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História Dominated (Revisão) - O que te faz pensar que você é tão importante assim?


Escrita por: btchcrft

Capítulo 12 - O que te faz pensar que você é tão importante assim?


Fanfic / Fanfiction Dominated (Revisão) - O que te faz pensar que você é tão importante assim?

P.O.V. — Emma

— Acho que já dançou o suficiente com ela. — A voz de Jared é afiada, e Ian se limita a apenas me soltar com um sorriso sarcástico, como se não quisesse argumentar contra a expressão visceral dele.

— Até depois Emma. — Ian murmura com uma piscadinha e logo Jared já me tem em seus braços, enquanto dançamos suavemente. Bem, suaves mesmo são os movimentos, porque eu consigo sentir a tensão emanando dele e fico um pouco apreensiva, mas involuntariamente aquela pequena chama dentro de mim se acende, ele está com ciúmes.

— Eu não acredito que você ainda precisa se comportar como uma vagabunda para chamar a minha atenção. — O meu coração dói, e quase recuo como se tivesse me batido. Porém sei que essa é sempre a válvula de escape de Jared, usar as palavras para machucar quando não se pode usar um chicote.

— Boa tentativa, mas eu te conheço, ou você também se esqueceu disso também? — Ele sabe do que eu estou falando, porque o arrependimento atravessa a sua expressão rude. Jared aproveita esse momento para me girar pelo salão, apenas para cortar o contato visual. Quando volto para ele, minhas mãos acariciam sua nuca. Ele fecha os olhos e sei que quer se controlar, exatamente o que eu não quero que aconteça.

— E você, esqueceu que nós não somos mais nada, exceto chefe e empregada? — Seu sussurro furioso quebra o meu coração mais uma vez, só que agora eu não posso deixar passar.

— E você esqueceu quem foi a primeira a terminar as coisas, Jared? Fui eu. — A reação dele é imediata e eu só quero me afastar, não quero pensar, mas sei que cutuquei a fera com a vara curta. Seu rosto fica vermelho rapidamente e sei que se ele pudesse, me daria um soco bem agora. A veia do seu pescoço parece contar os segundos para explodir bem ali na minha frente.

— Eu não vou fazer isso aqui, venha comigo. — Sua voz rouca agora é quase inaudível e sei que ele está tentando não gritar.

Arrependida por ter nos guiado a esse ponto mais uma vez, sigo-o em silêncio, e nós dois percebemos um certo olhar. Ao mesmo tempo nos viramos para Alex que estava nos fitando preocupadamente, talvez pensando se devia ou não nos seguir. Rick por sua vez apenas parecia viciado em apreciá-la, mesmo ela estando alheia à sua atenção. Assim que ela capta nosso olhar, vira o rosto corado rapidamente.

Abaixo a cabeça e continuamos a andar incessantemente até sairmos do salão principal, indo em direção à uma porta de vidro. De lá, só paramos ao entrar em uma pequena — mas luxuosa — sala privativa, toda decorada em tons pastéis e dourado. A educação fala mais alto na cabeça dele, porque ele indica com os braços uma das poltronas brancas, um sinal para que eu me sente. Dessa vez prefiro obedecê-lo.

Jared continua de pé, sua respiração é forçada, como se ele estivesse tentando acalmá-la para então acalmar a si mesmo. A culpa começa a me engolir, ele tem o suficiente para lidar, eu não deveria ter forçado as coisas. Mas eu estou sem tempo e ele realmente não deveria ter me mandado para outro estado simplesmente porque não consegue lidar com as suas próprias emoções.

— Emma, você tem que parar de fazer isso comigo. — Seus olhos azuis se prendem nos meus e o meu coração falha uma batida, como é possível amar alguém assim? Chega a doer.

— Fazer o que, Jared? — Eu me levanto, me aproximando suavemente de seu corpo que eu conheço tão bem.

— Me tirar do sério, tentar voltar, tentar mudar as coisas. — Jared parece exasperado e cansado, como se realmente tivesse trabalhado a noite inteira hoje. — Eu entendo que seja difícil, para mim não está sendo exatamente incrível, mas achei que tinha dito que o que aconteceu em Washington ia acabar lá. — Sei que ele está calculando as suas palavras para não dizer nada rude, e em outros momentos eu ficaria tocada com esse gesto, mas agora fica claro que ele está falando muito sério.

