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História Don't Belive in Fate. - The Night Continues


Escrita por: Emm8

Notas do Autor


Obrigada pelos Favs são mesmo muito importantes pra mim, divirtam se <3

Capítulo 2 - The Night Continues


Você tem que falar com ela a mensagem piscou na tela do celular que vibrava em meu colo tirando minha atenção da outra mesa, desbloqueei e encarei a remetente que estava linda e loira sentada ao meu lado na mesa, ela olhou para Ben sentado do outro lado da mesa entretido numa conversa com Amber, e eu entendi que Hellen não queria que ele soubesse do que estávamos tentando conversar. Eu também temia que ele fizesse uma cena bem ali.

Benjamin sempre foi protetor comigo e Hellen, éramos amigos há tanto tempo que parecia que sempre nos conhecemos, mas comigo era diferente e Hell e eu sabíamos bem, Ben e eu namoramos um tempo logo que entrei na empresa, mas como todos os meus relacionamentos só durou até a imagem de outra pessoa do sexo oposto desarrumando minha cama, usando meu banheiro e colocando os pés na minha linda mesa de centro para assistir tevê. Foi tudo numa boa, outros vieram depois dele assim como outras depois de mim, mas desde então sua proteção vulgo ciúme, não diminuiu.

tenho é? mandei e ela já digitava de novo.

Sim tem, você já viu como ela bonita?" sim eu vi. Pensei.

"e você já viu o quanto ELA é MULHER???" mandei olhando para ela incrédula. Ela apenas riu e voltou a digitar.

"Essa é a parte interessante"

Puxei Hellen para o meu lado e segurei o cardápio de bebidas e aperitivos na nossa frente fingindo analisa-lo.

—Ok Hell digamos que eu vá falar com ela, o que não estou dizendo que vou fazer. apenas uma suposição. – eu disse baixo e despretensiosamente — o que eu iria dizer?

—Uma suposição –ela repetiu rindo — Bom não sei ela é muito bonita e sei que você concorda.

 —Oh claro, vou lá e digo “com licença, minha amiga e eu te achamos muito bonita então ela insiste que eu tenho que falar com você”.

—não exatamente isso, pois ela vai te achar uma idiota e ai não terá mais chances com ela.

—E o que te faz pensar que tenho chances Hell? Ou que eu quero ter.

Ela me olhou com indecência nos olhos

—confie em mim você tem e quer.

—oh -ignorei- o que aconteceu com estarmos aqui para comemorar??

—Eu não sei, já estou pensando em parar de beber porque o Ben ja está na segunda garrafa de cerveja até agora e do jeito que ele e Amber estão conversando? Acho que ele esqueceu que era o motorista da vez –ela afastou o copo a sua frente– e não quero pegar taxi caindo de bebada. –ela disse num volume quase normal e eu olhei para Ben por sobre o menu para ter certeza de que ele não tinha ouvido.

Ele estava inteiramente distraído numa conversa com Amber, e eu ri, conhecia aquele jeito com o qual ele a olhava.

—Tudo bem você fica lá em casa

—Não não aquela mulher vai estar na sua casa hoje

—Hell... Pare!

—não, esta tudo bem se não posso beber ao menos posso ver você se dar bem. –Eu sorri.

Ela era mesmo inacreditável, mas o que ela falou me deixou de um jeito estranho, um calor diferente tomava conta de mim e não sei se foi o efeito dos dois cosmopolitans – e um shot muito doce que eu não lembro o nome– que eu já tinha tomado, mas a ideia da morena na mesa em frente me fazer uma visita não me parecia mais tão ruim.

—OK vá ao banheiro e vejamos se ela segue você. Hellen disse de surpresa ao meu ouvido.

—não esta falando sério.

— Claro que estou. vi isso num seriado e parece que as lésbicas usam muito esse truque. Apenas vá e espere uns cinco minutos para voltar.

—Eu não sou lésbica– eu disse a frase um pouco mais baixo.

