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História Dominated (Revisão) - Você não pode fugir de mim, sabe disso


Escrita por: btchcrft

Capítulo 16 - Você não pode fugir de mim, sabe disso


Fanfic / Fanfiction Dominated (Revisão) - Você não pode fugir de mim, sabe disso

A pouca claridade que escapa das cortinas é o suficiente para me fazer acordar, mesmo sem nenhum despertador. A consciência demora a chegar, enquanto tento me lembrar onde estou.

Mais confusa do que o normal pela manhã, olho para o lado e encontro Jared ainda dormindo calmamente, enquanto o seu peitoral nu sobe e desce em um ritmo calmo. Reviro os olhos para mim mesma, talvez todo o esforço físico de ontem tenha feito o meu cérebro ficar um pouco mais lento e anormal.

Bom, com certeza, não lento o suficiente para que eu não pense em todas as coisas que eu sabia que pensaria. Claro que eu sabia exatamente onde estava me metendo, mas a noite passada acabou sendo mais intensa e inesperada, e se eu for esperta, consigo fugir enquanto eu ainda posso. Não quero ficar em um beco sem saída de sentimentos não correspondidos pela última pessoa na terra com a qual eu deveria me envolver.

Ir para casa agora, enquanto Jared ainda está dormindo, parece ser a solução perfeita. Ele faria a mesma coisa se tivesse acordado antes, e eu ainda estou com a vantagem. Mesmo que eu não fosse uma covarde imensurável, ainda assim, o que eu deveria dizer ou fazer se acordássemos na droga da mesma cama? “Olá chefe, vamos ter que ir trabalhar ou vamos ter o resto do dia de folga para repetir a noite passada em um loop infinito?”.

Eu estou apenas evitando um grande momento constrangedor.

Devagar, levanto-me da cama, buscando meu vestido caído no chão. Visto-me rapidamente, passando no banheiro apenas para lavar o borrão monstruoso que é o resto da minha maquiagem. Eu não ia me culpar ou me martirizar sobre o que aconteceu, eu queria, ele queria, foi ótimo e fim. Só o que eu tenho que fazer é me policiar para que não aconteça de novo, sei que quanto mais eu voltasse para Jared, mais eu ia ficar viciada, como uma droga, o sexo com Jared tem esse poder.

Assim que estou decente o suficiente para sair do quarto, abro a porta do banheiro dando mais uma olhada para o deus grego dormindo nu e sozinho na enorme cama, e sem querer, as lembranças insistem a invadir minha mente, me mostrando o quanto poderia ser bom continuar ali com ele, mas eu não posso. Minha mão coça para tocá-lo ou pelo menos passar os meus dedos pelos seus cabelos agora bagunçados. Então eu decido escrever um bilhete.

Há uma caneta e um bloco de notas com a logo do hotel na mesinha de cabeceira. Depressa, rabisco rápido o suficiente:

“Obrigada pela noite incrível.

Te vejo mais tarde,

A.”

Tiro a folha e a coloco em cima do travesseiro que eu estava usando. Chegar assim tão perto dele, conseguindo até sentir o seu cheiro é mais tentador do que eu planejei, por isso, uso toda a minha força de vontade para sair do quarto.

Prefiro ocupar o meu tempo até a recepção reparando em todas as coisas que eu não tinha visto ontem à noite. As estátuas, a decoração opulenta. Não demora muito para que um dos funcionários chame um táxi para mim, e um pouco depois, finalmente estou em casa.

O meu corpo pede para mais um tempo de sono, mas quando eu olho no relógio, fica claro que eu só tenho tempo para uma ducha rápida antes de eu me atrasar para o trabalho.

Enquanto a água morna retira quase todos os vestígios de ontem à noite, me permito pensar com calma nos acontecimentos extracurriculares entre nós e como isso afetaria o nosso trabalho. Talvez eu devesse dar o primeiro passo e ignorar a existência da noite passada, mas me questiono se é isso o que Jared quer, ou se é apenas eu sendo infantil novamente.

Enquanto me esfrego, algo nos meus pulsos me chama atenção, são fracas, mas com certezas podem ser notadas, eu só estava com a cabeça nas nuvens. Há marcas avermelhadas e redondas nos meus pulsos, como uma alergia, ou uma pulseira grudada no pulso. Eu tinha razão, deveria ter me controlado um pouquinho mais...

