História Doll House - INTERATIVA - Novos Peões

-Se você acha que este é bom, por mim tudo bem. -Sophie Alcântara sorriu para seu irmão gêmeo enquanto ele selecionava o filme.

-Não tem muitos sustos, mas a história é aterrorizante.

-Parece ótimo!

Os dois sentaram no sofá da sala e iniciaram a maratona da pipoca com filmes de terror, mas trailers de outros filmes começaram a passar.

-Eu falei para a gente ver no Netflix! Filme de locadora demora um século pra começar. -Sophie cruzou os braços, enquanto James enfiava uma mão cheia de pipoca na boca.

-Não estou a fim de discutir hoje. -Falou enquanto mastigava.

-Que nojo! Cuspiu tudo no balde! Agora não quero mais.

James revirou os olhos e puxou a comida para ele enquanto perguntava:

-Já falou com o Eric?

-É tão estranho! Eu ligo para o celular dele e diz que o número não existe. Já faz alguns dias que não o vejo. Estou preocupada…

-Realmente. Ele é seu namorado! Deveria dar notícias.

-Será que aconteceu alguma coisa? -Os olhos de Sophie ficaram marejados.

-Está tudo bem, vamos encontrá-lo! -James abraçou sua irmã tentando consolá-la, embora não tivesse tanta certeza do que acabara de dizer.

~.~

Eric abriu os olhos e sentou rapidamente:

-Quem são vocês? O que querem de mim?

Ele encarava uma garota pálida de cabelos negros a sua frente. Ela sorriu meio triste e respondeu:

-Meu nome é Airika Winter e eu só quero te ajudar, afinal, agora está preso com a gente neste lugar.

-Do que você está falando? -Ele continuou na defensiva. O sorriso dela desapareceu e se inclinou para o lado permitindo que ele enxergasse o grande cômodo no qual estava. Observou a grande mesa no centro e as camas nas laterais que ocupavam um grande espaço. Ele estava deitado em uma delas e, nas outras haviam cinco pessoas. Entre elas, duas desacordadas. As acordadas estavam recebendo assistência, enquanto os que dormiam eram só observados.

-Eu não entendo. -Eric continuou olhando para os lados. Airika suspirou antes de responder:

-Você e os deitados chegaram agora. Outras pessoas estão explicando para eles aquilo que estou tentando te falar agora, mas acho que não levo muito jeito com isso.

-Por favor, só me fale o que houve e porque estou neste lugar.

-Por onde começo? -Ela riu baixinho, mas seu tom de voz era melancólico e a lágrima que escorreu pela sua bochecha só confirmava isso.

-Está tudo bem, Airika. Simplesmente começe pelo início.

-Pois bem, acordamos todos juntos nesta porcaria de lugar e uma maluca, que se denomina boneca, nos obriga diariamente a fazer desafios nos quais sempre há uma morte.

-Que palhaçada é essa? Vocês estão brincando comigo! Eu quero sair desta merda! Me deixem ir! -Um cara levantou bruscamente duas camas ao lado.

-Blenk! Calma! Nenhum de nós quer te fazer mal… -Michelle botou a mão em seu peito.

-Enquanto a Boneca não pedir, claro. -Uma voz soou mais a frente.

-Felipe! -Ela o cortou.

Blenk bufou e passou pela albina enquanto percorria as paredes com os olhos procurando uma porta.

-Blenk, por favor! Tente cooperar. Estamos todos tentando nos dar bem e arranjar um jeito de sair daqui, mas se você continuar agindo assim, nossas chances só diminuem.

-Vocês são malucos! Querem que eu acredite nesta besteira? -Ele correu e bateu em uma parede, se virou e correu em direção à oposta tentando ver se sua força seria suficiente para derrubar alguma. O barulho acabou acordando aqueles que faltavam. As pessoas que os observavam, foram logo acalmá-los e dizer o que se passava.

Michelle chegou devagar em Blenk que havia se sentado no chão e botado a cabeça entre as pernas. Repousou sua mão extremamente branca em suas costas e cantou baixinho para que somente ele pudesse ouvir.

Felicity ignorou os acontecimentos e continuou falando com Ricardo que não expressava nenhuma reação, só concordava com a cabeça. Ela logo imaginou que ele tivesse entrado em estado de choque, mas seu instinto dizia para que não confiasse no recém-chegado.

~.~

-Adorei o show que você fez hoje mais cedo, Blenk! Simplesmente incrível! -A Boneca riu.

Ele bufou, mas continuou escutando atentamente.

-De qualquer forma, espero que já tenham se conhecido. Mas lembrem-se! As amizades não costumam durar muito neste jogo.

-Já estamos informados, obrigada. -Felicity respondeu de modo sarcástico.

-O desafio de hoje será simples. -Ela decidiu ignorar o ultimo comentário. -Perguntas e respostas!

Alguns riram, outros ficaram confusos. Layla e Leila deram as mãos esperando mais instruções.

-Não me soa tão fatal. -Shayana sussurrou para Dipper que foi quem a acolheu inicialmente. Layla olhou os dois um ao lado do outro e sentiu algo que não soube descrever bem.

-Espere e verá. -Ele respondeu seco e deu uma olhada rápida para Layla, que desviou rapidamente. Leila observou a situação, porém permaneceu silenciosa.

