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História Dominated (Revisão) - Ele não deveria insistir tanto assim


Escrita por: btchcrft

Capítulo 2 - Ele não deveria insistir tanto assim


Fanfic / Fanfiction Dominated (Revisão) - Ele não deveria insistir tanto assim

— Alex, Shannon está aqui e quer que você venha o mais rápido. — Emma responde com a voz ansiosa. Tão ansiosa que encerra a ligação antes que eu possa  sequer processar.

— Estou subindo. — Murmuro em resposta para a linha muda. Desligo o telefone e ponho-me de pé, me dirigindo aos elevadores.

Shannon Leto é o meu chefe, dono da Leto Inc. junto com o seu Irmão, Jared. A empresa é a maior no ramo de tecnologia em segurança, tendo metade de seus contratos com patrocínio militar. Shannon é o advogado sênior do setor  administrativo, e eu sou a sua advogada júnior/assistente. Jared Leto é o presidente da empresa, e Emma, minha melhor amiga e colega de casa, é a sua advogada arbitrária pessoal. Foi ela que me conseguiu esse emprego, há três anos atrás.

Eu nunca tinha visto Jared Leto pessoalmente, aparentemente ele é o tipo de cara que gosta de ser exclusivo para a elite. O fato de que o meu chefe quer que eu suba para a sala de seu irmão só pode significar problema. Shannon é o tipo de chefe dos sonhos. Bonito, amigável, carismático e simpático, tão suave que você precisa prestar muita atenção para entender quando está passando um sermão.

Enquanto subo até o último andar, tento puxar na cabeça o que eu posso ter feito para ser demitida. Mas eu não consigo me lembrar de nada. Agradeço mentalmente por estar usando uma das minhas melhores combinações de roupa . Isso claro, porque tenho um encontro às escuras com um amigo de um amigo de Emma, em mais de uma de suas tentativas de me tirar da vida de solteira.

Estando aqui pela primeira vez (e provavelmente a última) Tento arquivar tudo na memória. O andar inteiro é fechado apenas para Jared e sua pequena equipe. Assim que eu saio do elevador abro a boca. Isso aqui é incrível, as duas paredes laterais do andar, são feitas de janelões, que formam uma parede transparente. Acho que essa aqui é a melhor vista de Miami, com certeza. O chão é de mármore preto, contrastando violentamente com as paredes de pedra branca. Isso aqui é ainda mais incrível que o resto do prédio.  Logo na entrada, está a recepcionista, em um balcão preto. Ela é ruiva e linda.

— Boa tarde. — Sua voz é polida e profissional. — O Sr. Leto está lhe aguardando em sua sala. — Ela aponta para a grande porta dupla preta atrás dela.

Ela nem me deixou ao menos formular uma só frase. Tento não me ofender com sua eficiência. Então levemente irritada e muito ansiosa, ando até a porta e bato duas vezes antes de entrar. A primeira coisa que eu observo é a sala. As únicas coisas brancas eram a parede e o chão, todos os outros móveis eram pretos ou cromados. É um pouco impessoal, como tudo ali era muito moderno e bonito. Até a parede de janelões tem uma cor diferente do que lá fora.

Emma e Shannon estão sentados de frente para a mesa pomposa de Jared. Os três olham para mim, mas apenas Shannon vem em minha direção.

— Sr. Leto. — O cumprimento com outro sorriso, o mais. profissional que pude.

— Alexandra, ainda bem que chegou. — Me lança mais de um de seus sorrisos calorosos. Me guia até outra cadeira da frente para Jared. Antes de me sentar dou um cumprimento de mãos em Jared.

— Srtª Hall. — Diz simplesmente e maneia com a cabeça. Me sento de pernas cruzadas.

Jared é muito sensual. Tem um cabelo curto de um castanho bonito, jogado para trás com um gel. Ele veste um terno chumbo com a camisa preta. A barba por fazer é ainda mais um charme. Mas eu não sou idiota. O olhar frio e arrogante parece gritar: “Perigo, tóxico”. E é extremamente nada profissional que essa seja a primeira impressão que tenho dele.

Um silêncio breve se instala e eu fico me perguntando por que diabos eu vou ser demitida. Em nenhum momento Emma olha para mim.

