História Dominated (Revisão) - E você é minha para dividir?

“Sim, eu tenho um mau temperamento, mas só estou dizendo
Você pressiona botões, só porque pode
Você sabe que eu odeio, mas eu pertenço á você
Porém, quando estou longe, você sabe
Que não precisa se preocupar com alguém novo
Porque não importa para onde eu vá,
Você sabe que eu pertenço á você”

– Face the sun

– Qual é o seu problema, porra? – Ele berra comigo, depois de me empurrar com força contra o carro. A surpresa com seu estado é tão grande que estou estática, sem reação, sem sentir nada. Eu simplesmente não esperava por isso vindo dele, que sempre é cheio de autocontrole.

Cruzo os meus braços contra o peito, como se eu pudesse parecer menos arrependida com toda a situação, esqueço até que estamos em um lugar bem pouco privado.

– Alexandra, eu estou falando com você. – Continuo calada enquanto fito seus olhos meio loucos. – Não é você que sempre tem uma maldita resposta para tudo? Hã?

– Jared, não inverta a situação aqui. – Minha voz sai mais mansa do que eu tinha planejado.

– Você é louca!

Suas mãos bagunçam seu cabelo com violência enquanto seus olhos vagam com desespero para qualquer coisa ao seu redor, menos a mim. Sei que no momento, ele tenta se concentrar no que dizer em seguida, e volta a respirar fundo.

 – Você ia transar com ele? – É a pergunta que ele atira em mim como se fossem navalhas pontudas.

Minha traqueia se fecha, como se de repente, alguma coisa grande e impossível de engolir estivesse bloqueando-me. Engulo algumas vezes, ao mesmo tempo em que tento me manter calma. Decido ganhar um pouco de tempo me fazendo de desentendida.

– Quê?

– Você me ouviu, você ia fazer sexo com a merda daquele cara? – Minha espinha congela, porque aquela voz fria, controlada e sem vida voltou, e por algum motivo eu realmente passei a preferir a falta de controle.

– Eu não sei, talvez Jared. – Minha voz treme, justo quando eu mais preciso dela para mostrar que eu não tenho medo. – Você me privou de...Bom, você sabe, e então quando eu decido entrar no seu jogo, a loira bonitona entra em cena e então parece que eu não tinha mais importância, eu bebi um pouco, talvez muito e Rick apareceu do nada, disposto a oferecer o que você não me dava, e eu não pensei direito na hora, eu estava nervosa e frustrada... – Interrompo minha frase, percebendo que eu estava tagarelando, algo incomum para mim.

Cara, eu estou tão bêbada, e tão fodida.

A luz no fim do túnel aparece em forma de um sorriso sarcástico nos lábios dele, seguido de uma risada debochada tão rouca que só serve para que algo dentro de mim me lembrasse do que eu queria tão desesperadamente o dia todo.

– Você ficou com ciúmes de Kate?

– O quê? – Minha voz vira aguda demais com a surpresa e minha bochecha queima. – Claro que não!

– Não mente pra mim.

– Eu não estou mentindo e não estou com ciúmes.

– Posso ver nos seus olhos, Alex.

– Então agora eu volto a ser Alex? – Reviro os olhos, desconfortável.

– Se quer saber, Kate estava interessada em você, queria saber se eu tinha planos de dividir.

Abro a boca pasma, e rapidamente me sinto como uma maldita retardada. 

– E você tinha?

– E você é minha pra dividir? – Ah, claro, ele odeia quando eu respondo com perguntas, mas ele pode fazer isso quando quiser?

– Depende, se quiser me dividir com seus amigos, do tipo Ian, eu ficaria feliz em ser sua para dividir.

Percebi que o meu pequeno plano de vingança foi um tiro no meu próprio pé quando suas mãos apertam minha cintura com tanta força que eu sinto a pressão dos ossos de seus dedos contra a minha pele. O medo me invade e em seguida luta por espaço com a minha expectativa.

O que ele faria agora?

Nunca me senti tão submissa á Jared, como me sinto nesse momento.

Eu aceitaria qualquer coisa que ele decidisse fazer comigo agora.

Sua violência emana pelos olhos, me cegando momentaneamente, e enquanto formigo sem saber como me redimir, sou surpreendida quando suas mãos torcem a minha cintura, fazendo com que em questão de milésimos, minha bochecha agora esteja esmagada contra a janela de seu carro e o meu traseiro roçando em seu quadril.

Dessa vez, minha mente está tão atordoada que não me sinto mal por estar á sua disposição. Estranhamente é onde eu sinto me mereço estar, como se eu precisasse ser posta no meu lugar.

O que este homem está fazendo comigo, meu Deus?

Propositalmente, rebolo contra ele, sabendo das chances contra mim se eu ousar provocá-lo demais.

