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História Dominated (Revisão) - O cara é como um buraco negro de hostilidade


Escrita por: btchcrft

Capítulo 7 - O cara é como um buraco negro de hostilidade


Fanfic / Fanfiction Dominated (Revisão) - O cara é como um buraco negro de hostilidade

Olho para o relógio digital em cima da minha mesa, abrindo um sorriso largo.

Mais uma sexta-feira de uma semana que passou se arrastando lentamente, assim como todas as outras. Eu adoraria dizer que nem parece que esse é o fim da terceira semana trabalhando com Jared, mas infelizmente, eu senti cada dia passar tão rápido quanto tortura medieval.

A pressão nos meus ombros parece aumentar a cada segundo, nem mesmo minha melhor performance profissional possível  não é o suficiente para Jared, o tirano em pessoa. Cada dia eu agradeço por não ter morrido sufocada com as enormes pilhas de papéis e acordos que ele precisa que eu revise. Entendo que na teoria eu teria bem menos trabalho se eu fosse funcionária de qualquer outro presidente de qualquer companhia, mas se tratando de Jared, eu nunca trabalho o suficiente para deixá-lo satisfeito.

Ultimamente tem se tornado raro ele fazer a contagem regressiva do final do período treinamento, mas quando ele faz, eu tenho que cravar as unhas na palma da minha mão, me lembrando que seria o fim da minha vida assalariada caso eu o mandasse até o sétimo círculo do inferno e nunca mais voltar. Quem eu estou querendo enganar? Ele provavelmente mora lá. 

Comecei a sair todo o fim de semana, como se os sete dias de stress pudessem ser recuperados. Saio com Claire e nossos amigos ou como hoje, eu aceito um convite de Rick em um dos encontros de fazer os olhos de qualquer mulher brilhar.

— Você vai comigo á uma reunião que começa em vinte minutos. — Eu ouço sua voz antes mesmo de vê-lo. Jared ajeita a gola do seu paletó preto e em seguida pega a maleta prateada que ele sempre usa em reuniões. 

Claro que ele ordena que eu vá exatamente cinco minutos antes do fim do meu expediente, muito provavelmente Rick já está a caminho daqui para me buscar.

— Eu não pago uma pequena fortuna para você ser lerda, anda, vamos. — Estrala os dedos duas vezes e eu me ponho de pé em uma questão de segundos, segurando a minha bolsa enquanto procuro pelo meu celular.

Hoje é sexta feira, Alex. Só mais umas horinhas, você já aguentou mais.

Só encontro o aparelho quando entramos no elevador que para a minha falta de sorte está vazio. Digito com pressa o número de Rick.

— Ah, eu já ia te ligar. — Atende no primeiro toque.

— Rick, acho que vamos ter que remarcar. — Murmuro e pelo canto do olho posso ver Jared me observando atentamente.

— Ia te ligar para dizer a mesma coisa, eu tenho uma reunião daqui a pouco, mas não tenho certeza que horas acaba.

— Estranho, porque eu também estou indo á uma reunião. — Dou um risinho pequeno. Não quero ser indiscreta, pois querendo ou não, ainda estou em horário de trabalho.

— Ah é, esqueci que você trabalha para o filho da mãe, então eu acho que nos vemos daqui a pouco. — Sua voz animada faz com que eu me sinta um pouco mais relaxada, isso claro, somado ao fato que eu só terei a viagem de ida no mesmo carro que Jared.

— Então até depois.

— Eu espero um beijo de presente  no fim do expediente. — Minhas bochechas coram com violência, e desvio o olhar para Jared que me olha com nada mais do que seriedade.

— Tchau. — Respondo e a minha voz deixa transparecer o sorriso nos meus lábios.

— Tchau linda.

Assim que desligo o telefone desejo não tê-lo feito. O silêncio desconfortável que se instala é  suficiente para me fazer ficar mudando o peso do meu corpo de um pé para outro. Disfarçadamente dou uma olhada para Jared e não posso deixar de pensar que o cara é como um buraco negro de hostilidade, qualquer coisa muito perto dele é sugada para dentro.

Claro que no caso, ele parece plenamente confortável e dono de si, provavelmente perdido em pensamentos que eu não faço a mínima questão de adivinhar. Devido às horas, o nosso pequeno trajeto de elevador é solitário e por isso, parece ser mais longo do que realmente é.

Enquanto finalmente saímos do elevador, forço-me a ser mais rápida, um passo de Jared são quase dois meus, e com a velocidade que ele está, é difícil acompanhar com o salto.

— Boa noite Alex, bom fim de semana. — Vance murmura baixo, quase como se fosse algum pecado ser simpático perto do meu chefe. E pelo cerrar de olhos que ele lança ao segurança, isso só se comprova.

— Boa noite Vance, para você e Sarah também. — Faço questão de dar um sorriso largo e ainda por cima trocar um olhar cúmplice com ele.

Na frente da empresa está um imponente Rolls Royce negro como a noite, que eu reconheci como sendo um dos carros de Jared. Ele faz um sinal para que o motorista continue dentro do carro enquanto abre a porta de trás, sinalizando para que eu entre.

Com muito esforço consigo não rir ou fazer qualquer careta sarcástica. Quem o visse de longe, poderia pensar que meu chefe é um homem gentil e cavalheiro. Deslizo para dentro do carro com facilidade por conta dos bancos de couro. Jared se senta ao meu lado, fechando a porta em seguida e eu sinto como se não houvesse espaço o suficiente para nós dois, mesmo que sirvam mais duas pessoas sentadas conosco tranquilamente.

