1. Spirit Fanfics >
  2. Dominated (Revisão) >
  3. Gentileza é o meu nome do meio

História Dominated (Revisão) - Gentileza é o meu nome do meio


Escrita por: btchcrft

Capítulo 4 - Gentileza é o meu nome do meio


Fanfic / Fanfiction Dominated (Revisão) - Gentileza é o meu nome do meio

Acordo mais cedo do que o normal na segunda-feira.

Eu não queria me atrasar para o meu primeiro dia de trabalho com Jared, não quando ele foi tão enfático no horário.

É meio estranho e um pouco depressivo não ter Emma para acordar tagarelando e ligando alguma música dançante enquanto nos arrumamos, ainda mais estranho ter que dirigir por essas ruas até a empresa sozinha.

Talvez ela faça mais falta do que eu havia calculado. Eu nunca tive muita disposição para arrumar um grupo enorme de amigos, eu me contentava em trabalhar, conversar com os meus colegas e então sair para beber alguma coisa com Emma e quem quer que seja que ela convidasse. Os amigos dela nunca foram o meu tipo de gente, se é que isso existe, então eu percebo que eu teria que ser mais sociável agora que eu oficialmente moro sozinha.

Com um suspiro desanimado abro a porta no carro assim que eu estaciono na garagem da empresa, caminhando sem vontade até os elevadores. Observo todo o saguão com uma atenção desnecessária, as paredes de pedra cinza, os detalhes em aço, todo o vidro e as luminárias caras. Eu acho que tenho sorte de trabalhar em um lugar como esse.

Mas eu devo saber que a sorte nem sempre trabalha ao meu favor, já que quando me coloco na fila para entrar no elevador, sinto sua presença e sua voz. Suspiro, contando mentalmente os segundos até que ele comece a falar.

— Bom dia Alex. — Shannon me cumprimenta enquanto faz sinal para que eu o acompanhe até o elevador destinado para as pessoas importantes daqui. Claro que posso sentir vários olhares curiosos e alguns burburinhos de fofocas. Já consigo ouvir o tema das conversas na pausa para o café de hoje. Engulo em seco até entrar com ele no elevador. A sós. Ele aperta o botão para o seu andar.

— Eu podia pegar o elevador normal, cheguei bastante cedo. — Murmuro constrangida e mau humorada, é um longo caminho até o último andar.  — Bom dia, aliás. — Sorrio contida. Ele afasta minha mão enquanto eu tento apertar o botão. Respiro fundo, me preparando.

— Chegou mesmo bem cedo, por isso acho que podemos tomar um café da manhã na minha sala. — Responde quando eu o olho confusa.

— Não acho que é uma boa ideia. — Rebato, agora batendo os pés impacientemente contra o piso do elevador.

— Jared ainda vai demorar e falta muito para o começo do seu expediente, além do mais, temos assuntos da empresa para conversar. — Shannon me lança um sorriso perverso que deixa claro que eu não tenho nenhum assunto pendente com ele.

Prefiro manter a boca fechada até chegarmos no 25º andar.

— Surpresa! — Shannon sussurra, passando o braço por meus ombros. Por algum motivo, todos os meus colegas de trabalho estão ali, me esperando com um belo café da manhã posto sobre uma mesa que nunca esteve ali antes. É estranho dizer que eu fiquei um pouco emocionada? 

— Bom, já que não nos despedimos de você ontem. — Martha, a recepcionista de Shannon vem ao meu encalço me abraçar. Eu me sinto estranha com todo esse afeto. Me chuto mentalmente por esperar o pior de Shannon, quando na verdade ele foi tão doce de preparar algo assim.

Não que eu fosse mal tratada ou qualquer coisa do tipo, mas eu não pensei que eles fossem mesmo ligar para a minha transferência. Eu não era nem de longe a pessoa mais sociável daqui, eu só tentava manter a paz e cordialidade. Mas ao mesmo tempo eu gosto de saber que eu não sou o tipo de pessoa que todos comemoram quando saem de perto.

— Você vai fazer falta, você e seus experimentos culinários deliciosos. — Ela murmura com um sorriso sincero nos lábios finos.

— Eu só estarei dois andares acima. — Sorrio em resposta.

— Mas estará com Jared. — O jeito que ela pronuncia o nome dele, como um adjetivo para algo perto do fim do mundo, me faz ter borboletas no estômago. Isso ocupa a minha mente de um jeito tão perturbador que eu quase não percebo todos os meus colegas vindo me abraçar e falando algumas frases afáveis.

Depois de todas as amabilidades e de uma comida muito gostosa, eu olho para o relógio, faltam dez minutos para às oito da manhã. Depois de algumas despedidas, é claro que Shannon se oferece para me acompanhar até a minha nova sala.