— Srtª Hall, você deve saber que estamos construindo uma nova sede em Washington. Emma é umas das minhas funcionárias de mais confiança, e para supervisionar o trabalho lá, preciso de alguém para tomar conta das coisas. A Srtª Ludbrook mostrou interesse quando eu lhe ofereci, hoje de manhã o cargo de presidente da nossa sede de Washington. — Ele fala olhando bem dentro dos meus olhos, sua expressão é impassível. Uau! Apesar de sentir meu coração afundar com a notícia de perder minha melhor amiga, é impossível não sentir orgulho de Emma. — Sendo assim preciso de uma substituta. Emma sugeriu você. Então por um mês você vai trabalhar comigo, se o seu trabalho me agradar, tomará o lugar de Emma ao meu lado. Meu irmão também confirmou que você é uma funcionária exemplar e com grandes habilidades para negociação e inteligência para seguir o meu ritmo. — Murmura rapidamente. — Claro que se não quiser, pode sempre manter seu atual cargo. — Ele cruza as mãos em cima da mesa me olhando firmemente.  O tom de voz dele é muito rouco e objetivo. O tipo de homem que não tem tempo para idiotices.

Eu avalio todas as possibilidades. Não queria mesmo continuar na área administrativa, era tedioso e particularmente sempre me pareceu um desperdício dos meus talentos de barganha, é suficiente dizer que não tenho interesse nenhum nesse ramo. Tenho que pensar na minha carreira em longo prazo, sempre tive muita facilidade para o mundo dos negócios, e essa oportunidade é única.

— Eu adoraria essa oportunidade Sr. Leto. — Respondo impassível e séria, assim como ele. Queria transbordar uma eficiência que fosse o suficiente para mostrar que eu era a opção perfeita. 

— Ótimo. Emma tem que estar em Washington na segunda, e você também começa aqui na segunda-feira. Quero você aqui exatamente às oito da manhã, sem atrasos. — Diz, claramente encerrando o assunto. Em tão pouco tempo ele já conseguiu determinar tantos futuros, é impossível imaginar tamanho poder.

— Sim, senhor. — Me levanto e ele me dispensa com um aceno de cabeça. Saio de nariz erguido e aliviada por não ter sido demitida.

Uma promoção? Quem diria.

Seria difícil ficar longe da minha melhor amiga e ainda por cima morar sozinha. Emma e eu moramos juntas há seis anos. Primeiro por necessidade e depois por comodidade. Isso tudo foi tão em cima da hora que eu nem parei para pensar que hoje é sexta feira.

Emma vai embora esse fim de semana. Nossa.

— Alexandra? — Shannon me chama logo que eu entro no elevador. Seguro as portas para que ele entre também. — Parece que agora eu não sou mais o seu chefe. — Sorri enquanto entra no elevador junto comigo

— Não é verdade, seu nome está escrito em todo lugar do prédio. Você sempre será meu chefe. — Murmuro enquanto as portas se fecham. Já não tenho tanta certeza se vai ser tão agradável ter Jared como o meu chefe.

— Pode até ser, mas com certeza sou melhor do que o meu irmão. — Ele ri e eu forço um sorriso. — Então eu estava pensando, já que eu não sou mais o seu chefe deveríamos comemorar sua promoção.  — Insiste e eu sinto as minhas bochechas corarem de desconforto. Desde que eu comecei a trabalhar aqui, Shannon sempre tenta me chamar para sair, no começo eu inventava uma desculpa ou um compromisso, depois eu falei que não me sentia à vontade em sair com o meu chefe, e então ele parou.  Eu deveria ter imaginando que não duraria para sempre, é o mal de homens com poder: nunca sabem ouvir não. 

— Eu tenho um encontro hoje. — Respondo. Agradeci mentalmente por Emma e sua inconformidade com meu estado civil. 

— Ah, qual é Alex? — Nunca o vi me chamando de Alex, muito menos falando assim. Tudo o que eu não preciso é criar intimidade extracurricular com Shannon. Iria ser o fim da minha carreira.

— É verdade Shannon, eu realmente tenho. — Suspiro. — Além do mais, você ainda é meu chefe, e na segunda vai ser o irmão do meu chefe. — Respondo. Assim que chegamos ao nosso andar, sou a primeira a sair.

— O que quer dizer que no fim de semana você está desempregada. — Ele corre para ficar na minha frente, ele tem um sorriso de quem achou a resposta genial para alguma coisa.

Tecnicamente era verdade, já que eu provavelmente não assinaria meu novo contrato hoje.

