História Domínio do Medo - (Em Hiatus). - Me Ajude...

— Eu juro que eu não queria isso.. Eu juro... — Deito no chão e abraço minhas pernas... — Você nunca vai me deixar em paz? O que quer eu faça? — Sussurro apavorada ao ver aquela mulher na minha frente. — Por favor me deixa em paz. — Sou despertada da minha paranóia ao ouvir batidas na porta.
— Lauren eu sei que você esta aí.
— Me levanto secando as lágrimas em meu rosto. — Mas o que ela quer a essa hora? — As batidas se tornam mais violentas. Vou até o banheiro jogar uma água no rosto antes de abrir a porta.
— Lauren eu vou contar até três, se você não abrir eu derrubo essa porta. — Dou uma última olhada no espelho e vou correndo abrir a porta antes que Dinah destrua minha casa. — Dinah o que você está fazendo aqui essa hora?. — Ela coloca a mão no peito e abre a boca fingindo estar ofendida.
— Eu já fui melhor recebida e em lugares bem melhores do que esse sabia? Diz estendendo a sacola com garrafas de cerveja, antes que eu convidasse ela entrou e se jogou sofá.
— Eu ainda quero saber o que veio fazer aqui essa hora? — Falo indo em direção a mesa cozinha. — Quando foi a última vez que você foi pra SUA casa? — Tiro duas garrafas e guardo o restante na geladeira.
— Fala sério né eu não sou nenhuma velha pra ficar trancada dentro de casa. — Tiro a tampa da garrafa com a barra da minha camiseta e levo até Dinah. — Obrigada. — Volto pra pegar a outra garrafa em cima da mesa e tiro a tampa me acomodando no sofá ao lado de Dinah que coloca os pés no meu colo e bebe a cerveja de uma vez. — Olho incrédula.
— Você vai acabar entrando em coma alcoólico. — Ela gargalha tirando os pés do meu colo, pega a garrafa da minha mão e coloca as duas na mesinha de centro, me puxa pela mão fazendo meu corpo cair por cima do seu. Me encolho em seus braços e acomodo a cabeça em seu peito.
— Eu não iria deixar você dormir sozinha, quando eu te liguei mais cedo eu percebi pelo seu tom de voz que você precisava de mim.
— Dinah não precisava vir até aqui. Eu estou bem.
— Se não precisasse agora eu estaria nua na cama do Drake e não aqui nesse galpão que você chama de casa bebendo cerveja barata. — Nós duas rimos da sinceridade dela. — É tão bom ver você rindo. — Diz acariciando meus cabelos. — Eu quero minha parceira de volta.
— Já conversamos sobre isso, eu preciso de um tempo longe.
— Um tempo? Isso faz quase 5 meses. E o que você tem feito além de ficar quase o dia todo trancada? Você não atende as ligações de ninguém e nem sequer se dá ao trabalho de ouvir as mensagens na secretária eletrônica, seus pais precisam me ligar pra saber como você está, já que você faz questão de não atendê-los e muito menos de abrir a porta quando eles vem aqui. — Diz aumentando o tom de voz.
— Por favor não vamos começar com isso de novo. Ameaço levantar e Dinah me aperta contra ela.
— Desculpa não está mais aqui quem falou. Eu só sinto falta da minha parceira ainda mais depois que colocaram o Carl pra te substituir. Você não sabe o pesadelo que é ter ele como parceiro, só sabe comer e além disso não acha graça na minha imitação do Michael Jackson. — Diz com a voz manhosa.
— Como ele pode não achar graça? Carl continua malvado. — Falo fingindo estar indignada.
— Eu só quero que você não esqueça que eu vou estar sempre aqui, e por favor não me tire da sua vida igual você fez com todo mundo. — Sinto meus olhos lacrimejar ao ouvir as palavras de Dinah.
— DJ... — Levanto a cabeça para olhar em seus olhos. — Nem que eu quisesse eu poderia te tirar da minha vida. Você é a pessoa que eu quero sempre ao meu lado. — Vejo uma lágrima escorrer pelo  seu rosto.
— Oooh vem me dá um abraço de urso. — Ela me abraçou tão forte que eu já estava até sentindo dor, mas eu não me importo, porque definitivamente Dinah Jane era a única pessoa que eu jamais tiraria da minha vida. Com esse abraço apertado ela estava tentando me passar toda a sua força pra seguir em frente.
— Agora vamos parar com essa viadagem e vamos dormir.
— Eu te amo Dinah.
— Eu também te amo branquela, só não conta pro Drake. — Dou um sorriso fraco e fecho os olhos, finalmente poderei dormir em paz pelo menos uma noite.
— É... É... É que o Camila? Faz meia hora que você tá gaguejando e não vai direto ao ponto. Fala logo o que você quer?
— Acordou de mau humor hoje? — Normani cruza os braços e revira os olhos.
— Vai falar ou não? Você tem dois minutos antes de entrar no ar.
— Ok... Eu só quero saber se por acaso você conhece aquela garota? — Camila diz passando a mão na nuca.
— Qual garo... Ahh já entendi. — Um sorriso malicioso nasce no rosto de Normani.
— Não é nada disso que você está pensando e pode ir tirando esse sorrisinho da cara. Eu só estou preocupada pra saber como ela está.
— Posso saber o porque de tamanha preocupação com uma desconhecida?
— Como assim porque? Ela parecia péssima e ela desmaiou nos meus braços.
— Já faz um mês que isso aconteceu e ainda não consigo entender toda essa preocupação. — Camila olha para um ponto fixo atrás de Normani.
— Você não entende porque não viu os olhos dela, eles estavam carregados de tanta tristeza. Não sei explicar direito mas isso não sai da minha cabeça.

