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História Don't go again, Loki. - Kyra Krum (especial).


Escrita por: Seola______

Capítulo 12 - Kyra Krum (especial).


[Narrado em primeira pessoa, Kyra ponto de visto] 

- Não podemos deixar... 
- Não, não podemos - Tony interrompeu de imediato quando Natasha tentou falar - não interessa, nós vamos acabar com ele. De longe ele é tão forte quando Loki.
Senti uma imensa vontade de concordar, mas a única coisa que fiz foi sorrir. Thor me encarou me repreendendo e então resolvi opinar, mesmo não fazendo parte do "Time Vingadores".
– Eu posso distraí-lo enquanto vocês atacam, Thor, Tony e Bruce ficam aqui em cima, para pegar o Grandão quando ele vier atrás de mim. Natasha, Capitão e eu descemos junto com Clint, eu distraio o grandão com a ajuda do Clint, Natasha e Capitão ficam embaixo cuidado dos robôs que nesse exato momento - olhei para baixo - estão destruindo a cidade.
Todos me fitaram e por uma fração de segundo, senti vontade de dar um soco em cada um deles, levantar meu cetro e gritar "Seus idiotas! Estamos perdendo tempo!" Bruce ainda estava em sua forma humana, e ninguém sabia quando ele se tranformaria em Hulk, eu não sabia nem como era o processo para ele fazê-lo. Se ele teria que sentar-se e meditar, ou sentir-se extremamente irritado. Eu não me importava muito, desde que ele fizesse um bom trabalho. Enquanto desciamos as escadas disparadamente, Capitão América me fitou, parecia nervoso, foi quando ele deu um breve sorriso e disse:
– Eu sou o Capitão aqui.
Parei, Natasha parou na escada mais abaixo, junto com Clint, ambos ficaram nos fitando.
– Ótimo, Capitão - dei um sorriso sarcástico - então por que não foi capaz de dar ordens lá em cima? 
– Quando eu ia...
– Você não ia - respondi de imediato.
– Como sabe?
Então fitei-o - Eu poso lê-lo, eu posso ler todo mundo. Então menos papo e mais ação.
Passei por Natasha e Clint e percebi um minusculo sorriso no rosto dos dois, mas não me importei, queria lê-los para saber se estavam concordando, mas não tínhamos tempo e o que menos queria era montar um complô contra o Capitão...
Certo, não seria tão ruim, mas ele não tem culpa de ficar apavorado....
Certo, ele também não estava apavorado.
Eu quem entrei no meio do assunto, eu quem ordenei e nem faço parte dos Vingadores. Mas não interessa, eu estava ali mais uma vez, estava novamente lutando para salvar Nova York e estava diminuindo cada vez mais as chances de me casar. Balancei a cabeça espantando pensamentos, Loki tinha aceitado que eu os ajudasse e dessa vez sem me manipular, sem sequer tentar. Eu pude perceber que ele entendeu - do seu jeito grosseiro - que eu tinha que ajudar, que era uma promessa e que ele não me perderia nessa batalha.
Enfim chegamos no térreo e Natasha correu á minha frente com as armas em mãos, balancei a cabeça e corri logo atrás, Clint abriu a porta para ela e segurou-a de modo que eu e Capitão passássemos também, dei um fraco sorriso como agradecimento e ele somente acenou com a cabeça, como se estivesse dizendo "Não há de que". Eu corri em direção á Natasha quem chamou todos nós, de modo que mais um plano fosse feito, ela foi breve e a única coisa que eu tinha que fazer era subir em um dos ônibus ou em algo mais alto para chamar a atenção, eu balancei a cabeça assentindo e corri para o meio da rua, foi quando vi Capitão logo atrás de mim, não entendi, mas no momento em que ele lançou seu escudo em minha direção e o escudo antingiu um dos robôs que vinham para cima de mim eu entendi: ele estava me dando cobertura.
– Obrigada - mexi a boca o agradecendo, seria inútil gritar ou falar.
Ele só fez um gesto com dois dedos em sua testa e eu continuei correndo, ele me dava cobertura enquanto eu subia no teto de um dos ônibus que estavam parados na ponte, assim que consegui ficar de pé atirei, consegui o que queria, chamei a atenção do Grandão que estava por trás de toda essa magia, ele não era de Asgard, ele só tinha a magia de lá. Ninguém sabia ao certo como ele tinha conseguido, mas íamos descobrir quando enfim acabássemos com ele. Foi quando o Grandão veio para cima de mim e eu travei meus pés no alto do ônibus, era agora ou nunca. No momento em que ergui meu cetro ele ergueu sua arma e no instante em que pensei que seria morta, ou no mínimo gravemente ferida, ele voou, ele estava perdendo a altura e voando em minha direção. Mais atrás estava Hulk, dando seu grito de vitória, e então eu voei. Hulk tinha feito o que era certo, mas ele só esqueceu de desviar o outro Grandão de cima de mim, e antes que eu pudesse pensar eu já estava no chão, estava com uma dor enorme no meu tornozelo e meu braço parecia bem machucado.