—Mas ela com certeza é – Hellen olhou para a outra mesa e eu a segui.

A mulher arrumava alguma coisa nas tiras finas da sandália que usava, quando por instinto seus olhos encontram os meus –verdes ou azuis?– não dava para distinguir aquela distância. Uma de suas amigas tocou em seu ombro e disse algo que não deu para ouvir ou ler nos seus lábios, mas que deve ter sido muito engraçado, pois ela ria jogando a cabeça para traz e um som grave e muito sexy saiu de sua garganta.

Hellen ainda esperava uma resposta, mas eu a ignorei mantendo minha atenção na Mulher e algo me dizia que ela tinha noção do meu olhar mesmo que não o devolvesse porque com leve despretensão ela jogou o cabelo para o lado de um jeito muito sedutor e cruzou as pernas lentamente, eu olhei de volta para o seu rosto e sua boca formava um pequeno sorriso. –god o que estava acontecendo comigo?–

—e então você vai? –Hell interrompeu meu transe

—Hm, se eu intendi isso vai dizer se ela está interessada ou eu sou uma idiota?

—ah faça isso. Por mim – continuei fingindo ignora-la. — Aposto vinte que ela vai falar com você — olhei para a loira ao meu lado sem acreditar na cofiança dela.

Eu não disse nada apenas toquei sua mão em cima da mesa, respirei fundo e me levantei, sentia os olhos da Hellen e também da Mulher ao passar pela sua mesa os olhares me acompanhavam e não tive coragem para chegar até o banheiro. parei no bar me sentei e pedi dois drinques e o barman pediu que eu aguardasse, olhei para minha mesa e não consegui segurar o sorriso pela cara furiosa de Hellen, dois segundos e meu sorriso endureceu, a morena se levantou e estava vindo em minha direção ela me olhava e eu correspondia

Ela parecia caminhar em câmera lenta com o andar mais sexy que já vi.

Não estava acreditando ela estava vindo falar comigo, o que eu deveria dizer ou fazer? Estava nervosa de mais e ainda assim grata aos drinques que bebi por não deixar transpassar o turbilhão que eu estava por dentro, mas antes que eu estragasse tudo, quando ela estava quase se aproximando de mim virou e seguiu em direção ao banheiro e meus olhos a seguiram até que a porta se fechasse.

Olhei para Hell e ela dizia quase que claramente para eu ir ao banheiro também, embora a troca de olhares tivesse me encorajado um pouco, não foi o suficiente. Quando olhei de novo para minha mesa Hellen conversava com os demais a mesa e todos me olharam eu apenas me virei para o balcão e fiquei observando o barman preparando os pedidos que estavam na minha frente, na verdade observava a preparação de uma bebida muito interessante tinha varias cores e elas ficavam magicamente bem divididas no copo, Over the Rainbow disse o barman quando perguntei o nome me oferecendo um para experimentar, aceitei e o virei tão rápido que não deu pra identificar os sabores, mas era forte o bastante para fazer com que eu relaxasse, ele sorriu da careta que fiz enquanto sentia a bebida queimar minha garganta, e então continuou fazendo os drinques bem devagar como se me mostrasse o passo-a-passo.Eu estava bem distraída com isso até ouvir uma voz quase rouca ao meu lado.

"oi" ela disse, e eu respondi tranquilamente agradecendo mentalmente o teor alcoólico no meu sangue. Então ela pediu uma bebida que eu não conhecia e o barman também lhe disse que demoraria um pouco.

—hoje está um pouco cheio, e olhe que nem tem banda. –demorei um pouco para entender que ela estava falando comigo.  E quando por fim percebi olhar sorri e disse que era a primeira vez que visitava o lugar.

Ela sorriu e “verdes” era o que vinha na minha mente, a cor dos seus olhos.

—Imaginei que fosse, venho sempre aqui e nunca a vi, a propósito sou Samantha. -Samantha... Samantha se encaixava perfeitamente.

