, dei uma continuação :( foi mal. Não era pra ser assim, mas só vou terminar de postar por respeito.

Capítulo 2 - A música, a aliada e o futuro


Caí sobre uma calçada de pedra coberta por neve. Eu não tinha ideia de como Douglas conseguiu abrir aquele portal no meio do nada, e muito menos aonde ele tinha conseguido ancora-lo. Nem sabia onde eu estava!
Olhei em volta e percebi estar em uma espécie de praça. Mortais passavam por nós e nos encaravam. Eles usavam casacos pesados de inverno, gorros de pele, e outros acessórios de inverno. Ninguém pareceu perceber que tínhamos surgido no meio do nada.
Senti Douglas segurar meu braço esquerdo e me arrastar para um canto. Imaginei estávamos em São Petersburgo, apesar de saber pouquíssimo de lá.
-Ok, nós precisamos chegar lá. –Ele aponta para uma construção a distância, que parecia pertencer a algum imperador ou sei lá o que. –É o palácio de Menshikov. Jéssica estava nos observando de lá. Pedro deve estar em algum calabouço lá, só sei que é ali que ele está. –Ele respirou fundo, tentando controlar o frio. –Se a gente entrar, consegue sair fácil. Carter e Sadie já invadiram isso aqui alguns anos atrás.
Lembrei do que Sadie me contou um tempo atrás. A fuga deles acabou com Carter em coma e eles no Egito, como sempre.
-E porque ela está escondida ali? Ela não desconfia que nós viemos para cá? Tipo, ela estava vigiando tudo o que fizemos lá. –Disse batendo o queixo.
-Não faz pergunta difícil. –Ele fechou a cara e virou o rosto. Uma expressão confusa surgiu em seu rosto. –Eu consegui descobrir pouca coisa naquele computador, e nós viemos aqui por isso.
-Ok, e a gente pretende descobrir o que? Ela já deixou bem claro os motivos de ela querer vingança. –Digo tentando aquecer os braços.
-Ela quer uma guerra. A minha teoria é essa: com uma guerra contra os deuses olimpianos, ela tiraria o controle deles e daria para os egípcios, acabando de vez com o equilíbrio do Maat. Daí, ela tomaria conta do mundo. –Ele respondeu tentando se aquecer, mas com amargura e raiva na sua voz.
Voltei meus olhos para o palácio Menshikov. Porque ela escolheu esse lugar para seus o quartel general? E se fosse ali mesmo, porque ela disse que Douglas encontraria o lugar facilmente? Sério, se minha família tivesse algum pé na Rússia, meu cérebro iria derreter.
Sentia falta do meu moletom, que tinha deixado dentro do carro destruído no pedágio. Sentia falta da minha mochila sequestrada pela minha tia e sentia falta de Pedro, e se aquela idiota tivesse feito algo com ele, juro que mataria ela.
Fechei os olhos e contei até dez. Olho para o palácio novamente e encaro a neve caindo.
-Tudo bem. –Digo. –Vamos lá.
Douglas sorriu com o canto da boca e puxou meus braços para frente. Saímos correndo, com os pés escorregando no gelo e na neve, batendo queixo e quase congelando. Atravessamos uma ponte e corremos muito.
Enquanto corria, ia desviando dos executivos que passavam por nós reclamando em russo. Minha respiração soltava vapor no ar frio, e só conseguia pensar na praia. Cara, como eu queria estar em Imbé. Provavelmente minha mãe estaria fazendo alguma coisa normal.
Depois de algum tempo, chegamos ao palácio. Estava tudo aberto, o que facilitava um monte nosso serviço. Andamos por vários corredores enormes e frios. Eu não tinha ideia para onde estávamos indo, só sabia que Douglas não parava de olhar as paredes, sempre procurando alguma coisa.
Subitamente, Douglas parou na minha frente, fazendo-me esbarrar nele. Estávamos em uma galeria em uma parte longínqua do palácio. Não tinha turistas nem seguranças, apenas cadeiras e sofás.
Duas portas, uma de frente para outra, estavam fechadas na ponta do corredor. Douglas olhava para as duas, tentando descobrir em qual entrar. Ao lado da porta esquerda, uma janela dava para o pátio de inverno. Douglas caminhou direto para lá.
-Eu acho que essa aí vai pra fora. –Falei apontando pela janela.
