1. Spirit Fanfics >
  2. Domínio do Medo - (Em Hiatus). >
  3. Um grande NADA...

História Domínio do Medo - (Em Hiatus). - Um grande NADA...


Escrita por: Ka-S

Notas do Autor


E aí galera me digam o que estão achando da história?

Capítulo 8 - Um grande NADA...


Camila apertava minha mão e seu olhar me queimava tentando me prazer de volta pra realidade. Eu ainda estava meio aérea era como se alguém tivesse sugado minhas energias, tudo ao meu redor voltou a sua forma original e pude reconhecer a boate em que estávamos
Encarei aqueles olhos castanhos imersos na confusão, ela ainda segurava a minha mão e retribuía com  o mesmo olhar profundo, esses novos sentimentos e sensações que uma simples garota com olhar inocente causava em mim, não era apenas medo, confusão ou culpa. Ela me trazia a lembrança de como é ser inocente, lembrança dá qual foi dissipada da minha memória, isso faz eu me sentir um ser humano normal, eu não seria digna de continuar vivendo se eu a contaminasse com a minha escuridão, se ela tivesse aparecido na minha vida uns dois anos atrás com certeza eu faria o impossível para ganhar seu coração, ela não é como as inúmeras mulheres vazias que eu levei pra cama, Camila é aquele tipo de tesouro que você só encontra uma vez na vida, aquele tipo de pessoa que quebra suas barreiras e que faz você acreditar que ainda pode ter a chance de ser feliz.
Mas bons sentimentos não foram feitos pra pessoas como eu, seu coração é tão puro que minhas sombras se intimidam ao chocar com a sua luz. E será por esses bons sentimentos que ela faz brotar em mim que eu a manterei bem longe das minhas bizarrices e desse mundo esotérico que me cerca.

— O que é que você está fazendo comigo? — Ela franziu a testa tentando entender minha pergunta. — Seja lá o que for que estiver fazendo eu quero que pare. — Falei firme.

— Lauren eu não posso parar algo que não estou fazendo. Porque você tem que ser tão misteriosa e ignorante?

— Vá atrás da sua amiga e me deixe em paz. — Soltei as palavras entre os dentes. Com a mão livre ela colocou em meu coração me fazendo sentir uma forte corrente elétrica percorrer o meu corpo, mas quem é essa mulher e que outros tipos de sentimentos e sensações ela pode me fazer sentir com apenas alguns toques superficiais na pele, mas que penetram fundo em minha alma.

— O que é que você está fazendo comigo? — Devolveu minha pergunta. — Seja lá o que for que estiver fazendo eu não quero que pare. — Sua afirmação me deixou surpresa. — Você sente essa estranha conexão entre a gente? — Não respondi nada apenas continuei encarando seus olhos que estavam com a pupila dilatada. — Eu não sei quem você é ou o que aconteceu pra ficar assim, eu só sei que quero tentar entender o que acontece quando estamos perto uma da outra. Eu não quero ir embora.
— Essa não é sua decisão, eu não quero você perto de mim a verdade é que eu nem sei porque eu deixei você se aproximar de mim. Foi só um beijo Camila não um pedido de casamento.

— Eu sei que pode parecer besteira, mas eu me sinto ligada a você, desde aquele dia que você eu vi esses seus olhos brilhantes apagados, alguma coisa me atraí pra você. É difícil de explicar isso que acontecendo entre nós.

— Não só parece como é besteira e não existe nós. — Falei com desdém e soltei sua mão

— Você é a única pessoa que entende o que eu estou falando, mas é claro que você vai fingir que não está acontecendo nada. — Cruzou os braços e pude ver decepção em seus olhos.
— Qual é não fica chateada. — Dei um sorriso de lado e segurei o seu rosto. — Ainda podemos nos divertir, você ficaria bem na minha cama. — Ela me olhou incrédula. — E nem adianta fazer essa cara de ofendida, você só falta tirar a roupa quando me vê. — Tirou as minhas do seu rosto e senti meu rosto arder com o tapa que ela me deu.
— Estúpida... Normani tem razão você é só uma maluca idiota. — Me empurrou e foi bufando pro banheiro. Passei a mão no meu rosto pra amenizar a dor do tapa.
— Foi melhor assim. — Falei pra mim mesma e mandei uma mensagem pra Dinah avisando que estaria esperando no carro.