— É isso mesmo o que você quer? — Me agarro à minha última esperança de reverter o jogo enquanto engulo o nó na minha garganta. Ele apenas assente com a cabeça, mas sei que está sendo sincero. Como sempre, ele é o único capaz de destruir qualquer controle emocional que eu tenha, porque agora eu sinto a raiva queimar. — Então porque você me tirou de perto de Ian, huh? — Minha voz se eleva e eu sinto as lágrimas quentes escorreram para a minha bochecha. — Você sabe que ele me levaria para cama, é por isso? Suas submissas não podem ser de mais ninguém depois que você as drena? — Minhas mãos o empurram com força e observo o exato momento em que ele trinca o maxilar e fecha as mãos em punhos.

— Oh pobre Emma, a presa indefesa do grande lobo mau — Reviro os olhos ao perceber o quanto esse homem pode ser infantil. — Se quer mesmo saber, metade do tempo que passamos juntos não foi nada mais do que eu não sabendo como te deixar de maneira fácil. — Abaixo a cabeça imediatamente, sentindo a mágoa me perfurar com a força de uma faca rombuda.

— Deve ser porque eu me recusei a obedecer você fora da cama, será? — Encontro a confiança para continuar a confrontá-lo. — Deve ser porque eu vi as suas necessidades verdadeiras, além daquelas que você demandava. — Respiro fundo antes de continuar, porque nesse ponto, todo o choro me impedia de continuar a falar em estabilidade. Mas quem eu quero enganar? Não é apenas o choro que tira a minha estabilidade. — Ou porque eu fui o único relacionamento de verdade que você sentiu alguma coisa fora tesão?

O silêncio se instala como uma névoa densa enquanto eu espero os gritos, um tapa, qualquer coisa.

Mas ele ri.

Não é aquela risada rouca e leve que sempre me fez rir junto. Ela é sádica e debochada, como se tirasse sarro da minha cara, ou mais possivelmente do que eu disse.

— O que te faz pensar que você é tão importante assim Emma? — Sua voz sai entrecortada por causa das suas risadas. — O que te faz pensar que você é única? — Jared continua a me provocar enquanto o velho sentimento de ter uma âncora afundando meu coração volta. Talvez ele esteja certo e eu não seja única. — E o melhor de tudo, quem te garante que Alexandra não consiga só substituir o seu emprego, mas também possa substituir você na minha cama? Talvez ela seja melhor do que você muito além da aparência. — Sua voz é muito impassível, sem gritos, sem alterações, sem emoções, sem nada.

E é assim que ele consegue me deixar sem ar e com uma dor absurda, sem nem me encostar.

Sei que estou tremendo por conta dos soluços, provido do tanto que eu estou chorando, mas para mim é o suficiente. Ele sabe onde me atingir simplesmente porque ele sabe tudo sobre mim. Inclusive a insegurança devastadora quando o assunto era Alex. Mas isso claro, nunca me impediu de amá-la como uma irmã, porém Jared sabia bem onde cutucar.

Será que Alex ficaria com Jared? Ela nunca mostra interesse em ninguém, mas então há ele, que é um manipulador cruel quando se trata de ter o que ele quer.

Ele quer a Alex?

Sei que ela nunca ficaria com ele se eu contasse a verdade, mas eu não podia, sei que seria o fim da nossa amizade.

Humilhada, deprimida, confusa e chorando, saio da sala com uma áurea negra pairando sobre mim, o sentimento de derrota apenas me faz querer sumir, como sempre. Antes que eu me dê conta, Alex está no lobby, procurando por alguém, e percebo que sou eu, já que seus olhos azuis se suavizam ao me encontrar. Os olhos suaves só duram até ver que eu estou chorando, então ela se divide em preocupação e em raiva, talvez de Jared.

A minha necessidade de um porto seguro me faz avançar rapidamente até ela, a apertando em um abraço forte, exatamente o que eu preciso agora. Mesmo que no fundo da minha mente, as palavras de Jared ainda soem num replay infinito.

— O que aconteceu? — Ela pergunta hesitante assim que nos soltamos. E eu travo. O que eu ia dizer?

— Acho que eu estava desacostumada com toda a hostilidade vinda daquele homem. — O homem da minha vida. Um soluço escapa por meus lábios, enquanto eu tento controlar o choro. Ela não precisa ficar me vendo toda descabelada e chorando feito uma viúva.  — Odeio ele. — Constato uma verdade. Eu o odeio na mesma proporção que o amo, é inacreditável e tóxico.

— Eu sei, mas tudo por causa de uma dança? — Fica claro que ela está um pouco desconfiada da reação exagerada. Sinto uma urgência em contar tudo para ela e me livrar desse peso que ameaça me sufocar, mas não posso.

— Eu não devia ter feito aquilo. — Admito com um suspiro, negando com a cabeça. Eu entendo que eu não preciso ser mais machucada por ele, Jared há muito já tinha passado dos limites comigo. E se ele quer que eu o deixe em paz, ótimo. Me cansei de ser a garota patética que sempre está disponível, sempre correndo de volta para ele. — Eu já vou embora. — Anuncio, abrindo a bolsa à procura de um lenço de papel para limpar o que provavelmente deve ser um desastre de maquiagem debaixo dos meus olhos.