Nós dois havíamos voado cerca de 15 metros, fomos parar em um beco estreito que ficava entre uma lanchonete e um prédio acabado. Eu pisquei os olhos diversas vezes e acho que nunca fiquei tão tonta quanto eu estava naquele momento. Me pus de pé, mas senti meu pulso fisgar quando me apoiei no chão, minha blusa com a bandeira dos Estados Unidos da América estava rasgada e completamente suja, era quase irreconhecível o desenho da bandeira. Estremeci quando percebi que o Grandão estava acordando. Eu o chamava de Grandão porque nunca recordava seu nome, e não fazia diferença, ele era realmente grande.
Foi quando ele me fitou e por um segundo eu pensei em correr, mas eu sabia que não iria muito longe com o tornozelo daquela maneira, quando me movi para trás arrastando meu pé esquerdo ele virou seu rosto furioso até mim, eu fechei os olhos praguejando á mim mesma como eu podia ter sido tão estúpida, quando os abri novamente, Grandão estava em pé na minha frente. Foi quando - tarde - me dei conta que estava sem meu cetro e antes que ele pudesse fazer algo comigo, ou sequer pensar, ele voou novamente. A única coisa na qual vi foi um feixe de luz passando ao meu lado, fazendo com o que o Grandão batesse na parede de tijolos bem ao fundo do beco e caindo desacordado no chão. Me virei para o lado para agradecer meu salvador, ou salvadora, mas quando percebi quem era meu desespero falou mais alto:
– O que você faz aqui?! - berrei.
– Shhhh! - ele me repreendeu - e de nada.
– Loki! - sussurrei com firmeza - você não pode... Se eles te verem, eles...
– Eles não me verão, Kyra - ele tentou me tranquilizar - eu tinha que te salvar novamente.
– Como sabia que eu estava... Com um "probleminha"? - doeu em afirmar que eu estava em apuros novamente.
– "Probleminha?" - Loki perguntou e riu - você ia morrer.
– Não ia.
Ele arqueou uma sobrancelha - De nada.
Eu sorri - Vá embora.
– Não posso - ele disse - tenho que me certificar de que está bem.
– Estou - sorri tentando parecer durona, mas na verdade eu queria beijá-lo ali mesmo - agora vá.
– Não vou. Volte para sua batalha - ele disse com nojo - se precisar de mim, te ajudarei.
Foi quando pulei em seu pescoço com minha vontade insaciável de beijá-lo. Ele se assustou com minha atitude impulsionada, mas claro, me beijou de volta. Seus dedos em minha nuca, me causavam arrepios e antes que ali, naquele beco minúsculo, começássemos a fazer algo a mais eu quebrei o beijo desejando nunca ter que pará-lo, mas era necessário.
– Vá para casa.
Ele só sorriu e então saí do beco dando uma última olhada para trás, ainda bem que ninguém tinha vindo atrás de mim, Stark provavelmente não tinha visto nada e Thor tambem não, se Hulk tivesse chegado perto eu escutaria tudo tremer. Foi quando saí do beco e vi Natasha ofegante em minha direção.
– Você está bem? Eu a vi caindo e achei que podia...
– Estou bem - disse ofegante - obrigada pela preocupação.
– Onde está Wolyam? - ela perguntou sobre o Grandão.
– Ali - apontei para dentro do beco - desmaiado, precisamos chamar alguém antes que ele acorde e cause mais problemas.
– Certo - ela disse - eu vou correndo até Tony, tentarei falar com ele o mais rápido possivel.
– Faça isso - disse - vou atrás do Capitão.
– Certo - ela sorriu e então saiu correndo.
Corri na direção contrária onde Capitão América estava mais cedo, meu tornozelo estava dolorido, mas nada que me impedisse de correr, porém, eu não tinha tanta velocidade quanto antes. Cheguei ao lado do Capitão bufando e muito mal sentindo meu tornozelo, apoiei-me em um dos carros que estava abandonado no meio da rua e ele então me fitou, pela primeira vez o vi preocupado comigo. Joguei todo meu corpo no carro liberando todo o peso do meu tornozelo machucado, pude ver pelo canto do olho Capitão eliminar três dos robôs que estavam vindo em sua direção, parecia que estávamos sozinhos. Ele agaixou do meu lado e o fitei.