Enquanto me seco, observo também o meu reflexo no espelho, e não consigo reprimir a careta assustada. Não é o fim do mundo, mas há pequenos hematomas espalhados pelo meu corpo como se fosse um pequeno padrão. Nos meus seios, no meu pescoço, nos quadris. Agradeço mentalmente por hoje estar um dia nublado e um pouco frio, assim pelo menos eu posso vestir algo com uma gola alta e sair despercebida.

Assim que eu saio do banho, me apresso em achar pulseiras que cubram essa droga de marca e uma roupa que cubra o maior tanto de pele possível. Termino com um vestido branco que ganhei da Emma, normalmente eu diria que não é o mais apropriado para ir trabalhar porque é justo, mas já a vi indo trabalhar com roupas seriamente piores, então, tanto faz. É de gola alta, mangas compridas e cobre até os meus joelhos.

As mangas compridas fazem com que eu não precise das pulseiras, mas no caso delas subirem, resolvo colocar mais um presente de Emma.

Eu achei que estava no horário, mas ao olhar no relógio mais uma vez, percebo que não vou chegar poucos minutos adiantada, como sempre. Coloco o salto alto e corro para fora do meu apartamento, entrando rápido no elevador.

Para a minha sorte — ou falta dela — o trânsito está mais lento que o normal, o que me faz pisar fundo no acelerador sempre que eu tenho a chance. Tento colocar qualquer música que me relaxe, porque se eu já estava ansiosa e nervosa antes, chegar atrasada por causa de um trânsito caótico é tudo o que eu não preciso.

Respiro fundo quando eu finalmente vejo o enorme prédio da Leto Inc.

Estaciono rapidamente e entro no elevador quase morrendo de tanto correr. Até recebo alguns olhares divertidos, como se eu fosse um personagem de desenho engraçado, mas por educação, sou obrigada a sorrir para eles, e inclusive cumprimentar alguns.

Eu já estou sozinha no elevador quando ele finalmente para no último andar, meu coração pesa no peito, resultado de todo o nervosismo. Abro um sorriso mecânico para Claire antes de ameaçar entrar na sala de Jared.

— Ele está lá dentro com Shannon, pediu para ninguém o interromper. — Anuncia, e eu quase agradeço por isso. Mas isso significa também, que eu estou atrasada.

— Não vejo a hora da minha sala finalmente ficar pronta. — Reviro os olhos com um sorriso, me apoiando no balcão.

— Deve ser horrível ficar trancada o dia inteiro em uma sala com ele. — Ela faz uma careta de pavor. Minha mente me trai e coloca imagens de ontem para me provar que ficar com ele em uma sala o dia inteiro não seria tão ruim. Bem, e não seria se ele não fosse o meu terrível e tirano chefe aqui dentro.

Eu e Claire estamos falando sobre sapatos quando a porta se abre revelando um Shannon de bom humor como sempre.

— Uau, qual é a ocasião especial que eu perdi? — Ele franze o cenho, confuso, enquanto olha para mim.

— Que eu saiba nenhuma, por quê? — Minha expressão espelha a dele, e Claire revira os olhos.

— Então você só resolveu vir no estilo instinto selvagem assim só para trabalhar? — Shannon dá um sorrisinho malicioso enquanto vem ao meu encontro, me dando um beijo no rosto. Finjo uma risada mau humorada e ele me abraça. — Acho que nem o seu visual de matar vai te ajudar hoje, Jared está especialmente irado essa manhã, boa sorte.

E eu imaginando que ele estaria de bom humor hoje.

— Então me deixe entrar, tchau Shannon. — Dou-lhe um beijo na bochecha, antes de ir andando. — Vejo vocês no almoço.

Entro cautelosamente na sala e Jared levanta a cabeça, sua expressão é mesmo furiosa e seus olhos azuis estão congelados mais uma vez. Isso claramente não o impede de me observar de cima a baixo.

— Boa tarde, Alexandra. — Sua voz é cortante e eu fico ali, o encarando feito idiota. — Achei que tinha se esquecido de vir trabalhar hoje. — O veneno que sai de suas palavras é bem óbvio, e para falar a verdade, tirando os minutos que eu chego adiantada, meu expediente só começou há quinze minutos atrás, vindo de uma pessoa que nunca se atrasou desde que começou a trabalhar, eu não mereço isso. É quase como se o meu chefe não fosse Jared, aquele com quem eu passei a noite.

— Sinto muito. — Murmuro um pouco irritada, antes de me sentar.

