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História Dominated (Revisão) - Clube de fetiches


Escrita por: btchcrft

Capítulo 20 - Clube de fetiches


Fanfic / Fanfiction Dominated (Revisão) - Clube de fetiches

– Você parece nervoso. – Comento com um sorriso debochado.

Jared parece quase apavorado, mas não de mau humor, talvez apenas extremamente ansioso. Ele engole em seco com as minhas palavras, como se não quisesse mover os lábios para falar comigo. Faz pelo menos vinte minutos que estamos dentro desse maldito carro e ele simplesmente só batuca os dedos no volante com impaciência e distração.

A curiosidade é alta, assim como as minhas expectativas. Durante toda à tarde que passamos em sua casa, o clima foi bem diferente desse. Nós transamos, cozinhamos – uma coisa que eu simplesmente não esperava que ele pudesse fazer – e ficamos deitados, apenas conversando. Tentei ignorar o alerta vermelho soando quando me dei conta de como parecíamos domésticos esta tarde.

Mas toda a sua atitude mudou quando começou a anoitecer. De relaxado e satisfeito, ele se transformou nesse poço de energia nervosa sem nem ao menos me dizer o motivo, me deixando ansiosa por proximidade. Ele nem contou para onde estamos indo. Apenas abriu o seu closet e tirou de lá, um vestido longo branco com detalhes em um roxo claro, novinho em folha. Há uma enorme fenda lateral que começa em uma altura preocupante, seguindo por um decote enorme que eu nunca usaria, mas Jared me disse que não iriam reparar nisso para onde estávamos indo. Ainda por cima, ele também havia me comprado lingeries finíssimas. Um espartilho do mesmo tom de roxo feito de renda e uma minúscula calcinha para combinar. Como esperado, serviu exatamente certo, mas de qualquer jeito eu me sentia nua com a roupa. Óbvio que foi muito gentil da parte dele me comprar roupas, mas eu podia ter feito isso sozinha. Não gostava da sensação de parecer uma amante.

– Antes de qualquer coisa. – Jared murmura, chamando a minha atenção rapidamente. – Quero que saiba que se não se sentir confortável, podemos ir embora a hora que você quiser, eu prefiro que vá embora comigo, mas se caso quiser ir sozinha eu vou entender cem por cento.  

– Jared, você está me assustando. – Sinto que minha voz e expressão ficam mais cautelosas. – Para onde estamos indo?

– Eu quero ter você de todas as formas, Alex. – Ignora a minha pergunta, me deixando completamente frustrada. – Só peço que você observe e pense bem, não estaríamos aqui agora se eu não visse um enorme potencial em você, sei que pode ser ótimo para nós dois.

– Pelo amor de Deus, fale logo de uma vez.

– Essa é uma enorme parte de mim, de quem eu sou, do que eu gosto e quero compartilhar isso com você. – Me ignora como se nem ao menos tivesse me ouvido. Vagamente, percebo o carro parando.

Só o que é possível ver é um portão de ferro automático três vezes maior que o enorme portão da casa dele. Há iniciais douradas intrincadas no ferro “SR”. Imagino que seja uma mansão de alguém que ele conhece ou qualquer coisa assim. O lugar é bem longe, literalmente no meio do nada em um bairro nobre de Miami. Só não demoramos mais para chegar, porque a casa de Jared também é um pouco longe da civilização. Ele apenas olha bem para a câmera antes dos portões se abrirem, revelando um amplo espaço onde vários carros de luxo estão estacionados organizadamente. Por último, mas com certeza não menos importante, está um enorme castelo, assim como os antigos do século XIX. Está na cara que foi reformado e modernizado.

Assim que Jared acha um lugar para estacionar. Consigo ver as letras douradas cursivas em cima da porta principal. “Sade’s Room” são as palavras que as letras formam. Nunca ouvi falar de nada parecido.

– É altamente aconselhável que você use isso. – Ele se inclina para o banco de trás, pegando um caixa de veludo azul marinho retangular, eu já sabia o que era por causa de uma festa de Halloween há algum tempo atrás.

Ainda assim abro a caixa, não me surpreendendo ao ver uma máscara luxuosa que tampa os meus olhos e parte do meu nariz. Ela é branca assim como o meu vestido, e há algumas pedras roxas incrustadas nelas, o que eu não demoro a adivinhar como sendo Ametistas.

Faço uma careta raivosa para Jared, porque eu imagino a quantia anormal que ele gastou com isso, uma simples máscara. Claro que não é simples, mas ainda assim é só uma máscara.