– Seus olhos... - ele disse assustado, se afastou.
– Eles mudam de cor. E sim, preto é a cor da dor, ou de qualquer coisa ruim.
Ele me fitava - Oh...
– Enfim - apoiei meu tornozelo no chão, queimou como fogo - merda!
– O que aconteceu com seu tornozelo?
– Fui atingida - falei tirando-o do chão novamente - Hulk jogou o Grandão para cima de mim, não foi por querer, claro, mas não tive tempo de desviar.
– Grandão? - ele me fitou confuso - Hulk é o Grandão.
– O cara mau - revirei os olhos segurando o riso - Steve, você é sempre tão lerdo assim?
Ele riu levando na brincadeira - Você também é linda.
Eu o fitei e por alguns segundos ficamos parados ali. Ele era doido? Ele estava dando em cima de mim ou realmente era coisa da minha imaginação? Pisquei os olhos diversas vezes pensando em Loki e então Steve alargou seu sorriso.
– Para com isso.
– Com o que? - ele perguntou, o sorriso sumiu e ele parecia sem graça.
– Isso - falei ficando de pé sem soltar meu peso no tornozelo.
– Não sei do que está falando, Kyra - ele cruzou os braços.
– O Grandão está desacordado no beco próximo daqui - mudei de assunto - precisamos ir para lá antes que ele fuja.
– Por que não disse antes? - Capitão ameaçou correr, mas me fitou em seguida - você...
– Vá - falei - estou logo atrás, porém, mais devagar.
Ele então correu em direção ao beco e eu estava mais atrás com meu tornozelo machucado, com dor de cabeça, nas costelas e no pulso direito, o qual não conseguia mexer muito bem. Cheguei um tempo depois de Capitão, ainda o vi entrando no beco o que fiz logo em seguida. O beco estava escuro olhando de fora, e então vi Capitão rígido parado um pouco distante da parede de tijolos que Grandão havia caído e desmaiado. Foi quando eu parei, eu travei, não queria que aquilo tivesse acontecido e muito menos queria que Steve tivesse descoberto o nosso plano quase infalível.
Totalmente imóvel estava Loki preso entre os braços enormes do Grandão. Ele segurava Loki pelo pescoço dando-lhe uma chave de braço, o rosto de Loki estava com alguns cortes, uns pequenos, outros grandes, mas ele estava bem. Foi quando ele me fitou e eu pude lê-lo. Não que fosse necessário, o olhar de Loki já dizia por si.
"Me desculpe."
– Ela chegou! - Grandão berrou ao me ver - você é boa em distrações, apesar de ser tão pequena.
– Não sou pequena - disse entredentes.
Capitão ignorou nossas falas e então berrou - Loki está junto com você nessa bagunça toda?
– Loki? - ele fitou Steve e gargalhou em seguida - ah claro, esse aqui - ele apertou o braço em volta do pescoço de Loki, eu estremeci. Ele não olhava para lugar algum, só para mim. Eu estava apavorada.
Foi quando o Grandão voou. Foi para o telhado da lanchonete acima e eu me desesperei. Capitão virou-se para mim e eu gritei, o primeiro nome que me viesse na cabeça:
– Tony! - berrava com todas as minhas forças - Tony!
Foi quando olhei para cima e percebi que Tony estava ali, junto com Natasha quem sorriu me assegurando que ele não fugiria. Mas eu sabia que eles matariam Loki também, eu tinha que intervir, eu precisava. Fitei Capitão e ele percebeu o quão aflita eu estava.
– Tenho que ir para o telhado - pedi - me ajude.
– Tenho uma ideia - ele abaixou na minha frente, colocou o escudo entre seu ombro e seu pescoço - Natasha fez isso uma vez e deu certo, cuidado com seu tornozelo - ele disse, sua voz um pouco abafada - Kyra, pule no escudo e eu te empurrarei para cima.
– Certo - falei, tomei certo impulso no beco minúsculo e em seguida pulei sem apoiar meu tornozelo machucado. Fechei os olhos e quando os abri dei um impulso com meu corpo para frente caindo em cima do telhado, todos me fitaram, exceto Tony quem estava focado no que Grandão dizia. No momento em que coloquei meus pés no chão senti uma dor estrema, mordi meu lábio por dentro para não gritar de dor.