-Hm, Elliza, sou Elliza – ela sorriu de novo— Na verdade trabalho e moro aqui perto. Mas acabo de descobrir esse lugar, bom meus amigos descobriram, viemos comemorar. –álcool de mais

—Ah que interessante, eu e minhas amigas também viemos comemorar poderia pedir para se juntarem a nós, mas não seria conveniente– ela brincou.

—por quê? – eu sabia que não importava o motivo porque me lembrei de meus amigos nos olhando. nunca faríamos isso.

—Bem, na verdade estamos comemorando o divórcio de uma das meninas, duvido que também estejam brindando a isso. —ela ria com a voz grave um pouco mais baixa que antes, mas ainda contagiante.

Ah god como ela era linda

—não... Estamos comemorando a promoção da minha amiga. –olhei para Hell na mesa que ainda me encarava com um sorriso no rosto.

—sua amiga parece muito feliz.

—ah sim ela está, ainda mais com você falando comigo. –O efeito do álcool pode ser um aliado para te acalmar e um adversário e tanto para manter as palavras dentro da boca.

— interessante... o que tem eu falar com uma garota no bar.

—OK é ridículo.

—me diga e eu jugarei.

—tudo bem –respirei fundo– concordamos que você é muito bonita... –ela agradeceu— e... Bom ela apostou vinte dólares que você falaria comigo. E eu perdi. –eu disse a segunda parte tão rápido e implorei mentalmente que ela não me pedisse para repetir. Eu deveria estar vermelha de tão envergonhada que me senti, mas talvez o álcool não deixasse transparecer.

 

—você tem razão é ridículo

—eu sei, nem sei por que fizemos iss...

—não a aposta –ela me interrompeu— e sim você não acreditar que eu falaria com você

—OK agora eu estou bem surpresa.

—Bom eu achei que tinha sido clara desde a primeira vez te olhei na mesa.

—Uau!– foi tudo que consegui dizer, com certeza seu teor alcoólico era maior que o meu. E eu sorri sem acreditar.

—bom me desculpe se a fiz perder a aposta acho que estou um pouco enferrujada nisso

—não se desculpe eu que tenho dificuldades pra perceber isso nunca me aconteceu antes.

—O que? Ninguém nunca flertou com você antes?

—Não uma mulher.

—Ah! Entendo- ela disse apoiando um cotovelo sobre o balcão e em seguida apoiando o queixo na mão. Seus olhos estavam meigos e me encaravam. Samantha deslizava sua outra mão em direção a minha no balcão.

"aqui estão duas Margaritas” o barman nos interrompeu colocando as bebidas no balcão e se desculpando pela demora, e Samantha recolheu sua mão, na verdade naquele momento eu estava reclamando mentalmente de sua agilidade.

—bom tenho que levar isso. Eu disse tentando me desvencilhar de seus olhos.

—parece que sua amiga está vindo buscar ela mesma. – e apontou com o olhar para Hellen que vinha com o celular na mão e logo atrás Amber e Ben

—Hell eu já estava indo levar pra vo...

—Não baby, pode ficar – ela disse dando passagem para Ben que logo desapareceu.

—O que deu nele? –Perguntei olhando as duas

—Nada. –Amber respondeu– eu é que não estou me sentindo muito bem e acho que foram os drinques.

— pois é e eu estou tentando chamar um taxi para ela – Hellen completou.

— tudo bem eu tenho um número do...

—Max? Eu também, não se preucupe eu já vou lá fora ligar e volto.

— OK então eu vou com você. – falei ensaiando me levantar

—Não! –as duas disseram em uníssono – e eu as encarei sem entender. Talvez se eu estivesse mais sóbria desconfiaria de algo.

—Não precisa –Hellen sorriu– você fica aqui e toma conta de nossas bebidas, eu vou chamar um taxi para Amber e volto logo com o Ben OK? Segure isso.

Ela me entregou minha bolsa e logo virou as costas

"alô, Max?..." e ela saiu com Amber.