E é por isso Shannon Leto é um dos melhores. 

— Você tem uma reunião em cinco minutos. — Anuncio desviando dele, indo em direção à minha mesa.

— Alex, por favor. — Implora. Tento manter o estoicismo na minha expressão. 

— Minha melhor amiga vai se mudar no fim de semana, eu tenho que a ajudar com a mudança, e é provavelmente a última vez que a verei por um bom tempo. — Estou começando a ficar muito desconfortável com isso. Sento-me na minha cadeira e Shannon se senta em minha mesa, os olhos castanhos esverdeados de cachorro pidão. Nunca o vi agir tão informalmente. Claro que com os funcionários mais próximos, como eu, ele ainda fazia uma brincadeira ou outra, mas nada demais. Nada assim.

— Ela vai embora no domingo de manhã. Podemos almoçar juntos e depois ir ao cinema. — Shannon é lindo, musculoso, carismático e eu não tenho saído com ninguém há um bom tempo. Ele não deveria insistir tanto assim. Profissionalismo versus desejo nunca é uma batalha com um resultado agradável. Tudo o que não preciso é desenvolver sentimentos por um chefe que poderia me cuspir e demitir mais rápido do que me convenceu a aceitar esse encontro. Fecho os olhos com força e massageio minhas têmporas.

— Só no domingo, e só como amigos. — Abro os olhos e ele tem um sorriso incrível.

Acho que a palavra concessão não passou por sua cabeça. 

— Te pego meio dia e meio. — Pisca para mim. — E se eu não voltar da minha reunião a tempo de te ver sair, bom encontro. — Ri debochado e sai da minha mesa. Reviro os olhos. Antes que eu volte ao trabalho meu celular toca. É o meu “encontro”

— Oi Henrick. — Digo enquanto começo a empilhar algumas planilhas.

— Alex, oi, só liguei para confirmar que não houve imprevistos, posso passar aí as seis? — A voz suave dele me faz imaginar se ele é igual ao que parece na foto do seu facebook.

— Sim, às seis. Eu te espero fora do prédio. — Murmuro.

— Mal posso esperar, até lá. — Sinto seu sorriso do outro lado da linha.

— Até lá. — Desligo o telefone com um sorriso tímido.

 Espero mesmo que esse encontro não seja um desastre.

Exatamente às seis horas eu entro no elevador. Claro que eu quase volto para o escritório quando vejo Jared naquele espaço pequeno. Sem esboçar reação alguma entro apressada no elevador, dando uma olhada no espelho para ajeitar meu cabelo. Tiro o blazer que eu estou usando, para parecer menos formal para o jantar. Sinto a presença séria de Jared ao meu lado, mas ele não diz um oi, na verdade ele não emite som nenhum, embora sua presença seja sufocante. Olhando para baixo, me mantenho calada.

Vamos sozinhos até o térreo. O expediente normal acaba às cinco, mas como eu trabalho com Shannon, fico uma hora a mais, o que provavelmente vai acontecer trabalhando com Jared.

Ele nem olha na minha direção, parece que está me ignorando ou está alheio a minha presença, o que é estranho já que foi ele quem me chamou para substituir Emma. O silêncio é tão desconfortável que quando finalmente as portas se abrem eu solto o ar que eu nem soube que segurava.

— Até segunda Alex. — Me assusto, mas é só Vance, o segurança.

— Até segunda Vance, bom fim de semana. — Sorrio para ele. — E mande um “oi” para Sarah. — O grande homem sorri mostrando suas covinhas.

— Pode deixar, e bom fim de semana para você também. — Acena com a cabeça e eu saio apressada pelas portas de vidro.

Logo que eu saio vejo um homem alto, de olhos escuros, cabelos curtos que parecem castanhos, mas quando se aproxima posso ver que é um tom de loiro, e uma barba rala por fazer. Ele parece ter um belo corpo por baixo do paletó preto. Lanço um sorriso. Henrick é ainda melhor pessoalmente.

— Alexandra! — Ele vem sorrindo ao meu encontro. Me dando um abraço leve.

— Henrick, está me esperando há muito tempo? — Pergunto enquanto eu o sigo até seu carro.

— Na verdade, acabei de chegar. Sabe como é todo esse trânsito. — Ele se vira para mim apenas para revirar os olhos, eu rio.

— Sei sim. — Concordo, andamos mais um pouco até um estacionamento. Ele pega as chaves do bolso e as luzes de um Lexus azul escuro se acendem.