– Se por acaso, você decidir que quer continuar nessa comigo, essa é sua identidade de iniciação.

Iniciação?

– Olha, Jared, se isso aqui for um tipo de seita religiosa que precisa de violência regada á sacrifícios de sangue, por favor, me leve para casa. – Aviso, mas infelizmente as palavras soam idiota assim que eu as pronuncio. Jared solta uma risada rouca.

– Me deixe colocar em você. – Ele pega a máscara das minhas mãos e eu tento me virar de costas do jeito que consigo para que ele amarre a fita preta de cetim.

Com mais rapidez do que eu julgara ser necessário, ele já está colocando a sua.

É a visão mais erótica que eu poderia ter agora.

Sua máscara é feita em cetim azul escuro, em um tom que eu não via normalmente. Ela também cobre uma porção de seu nariz, de forma que seria um pouco difícil reconhecê-lo caso nunca o tenha visto antes. Seus olhos azuis cintilam para mim e seus lábios se repuxam em um sorriso malicioso, como se tivesse assumido uma nova identidade com essa peça. Toda a insegurança e ansiedade se foram, dando lugar para um brilho misteriosamente sexual, que me faz perguntar o que diabos é esse lugar.

Ele faz um sinal para que eu espere e então sai do carro, dando a volta por todo ele até chegar do meu lado para abrir a porta para mim. Seguro sua mão quente que me é apreensiva, o que me faria ir embora e deixar Jared para trás? Eu não consigo imaginar.

Jared entrelaça os nossos dedos e eu me sinto segura, mesmo estando de cara com o desconhecido. Respiro fundo quando atravessamos as enormes portas duplas de madeira, me deparando com um hall escuro com carpetes vermelhos, paredes vermelhas, um balcão de madeira bem escura, um abajur que no caso, é a única iluminação do pequeno lugar, deixando tudo banhado em uma meia luz amarelada. Há uma garota loira e mascarada, repuxando os lábios escarlates em um sorriso caloroso.

– Apollo, faz muito tempo. – Seu tom de voz é baixo e sedutor com um sotaque britânico, o que por algum motivo me faz torcer o nariz. Tudo bem, isso não é nada perto da minha confusão, o nome dele é Jared, certo? – Vejo que veio acompanhado, ela é nova? – Por incrível que pareça, ela não parece incomodada com a minha presença, seu sorriso caloroso não muda quando pousa os olhos em mim.

– Sua primeira vez. – Responde dando de ombros.

A garota loira abre um sorriso ainda maior e mais faiscante para mim, parecendo atordoada com as palavras de Jared.

– Oh, é mesmo? – Ela sai de trás do balcão, parando bem na minha frente, pegando a minha mão e depositando um beijo nela, uma coisa estranha para uma garota fazer. – E qual é o seu nome, love?

– Amethyst. – Jared responde antes que eu consiga abrir a boca. Olho para ele confusa, que apenas dá um olhar de “confie em mim”. Isso pelo menos explica a cor da máscara e do vestido.

– Sou Belladonna, e espero mesmo te ver mais por aqui, bem vinda ao Sade’s Room. – Belladonna volta para trás do balcão, tirando uma folha e colocando junto com uma caneta. – Antes de tudo, preciso que você assine isso, é um termo de responsabilidade e sigilo, sabe como é. – Ela pisca os olhos verdes para mim. Jared assente, e eu assino sem ler. – Pode ficar com uma cópia, pegue na saída. – Belladonna nos acompanha até outra porta enorme e observo seu corpo escultural coberto por um vestido ainda mais revelador do que o meu, Jared tinha razão.

– Por favor, observe um pouco antes de tomar qualquer decisão. – Jared sussurra no meu ouvido bem a tempo das portas serem abertas, revelando um lugar escuro com paredes vermelhas, o chão de mármore negro, o enorme ambiente é como um amplo salão de eventos, só sendo iluminado com luzes vermelhas e fracas.

Eu tenho que esperar um pouco para entender o que estava acontecendo ali.

A primeira coisa que observo é que todos estão bem vestidos e mascarados, muitas pessoas com roupas de látex, ou então lingeries extravagantes. Há pessoas de todos os tipos e idades, mas não é o que mais me chama atenção. Viro-me para observar de onde vem à música instrumental e sexual e vejo um palco escuro onde uma mulher está presa com uma longa corda preta, quase como se fosse um vestido que não cobre nada. Como se isso não fosse estranho por si só, há dois homens com ela, um está violentamente açoitando-a com um chicote de montaria enquanto o outro investe forte contra dentro dela. Há ainda uma mulher vestida com um macacão de couro preto, dizendo algumas palavras inaudíveis para a garota e beijando-a na boca enquanto sua mão passeia por todo o corpo da morena amarrada.