– Então vocês estão juntos - Tony disse completamente sarcástico - não pensei que pudesse fazer casal com um homem tão grande, Loki. Você tão... Magrelo, fraco...
– Não sou fraco! - ele gritou, e então se contorceu nos braços do Grandão.
– Se você estiver fazendo-o de refém, vá em frente - Tony disse - nós tínhamos um acordo, você não podia voltar para a Terra, Loki.
– Tudo bem então - o Grandão gritou e apertou o pescoço de Loki, senti Capitão aterrizar á meu lado.
– PARE! - gritei de olhos fechados, minha voz ecoou por todo o quarteirão, todos viraram para trás para me encarar.
Peguei meu cetro e então atirei no Grandão de modo que ele voasse e Loki ficasse, mas a única coisa que consegui foi fazer Loki ser solto do enorme braço do Grandão.
– O que está fazendo? - Capitão perguntou ao meu lado.
– Ele é meu noivo – saiu por impulso.
Foi quando todo mundo me encarou, todos com seus olhares confusos e furiosos, eu podia perceber. Tony virou seu corpo inteiro até mim, me fitou de forma mais odiosa possível. Não, eu não esperava que eles me amassem depois de descobrirem que lutei com eles porque não tinha opção.
Grandão gargalhou - Noivo? Ah, vejo que seus amigos não gostaram.
Tony lançou nele algo que saía de suas mãos, ele caiu no chão desmaiado pela terceira vez.
– Quem diabos é você?! - ele gritou furioso.
– Noiva do Loki, mas não sou do lado ruim e ele não é o cara mau - gritei.
– Não? - Tony berrou de volta - você sabe o que ele fez com Nova...
– Sei! - berrei - sei! Você sabe o que ele sofreu? 
– Não me interessa a patética história de vida do seu noivo! Noivo! Por que nos ajudou?! 
– Porque vocês precisaram de ajuda. Não estava em meus planos ajudar vocês e muito menos Loki ser descoberto - eu disse e eles me fitavam, todos eles até Hulk quem agora tinha voltado a ser Bruce - eu, Loki e... - fitei Thor na ponta do prédio da lanchonete - Thor, viemos para esse planeta porque alguém estava usando a magia de Asgard - apontei para o Grandão caído no chão - eu não sou de Asgard, sou de um Reino estúpido que teve fim esses dias atrás - respirei - eu estava no abismo, fui banida do meu próprio Reino...
– Oh, nos poupe de histórias tristes - Clint me interrompeu.
– Certo - falei - sou uma princesa de um reino que ninguém conhece, conheci Loki e garanto á vocês que ele mudou. Ele não está aqui para matar ninguém, ele só aceitou vir para a Terra pelo pedido de Thor... Certo, porque eu aceitei vir já que conheço vários tipos de magias, mas Loki ainda é o melhor em magia do que todos nós juntos aqui.
– Ele matou centenas de pessoas! - Natasha disse.
Eu encarava Tony, não olhei para Natasha, nem para Clint. 
– Como pode? - Capitão saiu do meu lado - e pensar que queria algo com você.
Foi quando todos fitaram Capitão, inclusive eu. Lhe fitei com surpresa - não tanta, porque já tinha sacado algumas outras vezes - e então fitei Loki quem estava com os pulsos cerrados, Tony virou-se na direção de Loki e então o fitou, em seguida voltou a olhar Thor.
– Vocês vão dar um fora daqui, assim que acabarmos com isso.
– Certo - Thor disse e me fitou - só temos de levá-lo para a S.H.I.E.L.D?
– Sim - Natasha disse ríspida.
Enquanto todos eles íam em direção ao Grandão, eu revirei os olhos, sabia que tinha que falar mais alguma coisa:
– Thor não tem culpa de nada - soltei - ninguém aqui tem. Só viemos em busca do que é "nosso". Não sou de Asgard, não queria ajudar vocês, achava que vocês eram a culpa por Loki ter sido banido, mas sinceramente? - suspirei - vocês não são tão ruins assim - olhei para Loki - desculpa Loki, mas eles não são. Eles lutam por um propósito, eles lutam apra deixar essa cidade tranquila assim como fiz com você e Thor por Asgard. Eles tem seus principios e - voltei a fitá-los - acreditem eu adimiro muito isso em todos vocês, sem exceção. Vocês me ajudaram quando precisei, quando caí - olhei para Natasha - quando estava prestes a ser atacada - olhei para Bruce - quando precisava subir aqui para salvá-lo - apontei para Loki olhando para Capitão - e vocês acima de tudo acreditaram em mim - olhei para Tony e respirei fundo - não quis decepcioná-los, não me importo se serei detestada. Apenas não... Não detestem Thor. Não é culpa dele, garanto.