Claro, eu devia estar preparada para um carro esporte. Henrick Slade é filho do dono da maior rival da Leto Inc. Soube que Henrick estava próximo de assumir o lugar de seu pai. Principalmente com o fator nepotismo, ele é exatamente o tipo de cara que eu jamais sairia se não fosse por Emma.

Henrick abre a porta do passageiro para mim e eu me sento, é realmente impressionante e confortável. Ele dá a partida, liga o som e eu quase faço uma careta quando começa uma música eletrônica, quase sem vocais. Tem como Henrick ser mais previsível? Com todos os fatores sobre ele se somando, é quase perto do impossível não julgá-lo e riscá-lo da minha lista preocupantemente decrescente de homens disponíveis para mim.

Emma costuma dizer que sou insuportavelmente exigente, quase como se eu não quisesse deixar de ser solteira. O que é verdade.

— Gosta? — A voz dele é gostosa de ouvir, prefiro ele tagarelando a ouvir essa música.

— Na verdade, eu só escuto músicas eletrônicas quando vou à festas. — Prefiro contar uma meia verdade. Se eu falasse que não suporto isso, talvez eu estrague tudo e pioraria a situação se eu mencionasse ainda que basicamente nunca vou à festas.

Sem eu nem pedir, ele muda para uma música de John Mayer, me fazendo arquear as duas sobrancelhas em resposta.

— Ah, então dele você gosta? — Ele tem um sorriso nos lábios enquanto tenta contornar um carro mal estacionado.

— Gosto, embora eu não seja uma fã. — Dou de ombros sorrindo. — É que Emma é louca por ele.

— Ah, Emma, vocês moram juntas né? — Pergunta e sei que ele está tentando me conhecer melhor. É uma pena que eu não tenha nada de interessante para falar. Por um instante penso em inventar uma história fascinante sobre a vida de uma Alexandra Hall que não existe. Decido que não seria boa ideia.

— É, mas hoje ela recebeu uma promoção e vai se mudar para Washington, dá pra acreditar? — Nego com a cabeça. O que vai ser de mim sem Emma? Me deixo ficar um pouco desapontada, eu mal tive tempo para pensar em tudo isso.

— Nossa, sério? — Ele parece surpreso. — Achei que Emma era justamente a única coisa deixando Leto no topo de seu jogo, nunca imaginei que ele jogaria ela para outro estado. — Comenta e eu o observo. Ele é mesmo bonito...

— Eu não sabia disso. — Murmuro. — Mas se Emma é o braço direito de Jared na Empresa, e a sede de Washington é nova e precisa de alguém, faz sentido que a única pessoa que ele confiaria para tal cargo fosse ela. — Digo. É difícil falar do trabalho com ele, quase me faz parecer uma traidora. Mas a informação é pública, e a realocação de Emma estará nos livros públicos em breve, isso se não estiver agora mesmo.

— Ah, mas ela tá ok com isso? Sei que ela não trocaria o trabalho atual e a vida que ela tem aqui tão fácil. — Pergunta enquanto ele faz mais uma curva com o carro, meus olhos rolam para o pôr do sol. Dificilmente eu olho para o céu, pelo o vidro da janela. Ficar sempre na correria, impede você de ver todas as coisas simples, mas que tiram o fôlego. Concentro-me na pergunta.

— Eu acho que sim, ela me pareceu animada, mas estávamos na frente de nossos chefes. — Volto a dar de ombros. — Ela me indicou como sua substituta, para trabalhar com Jared Leto, parece que ele aprovou a ideia. — Comento de cara fechada. Na verdade, ainda não sei como ele é como chefe, Emma é sempre evasiva e nunca elabora no assunto. E por algum motivo eu duvido que ele seja como o irmão.

— Achei que você trabalhasse no setor administrativo. — Me lança um sorriso curioso. Acho que Emma deu uma biografia do meu trabalho.

— Pois é, eu trabalhava. — Afirmo. E me lembro que tenho um almoço com ele no domingo. Suspiro. — Mas o meu interesse sempre foi na área comercial da coisa.

— Deveria trabalhar pra mim. Aposto que posso ser dez vezes o chefe que ele será. — Henrick me lança uma piscadela e eu rio sem querer, porque agora sim ele quebrou o gelo. Nada une mais as pessoas do que falar mal de alguém em comum.