FLASHBACK ON

— Normani olha aquela fila está enorme. — Digo apontando pra fala fila que se formou em frente a boate do outro lado da rua.
— Relaxa Mila isso é consequência da boa reputação da lugar.
— Pra falar a verdade eu nem sei porque eu aceitei vir com você, não estou com o menor clima pra música alta e gente bêbada esbarrando em mim.
— Pode arrumar essa cara. Não acredito que você vai entrar na melhor boate de Miami e tá aí com cara de quem comeu e não gostou por causa do Jhon. Terminar com ele foi a melhor coisa que você fez. Puta cara chato.
— Você só tá dizendo isso porque não gosta dele. E ele não tem nada de chato, eu estou sofrendo sim foi muito triste ver ele chorando dizendo que me amava, enquanto eu falava que não poderia corresponder porque na verdade eu tenho uma certa preferência por mulheres e só estava com ele pra agradar meus pais. Espero que um dia ele possa me perdoar.
— Ninguém aqui liga pro sofrimento do Jhon. — Abri a boca pra rebater, mas Normani segurou os meus lábios com as pontas dos dedos.  — Shiiii e acabou o assunto.
— Você é muito insensível mesmo. Agora me diz como você conseguiu essas entradas, fiquei sabendo que é muito difícil de conseguir porque são sempre vendidas com muita antecedência.
— Uma amiga me deu. Ela disse que levaria a amiga dela mas como a tal amiga está passando por um momento delicado ela decidiu não vir e me deu essas entradas. Melhor pra nós.
— Uma amiga? Espero que não esteja envolvida com nada que vá sobrar pra mim depois.
— Relaxa eu sei o que eu faço. Espera aí. — Diz colocando a mão na minha barriga pra que eu parasse de andar. Deixa eu pegar as entradas antes de ir pra fila. — Revira a bolso colocando tudo que tinha dentro em cima de mim.
— E então? — Normani pensa por alguns segundos antes de responder e bate a mão na testa
— Putz... Esqueci no porta luvas. Ótimo vou ter que ir até o carro buscar. — Ela abre a bolsa indicando que é pra eu colocar dentro tudo que ela tinha me dado pra segurar.
— Mas o carro está lá na frente. Acho melhor irmos embora.
— Nada disso você me espera aqui que eu vou buscar.
— Já se passou mais de 20 minutos Normani ainda não voltou. Será que ela fo... Ah está vindo. — Ela acena pra mim e faço sinal pra que ela venha mais rápido. — Aí... — Quase Caio com o esbarrão que acabei de levar, olho pra frente e já me preparo pra xingar de todos os palavrões conhecidos, quando escuto gritos atrás de mim.
— LAURENNN. — Grita uma mulher em total desespero, volto a olhar na direção da garota que quase me jogou no chão e sem pensar duas vezes corro até ela ao ver que ela parou no meio rua ao ouvir o grito da Loira atrás de mim, um carro em alta velocidade se aproxima da morena em questão de segundos sinto meu corpo colidir com o dela, na queda acabei caindo em cima dela, me recupero do susto e ainda em cima dela nossos olhares se cruzam, aquele olhar me causou arrepios dos pés a cabeça, era um olhar fundo e sem vida, nem as luzes dos postes refletiam em seu olhar. Abri a boca pra falar mas seus olhos se fecharam e de repente eu senti alguém puxar minha cintura e me levantar. Tirei minha atenção da morena caída no chão pra olhar pro homem que me levantou.
— Você está bem? — Ele diz soltando minha cintura.
— Volto minha atenção pra bela moça de olhos verdes que eu acabei de salvar e vejo a loira que gritou alguns minutos atrás, de joelhos ao lado da morena chamando por ela. Logo o lugar estava tomado por curiosos e alguns homens que estavam no mesmo bar que ela saiu estavam pedindo aos gritos pras pessoas se afastarem, fui obrigada a me afastar também, minutos depois o resgate chegou e depois disso nunca mais soube nada daquela mulher.