Perto do palco, está um número considerável de pessoas observando a cena e comentando entre si, alguns jogam até dinheiro no palco, como um maldito clube de strip tease. Agora que eu já sei o que procurar, é possível ver pequenas tendas feitas com um tecido um pouco transparente, de uma forma que é possível apenas distinguir silhuetas das pessoas lá dentro.

Todas estão transando.

Volto a minha atenção para o palco, olhando mais do que apenas as quatro pessoas ali em cima, há uma parede cheia de apetrechos sexuais, e o que eu diria, de tortura também. Pendurados ali, há uma variedade incrível de chicotes, algemas, algum tipo de remo de madeira, luvas, consolos, vibradores, umas coisas que parecem uma bala de revólver, coleiras, pregadores e coisas que eu jamais saberei como descrever.

Então me lembro do homem parado do meu lado.

– O que diabos é isso? – Queria que minha voz saísse chocada e furiosa, mas tudo o que eu consigo é um murmúrio confuso.

– Um clube BDSM. – Diz simplesmente, nos guiando para um canto do salão onde ninguém está nem perto.

– BDSM?

– Um clube de fetiches. – Mesmo tendo visto essa coisa toda, ainda fico chocada o suficiente para que meu queixo caia com um estalo. 

No fundo, eu sabia que ele escondia alguma coisa que tinha a ver com o nosso “relacionamento”, eu sentia isso, algo como se ele estivesse se segurando, não fazendo o que ele realmente queria fazer. Bem, agora eu sei o porquê. Mas com certeza, isso nunca me passou pela cabeça.

Eu não consigo pensar com coerência, achei que estávamos indo para um restaurante, uma balada, uma festa, sei lá. Não um maldito clube secreto de fetiches.

É claro que há uma parte de mim curiosa para experimentar o que é que seja que Jared pode me oferecer, mas a parte racional grita para eu saia correndo daqui. É muito para digerir tão rápido.

– Por favor, fale alguma coisa. – Ele implora, segurando a minha cintura com força.

– É tanto para assimilar, Jared. – Suspiro, derrotada e nervosa. – Se eu não quiser isso, não tenho você, é isso? – Decido ir direto ao ponto, sabia que alguma coisa ia acontecer.

– Ainda não pensei sobre isso, naturalmente é assim que eu vivo, não desde sempre, claro, mas eu gostaria muito que você vivesse assim, comigo. – Sua mão alisa o meu rosto e eu fecho os olhos. – Podemos tentar aos poucos, não precisa ser algo definitivo, se você decidir que não é o que você quer, paramos.

– Como um estágio?

– Exatamente. – Jared sorri. É uma proposta interessante, sem contar que o ambiente, música, o desconhecido somado á Jared, me faz ficar formigando em todos os lugares certos. Talvez não seja ruim. Uma estagiária de fetiche, soava como uma maldita piada.

– Me considere a sua nova estagiária então, Apollo. – Debocho com um sorriso. Ele não parece esperar por minhas palavras, porque suas sobrancelhas sobem significamente.

– Isso é ótimo, acho que deveríamos aproveitar hoje, e então te ensino a parte técnica amanhã, certo? – Seus lábios se grudam ao meus, de modo em que eu me vejo derretida em seus braços firmes. – Ah, vê-la aqui me dá tantas ideias incríveis, mas nada de muito extracurricular até amanhã.

– Me parece encantador. – Solto uma risada.

– Preciso pôr logo isso em você. – Ele parece irritado ao olhar para o outro lado do salão.

Sigo o seu olhar e vejo algumas pessoas – homens e mulheres – nos observando com interesse e sorrisos. Quando olho mais uma vez para Jared, ele tem em mãos uma gargantilha de prata e ametistas, e nos lábios, um sorriso de parar o trânsito.

– Não diga nada, por favor. – Não é um pedido, é mais uma ordem. Comprimo os lábios, mostrando que eu posso ser uma boa garota quando eu quiser. Jared coloca a jóia sem que eu precise virar de costas, e enquanto os seus dedos ágeis fecham a gargantilha, seus olhos queimam os meus. Roubando mais um beijo, ele espeta um broche com a mesma pedra da minha jóia no bolso de seu paletó. Não preciso ser uma expert para saber que isso é um símbolo – ostensivo e luxuoso – de que estamos juntos.

– Que tal um pequeno tour?



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