Ele não me ouviu.
Parou em frente a porta e posicionou a mão sobre a maçaneta. A porta que era de madeira derreteu.
Ao invés de ser o jardim de inverno, a cena era completamente o oposto do que eu esperava. Douglas virou para mim com um sorriso nos lábios.
-E então? Mais alguma sugestão brilhante?! –Ele levanta a sobrancelha.
-Não. Mas como tu sabias? –Pergunto um tanto surpresa.
-Eu vinha procurando por isso. –Ele responde virando-se para a escadaria que levava para baixo. –Achei algo a respeito de uma porta para fora no sistema. E deu certo.
Encarei a escadaria de pedra. A ultima vez que vi algo assim, resultou em um quase assassinato. A pedra lisa era escura, e descia infinitamente pela escuridão. Um vento frio soprou me fazendo encolher na camiseta. Com isso, senti o odor desagradável que vinha das minhas roupas. Torci o nariz.
Douglas começou a descer e não tive escolha se não segui-lo. Descemos três degraus e a porta se materializou de novo.
-Tu poderias conseguir luz para nós? –Ele pediu.
Imediatamente convoquei um sol em miniatura e passei a frente. Aquilo me dava muito medo, e não queria mais continuar ali.
Sentia a respiração ruidosa de Douglas perto de mim, mas não virei pra trás, simplesmente continuei descendo a escada em caracol, pelo que pareceram longos minutos.
-Espera. –Douglas sussurrou perto do meu ouvido e congelei. –Apaga a luz.
Apaguei e ficamos na total escuridão.
Senti-o me empurrando para a parede. O corredor era tão apertado que se esticasse as mãos, poderia encostar no outro lado. Preferi não discutir.
Ouvi passos vindo em nossa direção e meu sangue gelou. Como nós iriamos escapar? Usar a arco em um lugar tão pequeno é quase impossível. Abaixei-me o máximo possível e grudei na parede. Senti o gelo da pedra atravessar minha camiseta e tremi de frio.
Duas vozes diferentes discutiam enquanto subiam. Não entendi uma palavra do que falavam, então imaginei que era russo. Dois segundos mais tarde, um pé surgiu na escuridão, e grudado nele, um homem velho, usando uma túnica de linho tingida de vermelho, muito inapropriada.
O homem de vermelho nos viu, obviamente. Ele parou e avançou em mim, mas subi dois degraus e esquivei. Douglas usou o cajado para derrubar o homem por cima de seu acompanhante, um homem robusto usando uniforme de policial e pele muito branca, e desceu correndo enquanto os dois desmontavam pela escada. Segui-os.
Eles finalmente pararam em uma bifurcação. O tiozinho de túnica tinha alguns machucados no rosto, deixando claro que ele deveria ter uns oitenta anos. Ele tentou se levantar, mas o outro cara estava por cima dele.
Os dois gritaram em russo, mas não entendemos nada.
-Para onde vamos? –Perguntei para Douglas. Os dois lados eram iguais.
Ele deu um chute no rosto do cara de uniforme, que tentava se levantar.
-Tu vai para a direita que eu vou para esquerda. –Ele respondeu amarrando a boca dos dois homens.
-Beleza. A gente se vê por aí. –Falei correndo para o corredor do lado direito.
Ele gritou alguma coisa, mas não entendi, apenas segui correndo pela escuridão.
Dobrei algumas esquinas, mas cada vez sentia que descia mais fundo. O frio só aumentava e iluminação diminuía. Até agora, algumas lâmpadas fluorescentes brilharam a cada poucos metros, porém, elas sumiram me fazendo convocar luz.
Não encontrei nenhuma porta, apenas corredor e mais corredor. Quando já estava cansada e sem esperanças, ouvi um murmúrio baixinho ressoando.
Parei de súbito para ouvir, e o som continuou. Andei alguns metros até perceber que era a voz de alguém cantarolando.
Meu coração parou de repente. Senti falta de casa, de estar deitada no sofá vendo um filme qualquer na televisão, com Pedro e Douglas. Eu queria estar na praia, com minha mãe e Bruna, fazendo os preparativos para o ano novo, e não em um porão velho e bolorento. Queria encontrar Pedro de novo e abraça-lo. Impressionante o tamanho da saudade que a gente sente de uma pessoa em menos de 24h.