-Só isso? -Mily perguntou.

-Você é tão inocente, minha querida. -Ela fez uma pausa. -Quem não responder no tempo determinado… Deverá morrer!

Uma parede se moveu, como de costume e revelou várias cadeiras uma ao lado da outra, cada uma tinha um número gravado logo acima.

-Dezesseis lugares para dezesseis participantes. -Mona comentou enquanto se sentava na de número dez. Logo, cada um foi sentando lentamente.

-Espero que vocês possuam bastante conhecimento. De certa forma, será um desafio até bem educativo. -A Boneca falou assim que todos se acomodaram.

-Como vai funcionar exatamente? -Luna falou pela primeira vez desde que chegou, aparentava ser bem decidida, porém reservada.

Um barulho preciso ecoou pelo ambiente enquanto barras feitas aparentemente de metal trancavam as mãos de todos os presentes em suas respectivas cadeiras.

-Merda! Que é isso? -Michelle levou um susto. Blenk a observou ao seu lado com o canto do olho.

-Sabiam que metal é um condutor de eletricidade? -A Boneca pareceu sorrir.

-Aprendeu na escola hoje e decidiu compartilhar conosco?

-Ah Felipe, adoro seu constante sarcasmo.

-Igualmente. -Ele revirou os olhos.

-Quem não responder dentro de dez segundos ou errar, receberá uma carga elétrica relativamente baixa, mas que, a cada rodada, irá aumentar. Cada rodada, uma categoria de conhecimento e, para cada pessoa, uma pergunta diferente. Não recomendo que ajudem uns aos outros, pois quem interferir levará choque também. -Ela ia explicando enquanto braços cobertos por panos pretos surgiram de trás das cadeiras e posicionaram eletrodos nas têmporas de cada um.

-Bom, a primeira categoria será História Geral. Como Marcos está sentado na cadeira de número um, será o primeiro. -Ele sussurrou algo que parecia um xingamento, mas ninguém foi capaz de entendê-lo.

-Vou começar com algo fácil… Quantos anos durou a Primeira Guerra Mundial?

-Isso é fácil para você? -Ele gritou impaciente.

-O tempo está passando, Marcos! -Mily respondeu no mesmo tom ao seu lado.

-Começou em 1914 e terminou em… Merda! Merda! Quando? 1919? Não! 1918! Isso! -O suor escorria em sua testa e o nervosismo aumentava. -Quatro anos!

-Nove segundos. Apesar da resposta estar correta… -Ele suspirou aliviado. -Demoraste muito. Tome mais cuidado. -Marcos e Mily se entreolharam e ele mexeu os lábios formando um “boa sorte”.

-Mily, querida! Sempre tão inocente. Estás preparada?

Ela não respondeu, só olhou para o chão tentando se acalmar.

-Quem cala consente. Me responda, quem foi o primerio presidente dos Estados Unidos?

-O que? Como assim? Eu não faço a mínima ideia!

-Chute alguma coisa! -Shayana berrou desesperada.

-Lincoln?

-Essa resposta está errada. O primeiro presidente dos Estados Unidos foi George Washington.

Todos permaneceram em silêncio enquanto Mily gritava. Sentia a corrente elétrica percorrendo todo seu corpo. Blenk, que seria o próximo, tentava respirar com calma, embora não tivesse muito êxito. Mily finalmente parou e se jogou para o lado, toda suada e completamente cansada. Michelle viu sua situação e começou a chorar.

-Blenk! Bem-vindo! Sinceramente, espero que você passe por este desafio ileso. Bom… Qual foi a causa da morte de Getúlio Vargas?

-Ele se suicidou.

-Muito bem! Vamos acelerar um pouco, certo? Michelle! Em que estado brasileiro ele nasceu?

-Eu sou russa… Eu nem sei quem foi esta pessoa!

-O tempo está correndo. -A Boneca falou.

-Rio Grande do Sul. -Felipe sussurrou para ela.

-Rio Grande do Sul! -Ela repetiu.

-Eu não fui clara? Não devem ajudar! Agora os dois serão eletrocutados!

-Como assim? Ela acertou! Torture só a mim. -Felipe pediu.

-Não é assim que funciona.

-Me dê o dobro, então!

-Você não está em condições de negociar, querido!

Michelle e Felipe começaram a tremer enquanto a eletricidade fazia o efeito esperado. Todos tentaram olhar para os lados, mas seus gemidos tornavam impossível ignorar. Ao acabar, ele se endireitou na cadeira, apesar de cançado e ela continuou jogada para trás respirando rapidamente e com uma ligeira dificuldade.

-Não pense que, por ter sofrido esta punição, pularei sua vez. Felipe! Quando se iniciou o processo para a Partilha da África? Ele continuou em silêncio pensando e, ao bater oito segundos, disse:

-Na Conferência de Berlim.

-Perfeito! Agora… Leila!

Cada um sofreu a tortura de sua vez, fosse física ou psicológica. Leila, Layla, Shayana, Mona, Dane, Felicity, Ricardo e Luna acertaram, enquanto Dipper, Airika e Eric sofreram com a corrente elétrica percorrendo seus corpos. Airika desmaiou no final da primeira rodada.