— Vou pensar na proposta. — Digo entre risos.

No mesmo tom de conversa leve, demoramos mais meia hora para finalmente chegar ao restaurante. No fim, não posso reclamar, porque além de já estarmos confortáveis com a presença um do outro, o restaurante é impressionante, para dizer o mínimo.

Ele é literalmente um restaurante à beira mar localizado em uma praia particular. Na parte exterior, há várias mesas modernas instaladas na areia, antes de entrarmos há um deque enorme, com ainda mais mesas, um bar e um pequeno palco com um homem de voz rouca cantando alguns covers. A parte de dentro me pareceu bastante elegante, mas eu não quis entrar. É suficiente dizer que Henrick acertou ao reservar uma mesa na areia, mais perto do cantor. Claro, que eu tive que tirar os saltos para entrar na área com areia, mas eu fiz de boa vontade, porque além de meus pés estarem a ponto de pedirem divórcio do meu corpo, eu estava morrendo de vontade de ser amparada pela areia clara. Quando chegamos já estava escurecendo, então eles acenderam várias tochas de formatos diferentes do lado de fora e em cada mesa, havia um pequeno castiçal de cristal com cinco velas coloridas. O lugar parecia mesmo um sonho. 

Jantamos em sincronia, deliciando uma bela comida italiana, e bebemos um vinho incrível. Conversamos sobre coisas da vida. Descobri que Henrick não é o playboy que eu julguei ser. Na verdade, ele começou a Escola de Belas Artes em NY, para ser desenhista. Ele chegou até a ganhar um bom dinheiro com seus desenhos e pinturas, mas o pai dele não queria. Então ele começou a cursar arquitetura, mas o pai decidiu que queria que ele herdasse a empresa e a comandasse. Como filho único, ele teve que ceder à pressão da família. Eu contei sobre meus irmãos e meus pais que estão em Londres, contei que nasci e morei lá até meus treze anos, quando meus pais se separaram e eu vim com o meu Pai para os EUA, contei aquela história que eu tinha decorado tão bem.

— Então, está pronta para uma dança antes da sobremesa? — Rick se levanta e me encara com a sobrancelha arqueada e uma mão estendida.  Com um sorriso eu pego sua mão e ponho de pé.

Andamos até a pista de dança improvisada no deque, onde alguns casais dançavam lentamente. Ele segura minha cintura com leveza e enlaço seu pescoço. Reconheço os primeiros acordes de uma de minhas músicas favoritas de Damien Rice.

— Adoro Damien. — Murmuro enquanto rodopiamos pelo deque.

— Rice é um clássico. — Responde com um sorriso antes de eu encostar a cabeça em seu ombro.

— É mesmo. — O homem que canta tem uma voz melancólica e sentimental, assim como Damien, é impossível não adorá-lo. Rick, me rodopia e nossos corpos se chocam sem força. E então ficamos um longo momento nos fitando

Perco a noção do tempo nos seus olhos castanhos. Ruborizada, solto um sorriso tímido, ele me observa com uma intensidade abrasadora, é constrangedor. Depois disso, voltamos a dançar outra música linda, dessa vez do The Fray. É como se o repertório musical do cantor fosse justamente minha playlist de descompressão.

— Acho que eu não disse o quanto você está linda. — Murmura perto do meu ouvido e sinto meu rosto queimar de vergonha por ter sido pega de guarda baixa.

— Obrigada. — Agradeço com a voz mole. Talvez pelo vinho, talvez pela proximidade. — Você também está muito bonito. — Sorrio para ele.

— São seus olhos. — Brinca, piscando várias vezes, como uma garota.

— Quanta humildade. — Reviro os olhos.

Ficamos mais algum tempo dançando, por fim, decidimos trocar a sobremesa por uma volta na praia. Depois de alguma forma ter nos encharcado e com frio de resultado, Henrick me levou até em casa. Ficamos conversando mais algum tempo, e até nos beijamos. Sorrindo e constrangida, me deu boa noite e disse que ligaria na segunda, já que esse fim de semana seria atarefado para mim, para marcarmos algum outro encontro. Chegando no apartamento, Emma não estava. Foi difícil não ficar um pouco desapontada, mas entendi que ela provavelmente tinha outras pessoas para se despedir, com isso em mente não me sobrou mais nada do que aceitar minha exaustão e dormir.

Bom, pelo menos o encontro não foi um desastre.

 



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