Engulo um gemido quando a sua mão açoita a minha bunda com uma força descomunal. Mesmo com o tecido da minha roupa, minha pele ferve e arde na hora. Mas, o que é mais avassalador é a sensação que se instaura depois.

– Quem você pensa que é, Alexandra? – Sua voz não tem nenhuma pitada de brincadeira. Ele está com tanta raiva, eu posso sentir.

E eu gosto.

Sinto uma de suas mãos percorrer a minha coluna como uma serpente, uma serpente incrivelmente quente e formigante. Essa serpente trilha até o topo da minha nuca, se enrolando com força no meu pescoço, me obrigando a separar os lábios á procura de ar. Percebo que a coisa toda está ficando doentia porque bem lá no fundo tenho a certeza de que ele não me faria mal. Sei que ele tem o controle da situação, sempre tem. Eu confio nele.

Essa constatação é o que me basta para que eu feche os olhos e me jogue nessa sensação nova e provocante que toma forma dentro de mim. É como sentir o ar rarefeito invadir os seus pulmões enquanto você está em queda livre de um precipício.

É agonizante, infernal e divino.

Sinto o seu aperto se estreitar um pouco mais no meu pescoço enquanto ele se aperta mais contra mim, consigo sentir todo o seu volume mesmo com todo o tecido em nosso caminho. Fecho os olhos com força e abro mais os lábios, soltando um suspiro que se transforma lentamente em um gemido lânguido.

Seu aperto se afrouxa apenas o suficiente para que eu fique mais confortável, mas não muito. Sua outra mão se move até a barra justa do meu vestido, o puxando para cima com força, suas unhas raspando na minha pele.

É estranho, mas mesmo exposta desta maneira, ainda mais em um lugar aberto e praticamente público, não me faz nervosa, na verdade é uma parte bem pequena do meu cérebro que lembra disso, porque estou concentrada em ser uma boa submissa, e em todas as sensações novas inclusas no pacote.

– Você não entende, não é? – Rosna, puxando meu cabelo, de forma que eu incline a cabeça para trás. – Não adianta negar, bem lá no fundo você queria que eu te achasse com Rick, pode não ter parecido agora, mas amanhã quando você acordar vai saber que eu estou certo. – Sua risada raivosa está entre os sons mais sensuais que já saíram de sua boca. – Ele nunca daria o que você quer ninguém daria. Só eu.

Há algum tempo atrás, imagino que isso seria exatamente o tipo de coisa que me faria sair dessa posição mais rápido do quer levar um choque. Mas as coisas são diferentes agora.

Completamente diferentes.

Permaneço calada, apenas esperando seus comandos. Estranhamente, não há nada na minha mente agora. Nenhuma resposta, nenhuma atitude para tirá-lo do poder. É como se finalmente eu me sentisse pronta para exercer o papel que foi oferecido á mim.

Jared Leto ri mais uma vez. Dessa vez, ele parece deliciado.

– É isso? Você não tem nada para falar? – Seu riso se transforma em gargalhadas incrédulas. Ele me vira para encará-lo, dessa vez com mais delicadeza. Quando seus olhos se fixam nos meus, eu abaixo o meu olhar. É o suficiente para fazê-lo me largar, como se eu tivesse o queimado. Sua mão levanta o meu queixo para voltar a observá-lo. – Vamos, me responda.

– Não... Senhor. – Digo com a voz mais afável que posso. Tenho o prazer de ver sua boca abrir de perplexidade. Isso, claramente dura poucos segundos, porque dessa vez seus olhos brilham e me avaliam, como se pensasse no que fazer agora.

Sua boca avança na minha rapidamente, explorando-me em cada canto, sem encontrar nenhum tipo de resistência ou dominação da minha parte, percebo-o sorrir contra os meus lábios.

– Me entregue a sua calcinha.

Engulo em seco e faço o que me manda sem pensar duas vezes. Ele se afasta de mim o suficiente para poder me dar espaço e me observar. Ainda olhando para Jared, abaixo a lingerie branca até o meio das minhas coxas e deixo-a escorregar até o chão, pegando em seguida e depositando na sua mão estendida.

– Boa garota. – Elogia. – Agora venha aqui.

E desse jeito, ele me puxa para mais um beijo profundo de tirar o fôlego enquanto me guia de volta para a lateral do carro, voltando a colocar sua mão em mim. Seu toque brinca pela minha barriga, pelos meus seios e volta a descer bem para o meio das minhas pernas. Recosto a cabeça em seu ombro quando seus dedos me invadem daquela maneira que ele faz tão bem.

– Shhh, babe. – Ele sussurra para mim. – Não estamos em casa, você precisa ficar bem quietinha. Consegue fazer isso por mim?

– Sim, senhor.

Seus dedos dançam uma dança lenta e profunda dentro de mim, enquanto faço o meu melhor para controlar os movimentos do meu corpo contra ele.

– Era isso que você queria? Hm?

