História Don't Belive in Fate. - Surprise!!!

Passava um pouco das oito quando cheguei ao prédio de Samantha, cumprimentei o senhor na recepção e peguei o elevador. Ela podia estar trabalhando, mas com certeza não iria ignorar meu esforço, cheguei ao nono andar e caminhei um pouco nervosa até a porta do apartamento dela, respirei fundo toquei a campainha e afrouxei o nó na cintura.
Quando a maçaneta se mexeu e a porta se abriu eu fechei os olhos e entrei abrindo o casaco o deixando cair até o antebraço.
—Liz? —Abri os olhos, vi Samantha no final do corredor e meu coração congelou.
—Ai meu deus! — quase gritei e no mesmo instante eu subi o casaco e o fechei abraçando o meu corpo e largando a bolsa no chão.
Em vez de Samantha, quem tinha aberto a porta foi Emma filha de suas amigas.
—Oi lindinha. —Falei empurrando a porta e com clara tensão na voz, Emma me olhava sorrindo.
— Venha cá Emma, vamos colocar o pijama. —Samantha tentava sem sucesso prender o riso.
A garotinha correu até ela que a pegou no colo.
—Eu acho que vou pra casa. —Falei me virando. Eu cairia de vergonha a qualquer momento.
— Não vai não, fica eu já volto. —Ela disse e saiu com a menina.
Eu não sabia onde me esconder, porque ela não disse que esse era o motivo de estar ocupada? E porque eu não perguntei? Eu estava me sentindo uma completa idiota, e se tivesse algum adulto ali? Maldita hora que resolvi escutar duas bêbadas. Tirei o vinho da bolsa e coloquei na mesa do hall assim como minha bolsa.
Alguns minutos depois ouvi Samantha conversando alguma coisa com Emma na sala e depois veio para o corredor.
—O que está fazendo aí ainda? vem pra cá. —Chamou, mas eu não fui.
—Porque não me disse que sua ocupação era essa? —ela sorriu e veio minha direção— eu pensei que você estava trabalhando.
—Você não perguntou, desculpa. Lexie e Julie iam sair e me pediram para cuidar das crianças. —ela se aproximou e me puxou para um abraço.
—Estou me sentindo uma boba, ainda bem que era só a Emma — deitei a cabeça em seu ombro— será que ela vai contar para as mães?
¬—Não vai não e eu achei muito ousado e sexy da sua parte. —Ela ria
—Mas eu planejei um desfecho bem diferente.
—Que tal você passar uma noite comigo e as crianças e depois você me conta direitinho esse desfecho.
Eu concordei e assim que passamos pela sala, Samantha disse para Emma que esperasse enquanto ela ia pegar um pijama para mim e fomos para o quarto.
—E esse é o Max. —ela disse assim que entramos no cômodo, eu vi o bebe dormindo no meio da cama e cercado por travesseiros.
—Só o vejo dormindo. —sorri e virei de volta a ela, Samantha me encarava.
—Abre!
—O que?
—Abre o casaco, deixa eu ver direito. —Ela falava com a voz sexy
Eu revirei os olhos e desfiz o nó na cintura novamente.
—Nossa! —Ela tinha as sobrancelhas arqueadas e o queixo levemente caído enquanto me olhava de cima a baixo e eu ria.
—Fecha a boquinha você não vai ter isso aqui hoje. —Falei tocando o queixo dela.
Samantha se aproximou de mim colocando as mãos na minha cintura, era maravilhoso sentir o toque dela e o olhar cheio de desejo sobre o meu corpo. Eu não estava achando aquelas crianças tão lindinhas agora.
—Eu não quero, mas vou pegar um pijama para você. —Ela mordeu os lábios e foi até a cômoda.
—Lexie estava me falando que ela e Julie iriam sair hoje e estavam desesperadas por uma baba, ai me ofereci eles já são acostumados comigo. —ela falou remexendo a gaveta.
—Saíram tipo juntas?
—Sim, mas para encontrarem outras pessoas.
Olhei surpresa e ela sorriu.
—Pois é ficaram mesmo amigas.  —Ela deu de ombros.
Eu sentei na cama observando o menininho dormir tranquilamente por alguns minutos até ela voltar.
—Acho que esse é o menor que eu tenho.
—Me surpreende ter pijamas já que não usa. —Eu ri
—Engraçadinha, tira os sapatos. —eu obedeci
Samantha colocou o pijama ao meu lado na cama e suavemente tocou minha coxa e subiu minha perna. Lentamente ela desceu a minha meia deslizando as mãos e enrolando o tecido fino até o meu pé, nos encarávamos e ela fez o mesmo com a outra perna.
—Você gosta de sofrer. — falei sorrindo.
—Parece que sim, vai tira o casaco.
Eu tirei a peça devagar a instigando e ela sorria mordendo o lábio.
Samantha colocou a blusa em mim, fiquei de pé e assim que ela subiu a calça de malha pelas minhas pernas e com as mãos ainda em meu quadril ela me puxou encostando os lábios nos meus por alguns segundos.
—Nem vou te beijar como eu quero porque me arrisco a não parar. ¬—ela sorriu e voltamos a sala.
Emma levantou um DVD assim que nos viu.
—Mais princesas? —Samantha perguntou e a loirinha sorrindo disse um longo “siiiiim!”.
Sentei-me ao lado dela e ela me observava.
—Gostou do meu pijama? – perguntei e ela fez que sim com a cabeça e sorriu.