Foi quando um helicóptero pairou sobre nós, não fiz questão de olhar para cima, meus cabelos estavam voando sobre meu rosto e eu fitava Loki. O helicóptero baixou um pouco e com a ajuda de Thor, Tony e Steve o corpo do Grandão foi colocado dentro do mesmo. Era nossa deixa, nossa hora de ir embora, voltei meu olhar á Loki quem estava escondido em um canto, era dificil enxergá-lo ali, mas não impossível, só enxerguei-o, pois manti os olhos fixos nos olhos verdes dele, foi quando ele deu um fraco sorriso e tudo parecia mais tranquilo, mais calmo. Mas não estava.
Natasha subiu no helicóptero junto com Clint para levar o corpo e se certificarem de que ele não acordaria. Não me lançaram um único olhar, e não fazia muita diferença. Quando o helicóptero sumiu, Tony veio em minha direção enquanto Bruce falava algo com Thor e Capitão estava fitando seu escudo em um canto do prédio da lanchonete.
– Obrigado - ele agradeceu mostrando seu rosto por trás da armadura.
– O que? - perguntei completamente confusa - você me odeia.
– Jamais - ele deu um fraco sorriso - não sei como é capaz de amar aquele psicopata, porém - ele lançou um rápido olhar para Loki - sou grato por nos ajudar.
– Ele não... - eu tentei defender Loki, mas ele me encarou, eu ri fraco e balancei a cabeça - não há de que.
– E acredite - ele me fitou - você é uma boa garota. Um pacote de ouro.
Eu sorri - Você é um cara bom. Boa sorte.
Ele sorriu - Obrigado, espero vê-la em breve.
– Não acho que será possível - falei - boa sorte, Tony Stark.
– Por favor - ele fechou a armadura e levantou-se um pouco do chão - Homem de Ferro.
E então levantou vôo. Eu sorri e fui até Bruce, ele me fitou e era o único quem não parecia estar com raiva, não sei como, talvez ele fosse acostumado a controlar a raiva para não se transformar na enorme criatura de sempre.
– Me desculpe - pedi.
– Você não fez nada para mim - ele sorriu serenamente - eu não perguntei seu nome, sua história, tivemos poucas conversas... Não devo te desculpar de nada, obrigado pela ajuda.
– Obrigada por não me deixar morrer - ri fraco.
– Foi um certo erro de cálculo - ele fez uma pequena careta - sinto muito pelo seu tornozelo e sua roupa.
Eu sorri - Obrigada assim mesmo.
Ele somente sorriu e fui até Loki quem sussurrou:
– São um bando de idi...
– Não diga isso - falei mais séria do que nunca - você sabe que eu o amo, mas eles, querendo ou não significam bastante pra mim.
– Ótimo - Capitão disse com sua voz grossa, ele não tinha um mísero sorriso.
Eu virei de frente para ele - Desculpa por te desapontar Steve. Você é um cara legal, mesmo.
Ouvi a respiração de Loki mudar ao meu lado, eu queria sorrir, ele estava com ciúmes, mas o que fiz foi permanecer com um pequeno sorriso olhando para o Capitão, eu podia lê-lo.
"Eu morrerei virgem..."
– Tudo bem - ele disse enquanto seu pensamento era outro.
"Toda mulher que me apaixono algo acontece e eu a perco. Isso é uma merda! Por que ela está me olhando...?"
– Pare de me ler!
Eu então ri e o fitei - Steve, você vai encontrar uma garota legal, uma garota que realmente goste de você.
– Eu encontrei, há muito tempo atrás, mas fui congelado e a perdi.
Eu sorri - Terão outras.
Ele então deu um fraco sorriso - Sei que sim.
– Boa sorte - desejei.
– Você também - ele lançou um rápido olhar á Loki e foi até Bruce e Thor.
Eu então virei-me para Loki - Disse para ir embora.
– Eu estava indo, mas ele me pegou.
– Você é mesmo muito fraco - provoquei segurando a risada, mas ele percebeu que eu estava querendo rir - muito fraco - finalizei.
– Sou? - ele arqueou as sobrancelhas - você não disse isso quando te pedi em casamento.
– Tem razão, eu disse: "eu aceito" - sorri vitoriosa.
– Não nesse momento - ele chegou seu rosto perto do meu - vai dizer que não se lembra?