Então percebi que o múrmuro era a voz dele e voltei para o presente. Eu estava perto dele! Coloquei a mão no pescoço para sentir a única lembrança física dele que mantinha comigo sempre: uma concha que ele me deu quando voltamos a namorar, lá na praia do acampamento.
Comecei a correr, seguindo a voz dele, mas não encontrei nada. O som aumentou, o que significava que estava me aproximando. Me segurei para não gritar seu nome. Caminhei até o outro lado do corredor e encostei a orelha na parede. A parede era sólida, mas não parecia ser muito firme.
Ouvi o som aumentar de intensidade, agora Pedro cantava alguma música, que demorei séculos para descobrir qual era. Ele estava atrás daquela parede, mas se eu estava ouvindo, a parede não podia ser sólida. Deveria ser algum tipo de ilusão.
Concentrei-me até conseguir atrair meu cajado do Duat. O corredor ali em baixo era largo, dando distância suficiente. Estiquei a mão e concentrei todas minhas forças em uma palavra. O símbolo para explodir surgiu em minha mente e gritei com força. Nada melhor do que um bom há-di para derrubar uma parede.
A força da explosão me jogou contra parede e bati a cabeça. Estilhaços de pedra me acertaram e cortaram minha pele. Caí para frente tentando respirar, mas era difícil. O som da voz dele era mais forte agora, e Pedro cantava nossa música, a música que tocava no meu celular quando nos beijamos pela primeira vez aos pés do Cristo Redentor.
Levantei com algum esforço. Fiz a luz voltar a brilhar em cima do corredor e percebi que no lugar onde tinha uma parede ‘sólida’ de pedra, existia um corredor com celas de vidro dos dois lados. Reparei no chão onde pisava e vi que era uma grande esteira, ou seja, eu poderia correr eternamente e nunca chegaria no fim. Como não percebi isso antes?! Não sei. Felizmente, Pedro me salvou.
De maneira cambaleante, atravessei os escombros para o novo corredor. Vidro cobria as paredes, e realmente eram celas. A voz de Pedro aumentava de intensidade, e as batidas do meu coração também.
A luz branca quase me deixou cega por um momento, e tive que parar para acostumar meus olhos com a claridade repentina. Escorei-me em um vidro e virei o rosto para baixo.
Alguma coisa se mexeu dentro da cela, e virei o rosto. Dificilmente distingui uma pessoa caminhando para mim.
Uma mão parou perto da minha.
-Eu te conheço. –A pessoa disse. Era uma menina.
Apertei os olhos e minha visão voltou ao normal.
Uma guria baixinha, com pele clara, cabelos pretos e longos, um rosto curto, mas bem desenhado, com olhos negros, me observava. Sim, ela era conhecida. Reparei em sua roupa: uma calça social preta, sapatos pretos, camisa branca e colete cinza. O símbolo Slytherin brilhava sobre o lado esquerdo.
Então ela surgiu em minha mente. Ajudando-nos a dar inicio ao plano em Hogwarts, nos parando na sala comunal, me ensinando transfiguração. Olivia Dortmund, filha de Mercúrio.
-Olivia? –Perguntei.
-Luiza! –Ela disse sem expressão.
-Cara, faz muito tempo! –Falei com um meio sorriso vazando em meu rosto.
Ela assentiu.
-Me ajude a sair daqui. E então teremos tempo para matar a saudade. –Ela disse caminhando para trás.
Assenti com a cabeça andei até o outro lado. Tentei explodir o vidro, mas não funcionou. Tentei com o arco, mas também não funcionou.
-A sala suga os poderes. –Ela explicou do outro lado do vidro.
-Muito obrigada por explicar agora. –Resmunguei sentindo os ombros pesarem.
Agarrei o cajado e bati com força, mas nada aconteceu. Chutei o vidro, mas serviu apenas para ficar com o pé dolorido. Estava ficando sem opções.
Procurei alguma coisa, qualquer coisa que me ajudasse, mas nada apareceu. Meus olhos pararam em cima de uma mesa no canto, onde provavelmente os guardas ficavam. Uma revista grossa estava aberta.
Imediatamente, minha mente fez um link com um programa de tv que tinha assistido a muito tempo. O cara disse que qualquer objeto pode ser uma arma de proteção, inclusive uma revista bem dobrada. Era possível até quebrar um vidro com ela, porque a pressão estaria pressionada toda em um único ponto. Obviamente, corri até a revista e comecei a dobra-la.