FLASHBACK OFF

Sou despertada dos meus pensamentos por Normani estralando os dedos na minha frente.
— Ei Camila acorda. Você já está no ar. — Me assusto e demora alguns segundos pra voltar para a realidade.
Boa tarde meus fiéis ouvintes, nesse dia nublado e esse frio são se tornam a trilha sonora dos seus pensamentos mais secretos. Lembro que minha avó sempre dizia... Um dia o sol se apaixonou pela lua, porém eles eram tão diferentes que não poderiam viver esse amor já que o sol queima durante o dia e a lua esfria durante a noite, assim nunca poderiam se encontrar e nem se aproximar um do outro, mas Deus com a sua infinita misericórdia vendo o tamanho do amor que um sentia pelo outro decidiu fazer o eclipse para que assim eles pudessem ficar juntos.
E é com essa mensagem que eu deixo vocês agora com a Música Let Her Go...
— Posso saber o que aconteceu aqui Camila?
— Desculpa Mani eu apenas me distraí lembrando daquele dia. — Ela revira os olhos com a minha declaração.
— Você só pode estar de brincadeira... — Faço aquele carinha de cachorro esfomeado.
— Nem vem Camila... Para com isso... Ok você me convenceu vou ajudar você a encontrar aquela maluca. — Comemoro e aperto as minhas bochechas como se fosse as de Normani.
— Você é a melhor.
— Pode parar com a bajulação. Eu já tive uma idéia de como podemos encontrá-la.
— E como pretende fazer isso? — Pergunto quase não conseguindo conter minha curiosidade.
— Isso é simples... Você disse que viu ela saindo do bar em frente a boate certo? — Confirmo com a cabeça. — Então nós precisamos ir naquele bar e perguntar por ela, vai que damos sorte e alguém sabe nos informar alguma coisa.
— Você é um gênio, porque eu não pensei nisso antes?
— Como você acabou de dizer de nós duas eu é que sou o gênio Aqui.