"e aqui esta" a voz do barman me lembrou da more... digo Samantha. Ele entregou um copo longo com uma bebida marrom escuro, gelo e uma rodela de limão na borda.

—Bom... – Samantha suspirou e voltei minha atenção novamente para ela– agora nos duas temos copos e estamos realmente bebendo no bar. – eu sorri e bebi um pouco.

Conversamos um pouco, aliás, Samantha falou apenas e eu a ouvia falar do St Louis Pub, esse era o nome do lugar onde estávamos os donos eram amigos dos pais dela ou alguma coisa do tipo eu não ouvi direito estava totalmente aérea hipnotizada pela beleza esculpida do seu rosto. Eu tinha a sensação de estar fazendo algo errado, mas acho que o liquido que descia queimando minha garganta não me deixava perceber. e aos poucos acabava com o líquido em meu copo.

— o que você acha? – a pergunta me trouxe de volta para conversa.

—desculpe, pode repetir acho que o álcool está fazendo efeito. –era ótimo por a culpa na bebida.

—Eu disse que você deveria voltar aqui na próxima sexta.

—Ah! Por quê? –eu perguntei procurando meu celular que vibrou na bolsa.

—Porque uma banda cover de Rock inglês ira se apresentar.

— Claro seria ótimo. —sorri–

Encontrei meu celular e vi a mensagem

“O taxi parecia muito aconchegante, nos desculpe.

Divirta-se. xoxo Hell

Não acredito. — a frase saiu mais alto do que eu pretendia.

—tudo bem?

—Acho que fui engada— disse me levantando um pouco tonta– vou atrás dos meus amigos desculpe sair assim.

—entendo. – ela disse levando o canudo de sua bebida a boca sem tirar os olhos de mim — nos vemos na sexta.

 Ela colocou o copo no balcão e estendeu a mão com um sorriso encantador nos labios e eu fiz o mesmo

—Até sexta. Eu disse por fim.

Fui pagar a conta e o rapaz barbudo disse que já estava pago. "foi planejado" suspirei. Sai procurando os benditos e não fiquei surpresa por não encontra-los. Pensei em ligar para Hellen, mas achei melhor contar pessoalmente que seu planinho não havia funcionado.

Vi um taxi se aproximando e me apressei para dar sinal – rápido de mais–meus joelhos vacilaram e eu esperei a dor da queda.

A dor não veio nem a queda, ao contrário senti um toque suave, mas firme e me apoiei em algo, digo alguém.

—Cuidado – aquela voz. Pensei. Ela colocou as mãos em volta da minha cintura e eu me firmei.

— obrigada. – eu disse soltando devagar sua mão, porém Samantha não teve a mesma pressa em tirar a outra mão de minha cintura e quando em fim percebeu retirou calmamente e deu um sorriso sem jeito.

—Pensei que quisesse ajuda para "encontrar" seus amigos. - ela deu enfase na palavra como se suspeitasse do que tinham feito.

—Não precisa, já vou indo.

—Então posso te dar uma carona, meu carro está log...

—Não PRECISA – e ela deu um passo para trás, até eu mesma me assustei com a rispidez do meu tom de voz– desculpe –disse o mais doce que pude– obrigada, mas vou pegar um taxi.

 Virei-me e sai andando com cuidado até o outro lado da rua, peguei meu celular na bolsa dessa vez mais rápido, tive mais dificuldade foi para desbloquear e encontrar o número do táxi, a luz era muito clara. Demorei alguns minutos até achar o número e liguei, chamou algumas vezes e caiu na caixa postal.

—Droga Max!

Eu estava tentando de novo quando um carro se aproximou devagar, era um carro grande tão preto quanto seus vidros, caminhei mais um pouco eo carro continuava a me seguir, e um alerta de perigo me congelou. O carro parou também e eu já estava calculando mentalmente quantos metros conseguiria correr antes de me embaraçar em minhas próprias pernas e beijar o chão.