Alguns dias depois....
— Você está péssima o que aconteceu? — Perguntou Dinah quando eu me aproximei do carro parado em frente ao Departamento do FBI.
— Tive uma péssima noite. — Dei um beijo em seu rosto e dei a volta para entregar no carro, assim que entrei e coloquei o cinto ela me entregou um copo de café. — Aonde estamos indo?
— O de sempre... Encontraram uma mulher morta. — Encostei minha cabeça no banco e coloquei os óculos escuro que estava na gola da minha blusa social branca, nem me deu ao trabalho de perguntar mais nada sobre o crime, odeio esses casos com mulheres ou crianças.
— Lauren acorda. — Senti o tapa da Dinah na minha coxa.
— O que foi? — Perguntei sonolenta.
— Já chegamos. — Tirei o cinto de segurança, Dinah já estava do lado de fora, saí do carro sem muito interessante no local, tirei o excesso de café que tinha caído na minha calça social preta, já que eu tinha passado o caminho todo segurando o copo. — Vamos logo. — A loira me apressou. Joguei o copo fora e dei alguns passos com a cabeça baixa pois ainda estava tentando tirar o café da minha calça.

— Espera não está ven... — Engoli as palavras ao olhar em volta e perceber aonde eu estava. Não tive muito tempo pra pensar direito, Mark saiu de algum lugar que não consegui identificar  por.

— Meninas que bom que chegaram, vocês vão querer ver isso. — Nos aproximamos do local que estava com a fita de isolamento, havia policiais conversando com alguns trabalhadores, a perícia estava perto do corpo que estava num amontoado de terra dentro da concha da escavadeira, o fotografo forense não deixava nenhum detalhe do corpo ou do local passar despercebido pela lente de sua câmera. Mostramos nossa identificação e paramos no mio dos policiais e dos trabalhadores. Como de costume os policiais reviraram os olhos com a nossa chegada, essa birra entre policiais e agentes do FBI está longe de ter um fim, eles odeiam quando nos metemos em seus casos e nos odiávamos encontrá-los nos lugares que não deveriam estar, não que nos sentíssemos superiores a eles por sermos federais, mas não temos culpa se somos melhores para descobrir solucionar crimes e eles não gostam muito do fato de termos mais "poderes" do que eles e se somos muito mais importantes.

— E então o que houve aqui? — Perguntei suando frio.

— Esses trabalhadoras encontraram o corpo hoje de manhã quando vieram trabalhar, pelo jeito que o corpo foi enterrado, parece que o assassino estava com pressa de enterrar. Talvez isso explica o fato do corpo estar enterrado de qualquer jeito e em uma cova rasa, nas redondezas foi encontrado esse punhal. — Levantou o objeto que estava dentro do saco de proteção para preservar as digitais caso houvesse. — Como podem ver no cabo está gravado 11/11/1926. — Pegou o objeto de sua mão e fiquei olhando fixamente para a data gravada. — Por enquanto é a única pista que conseguimos encontrar. — Dinah pegou o objeto e ficou olhando tentando captar algo. — Tudo indica que esse punhal caiu durante a fuga do assassino, pois a vítima foi baleada na cabeça.

— Não vamos tirar conclusões precipitadas, precisamos aguardar o resultado da perícia. — Falou Dinah.

— Bom, vocês ajudaram muito agora deixa o trabalho duro com a gente. — Disse Mark com um sorriso sarcástico no rosto. Me afastei e fui até a ponta da cratera e ficou olhando a equipe trabalhar no corpo que estava alguns metros abaixo, nem percebi quando Dinah se aproximou.

— O que acha desse caso? — Dinah perguntou

— Acho que estamos lidando com uma pessoa muito burra. — Dinah me olhou confusa. — Burra o suficiente para enterrar um corpo em uma pedreira em funcionamento.

