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História Don't go again, Loki. - Para sempre (final).


Escrita por: Seola______

Capítulo 17 - Para sempre (final).


– Filho?! – Laurie gritou fitando Loki – ela...

E então fitou Kyra, quem mantinha os olhos fechados evitando que mais lágrimas escorressem. A única coisa que Kyra não queria era perder o bebê. Laurie então soltou Kyra que abriu os olhos afastando-se da garota. Ninguém havia entendido nada, mas Laurie fitava Loki com os olhos marejados, parecia que ela ia chorar. E foi o que fez. Mas não caiu no chão aos prantos, como todos pensariam que seria, ela parecia cada vez mais furiosa e a situação só piorou quando Loki correu até Kyra para protege-la assim que Laurie soltou-a.

– Um bebê?! – Laurie gritou, as lágrimas escorrendo – EU quem deveria ter um filho seu, Loki! Eu! Não ela – apontou para Kyra com a faca – por que você tinha que aparecer e estragar tudo, hein? Sua desgraçada! É bom que esteja nos braços de Loki, acho muito bom, pois assim eu mato: você, Loki e esse patético bebê que...

– Já chega! – Odin berrou erguendo sua lança para cima de Laurie – o meu maior erro foi trazê-la de volta! Não sei onde estava com a cabeça. Loki mudou, mas fui tolo em pensar que o mesmo tinha acontecido com você!

Foi quando Laurie avançou para cima de Kyra novamente, e pela primeira vez Kyra estava tão assustada quanto os demais, Odin também estava, mas era menos perceptível do que Loki e Kyra. Kyra abraçou Loki segurando o choro novamente, e ele então a empurrou para trás ficando na frente da noiva. Loki se arrependia com todas as forças de não ter acreditado na garota antes, Laurie era uma louca e ele se sentia mal por não ver isso antes. O braço de Kyra estava ardendo, e ainda não tinha parado de sangrar o pescoço dela também estava sangrando, e ela podia sentir o sangue escorrer por cima de sua roupa, ela estava apavorada, não queria de jeito nenhum perder o bebê.

– Thor! – Odin chamou – prenda-a.

– Não chegue perto de mim, deus do trovão! – ela gritou – eu não tenho medo de você.

Ela apontava a faca para o rosto de Thor que estava furioso, ele jogou o martelo na garota e ela voou longe, bateu na parede distante de onde todos estavam e então sorriu, mas então seu sorriso sumiu, quando Kyra deu um grito ainda atrás de Loki, ele imediatamente virou-se para ver o porquê e novamente ela tinha sido puxada pelo cabelo por Laurie, quando Loki avançou junto com Thor ela colocou a faca na ferida já aberta do pescoço de Kyra e no momento em que Loki avançou ela fez um corte maior, o que fez com que Kyra gritasse, ela queria chorar, e, como não estava aguentando foi o que fez.

Loki nunca tinha visto-a chorar daquela maneira, nem ninguém ali presente. Ela parecia terrivelmente desesperada e era o que Kyra estava sentindo: desespero.

– Não Laurie – Kyra sussurrava de olhos fechados – por favor, não.

– Cala essa boca – ela puxou o cabelo de Kyra.

– Laurie, larga ela – Loki disse.

– Afaste-se! – Laurie gritou.

– Podemos resolver isso – Loki não sabia o que falava, ele estava arrumando um jeito de blefar – não vou deixar que ninguém a machuque, mas por favor, solte a Kyra – ele fitava Laurie bem nos olhos – eu sei que é difícil não matar alguém que odiamos, mas para que você vai mata-la? Eu pertenço a essa garota que você está prestes a matar – ele fitou Kyra quem chorava – eu a amo, Laurie e chegou a hora de aceitar isso. Matá-la não vai fazer com que eu te ame – ele então respirou fundo – nada vai fazer com que eu ame alguém, mais do que eu a amo.

– Como...? – Laurie tentava gritar, mas nada saia de sua garganta.

– Eu não me sentiria bem mentindo para você, te manipulando – Loki a interrompeu – você foi minha melhor amiga, mas agora, você é só um mostro tentando matar a mulher que eu amo e que está esperando um filho meu. Eu nunca te amarei, Laurie, nunca. Agora solte-a.