O vidro baixava lentamente e aos poucos o alívio tomou conta de mim.

—Caramba Samantha. – eu disse colocando a mão no peito e respirando fundo

—Desculpe não quis te assustar. – ela me encarava– Sei que deixou bem claro que não queria minha carona. —"foi o álcool" eu quis gritar– mas está muito frio e não vai achar taxi dando sopa por aqui.

Olhei para o meu celular e faltavam poucos minutos para meia-noite.

—Você estava bebendo. –Eu disse dando dois passos à frente.

—aquilo? —ela sorriu- era só chá gelado com energético, não sou louca.

Pensei mais um pouco olhando para o tempo e depois para ela, Samantha encostou a cabeça no encosto no carro fingindo impaciência.

Eu sorri e dei a volta para o lado do carona.

—Graças a deus já estava pensando em como te trazer a força — ela brincou enquanto abria a porta para mim

— Tem certeza de que não está tão bebada quanto eu? –perguntei me acomodando e fechando a porta.

Ela apenas balançou a cabeça em sinal de afirmação enquanto aumentava o aquecedor ficando bem próxima de mim.

—Mesmo? –Insisti

Ela apenas me olhou e rapidamente soltou o ar pela boca, tão perto que senti não só o cheiro do seu hálito, mas o gosto também, —muito doce– pensei, mas nada de álcool. Ela ria como uma criança animada quase não lembrava a mulher sedutora do bar.

— OK você pode me levar, siga reto. –Eu disse por fim colocando o cinto.

Ela sorriu girando a chave.

Pouco tempo depois de Samantha ter uma crise de risos quando eu disse sinceramente que acreditei na historia que meus amigos me contaram quando armaram pra mim mais cedo. Percebi o quão devagar ela dirigia e não me importei estava extremamente aconchegante ali.

—então o que você faz? –Ela perguntou olhando para rua.

—Sou diretora de criação numa agência de publicidade, na verdade acabamos de passar por ela. –falei distraída.

—Espere ai, diretora de criação, w's adversament's, você é Elliza Reazzer? –Ela olhava incrédula para mim e rapidamente voltando para rua.

—Sou sim, por quê? –Eu ainda estava tentando entendera lógica de como ela ligou os pontos.

—Porque era pra eu ser sua estagiária.

—O que? Como assim? –Ela ria e eu também.

— Eu enviei meu currículo e fiz a entrevista por telefone há algumas semanas e fui selecionada para a entrevista com você. Mas dois dias antes da entrevista a editora Miles, pra qual eu também tinha feito entrevista, me ligou e me ofereceu a vaga de edição que eu queria, dai cancelei a entrevista com você.

Ela falou e eu estava pasma com tanta coincidência.

—A que horas seria sua entrevista?

—ás 09h30min. Por quê?

— você certamente seria minha estagiária agora

–Serio?

–Sim. –eu sorri– por que esse foi o horário da primeira entrevista e me simpatizei pela primeira candidata e esse era um dos meus critérios então eu a contratei.

—Entao você simpatizou comigo hein. - ela sorria maliciosamente e lá estava de novo a mulher sedutora.

—Mas fico feliz que tenha conseguido a outra vaga, edição e na Miles, não é para qualquer um.

—obrigada- ela ria

Olhei para a rua reconhecendo a chegada do fim.

— vire a direita na próxima, por favor, é o segundo prédio.

— deve ser ótimo morar perto do trabalho né?

— é sim. Vou a pé todos os dias.

— nossa, eu enfrento esse transito nova-iorquino todos os dias.

Ela dobrou a esquina e estacionou um pouco antes da entrada do prédio. Ela olhava para frente e pude perceber seu desânimo quando suspirou, eu também não queria que acabasse, estava tão bom ali.

— chegamos. – ela disse por fim.

—aqui está tão quentinho. – fingi choramingar

— fica mais um pouco então.

Procurei malicia em seus olhos, mas não encontrei, ela apenas sorria lindamente.