— Obrigado por tudo aquilo, foi muito gentil da sua parte. — Sorrio para Shannon que me olha com divertimento.

— Gentileza é o meu nome do meio. — Pisca para mim e eu sou obrigada a olhar para baixo, constrangida com a expressão que ele usa ao observar-me de cima a baixo

Pigarreio para chamar a sua atenção de volta a parte certa de mim: os meus olhos. Mas então já é tarde demais, ele me olha com uma decisão maciça nos olhos e com duas passadas, ele está parado a milímetros de mim, sua respiração suave batendo no meu rosto enquanto eu fico fitando-o apreensiva e por algum motivo sem conseguir achar a minha voz.

Shannon aceita isso como um consentimento e então sua mão direita se posiciona no meu pescoço de modo que seu polegar possa acariciar meus lábios. Eu consigo abrir a boca para dizer alguma coisa, mas, antes da primeira palavra, seus lábios estão pressionados contra os meus, moldando-os e enquanto sua língua invade calma e sedutora ele me prensa contra uma das paredes do elevador, fazendo seu corpo cobrir-me por inteira. A sua mão vaga percorre a minha cintura me puxando ainda mais contra ele e eu só consigo movimentar meus lábios de encontro aos deles nesse beijo gostoso e proibido.

Mas tão rápido quando vai embora, a minha consciência volta, me fazendo virar o rosto e afastar Shannon a uma distância segura de mim.

— Isso não era para ter acontecido. — Rosno com raiva para Shannon. Eu não consigo entender de onde vem toda essa raiva, mas tenho impressão que é direcionada à mim mesma.

A porta do elevador se abre e o sorriso sacana de Shannon ainda está lá.

— Até depois Srtª Hall. — Se despede enquanto eu saio do elevador e em seguida as portas se fecham.

Com a raiva ainda fervendo em mim, tento me acalmar para enfrentar a fera.

Os meus passos duros até a recepção chamam a atenção da ruiva, que dessa vez parece um pouco mais interessada na minha presença. Ela levanta o olhar esverdeado para mim quase ao mesmo tempo em que seus lábios se repuxam em um sorriso pacífico e mais cordial.

— Srtª Hall, seja bem vinda, sou Claire. — Ela se levanta, mostrando todo o seu corpo de dar inveja coberto por um vestido azul claro lindíssimo.  De repente eu percebo que Claire parece ser uma pessoa interessante para me fazer companhia. Seguro sua mão estendida para mim.

— Pode me chamar de Alex. — Murmuro com um sorriso. — O Sr. Leto já chegou?

— Sim, acho que faz pouco mais de cinco minutos, pode entrar. — Aceno com a cabeça me direcionando até as enormes portas duplas. — Alex? Eu e mais algumas pessoas vamos almoçar sempre em um restaurante aqui perto, você podia ir com a gente para conhecer todo mundo, que tal? — O meu lado normal recusaria, porque é melhor comer sozinha, eu teria mais tempo para pensar no desastre do elevador, mas eu estava tentando mudar, certo?

— Ótimo, meio-dia então? — Pergunto ao mesmo tempo em que dou duas batidinhas leves na porta.

— Claro. — Ela volta a se sentar e a voz de Jared responde um monótono “entre” do outro lado, respiro fundo antes de abrir a porta.

Jared está mais uma vez sentado em sua mesa, rodeado de alguns papéis ele apenas me lança um olhar e volta sua atenção para os papéis à sua frente.

— Sente-se Srtª Hall.  — Ainda sem me olhar, aponta a cadeira na frente de sua mesa impecável. Eu tinha esquecido o quanto a voz dele é mesmo bonita. Ele não fala nada e eu entrelaço os meus dedos observando com atenção a sala.

Há vários quadros abstratos espalhados pelas paredes, mesmo assim eles são em sua maioria monocromáticos, fazendo a sala ficar ainda mais séria e impessoal, bem talvez seja pessoal para Jared. Não há muita decoração, só o abajur na mesa que é um pouco mais adornado e talvez algumas esculturas minúsculas  espalhadas pelas prateleiras pretas recheadas com livros.

No canto da sala, perto da parede de janelões há uma mesa de vidro bem parecida com a dele, mas razoavelmente menor em cima dela há um computador e alguns objetos de escritório, perto da mesa há uma aparentemente confortável cadeira.