Quando ela estava o mais firme possível, me posicionei na frente da cela. Respirei fundo e mirei um ponto fixo bem na minha frente. Nada mais existia, apenas aquele ponto, aquela sujeira micro. Soltei o ar em um grito de raiva e bati com a ponta da revista.
O vidro se rompeu em um rombo bem no meio. Cacos caíram para os dois lados e Olivia observava aterrorizada. Comecei a derrubar o vidro, então percebi que alarmes soaram por todo local, e guardas chegariam ali rapidamente.
Finalmente, Olivia estava livre. Ela me deu um aperto de mão e um abraço, e estava eufórica. Pegou a capa e uma mochila rasgada sobre a cama do cativeiro e me guiou para fora.
Olhei em cada cela, mas estavam vazias.
-Os outros foram levados ontem. Me deixaram por último. –Olivia disse, quase como se lesse meus pensamentos.
-Outros? Tinham muitos? –Perguntei parando atrás dela, na frente de uma porta de ferro.
-Alguns. Alguns romanos, alguns egípcios, alguns bruxos. Não dava dez ao todo, mas não sei o que fizeram com eles. –Ela respondeu com um tom levemente triste.
Engoli em seco. A voz de Pedro fora abafada pelo alarme.
-E o seu namorado eu não sei aonde ele está. Estão passando esse áudio dele cantando desde ontem de noite. –Olivia completa ao perceber o porque de eu estar ali. –Está me enlouquecendo, acho que era essa a ideia.
-Ou seja, tu não tem nem ideia de onde ele possa estar. –Disse abrindo a porta com cuidado.
Ela passou pela porta e eu a segui. Saímos em um corredor de pedra igual ao outro, mas o chão desse parecia ser sólido. Portas cobriam as paredes e no fim dos cinquenta metros, uma outra porta aguardava fechada.
-Na verdade, eu não sei nem onde eu estou. –Ela responde passando a minha frente novamente.
-Estamos sob o palácio Menshikov, em São Petersburgo. –Respondo em um sussurro, encostando a orelha em uma das portas.
-Porque estamos na Rússia? –Ela pergunta abrindo uma porta mais a frente.
-Não sei. Douglas sabe, porque foi ele que nos trouxe pra São Petersburgo... –Paro de falar ao abrir uma segunda porta.
O quarto é pequeno, com uma mesa de vidro no centro e duas cadeiras. Só. Minha mochila repousa sobre a mesa, sob uma luz branca que reflete no piso de ladrilhos.
Procuro câmeras pelo quarto, mas não vejo nada. Olivia me dá cobertura enquanto entro e pego a mochila. Nada foi tirado dela. Voltamos ao corredor tranquilamente, investigando cada porta suspeita. Nada parece anormal, apenas salas pequenas iguais aquela. Umas dez talvez.
Finalmente, chegamos na última porta. Respirei fundo e tentei abri-la. Estava trancada.
Olivia puxou a varinha de algum lugar das vestes e murmurou um feitiço. A porta soltou um estalido e o trinco se abriu. Sussurrei um obrigada para ela e empurrei a porta.
Entrei devagar, pé por pé. O lugar era grande, frio e úmido. Parecia uma garagem enorme, cheia de ferramentas, mal iluminada e com um baita cheiro de óleo para motor. Imaginei que Leo Valdez adoraria aquilo ali.
Caminhamos devagar por trás de alguns equipamentos e comecei a ouvir alguns baques surdos, como alguém apanhando. Nos entreolhamos e continuamos a andar.
Um grito me fez parar e gelar. A pessoa que apanhava caiu no chão e grunhiu.
-Seu desgraçado! Responda logo! –Gritou um homem. Edson.
Alguma coisa pesada e metálica caiu no chão. O que apanhou grunhiu novamente. Andamos mais alguns passos e paramos atrás de uma mesa atulhada de coisas. Cadeiras nos camuflavam.
No chão, um garoto estava deitado de bruços, com sangue em volta. Não reconheci-o de primeira, até ver ele levantar o rosto. Lucas, o mago idiota da escola, que meu professor de física tentou nos alertar.
-Eu não sei onde ele está!  -Lucas disse. O pé de Edson voou na cara de Lucas e ele apagou.