Mas se tratando dele, qualquer espaço nunca é grande demais.

Jared apoia um dos braços na janela aberta, deixando uma brisa fresca soprar os meus cabelos. Pelo canto dos olhos posso perceber que ele tem uma expressão longe da serenidade, mas o mais perto de natural que eu já vi.

Isso até o seu telefone tocar.

Vejo o exato momento em que ele olha o visor do celular e trinca o maxilar, por um segundo chego a pensar que ele vai estourar todos os dentes.

— Estou ocupado agora. — Murmura tentando soar impassível, mas ele falha miseravelmente. É como ouvir veneno líquido saindo de seus lábios. — Achei que tinha deixado tudo claro, estou indo á uma reunião e não posso falar agora. — Ele me olha por um breve instante, e pelo que percebo, sou a única coisa que o separa de soltar os cachorros em cima de quem quer que seja no outro lado da linha.

É uma situação estranha, até porque sempre que ele se irrita com qualquer coisa, ele sempre alivia sua irritação em cima de mim. Seja com pequenas — porém irritantes — ameaças sobre meu cargo, sua investigação por pequenos — e em sua maioria inexistentes — erros no meu trabalho, sendo rude ou então me entupindo de trabalho.

O lado bom da coisa toda é que pelo menos, depois dessa reunião com Rick, eu não precisarei vê-lo mais até segunda-feira, e isso faz meu corpo encher de alegria. Diante da situação eu me agarro a qualquer felicidade que posso.

Disposta a fingir que Jared não está sentado ao meu lado, me ocupo assistindo o escurecer de Miami e em cantar alguma música mentalmente. Infelizmente a música que eu escolho é uma das favoritas de Emma, e por isso, meu estado de júbilo diminui um pouco. Sinto tanto a sua falta. Sei que ela conseguiria aliviar toda a minha tensão debochando da cara do meu chefe autoritário.

Ao que parece, o meu método parece funcionar, já que logo o carro estaciona na frente da CMS Inc. Com sua fachada tão luxuosa quanto a da empresa de Jared.

[...]

— Fico feliz por essa parceria, Jared. — Eles trocam um aperto de mão forte, eu diria que bem longe de amistoso. — Com meu pai fora da liderança, as coisas irão mudar, espero que para melhor. — Rick deixa claro que não vai deixar Jared comandar as coisas e eu fico me perguntando como eu nunca vi esse lado dele. Talvez porque seja apenas de uso profissional.

Pelo menos um dos dois parece entender o significado de cordialidade.

— Não espero nada menos do que isso, Henrick. — Mesmo que Rick seja igualmente sério nos negócios, nunca poderia ultrapassar Leto. E numa reunião que parece nunca terminar, sou despertada pela voz dura de Jared. — Vamos?

Eu não havia me preparado para dizer para o meu chefe que eu ia ficar porque eu estou tendo um “affair" com a ex-empresa rival e atual parceira. Sei que ele ia surtar. Mais do que isso. Ia me demitir.

Mas Rick é mais rápido.

— Pode deixar que eu mesmo levo  Alex para casa, somos grandes amigos. — Ele não disfarça as segundas intenções enquanto lança um sorriso cético, praticamente esfregando na cara de Jared que estamos transando.

O sangue foge do meu rosto, aparentemente do meu corpo inteiro. Então meu chefe olha para mim com um sorriso simpático no rosto. E é assim que tenho plena noção que Jared Leto pode estar planejando meu homicídio, ou a minha demissão.

Não sei qual das perspectivas me assusta maisi.

Tenho certeza que na segunda-feira não terei um emprego assim que seus olhos azuis se semicerram quase imperceptivelmente. Rick parece não perceber a ameaça implícita naquela simples expressão, mas eu sim.

— Que ótimo, nos vemos em breve então. — Ele aperta a mão de Rick e então com um aceno de cabeça, se despede de mim. — Até segunda-feira, Alexandra.

O jeito que ele pronuncia o meu nome quase me faz cair aos seus pés e implorar por perdão, me humilhando para que ele não me deixe desempregada. Mas eu finco os meus saltos no chão, como se eu pudesse me manter de pé fazendo isso.

Quando Jared sai da sala moderna com passos largos eu quase desmaio por cima da mesa de reuniões, tamanha é a tensão que eu sinto.

— Porque você falou aquilo pra ele? — Rosno baixo. — Ele vai me mandar embora na segunda, estou arruinada.

— Se ele descobrisse por alguns de nossos contatos em comum ia ser pior, além do mais ele não pode te mandar embora por causa da sua vida pessoal. — Ele revira os olhos.

— “Não”, é uma palavra que falta no dicionário de Jared.

— Eu estou aqui, já disse que você podia trabalhar comigo, aí você não ficaria tão próxima de um ataque cardíaco toda vez que está na presença dele. Esse cara está  acabando com sua sanidade antes mesmo de estar trabalhando com ele de verdade.  — Rick pega meu queixo e sobe o meu rosto apenas o suficiente para que ele deposite um beijo nos meus lábios. — Agora vamos, eu vou aliviar toda a sua tensão.

— Você não existe. — Murmuro forçando um sorriso. Mesmo com as palavras dele eu ainda não consigo me livrar do fantasma da segunda-feira e da sensação de que as minhas pernas viraram apenas um amontoado de pele sem sustentação.

 



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