– Eu amo você - sussurrei com nossos rostos tão próximos que podia sentir a respiração dele.
– Eu te beijaria agora mesmo só para esfregar na cara daquele Capitão Idiota que você é minha, mas tenho uma reputação de cara mau para zelar - ele piscou - então, com licença, quero ficar sozinho.
Eu gargalhei, não olhei para os demais para evitar os olhares, sentei-me na beira do edifício esperando Thor terminar de falar com Bruce e Steve sobre alguma coisa, sabia que ainda tínhamos que ir até a casa de Jane para Thor se despedir, e tudo mais. Eu estava exausta, meu tornozelo só estava piorando a medida em que eu ficava mais parada, transformei meu cetro em uma faca e a guardei no meu quadril, por dento do short, como tinha costume de fazer. Minha blusa estava em parte queimada, em parte suja e acima de tudo: rasgada. Eu estava me sentindo um lixo, só queria ir para casa e dormir por longas semanas.
Ir para casa. Asgard não era minha casa e eu sabia disso melhor do que ninguém, mas passaria a ser. E só de pensar em morar definitivamente em Asgard como mulher de Loki eu estremecia, eu estava feliz, claro, mas mais do que tudo assustada, amedrontada, e tudo isso. Eu não sabia como agir, eu estou com a chance de montar minha família e não quero que dê nada errado, não como deu comigo e com Loki. Então o fitei, seu olhar estava me cortando, quase como uma lâmina afiada e eu sorri, eu sabia que ele havia notado minha preocupação, ele já devia ter um palpite sobre o que estava me fazendo ficar daquela maneira, mas ele tinha tanto medo quanto eu de tocar nesse assunto. 
Thor interrompeu nossa troca de olhares pigarreando e então abriu o maior sorriso que alguém já tinha visto, não sabíamos porque ele estava tão feliz, mas pude lê-lo e pela primeira vez ele queria.
"Noivos, hein? Pretendiam me contar quando? E cadê o anel? Já marcaram..."
– Para! - pedi rindo e fechando os olhos, Loki a meu lado me fitou tentando entender sobre o que eu estava falando - eu preciso ir... Voltar para Asgard.
– Tenho que me despedir de Jane - ele disse com o mesmo sorriso - ficaremos mais esta noite e então, vamos embora pela manhã.
– Pela manhã? - perguntei olhando Loki.
– É quando o portal se abre, quando Heimdall estará pronto para nós levar de volta - Loki respondeu com um tom de voz suave.
Eu fechei meus olhos respirando fundo.
– Ou... - Thor nos fitou - vocês podem ir agora mesmo. Eu vou ficar.
– Ficar? - perguntei abrindo os olhos - para...
– Não - ele riu - não para sempre, só mais esta noite.
– Nós também...
– Loki - o interrompi fitando Thor - ele que ficar sozinho com Jane. A primeira vez desde que chegamos.
– Oh - Loki tentou não rir - Heimdall está a nossa espera? - ele ficou de pé.
Thor então ergueu o martelo e um trovão subiu pelos céus, em questão de segundos o céu azul se transformou em um buraco negro, o qual provavelmente iríamos embora. Dei um fraco sorriso para Thor e percebi que Bruce e Steve haviam ido embora, sorri então dando uma última olhada no planeta Terra. Um planeta surpreendentemente... Estranho. É, acho que essa é a palavra. Gostei dos momentos em que passei ali, os momentos estressantes, como ficar na S.H.I.E.L.D enquanto precisava xingar Loki por ele ter me manipulado, os momentos agradáveis, como todas as lutas ao lado dos Vingadores e os momentos inesquecíveis, como o pedido de casamento. Aquilo tudo era tão estranho, mas tão estranho que eu nem sabia o que falar ou sequer pensar. Era bom, mas ainda sim estranho. Eu estava noiva do deus das travessuras, ri.
Perdi todos os meus pensamentos quando fui engolida junto de Loki no buraco negro, meu estômago embrulhou e quando abri os olhos já estávamos em Asgard, bem em frente á Ponte do arco íris e meus olhos se alegraram - não só meus olhos, mas eu me alegrei. Ri desse meu pensamento fútil. Loki então sorriu e segurou minha mão me levando - provavelmente - até seu quarto, eu estava exausta, mas também, mancando. Quando passamos pelo enorme Salão, Frigg nos parou, dando um apertado abraço em Loki e me fitando com seu olhar preocupado. Fitou meu tornozelo e eu tentei enrolá-la dizendo que estava tudo bem, mas ela simplesmente me puxou pela mão e disse que cuidaria de meus machucados. 