Edson chutou o ar para tirar o sangue das botas e arregaçou as mangas, deixando a mostra braços torneados. Ele usava uma calça social e uma camisa branca de botões, mas parecia cansado.
-Levem esse para as celas. –Edson disse em um rádio comunicador.
Caminhou até uma mesa próxima e pegou um martelo. Puxou a mão de Lucas e sem hesitar, desceu a ferramenta em seu pulso esquerdo. Não sei por qual motivo.
Fiquei chocada com a cena.
O cara levantou e seco o suor da testa. Andou até o lado oposto e acendeu um interruptor, ligando as luzes para um outro corredor. Duas pessoas passaram pela porta. Dois guardas usando uniformes e gorros de inverno. Eles pegaram Lucas e levaram-no pelo caminho que tínhamos chegado, sem passar por nós.
-Precisamos sair rápido daqui. Se até agora eles não perceberam que eu fugi, vão ver agora. –Olivia disse sussurrando perto de mim. O alarme não soava dentro daquela sala.
-Eu sei. –Assenti e passei para o lado.
Examinei a situação: estávamos sob um palácio na Rússia, com um louco psicótico torturando pessoas. Tinha uma parceira ao meu lado, meu arco, minha mochila e meu cajado. Estava procurando meu namorado desaparecido e meu primo sumiu, e para completar, em menos de 24h teria uma festa de ano novo que eu não poderia perder. A situação estava bem ruim.
O comunicador de Edson chiou. Ele parou de limpar os equipamentos e aproximou o aparelho da face.
-Sim... Como assim eles fugiram? E você não pode fazer nada? –Ele esbravejou atirando coisas pela garagem. Uma marreta passou voando por nós e atingiu uma estante.
A pessoa do outro lado gritava desesperada.
-Jéssica já sabe disso? Krinkov, ela vai te matar! E não me diga que não sabe onde eles est... DOUGLAS E LUIZA VILLARES ESTÃO AQUI? –Ele gritou com ódio e confusão.
E foi ai que vi que minha vida acabaria ali se não fizesse alguma coisa. Felizmente, Olivia era rápida. Enquanto eu ficava de boca aberta, ela levantou e nocauteou Edson com um bom e velho estupefaça. Ele caiu sem ver o que o havia atingido, e derrubou uma mesa lotada de ferramentas pesadas.
Nós duas corremos até ele e fizemos o possível para imobiliza-lo. Acabamos amarrando-o com correntes em um cano e colocamos meias sujas perdidas em sua boca, prendendo com fita isolante (nunca se sabe o que vai achar em uma oficina/garagem).
Quando ele voltou a si, me olhou com olhos esbugalhados e tentou falar algo.
-Ok, boca suja. Sim, eu sou Luiza Villares, a guria a quem vocês querem. –Comecei falando com raiva. –Não tenho ideia do que vocês pretendem fazer, dominar o mundo, expulsar os deuses, matar os mortais ou sei lá. Na verdade, isso pouco me importa –Mentira, mas tive que falar. –O que eu quero saber, é o que planejam, onde está o Pedro e cadê aquela desgraçada ridícula da minha tia, porque eu quero bater um papo sério com ela!
Ele me encarou e começou a grunhir.
-Se você não parar de tentar falar besteira, não vamos tirar isso da sua boca. –Olivia acrescentou, e para dramatizar, apontou a varinha para ele. –Você sabe quem eu sou ou apenas me sequestrou por que quis? Acho que você é um belo trouxa, na verdade.
Abri um sorriso. O cara grunhiu e dei um chute em seu estômago.
-Você tem duas opções. –Falei sacando o arco e armando uma flecha de aço. –A) Você colabora com a gente e não te matamos, mas te deixamos aqui por um bom tempo, até alguém te achar. Ou b), tu não ajuda a gente, vai apanhar muito, vai sofrer, e no fim, vai morrer com uma flechada no cérebro, da mesma maneira que seu comparsa Willie.
Ouvi passos e gritos no corredor. Os guardas tinham nos descoberto.
Edson tentou sorrir, mas não deu certo. Olivia deu-lhe um tapa nos beiço, que foi lindo! Ele reclamou, e apanhou mais ainda.
-Olivia, cuida disso, por favor? –Pedi ao perceber os guardas chegando.
Ela me encarou com uma cara de psicopata que aprendi a respeitar, e saiu com a varinha em mãos.