—Ok. – voltei a me aconchegar no banco.

— E então, UpperEastSide, travessa 79, entrada privilegiada para o central parque, me diga algum defeito para acabar com minha inveja.

—vejamos — pensei— como você pode ver meu prédio é cercado por outros muito maiores que ele o que tira toda privacidade do meu terraço e reduz ainda mais minhas horas de sol.

—ah você ainda tem um terraço? Obrigada agora estou odiando meus 50m² na Lenox.

—Lenoxhill? Não é nada ruim.

—Mas não da para comparar.

—desculpa- eu ria– é que eu realmente amo minha casa e é difícil achar defeitos. -pensei por um instante e as reclamações de Hellen vinham a minha mente- tudo bem. Em que andar você mora?

—nono por quê?

— e tem elevador certo?

—claro. –Ela me encarava sem saber onde eu queria chegar.

— OK eu moro no quarto andar e são cinco lances de escada, seis se contar a do terraço.

— o meu também tem inúmeras escadarias que eu pretendo nunca ter de usar.

—Bom não sei se percebeu, mas meu prédio é uma relíquia, datado de muito antes dos elevadores eu acho.

— o que? –ela quase gritou– não tem elevador? Por que não disse antes isso é um baita defeito, obrigada estou amando mais meu cubículo agora. –ela ria fingindo alivio.

— eu sei todo mundo que vem aqui diz isso, mas sou amante de exercícios então não consigo ver isso como um defeito, faz um ótimo trabalho com minhas coxas — me arrependi da última frase assim que percebi o olhar de Samantha sobre mim mais precisamente em minhas coxas, e eu sentia como se ela estivesse vendo por baixo de minha calça. Passei levemente as mãos no local e ela desviou os olhos.

—Ficarei feliz em experimentar por mim mesma, em uma visita algum dia. –ela disse intensificando a voz rouca e aquecendo mais o ar.

—claro. –sorri desviando das duas esmeraldas que me penetravam e de repente aquele carro estava quente de mais.

—Acho que já vou– eu disse pegando minha bolsa.

—tem certeza? –ela entonou a voz de um jeito que me fez pensar o quanto de confiança ela tinha em suas táticas.

— tenho sim. –respondi desviando meus olhos e abrindo a porta.

Do lado de fora do carro estava bem frio e eu me encolhi um pouco de frente para Samantha que estava há alguns passos de distância me olhando escorada em seu carro.

— obrigada pela carona. – eu disse observando-a, agora daquele ponto de vista eu conseguia olha-la da cabeça aos pés, ela vestia uma blusa vermelho vinho sem mangas por dentro de uma jaqueta preta de couro, uma calça preta super justa, também de couro, e uma sandália de tiras finas e pretas, ela estava divinamente vestida para um ensaio fotográfico, me perguntei como não reparei em tudo isso antes e voltando a encara-la olhei para resposta. Seus olhos.

— foi um prazer. –a resposta dela um pouco atrazada me fez perceber que ela me admirava tanto quanto eu a admirei.

Um uivo impaciente e distante irrompeu o silêncio e eu reconheci.

—é seu? –ela ria apontando para cima

—Joe – eu sorri.

Eu já não tinha o que falar e agora Joe quase gritava meu nome e eu continuava ali parada, metade de mim queria se despedir, entrar logo e ponto, mas a outra parte sentia que quanto mais eu ficasse aconteceria algo que me fizesse ouvir a voz dela.

Eu me perdia em conflitos internos comigo mesma.

Foi então que eu a vi se afastar do carro. Ela se aproximou devagar enquanto minha respiração acelerava, seus olhos eram como imã para os meus e eu não conseguia perceber nenhuma luz a não ser a que emanava dela.

Mais dois passos e estávamos tão perto que eu podia sentir seu perfume.E então só Fechei os olhos e senti seus lábios macios por alguns segundos.

— Boa noite, Elliza.

Ela disse após beijar meu rosto.

 



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