Ela então fitou Loki, parecia cada vez mais furiosa e Loki estava deixando de ficar apavorado e estava começando a ficar nervoso, ela então levantou a faca de modo que a enterrasse no peito de Kyra, Loki não pensou duas vezes e pulou em cima da Laurie, com o impacto ela voou para trás e tentou puxar Kyra pelo cabelo, mas Kyra foi rápida o suficiente para fugir. Thor foi correndo até Loki para ajuda-lo e Sif foi até Kyra para, desta vez, puxá-la para longe. Sif não se importava muito com Kyra, mas estava mais do que preocupada com a garota, Kyra estava com o braço sangrando e agora, mais do que nunca, o pescoço.

Assim que Laurie percebeu que Thor corria em sua direção e Odin estava mais atrás, ela desistiu. Fitou Loki que estava segurando-a furioso e então sorriu. Ele não entendeu o porquê, mas ele a segurava pelos pulsos, com tanta força que estava machucando, mas ele não estava importando, ele só sabia que não conseguia mata-la. Saiu de cima quando Thor o puxou para que ele não fizesse nada pior, Loki ficou sentado na Ponte fitando Odin e Thor levantarem Laurie e entregarem-na para alguns guardas que com certeza a prenderiam até Odin resolver o que fazer com ela.

Kyra estava abraçada á Sif quando percebeu que Loki estava sentado na Ponte, ela lançou um rápido olhar para Sif quem deu um fraco sorriso e um aceno de cabeça, soltando-a para ir até Loki. Kyra foi andando até o deus, seu noivo, e então sentou-se do lado dele, Loki virou seu rosto para fita-la, ela ainda estava com cara de desesperada, mas certamente bem mais aliviada. Eles não falaram nada um com o outro, e Kyra o abraçou, ele a apertou forte entre seus braços e escutou os soluços da noiva, não sabia o que falar e pela primeira vez não fazia questão.

Kyra estava aliviada por tudo enfim ter acabado, por Laurie ter sido presa, por Loki ter percebido que ela falava a verdade, nada além da verdade e principalmente pelo bebê estar bem. Mas por um lado, ela estava se sentindo mal, a garota que Loki confiou todo esse tempo, a garota que lhe entendia quando pequeno estava indo, presa por guardas, pronta para ser banida mais uma vez e pela primeira vez, Kyra não sentiu raiva de Laurie, sentiu pena da garota por Loki.

– Está tudo bem – Loki se soltou de Kyra, fitando-a nos olhos – desculpe não acreditar em você.

– Não se desculpe – Kyra respirava fundo – Loki, estou com dor.

– Você está toda cortada – ele disse passando a ponta dos dedos no pescoço de Kyra.

– Não – ela então ficou preocupada novamente – Loki, minha barriga está doendo.

Ele então a fitou, não seria possível que ela estava perdendo o bebê.

– Levante – ele disse ajudando-a a ficar de pé.

– O que vamos fazer? – ela perguntou.

– Mãe?! – Loki berrou – tem algum medicamento, flor, alguma coisa para... Parece que Kyra está... Meu filho.

Frigga então fitou-o completamente assustada, puxou Kyra pelo pulso e junto com Sif foram para a suposta enfermaria, Loki não queria deixa-la novamente, mas não suportaria saber que Kyra tinha perdido o bebê.

– Por que não nos contou? – Odin parou atrás de Loki.

– Sobre o que? – ele se virou com a mesma expressão fria de sempre.

– Você será pai – Odin disse.

– Você sabia – Loki balançou a cabeça – com todo aquele papo de que somos bem vindos aqui, assim como a família que está por crescer, por que quer que eu lhe dê explicações agora?

– Eu não sabia – Odin disse ríspido – eu apenas disse, eu realmente não sabia. Assim como Thor, Volstagg, Frigga, e todos os outros, por que...

– Thor sabia – Loki cortou-o – ele ficou sabendo no dia em que você foi para Ezkeirdh levar o pai de Kyra. Não culpe-o por não ter dito nada.

– Eu não... – Odin tentou falar.

– Loki, você está bem? – Thor perguntou.