Eu quis gritar para que Loki viesse junto, ou fizesse-a parar, mas Odin o chamou e ele só me lançou um sorriso tentando me tranquilizar. Ela foi caminhando comigo pelos corredores, pelo lado que eu não tinha ido ainda, afinal, o Reino era enorme. Fitei todas as paredes douradas surpresa, achava que nada mais poderia me surpreender ali em Asgard, mas eu estava enganada. Em uma porta branca, no fim do corredor estava escrito algo em letras douradas, algo que não consegui ler, pois Frigg abriu a porta e em um tom desesperado disse para as duas moças - quem estavam na sala - prepararem água e alguns remédios.
Me perguntei por que eles tinham uma enfermaria ali, deuses não são imortais ou algo do tipo? Seus machucados saram muito rapidamente, era estupidez ter algo daquele tipo, ali. Foi quando percebi que deuses sim, mas guerreiros e soldados não. Haviam capacetes, armaduras, todos quebrados jogados no chão em um canto da sala, e além disso, percebi mais ainda que não eram simples remédios ou curativos. Eram plantas mágicas, o que tornava, agora, tudo mais claro. Ela misturou uma porção de algumas folhas e flores dentro de um pote roxo e eu fiquei fitando-a, com certeza com cara de apavorada, mas estava tentando disfarçar o máximo possível. Ela então disse para me sentar em uma das cadeiras acolchoadas dali e foi o que fiz.
– Não tenha medo, são só ervas - ela sorriu carinhosamente.
– Não estou... - eu tentei mentir, mas ela me fitou - desculpe.
– Tudo bem - ela sentou-se na cadeira a meu lado - vai arder um pouco, mas ficará boa rapidamente. 
– Certo, eu...
Fechei a boca no momento em que ela despejou o líquido esverdeado nos arranhões mais profundos, eu queria gritar e acho que acabei fazendo isso, não sabia ao certo, não senti mais nada.
Desmaiei.
Assim que abri os olhos - não sei quanto tempo depois - percebi que estava no quarto de Loki, apesar do meu tornozelo, meu pulso e outros locais não estarem doendo mais, parecia que eu tinha sido moída por dias ou até semanas, eu estava dolorida e exausta. Olhei para o lado e Loki estava sentado na cama conversando com alguém, alguém que eu não reconhecia, foi quando ela gargalhou de algo que ele disse e ele virou-se para me encarar.
– Oh, ela acordou! - a garota de olhos verdes sorriu - oi, eu sou Laurie, amiga de Loki.
Amiga? Pensei piscando meus olhos e dei um fraco sorriso para ela, em seguida fitei Loki.
– Dormiu por cinco inteiros dias - ele riu - e Thor não voltou até hoje.
– Cinco dias? - eu e Laurie perguntamos juntas.
– Ela dorme demais - ele me lançou um rápido olhar e em seguida fitou Laurie - ela é de outro reino, como você sabe, ela precisa de dormir dias para ficar recuperada.
– Estou mais cansada do que nunca.
– É normal - Laurie se virou para mim - da primeira vez em que fui curada com aquelas plantas magníficas, fiquei dormindo por três dias.
– Oito - Loki corrigiu.
Ela revirou os olhos - Oito. 
– O que aconteceu? - perguntei tentando parecer amigável e sentei-me na cama.
Ela riu e olhou Loki - Uma história muito engraçada, posso contar?
– Claro, essa é uma das nossas melhores histórias - Loki sorriu, parecia contente - conte.
"Nossas melhores histórias? Nossas...Melhores... Histórias?" Pisquei os olhos diversas vezes na esperança de que eles não ficassem vermelhos, mas no momento eu sabia que eles estavam pretos e sabia que permaneceriam. 
– Certo - ela se ajeitou na cama sorrindo - eu e Loki somos amigos há um bom tempo, é raro alguém como ele ter amigos, eu sei - ela provocou e ele lhe mandou língua como uma criança de doze anos - eu sumi por uns tempos em uma missão, e depois disso, sumi por causa de Odin, fui banida por alguns anos, mas ele não me mandou para fora de Asgard, só para um lugar pior... Enfim, um dia, quando eu e Loki éramos crianças, estavamos "brincando" de quem tacava fogo mais rápido nas árvores da antiga parte aberta de Asgard. Uma parte que não existe há séculos - ela sorriu, fitou-o contando a história - eu acabei pondo fogo em uma grande árvore e com isso um enorme galho caiu em cima de mim - ela gargalhou, Loki deu uma breve risada - Loki ficou desesperado - ela me olhou - você tinha que ver a cara dele! - mais gargalhadas, eu só dava um sorriso amarelo - porque a ideia foi dele e se Odin descobrisse ele perderia sua chance para governar Asgard. Então, quebrei as duas pernas, o galho caiu em cima de mim e no mesmo instante Frigg me levou para a assustadora sala no fim do corredor, eu desmaei e fiquei dormindo por sete dias e meio...