1 hora depois...
— Camila você vem ou não? — Diz Normani segurando a porta do bar enquanto eu fico parada na calçada decidindo se eu devo entrar ou não.
— Mani eu não sei se quero entrar aí. — Normani solta a porta e segura no meu braço me arrastando pra dentro do bar.
— Nem vem com esse papo. Nós já estamos aqui e eu estou perdendo meu precioso almoço então trata de melhorar essa cara e anda logo, daqui à pouco temos que voltar pra rádio. — Assim que entramos no bar damos de cara com o barman atrás do balcão secando os copos  e nos olhando confuso.
— Posso ajudar vocês em alguma coisa? Parece que estão precisando de algo bem forte.
— Como assim precisando de algo bem forte? — Ele se assusta a perceber minha irritação na voz. Normani aperta a minha mão em sinal de “Cala essa Boca.”
— Boa tarde amigo. — Normani o presenteia com o melhor dos sorrisos e claro que o tapado já se derreteu todo pela belíssima morena ao meu lado apoiada no balcão.
— Bo... Bo... Boa tarde! Em que posso ser útil?
— Então na verdade eu só gostaria de te fazer uma pergunta. Se você puder responder eu ficarei eternamente grata.
— Qualquer coisa que você quiser... Digo pode perguntar. — Solto uma risada e balanço a cabeça em sinal de negação.
— Bom, eu e minha amiga aqui. — Diz apontando pra mim. — Queremos saber se você conhece aquela moça que um mês atrás saiu desesperada desse bar e quase foi atropelada. — Antes que o pobre homem pudesse responder fomos surpreendidas por um barulho de algo batendo no balcão bem ao lado de Normani, olhei na direção do barulho e meus olhos quase saltaram no chão ao ver uma loira segurando uma arma em cima do balcão. Eu e Normani nos olhamos de boca aberta.
— E então Peter por acaso você não algum chão pra limpar? Eu sugiro que comece pelo banheiro, aquilo tá um nojo. Vejo o barman tremer e mau conseguia olhar pra loira.
— Claro senhorita eu vou resolver isso agora mesmo. — Antes de sair olha pra mim e pra Normani. — Se as senhoritas me dão licença. — Apenas assentimos com a cabeça. E logo nossa atenção foi desviada novamente pra loira quando ela começou a bater as unhas no balcão.
— Eu estou muito interessada em saber o que é que vocês querem com a minha amiga?
—  Su... Su... Sua amiga? A Camila terá o maior prazer de te explicar. — Olho incrédula pra Normani.
— E eu espero ter o maior prazer de ouvir sua explicação Camila. — A saliva desce rasgando a minha garganta. Essa mulher não está com cara de muitos amigos.
— Então nós só estamos perguntado por ela. — Digo apontando pra mim e pra minha amiga medrosa do meu lado. Porque eu gostaria de saber como ela está depois de tudo que aconteceu naquele dia?
— E porque o interesse?
— Foi ela quem tirou sua amiga da frente daquele carro. — Diz Normani antes que eu pudesse responder.
— Ah então foi você? — A loira mudou sua expressão de assassina fria e deu um enorme sorriso. — Me desculpe pela grosseria. — Diz guardando a arma na cintura e estendendo a mão para nos cumprimentar.
— Não se preocupe — Digo com um sorriso amarelo.
— Aquele dia eu nem pude agradecer pelo que você fez, foi tudo tão louco.
— Não tem problema eu só queria saber como ela está?
—  Ela está bem, foi só o susto mesmo. — Diz olhando no relógio e parece se assustar ao ver a hora.
— Agora eu tenho que ir. Sem dizer mais nada ela lança um sorriso simpático nós e vai em direção a saída, mas antes que ela pudesse chegar até a porta eu segurei em seu ombro a fazendo parar e olhar pra mim confusa.
— Desculpa moça.
— Dinah meu nome é Dinah.
— Desculpa Dinah. Bom... Eu sei que você falou que ela está bem, mas eu gostaria de vê-la pessoalmente.
— Infelizmente isso não será possível Camila.
— Porque? — Pergunto decepcionada.
— Digamos que Lauren não gosta muito de conhecer novas pessoas e nem de ver pessoas. Mas eu digo a ela que você estava preocupada. — Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa Normani vem correndo em nossa direção e quase se ajoelha aos pés da Loira e suplica.
— Por tudo que existe nesse mundo, por favor ajude minha amiga. Desde aquele dia ela não tem dormido direito e só fala dessa malu... Dessa tal de Lauren, sinto que ela não conseguirá viver se não puder ver essa mulher? — Dou uma cotovelada em Normani, meu rosto está queimando de tanta vergonha sobre o olhar questionador de Dinah.
— Nossa é tão importante assim pra você? — Balanço a cabeça confirmando. — Tudo bem, mas já aviso que não vai ser muito fácil, como eu disse Lauren não gosta muito de pessoas. Me passa o seu telefone que eu te ligo quando eu pensar em alguma coisa pra você conseguir ver ela. — Com um sorriso de orelha a orelha troco telefone com Dinah e volto quase saltitando para o trabalho.
— Que bom que você está feliz, quase morremos por sua causa e essa obsessão pra ver uma estranha.
— Lauren o nome dela é Lauren... —Minha amiga balança a cabeça em sinal de negação.

Enquanto isso do outro lado da cidade Lauren está presa em mais uma de suas alucinações.
— Por favor me deixa paz... EU JÁ NÃO AGUENTO MAIS... — Com lágrimas dolorosas Lauren encara a mulher ensanguentada parada a sua frente. Lauren se encurva ao sentir uma dor aguda no braço, ela olha para o membro e levanta a manga de sua blusa de frio e se apavora com o vê em seu braço, as palavras sangram por causa dos cortes. — ME AJUDE...