FLASHBACK ON

Depois de um exaustivo dia de trabalho, levei Dinah pra casa já que era raro ela usar o carro dela, porque não sabia dirigir direito. Mesmo que Miami tenha um clima quente, hoje à noite estava fria e nebulosa, parei em um posto para abastecer e entrei na loja de conveniência pra comprar cigarros, depois que parei os remédios que Lucy tinha receitado, encontrei no cigarro um aliando para aliviar meu estresse, voltei pro carro a passos largos estava muito frio e deserto, mau tive tempo de colocar o cinto e senti algo bater em meu ombro, em um reflexo de puro instinto tirei a arma da cintura apontei pra pessoa sentada no banco de trás.
— Acho bom ter uma ótima desculpa. — Engatilhei a arma. Como eu não senti nenhuma sensação estranha e nenhuma dor, ficou muito claro que aquilo não era mais uma das minhas alucinações. Pude ouvir sua respiração descompassada e sua saliva sendo forçada garganta abaixo. — Não vou perguntar de novo.
— Eu precisava falar com você Lauren.
— Quem é você? Como sabe meu nome? O que está fazendo aqui?
— Abaixa essa arma que eu explico tudo.
— Que tal você começar a falar logo antes que eu encha essa sua cara de furos? — Falei sem a menor paciência.
— Eu não viu pra te fazer mau. — Ri sem graça com o seu comentário, eu estava armada e ela falando que não iria me fazer mau. — Eu apenas vim te alertar, eles ainda não sabem de você, mas não demorará muito até descobrirem.
— Ótimo, tudo que eu precisava era de mais um problema na minha vida.
—Lauren me escuta, temos pouco tempo e eu ainda tenho que pegar um avião pra Islândia, eu sei que você quer respostas e eu as tenho, você pode confiar em mim, estar aqui conversando com você é como cavar a minha própria cova, mas eu preciso acabar com tudo isso de uma vez antes que seja tarde demais. Por favor me deixe falar? —Analisei seu rosto que não estava muito nítido devido a pouca luz do posto de gasolina que timidamente iluminava o interior do meu carro.
— Você tem cinco minutos. — Ela segurou no meu pulso em sinal para que eu abaixasse a arma. Não estava certa se era seguro fazer isso, não sei se posso confiar nela, mas a curiosidade sempre fala mais alto. — É melhor você não tentar nenhuma gracinha. — Guardei a arma na cintura e assenti com a cabeça para que ela começasse a falar.
— Primeiro vamos sair daqui.— Saiu do carro e sentou no banco do meu lado, eu observava cada movimento atenta, assim que se sentou pude ver que tinha o cabelo enrolado na cor azul cortado na altura do queixo, estava usando um casaco de pele marrom que ia até a metade da barriga, uma calça branca larga e uma bota preta, tinha um sotaque diferente e como disse que iria pra Islândia deduzi que ela fosse de lá. — Vou falar o caminho que deve seguir.
— São 3h28 da manhã, espero que não me faça ter que te matar.
— Juro que é importante e ninguém precisa morrer, pelo menos hoje não. Prometi pra minha avó que tomaria café da manhã com ela antes de viajar — Tirou um maço de cigarro da bota, pegou o isqueiro que estava dentro do maço, pegou um cigarro e prendeu nos lábios, acendeu o isqueiro e antes de encostar a chama no cigarro olhou pra mim. — Posso?
— Não. —Falei séria, ela deu de ombros e acendeu o cigarro, abri os vidros bufando.
— O que está esperando pra começar a andar com esse carro? Falou impaciente e pude ver sua mão tremendo ao tirar o cigarro da boca pra soltar a fumaça. — Decidi ignorar e pisei no acelerador. Ela falou o caminho que eu deveria seguir e por muitas vezes pedia pra eu ir mais rápido, parecia até um assaltante de banco fugindo da polícia, confesso que não estava gostando nada desse caminho, era escura e um pouco distante de onde tínhamos partido mas também não fiz nenhum questionamento, ela parecia ter as respostas para as minhas perguntas e eu guiaria esse carro até a Islândia se isso me dessa as respostas que preciso — Pode parar  aqui — Tirou o cinto de forma brusca e saiu quase correndo pra fora do carro. Fiz a mesma coisa mas deixei o carro ligado as luzes dos faróis era a única iluminação do local que era cercado de árvores e logo a nossa frente tinha uma cratera o pouco funda que ocupava grande parte daquela área afastada da civilização. Por estar em um local aberta o frio cortava a pele e neblina se espalhava como gelo seco em um copo de bebida. Por estar em uma área desconhecida meu alerta de perigo estava ligado no máximo e apertava cada vez mais forte a arma em minha cintura.
— O que você sabe? Quem é você? E o mais importante, o que você quer?
— Eu sei de coisas que eu não queria saber. Todos me chamam de ruiva e eu só quero ir pra casa. — Falou pesarosa.
— Seja mais clara. — Ela respirou fundo e soltou o ar com tanta força que pude sentir a brisa da sua respiração no meu rosto.
— Pensei que depois do seu encontro com Josh sua mente teria clareado, todos dizem que você irá nos ajudar mas pra mim é só uma lésbica depressiva com um distintivo. — Apertei os dentes e rosnei. — Não te trouxe aqui para de ofender Lauren, só não aguento mais esperar pra que tudo isso acabe, eu preciso voltar pra casa, preciso proteger os que amo, nenhum de nós pediu pra fazer parte disso, alguns de nós parecem ser livres mas somos apenas ratos de laboratórios andando em círculos. — A mulher a minha frente não conseguiu mais segurar as lágrimas, era palpável a enorme necessidade que ela tinha de  desabafar e eu conseguia entender o que estava sentindo. — Faz pouco mais de um mês que eu descobri que estava grávida, algo dentro de mim mudou, sentimentos que eu nunca imaginei ser capaz de sentir começou a preencher meu coração vazio de alegria, esse pequeno ser que se forma dentro de mim merece que eu lute até meu último suspiro para que tenhamos paz no futuro. Eu sei que você vê apenas borrões mas também sei que você encontrou o toque exato que faz você enxergar nitidamente e isso é apenas o começo para o longo caminho que você precisará percorrer. — Olhei pra ela confusa, não estava entendendo aonde ela queria chegar falando coisas que pra mim não está fazendo o menor sentido. — Não adianta querer tirá-la do caminho porque ela sempre irá cruza-lo é assim que tem que ser e não há nada que você possa fazer para mudar isso, só a inocência pode nos trazer sentimentos bons e esses sentimentos que iluminam nosso caminho, apenas proteja aqueles olhos castanhos que dispersa a escuridão que existe em seu coração, assim como eu protejo essa luz que dispersou a escuridão que existia no meu coração. — Falou passando as mãos na barriga. — É impossível ajudar alguém se não for capaz de chegar a tempo de salvar a si mesma.
— Pensei que fosse me dar respostas e não me deixar com mais perguntas do que antes. — Meu tom de voz saiu mais seco do que eu queria. — Sempre falando em enigmas, porque apenas não dizem o que está acontecendo e o que querem de mim?
— Não podemos falar coisas que devem ser vistas para serem entendidas.
— Porque me fez vir até aqui pra falar essas baboseiras? — Ela bufou impaciente.
— Vamos ver se assim fica claro pra você, já que não pode fazer isso por si mesma. Não podemos falar abertamente pois descobririam que você é a última peça do quebra cabeça e se isso acontecer nós nunca mais teremos a chance de ser livres novamente, você está cercada de predadores com sorrisos falsos no rosto que se misturam com poderosos para que esse jogo não seja descoberto, eles se justificam dizendo que é para o bem maior da ciência e consequentemente para a humanidade, falam isso apenas para ganhar mais espaço e aliados nessa matança, mas o real motivo é podre e sombrio. Não me pergunte porque você é a pessoa que vai nos ajudar porque essa resposta ninguém sabe, mas se acham que você é capaz de nos ajudar é porque deve ter um bom motivo para acreditarem nisso. Tome cuidado com os lobos, mas se quiser fazer igual a chapeuzinho vermelho e enche-los de pedra você deve frequentar os mesmos lugares que eles, sabemos que seu pai é muito influente e não é difícil você se aproximar da matilha escondida em pele cordeiro que está no meio da alta sociedade, se eu fosse você começaria a prestar mais atenção no nosso querido governa... — Sua fala foi interrompida quando seu corpo se chocou com o meu foi ao chão com o impacto, algo quente e viscoso atingiu meu rosto, empurrei a mulher pro lado e peguei minha arma e fiquei mirando pra todos os lados, minha respiração estava ofegante, minha cabeça está tão confusa que não consigo pensar direito, ouço as folhas secas do chão serem esmagadas por passos apressados que estão se afastando cada vez mais. Me assustei ao ouvir algo apitando no meu pé, me encurvei esticando e peguei um celular que estava com a foto do rosto da Ruiva letras em vermelho piscava em cima da foto.