– Oito - Loki tornou a corrigi-la - eu contei.
– Claro que contou - ela riu e me fitou - você tinha que ver a cara dele de despero, eu nunca...
– Ótima história - eu praticamente gritei, mas quando percebi que tinha feito aquilo, sorri engolindo seco - desculpa, isso afeta a voz também?
Ambos gargalharam. Era estranho ver Loki rindo tão abertamente daquele jeito. Eu só sorri e me pus de pé, fiquei um pouco tonta a principio, mas nada demais, Loki tentou me segurar, mas eu lancei-o um olhar e ele na hora entendeu. Abri a porta do banheiro e o chuveiro. Como se não bastasse mais nada, agora ele tinha uma amiguinha. Respirei fundo para não voltar lá e quebrar o pescoço da garota. Eu tinha que me controlar, eu era capaz. Tirei a camisola - estranha - que eu estava vestindo e percebi que meu corpo estava normal, minha pele lisa como se nunca tivesse brigado na Terra ao lado dos Vingadores. Enfiei-me de cabeça embaixo do chuveiro e fiquei por lá por quase uma hora, desejando que a tal da Laurie já tivesse ido embora.
Eu queria viver em paz pelo menos um dia, um dia normal, um dia calmo e sem ter que usar minhas forças ou me machucar, era tão dificil? Parei meus pensamentos no momento em que alguém socou a porta do banheiro, podia pensar que era Thor se aquele não fosse o banheiro de Loki. Fechei o chuveiro e abri a porta depois de me enrolar na toalha, fitei Loki parado a porta e percebi que Laurie tinha ido embora. Sorri somente por dentro.
– Como se sente? - ele perguntou.
– Bem.
– Bom - ele balançou a cabeça e pude ver um sorriso brotar em seu rosto - bem... Laurie gostou de você.
– Hum - disse pegando minha roupa de sempre em Asgard.
– O que há de errado?
– Nada.
– Você consegue falar mais do que uma unica sílaba?
– Não.
Ele revirou os olhos e então voltei ao banheiro. Vesti minha roupa e fiquei parada na porta.
– Você não é de drama, nem de sentimentalismo - ele dizia do outro lado da porta enquanto eu fitava o chão - e muito menos de sentir ciúmes.
– Não estou com ciúmes– abri a porta bruscamente, me sentindo brutalmente ofendida.
– Olha, ela fala algo além de uma palavra.
– Calado - disse - não estou com ciúmes.
– Por que está tão furiosa então? - ele escondia um sorriso no fino traço que seus lábios formavam.
– Estou cansada e estressada, Loki - o fitei pegando minha faca - e preciso dar uma volta.
– Para...
– Não venha atrás de mim, por favor - pedi abrindo a porta, sem olhar uma única vez para trás, fui caminhando em direção á Ponte do Arco Íris e desejava que ninguém estivesse lá, ninguém mesmo. Era tolice minha, não era? Claro que era, mas eu não estava com ciúmes, apenas confusa. Eles eram tão chegados. Para quem não tinha ninguém Loki estava muito bem acompanhado antes de me conhecer. No momento em que saía do Salão esbarrei em algo, certo, esbarrei em alguém e foi quando Laurie me deu o maior sorriso do mundo, e eu senti vontade de empurrá-la em direção ao abismo. Mais uma vez eu estava sendo ridícula, eles eram só amigos.
– Você pode ler mentes, certo? - ela perguntou.
– Sim - respondi - por quê?
– Leia a minha - ela ordenou e por um instante não queria seguir a ordem, mas foi mais forte do que eu.
"Ele é meu."
Minha expressão mudou, ela percebeu. Com certeza meus olhos ficaram em um tom vermelho, mas eu estava mais com medo do que tudo. Nunca tive que "dividir" Loki com ninguém, na verdade, pensava que ele não tivesse ninguém além dele mesmo. Um pouco egoísta, eu sei, mas era verdade. Ela percebeu minha expressão e sorriu dando uma piscadela, eu assustei e ela então passou do meu lado me empurrando com o ombro, eu poderia correr até ela, mas corri na direção oposta.



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