Eu torcia para que ela esquecesse a cena da porta. Ela usava um conjunto de malha, calça branca com estrelas cor de rosa e blusa branca de mangas também rosa com estampa de cinco princesas Disney.
—O seu também é muito bonito, você gosta de princesas?
—Aham! —ela disse e sorriu.
Samantha nos deixou e foi a cozinha.
—Quem são essas na sua blusa?
—Bella, Aurora, Branca de Neve, cinderela e Ariel. —Ela disse os nomes pausada e perfeitamente.
—E de qual você gosta mais?
—Aurora —ela falou sorrindo e apontou para a princesa respectiva em seu pijama.
—Conta pra ela quem é a tia Sam, Emma. —Samantha disse voltando com um balde de pipoca.
A garotinha logo apontou para o desenho em sua blusa, Branca de Neve é claro. Samantha se sentou do outro lado de Emma.
—E a Liz, que princesa ela é?
Ela me olhou de novo por um segundo e apontou a única princesa de cabelos vermelhos. Nunca gostei de sereias, mas não iria contradizer a pequena.
Emma queria assistir “Enrolados” e Samantha dizia que não enquanto remexia em outros DVDs, pelo que entendi elas já tinham assistido esse hoje e eu lembrei de mim mesmas quando pequena. Quando gostava de um filme, assim que acabava eu pedia para que rebobinassem a fita e assistia tudo de novo.
—Okay, vamos de Valente. —Samantha anunciou indo até o aparelho.
Emma não reclamou e ficou quietinha durante o filme, exceto nas cenas engraçadas que ela dava risadas contagiosas. Eu realmente gostei do filme e durante ele tentei convencer Emma de que eu deveria ser Merida ao invés de Ariel.
Ao final do filme a pequena cochilava encostada em mim, Samantha preparava a mamadeira de Max que tinha acordado, deitei a cabeça de Emma em meu colo e ela acordou, mas acariciei suas mechas douradas e ela voltou a dormir.
—São lindos né? —Samantha disse voltando ao sofá com o menininho no colo, que segurava a mamadeira sozinho.
—São sim. — eu a observava arrumando a cabeleira castanha do garotinho ele tinha olhos tão azuis quanto os da irmã.
—Vendo eles assim a ideia de ter filhos me parece mais atraente. — ela sorriu.
—Não é o bastante para mim, nunca me imaginei com filhos.
—Nem quando era criança?
—Bonecas e ursos de pelúcia não davam trabalho algum.
Samantha me olhou por um tempo e achei que fosse dizer algo mais e eu desviei o olhar aquele seu olhar me deixava desconfortável e ela fez o mesmo voltando a atenção ao pequeno em seu colo. Pouco tempo depois dele terminar ela o fez arrotar e o ninava enquanto Max tentava resistir ao sono.
Ela tinha mesmo jeito pra coisa
—Vou coloca-los na cama, você me ajuda? —Samantha falou indicando para a garotinha no meu colo.
Eu me ajeitei e peguei Emma fazendo esforço para não acorda-la e segui Samantha até o quarto. Ela voltou os travesseiros a posição normal e colocou Max num lado da cama e eu coloquei Emma do outro que logo se encolheu levando as duas mãozinhas para debaixo do rosto. Max por outro lado tinha o olhos azuis mais vívidos que já vi.
—Acho que ele não vai dormir. —Falei rindo
—Ah ele vai.
Samantha deitou na cama ao lado do menininho o colocando próximo ao seu corpo, como se já conhecesse o gesto ele colocou uma mãozinha no pescoço dela e se aquietou mexendo apenas os pequenos dedinhos sobre a pele dela como se massageasse, eu olhava boba para a cena.
—Vai ficar olhando? —ela sorriu e eu me libertei do transe.
Eu sabia que não iria rolar nada entre nós aquela noite, mas não achei que íamos dormir  assim. Virei-me de costas e tirei a blusa, abri o sutiã, tirei a peça e vesti a blusa novamente, me virei de volta e Samantha me olhava sorrindo, deitei na cama agradecendo por ser grande. Puxei o cobertor fino nos pés da cama e me aconcheguei ao lado de Emma, Samantha levou a outra ponta do cobertor até a cintura e voltou a me olhar.
—Já te imaginei de vários jeitos em minha cama, mas isso aqui nunca passou pela minha cabeça. –ela dizia num tom baixo que deixava sua voz mais gostosa de se ouvir, nós rimos baixinho.
—Essa situação nunca passou pela minha cabeça também.
Samantha apertou um outro interruptor acima da cabeceira e apagou a luz deixando que apenas os três focos de LED do outro lado do cômodo clareassem levemente o ambiente. Ela acariciava as costas do menininho enquanto me olhava, aos poucos um pequeno sorriso se formou em seus lábios.
—Que foi? –Perguntei sorrindo de volta.
—Nada, seu rosto é a melhor imagem que posso ter antes de dormir.
Eu sorri e tinha certeza que se não fosse pela pouca luz ela teria percebido o quanto suas palavras me deixaram corada, estendi uma mão por sobre os travesseiros e ela fez o mesmo entrelaçando nossos dedos.
—Boa noite Sam.
—Boa noite princesa. —Samantha feixou os olhos ainda com um pequeno sorriso nos lábios.
Princesa?
Eu não estava com muito sono e fiquei observando a pegar no sono enquanto eu acariciava sua mão com o polegar. Aquela situação ali com ela e os meninos me dava um conforto tão grande, algo que eu não sabia que queria.