— Quer que eu vá com você? — Alex indaga, passando um dedo na minha bochecha, provavelmente limpando alguma coisa. Penso um pouco sobre a sua pergunta. Não acho que conseguiria ficar sozinha, eu realmente estou mal. Apenas assinto com a cabeça, um pouco melhor por saber que eu tenho a minha melhor amiga. Ela sorri para mim, esticando os lábios grossos pintados de vermelho.

— Nem pense nisso, você não vai embora, Alexandra. — A voz de Jared faz meu sangue virar gelo e eu fecho os olhos. Vejo Alex dando um pulo, também não tendo percebido sua presença antes. Em silêncio apenas observo a cena de Jared me encarando ferozmente e então Alex está com o maxilar trincado e sei que ela está com raiva dele.

Obviamente ele está falando com a Alex, seus olhos não vacilam nenhuma vez para longe dos meus, sei que está me alertando para não mexer com ela, porque claramente não quer que eu conte nada. Desvio meu olhar para a minha melhor amiga, que parece não acreditar na audácia do nosso chefe, e também parece estar se perguntando o que fazer.

— Desculpe Sr. Leto, mas acho que eu não entendi. — Engulo em seco quando a voz de Alexandra preenche o silêncio com arrogância. Queria sorrir. Se eu tivesse no lugar dela, nunca teria a coragem de enfrentá-lo, já que ela mal o conhece. Jared finalmente a olha, e a expressão dela é impassível, como se não fosse deixá-lo ter a vantagem desta vez.

Abro a boca para impedir que Alex se meta em uma situação ruim para ela, ao mesmo tempo em que penso que seria melhor assim. Antes de a primeira palavra escapar pelos meus lábios, Jared se pronuncia.

— Ah sim, você entendeu direito. — O seu tom de voz é rude e autoritário, eu costumava amá-la nos momentos certos. — Como eu disse antes, isso aqui continua sendo trabalho e, portanto você vai ficar aqui. Acho que a Srtª Ludbrook é capaz o suficiente para pelo menos poder voltar para casa sozinha. Não é mesmo? — Ele estava me chamando de inútil bem na minha frente. Minha expressão transborda ódio e ele sabe disso. Mas Alex está aqui e eu não quero que as consequências fiquem nela.

— Sim, senhor. — Respondo com um fio de voz. — Eu já vou indo Alex, nos vemos mais tarde. — Minha voz sai entrecortada, porque parece que eu estou sufocando nas lágrimas contidas, sem esperar uma resposta de nenhum dos dois, me viro e caminho com passos largos até a saída.

[...]

Não sei quanto tempo passou desde que eu cheguei em casa, mas sei que não é pouco. Desde então estou com a testa encostada na janela fria, pensando nele e me sentindo estúpida por isso. Mas sorrio quando seu carro preto estaciona na frente de casa.

Ele se arrependeu, assim como eu imaginei o dia todo.

Tento conter o meu sorriso, porque afinal, ele não deve saber que eu estou disposta a colocar essa noite idiota enterrada a sete palmos. Então desço rapidamente pelo elevador, ignorando o olhar estranho do nosso porteiro.

Dou duas batidas na janela, porque ele já não está me esperando do lado de fora do carro? Mantenho cenho franzido, não querendo denunciar o estado deplorável que meu coração estava pulando.

Finalmente a porta se abre, revelando uma Alex constrangida e desarrumada. Posso jurar que ela também está corada e é impossível evitar o desapontamento correndo nas minhas entranhas.

— Alex, o que você está fazendo aí? — Indago com uma voz não muito boa, mas ela parece não perceber enquanto busca desesperadamente por palavras.

— Vim trazê-la para casa, a fila para os táxis estava enorme. — Jared é quem responde por ela. Arrumando seus cabelos. Seu rosto é impassível o suficiente, mas eu consigo ver o brilho perverso detrás de seus olhos azuis, me fazendo engolir em seco. Ele fez de propósito. — Eu já vou indo, está tarde. — Suspira, fechando a porta e então abaixando o vidro. — Até segunda-feira Srtª Hall, e quanto a você Emma, espero que nossa conversa tenha surtido efeito.

Apenas assinto com a cabeça devagar, não conseguindo emitir um só som e tentando processar as coisas de uma maneira normal antes de fazer qualquer coisa.

Volto a olhar para a minha amiga que parece estar no meio de um ataque de pânico.

Seria uma longa noite.



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