Aproveito o longo momento de silêncio para observar o meu chefe. Ao que parece as únicas cores que ele usa são escuras, digo isso por seu terno azul bem escuro e mais uma vez uma camisa social preta. Seu cabelo impecável jogado para trás, a barba bem cuidada. Assim, todo concentrado, ele não parece ameaçador, mas agora que ele percebeu que eu estou o observando seu olhar frio me pega desprevenida e eu abaixo o olhar.

— Acho importante dizer algumas coisas antes de começarmos isso. — Chama a minha atenção, me fazendo olhá-lo mais uma vez. Eu pessoalmente, gosto de pessoas que falam olhando nos olhos, acho que passa mais... Verdade. Mas Jared fazendo isso só me deixa intimidada e constrangida.

— Tudo bem. — Concordo rapidamente com a cabeça.

— Primeiro, eu não dou a mínima para como meu irmão te tratava quando você era funcionária dele. Pode ter certeza que não quero saber da sua vida ou o que faz fora dela, eu sou seu chefe, eu mando e você obedece simples assim. Não seremos amigos, confidentes ou ao menos colegas, você está apenas e unicamente aqui para me fazer tudo o que eu pedir. Entendeu? — Minha boca quase se abre com um estalo e eu ordeno-a que não faça. O cara fala isso com uma naturalidade que nem parece que está se comportando como um troglodita beirando a violação dos recursos humanos; E também não é como se eu quisesse ela como nada mais do que meu chefe, mas na sociedade há coisas que falamos com mais cordialidade, mas aparentemente ele não recebeu esse aviso. Até parece que eu estou negociando um termo de escravidão com ele. Obedecer? Fazer tudo o que eu pedir? Escolha de palavras interessantes se estivéssemos há dois séculos atrás. — Não me faça repetir.

— Sim senhor, eu entendi. — Murmuro com a voz seca.

— Ótimo. — Seus olhos de pedra ainda estão cravados no meu enquanto seu cenho está franzindo, mostrando que ele está falando realmente muito sério. — Segundo eu tenho uma política extrema para erros. Portanto espero o sempre impecável Srª Hall, nada de erros e talvez você sobreviva ao seu tempo de teste aqui.

Concordo com a cabeça, sem ter certeza se eu deveria dizer alguma coisa. O jeito que ele fala me faz sentir estúpida, humilhada e sem valor. Sobreviver? Eu agora nem sei se quero estar aqui.

— Sua carga horária vai variar de acordo com as minhas necessidades, ou seja, você não tem hora para sair, apenas para entrar, quero você sempre às oito horas em ponto aqui, não costumo tolerar nenhum tipo de atraso a não ser se tenha um atestado médico ou de óbito. — Crispa os lábios ao terminar de falar, me deixando confusa se a coisa dos atestados é mesmo verdade ou ele estava usando um sarcasmo pesado. Ele dá um suspiro entediado antes de continuar. — Lembre-se também que você não é insubstituível, qualquer outra pessoa pode fazer o que você faz, então não deixe-me ficar arrependido por ter dado a você essa oportunidade.

— Sim senhor. — A humilhação queima minhas bochechas.

— Você não terá uma sala própria por enquanto, como pode ver seu espaço será ali. — Aponta com a cabeça para o canto que eu tinha observado antes. — Isso porque quero estar de olho em você durante o expediente e assim você aprende mais sobre os negócios, facilitando o meu trabalho consideravelmente. — Ele passa os dedos por entre os cabelos castanhos. — Se você for passar pela fase de teste, com certeza terá uma sala própria e um assistente. Siga as minhas regras e tudo vai dar certo, entendido?

— Sim senhor. — Parece até que eu estou com o disco riscado, mas esse homem me deixou sem jeito e isso é bem longe do sentido bom da coisa. É como se eu fosse estúpida e nunca tivesse ido para a faculdade. Será que ele me confundiu com uma assistente?

— Eu vou te chamar pelo nome porque é mais fácil para mim, mas prefiro que continue me chamando de senhor, certo? — Eu não consigo acreditar em como Jared Leto é um cara arrogante e rabugento, e então a frase “maníaco controlador” de Emma começou a fazer sentido.

— Tudo bem, e qual será a minha primeira tarefa? — Murmuro tentando recuperar minha auto confiança, colocando uma voz mais potente de alguém que sabe muito bem de seu lugar no mundo.

— Primeiro eu preciso que dê uma olhada nos arquivos que Emma deixou para você no computador, tudo o que precisa saber em questão de dados e compromissos ela já deixou separado, à tarde temos uma reunião.  — Me levanto e ando devagar até o meu “espaço”.

Como se a nossa conversa nem tivesse existido, Jared volta a remexer nos papéis em sua mesa e eu só imploro aos céus que ele não seja assim sempre, porque caso contrário, esse seria um longo mês.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...