— Que seja. — Mordo o interior da bochecha para evitar dar alguma resposta grosseira que apenas faria com que as coisas piorem. — As suas duas reuniões de hoje, sou eu quem vou te acompanhar, Shannon não vai poder.

Solto um suspiro cansado, é tudo o que eu preciso, ficar com o mau humor em pessoa o dia inteiro. Tinha me esquecido disso, o que significa que eu e Jared vamos almoçar em algum lugar depois das reuniões.

[...]

A cada minuto que passava ficava óbvio que tinha alguma coisa realmente incomodando Jared. Ele ficou de cara fechada por todas as reuniões, e ainda era extremamente estúpido com qualquer um que quisesse aprofundar a conversa. Como eu não sou idiota, me mantive calada o tempo todo, a não ser para o estritamente necessário, ainda assim, Jared conseguiu me intoxicar com o seu mau humor, porque sempre conseguia destilar sua acidez em mim.

Para ser sincera, quando o motorista dele estacionou na droga do restaurante perto de onde estávamos, eu nem fiquei feliz por finalmente conseguir comer algo, eu só queria estar em qualquer outro lugar, com qualquer outra pessoa. Tentei ser a mais madura possível, e descruzei os meus braços ao sair do carro, até acenei com a cabeça em agradecimento ao motorista que abriu a porta para que eu saísse.

Como para Jared Leto, nada nunca demorava, assim que chegamos, uma hostess achou uma mesa excelente e infelizmente mais privada para nós. Isso meio que me lembrou de ontem, mas eu não vou evocar lembranças boas dele. Aposto que esse é o seu jeito de me mostrar que já teve o que queria e agora tudo iria voltar ao normal.

— O que vocês vão querer? — Claro que a hostess pergunta só para Jared, como se eu quase não existisse ali, e honestamente eu já estou começando a acreditar.

— O de sempre, para dois. — Ela assente com as bochechas coradas antes de se retirar rapidamente. Eu nem sabia o que era o “de sempre”, nem se eu queria comer isso, e mais uma vez eu não tenho opção. Ou é engolir em seco ou arrumar uma briga.

Depois do almoço e de mais muitos minutos de um silêncio sufocante entre nós, apenas sendo cortado pela conversa alheia do restaurante cheio, e da garçonete nos trazendo taças de vinho, eu resolvo me pronunciar.

— Jared, aconteceu alguma coisa? — Tento não deixar a minha voz hesitante, mas é um pouco difícil.

— Não, Alexandra. — Sua voz é ainda mais sarcástica do que a última vez. — Está tudo incrível. — O tom de sua voz deixa claro que o seu problema é comigo, eu só não consigo entender o que diabos eu fiz. Eu lembro de fazer inúmeras coisas ontem à noite, porém nada que explicasse o mau humor terrível dele.

— Qual é a droga do seu problema? — Me exalto, fazendo com que sua expressão ficasse ainda mais carregada de raiva.

— Qual é a droga do seu problema, essa é a questão, Alexandra. — Eu juro que por um momento achei que ele avançaria contra mim. — Um bilhete? Quem deixa a porra de um bilhete depois de ontem à noite?

Então ele está assim porque eu o deixei de manhã. É quase impossível reprimir um revirar de olhos.

— Isso tudo é porque você queria ser aquele que deixa o bilhete, Jared? — Retruco, usando o mesmo tom que ele.

— Ah claro, porque depois de tudo o que eu fiz para você, é exatamente óbvio que isso ia acontecer, não é? — Essa é a primeira vez que eu o vejo revirando os olhos, e por um momento eu quase desisto disso e dou risada.

— Não sei se você sabe, mas eu tenho que trabalhar. Qual era o seu plano para hoje, ficar na cama o dia todo?

— Talvez fosse, talvez não, mas nunca iremos saber, não é mesmo? — Estamos inclinados na mesa, murmurando baixo um para o outro, a cena deve ser engraçada.

— Então todo o seu mau humor é culpa do seu ego ferido? — Arqueio a sobrancelha e vejo o exato momento em que seu rosto todo fica de um vermelho vivo. Quase saio correndo dele, talvez eu até devesse.

— Você não pode fugir de mim, sabe disso. — É a única coisa que responde antes de colocar dinheiro dentro da pasta de couro, se levantar e então me puxar pela mão. — Alex, acho que eu tenho que refrescar a sua memória. — Seu tom agora é outro, e aquela tensão sexual entre nós está ali de novo, enquanto ele nos guia até o seu carro.

 



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