Olhei para Edson com ódio e nojo. Agachei-me até ficar perto da altura dele. Encarei seus olhos frios.
-Cara, eu quero te ajudar, mas preciso que tu me ajude. –Falei fingindo sinceridade.
Ele não respondeu.
Ouvi gritos no corredor.
-A Jéssica tentou matar o filho dela. Fingiu estar morta por mais de quinze anos. Ela é louco e dissimulada. Acha que é melhor que os deuses. Porque tu se uniu a ela? –Falei. –Ela não presta. Ela está tentando atrair o filho para machuca-lo de novo. Por vingança contra a família. Ela quer dominar o mundo?
Ele negou com a cabeça.
-Ok. Ela quer o lugar dos deuses?
Negou de novo.
-Quer matar os mortais?
Também não.
Suspirei irritada.
-Edson, na boa, porque ela está fazendo toda essa bagunça? Vocês mandaram uma legião de demônios atrás da gente. Ela tentou matar a nora. Qual é a dela? –Falei e percebi ele se acalmando.
O cara respirou mais devagar, mais calmo e me encarou. Seus olhos negros eram bizarros, e sua face possuía traços fortes, com um nariz grande e bem marcado.
Tirei a meia suja da boca dele, e ele cuspiu no chão.
-Jéssica é louca sim. Ela quer o sangue de vocês, mas só me disse que queria o filho. Por isso mandamos os demônios para mata-los. –Ele começou. –Ela me ajudou quando mais precisei. Juntos fizemos vários projetos bem sucedidos na Austrália. Nos damos bem, mas descobri sobre esse lado místico dela. Só que já estávamos muito envolvidos para eu voltar atrás.
-Tá, mas o que ela quer com essa guerra? –Perguntei impaciente.
-Ela quer matar todos os que possuem sangue mágico. Todos que não são mortais. Como vingança aos que já morreram por causa disso. –Ele disse, e suspirei com raiva. Sério, essas pessoas só pensavam em vingança?!
-E pra que ela quer o meu primo? –Perguntei temendo a resposta.
Ele me encarou.
-O Douglas pode ser Mortal, Semideus, Mago e Bruxo ao mesmo tempo. Assim como a sua mãe. Jéssica é apenas uma mortal comum. Com Douglas capturado, e uma grande quantidade de reféns, ela consegue uma guerra, e com um exército infinito de demônios e zumbis, ela conseguirá matar todos que possuem sangue mágico. –Ele explicou.
Levei um tempo para raciocinar. Eu já sabia que Jéssica tinha ordenado o ataque zumbi da primeira vez, mas estava demorando a entender aquilo. E Jéssica tinha uma pequena porcentagem de sangue médico, só que ou ela não sabia(improvável) ou não tinha contado pra Edson (mais provável).
-Droga. –Falei exasperada. –Ela está trazendo os zumbis de volta. No mundo todo, para acabar com todos.
Ele assentiu.
Levantei com um susto. Olivia estava de volta.
-E onde eu posso encontra-la? –Perguntei pra ele.
Ele cravou os olhos em mim.
-Onde que vai ter uma grande concentração de semideuses essa noite?
E a verdade me atingiu em cheio: a festa de Réveillon do acampamento.
Uma onda renovada de ódio cresceu em mim. Chutei uma mesa, jogando todo seu conteúdo para o chão. Gritei, xinguei, dei boas ideias sobre o que Jéssica poderia fazer e amaldiçoei cada segundo da vida dela.
Por fim, consegui controlar a raiva.
-E onde está o Pedro? Vocês sequestraram ele ontem, no pedágio. –Falei rangendo os dentes.
-Jéssica o levou junto. Nesse exato momento, ela deve estar chegando à Nova York com ele. Se quiser para-la, sugiro convocar o maior exército que conseguir, porque ela está pronta para convocar milhares de demônios do Duat e transformar todo mundo em zumbi instantaneamente. –Ele respondeu seriamente.
-Ótimo. –Grunhi frustrada.
De repente, passos surgiram no fim do corredor, e Douglas chegou correndo e sem fôlego.
-Tu tá bem? Ouvi a tua voz e vim voando... –Ele começou a falar, mas parou para observar a situação.
-Douglas, abre um portal para Nova York agora. –Falei


Notas Finais


This is not the end...yet.


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