Alvo eliminado
Alto destruição em 7...6...5...4...3...

Joguei o aparelho o mais longe que consegui até que o objeto explodiu no ar. Olhei pro lado e vi o corpo da Raiva caído na enorme cratera, guardei a arma na cintura e passei as mãos no rosto e quando as olhei vi que estavam vermelhas de sangue, nem me dei ao trabalho de levantar do chão me arrastei pra baixo até chegar ao corpo de mulher que tinha muito sangue na cabeça, seu corpo estava totalmente sem vida, passei a mão em sua barriga e arrastei seu corpo até um buraco raso que cabia seu corpo com as pernas dobradas, com o auxílio das mais e dos pés joguei terra e algumas pedras em cima dela, corri pro meu carro e literalmente voei pela estrada até chegar em casa, tirei a roupa e coloquei na máquina de lavar, mandei uma mensagem pra Dinah informando que não poderia buscá-la pois meu carro estava com problemas, peguei os produtos de limpeza e lavei dentro e fora do carro tentando tirar qualquer digital ou gota de sangue que possa me ligar a Ruiva, Olhei no relógio e vi que estava quase na hora de trabalhar, deixei a água quente do chuveiro cair no meu corpo. E tudo que eu estava sentindo era um grande NADA.

FLASHBACK OFF
   


Notas Finais


"Revelar a verdade é como acender um fósforo, pode trazer luz, ajudar a ver com mais clareza ou pode por fogo no seu mundo."


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...