– Sim, senhor. – Respondo sôfrega e o ritmo dentro de mim aumenta, fazendo com que a bola de fogo semi adormecida dentro de mim, começa a crescer cada vez mais.

– E você acha que seria possível alguém te dar isso, se não fosse eu?

É difícil me concentrar nas palavras que saem de sua boca. Consigo sentir o suor começando a escorrer e o me corpo aumentar a temperatura subitamente.

– Hmm, não, não acho. – A voz sai baixa e entrecortada. – Senhor.

É possível sentir sua ereção pulsando dentro da calça que roçava hora ou outra na minha coxa. Eu preciso dele agora, mas, sei que não estou em posição de pedir nada, não agora. Sem querer a minha unha se enterra na pele suave e quente de sua nuca, fazendo-o gemer de leve.

– Você está tão quente, querida. – Seus dedos saem de mim brutalmente. – Quero você agora.

Agitada com o meu pedido nem feito sendo atendido, arfo em surpresa quando ele me pega no colo, me prensando contra o carro enquanto, agilmente abre o zíper da calça. Faço questão de enlaçar minhas pernas em sua cintura e cruzar as mãos em seu pescoço enquanto sua mão guia o membro até mim.

Meus lábios formam um grande ‘o’ de choque, quando sinto-o me preencher. É quase surreal, ainda mais quando estive esperando por isso o dia todo. Minha imaginação não fez jus á sensação devastadora que é tê-lo.

Seu ritmo é forte e rápido enquanto me sinto desconectada do meu cérebro. As sensações parecem mais fortes do que nunca, talvez fosse toda a expectativa e toda a frustração que funcionasse como um amplificador para mim. O pedido de Jared para controlar meus sons parece cada vez mais com a coisa mais difícil que ele já me pediu na vida toda, em meio de estocadas, sou obrigada a cravar meus dentes em seu ombro com uma força moderada, como forma de abafar os gemidos guturais que ameaçam sair de minha boca.

Seu gemido rouco faz com que eu me contraia contra ele, arrancando um som ainda mais alto de Jared. Suas mãos apertam-me com mais força, e uma voz na minha cabeça afirma que amanhã estarei marcada, e isso me deixa satisfeita.

– Ah, baby. – É a única coisa que consigo ouvi-lo dizer no meio de frases que soam desconexas para mim, ou talvez seja a minha mente que agora parece flutuar. Minha cabeça está pendurada, sem força nenhuma para fazer qualquer coisa que não envolva me movimentar contra ele.

Não dura muito tempo até que eu me sinta muito perto. Tão perto que eu sinto o gosto de sangue na boca, graças ao fato de ter mordido meus lábios com força demais tentando ficar em silêncio. Jared parece perceber na hora, porque ele sorri olhando no fundo dos meus olhos com um fogo intenso antes de dar um tapa fortíssimo na lateral da minha coxa esquerda. O barulho ecoa pela garagem vazia, fazendo a minha pele arder e formigar, e isso é o que basta para que eu seja jogada daquele abismo conhecido, com mais vontade do que nunca. Meu corpo entra em uma espécie de transe, que me deixa catatônica por alguns instantes. Quando me sinto de volta á terra, ouço minha voz se misturando com a de Jared em gemidos lânguidos e satisfeitos.

Provavelmente esse foi o orgasmo mais rápido da minha vida inteira.

Vagamente percebo que estou de pé no chão e que Jared está se arrumando e procurando a chave. Sinto-me tão fraca e estranha. É como quando você passa tanto tempo dentro do mar que quando você finalmente está em terra firme, seu corpo continua sentindo as ondas quebrando contra você. Com muito cuidado, o que eu acho engraçado, ele me segura pelo braço e me leva até o lado do passageiro, fazendo com que eu me sente e me recoste contra o banco confortável do carro.

Minha mente ronda os eventos do dia todo, como se eu tivesse sonhando. Pisco com força ao notar que estamos fora do estacionamento, dirigindo noite á dentro. A atmosfera dentro do carro é de um silêncio confortável, me fazendo pensar que a briga de antes não tem mais importância, mas mesmo assim, me sinto na necessidade de dizer.

– Eu sou.

Isso parece captar sua atenção, assim como sua confusão.

– O quê? – Ele se vira para mim rapidamente, parecendo perdido. Coloco a mão sobre sua perna, sentindo uma adrenalina leve nesse ato de intimidade.

– Eu sou sua.

Jared Leto parece sem palavras ao soltar uma risadinha nervosa.

– Uau. Você realmente é cheia de surpresas. – Ele passa a mão pelos cabelos, ainda meio perdido e eu sorrio. Meu coração parece bater com mais força.

– Somos dois então. – Murmuro sonolenta.

Só que dessa vez estou satisfeita e saciada, parece que as coisas estão lentamente tomando uma forma agradável na minha vida.