– Não – ele admitiu – eu não estou nada bem. Eu não acreditei em Kyra quando ela disse tudo sobre Laurie, eu preferi conversar com Laurie e Kyra ao mesmo tempo, eu não acredito que pude acreditar em Laurie todo esse tempo – ele balançou a cabeça – ela... – ele respirou fundo, e então disse com seu ar de loucura que Odin e Thor não viam há meses – Se Laurie tiver feito com que Kyra tenha perdido nosso filho, eu mato ela.

Thor, Odin e Volstagg não falaram nada. Só viram o frio Loki afastar. Parecia que ele estava de volta e frustrado com seus próprios erros.

– Eu ficarei bem? – Kyra perguntava – estou toda dolorida.

– Ficará querida – Frigga respondeu-a sem suavidade na voz, estava tão preocupada quanto os demais – Sif, cuide dela enquanto eu pego algumas... Plantas, flores... Só... Cuide dela.

– Pode deixar – Sif respondeu.

– Obrigada – Kyra disse fitando o braço machucado.

– Pelo o que? – ela perguntou – eu não fiz nada.

– Por me abraçar e indiretamente me proteger – Kyra fitou Sif dando um fraco sorriso.

Sif deu uma fraca risada – Não há de que.

O silêncio preenchido depois do agradecimento só foi preenchido quando Frigga voltou, Kyra tinha grande parte do seu vestido rasgado e sujo, ela entrou na sala com Sif, e por mais que estivesse amedrontada, tentava não se desesperar. Loki passava pelo corredor furioso, mantinha a cabeça abaixada, a expressão séria e os punhos cerrados. Assim que chegou na porta da prisão subterrânea de Asgard, mandou que um dos guardas a abrisse e dissesse qual era a cela de Laurie, ele foi seguindo o caminho indicado e assim que parou do outro lado das grades, viu a garota deitada no chão, chorando. Ele não sabia se era de arrependimento ou por não ter conseguido o que queria: ele.

– Levanta! – ele gritou, seus olhos a fitavam com tanto ódio que ele estava incapaz de controlar.

– Loki? – ele soluçou sentando-se na cela.

– Escute, Laurie – ele chegou bem próximo ás grades – eu nunca a amei, nunca irei amá-la. Sabe por que eu gostava tanto de você? Porque eu não queria me encrencar com Odin e mandava você fazer as coisas no meu lugar, e você fazia, e eu saía ileso e você se ferrava e depois de tudo, você ainda sim me perdoava, de tola que era, é e sempre será. Quando você foi banida, eu fiquei mal – ele a fitava cuspindo tudo para fora – eu queria matar os guardas que te mandaram embora, mas não sorria ou se sinta especial, eu sabia que naquele momento, as coisas que eu fizesse, eu sofreria. Não teria minha cobaia – ele apontou para ela.

– Não seja rude – ela se encolheu na cela.

– “Não seja rude”? – ele sussurrou – você não quer que eu seja rude?! – ele gritou, ela estremeceu – você tentou matar a mulher que eu amo! Você sabe como foi difícil vê-la chorando enquanto você cortava o pescoço dela? Eu quero te matar agora – ele pulou nas grades o que fez Laurie dar um salto para trás – mas eu infelizmente não posso fazer isso. Kyra está prestes a saber se perdeu o bebê! Meu filho! – ele balançou as grades – eu... Eu quero matar você, Laurie! Matar! – ele gritou.

Ele então se soltou das grades e deu três passos para trás, totalmente ofegante. Laurie fitava-o, inteiramente assustada.

– Eu amo aquela garota. Aquela que você cortou o pescoço, o braço e sei lá mais onde. Eu não sei o que Odin fará com você, mas se você tornar para perto de mim, Kyra e de minha família, eu juro – ele fitou-a bem nos olhos – eu juro Laurie, que eu mato você, eu juro. Espero que você tenha entendido, Laurie.

Ela então ficou fitando o ar enquanto escutava os passos de Loki cada vez mais distante. Ele estava furioso, completamente furioso, não queria perder seu filho, ele então voltou a caminhar até onde Kyra estava sendo cuidada pelos preparativos de Frigga, entrou na porta branca e então Kyra sorriu por vê-lo, ele deu um fraco sorriso e fitou Frigga como se estivesse implorando para ela fazer algo. Foi quando ela jogou algum líquido no machucado de Kyra e ela desmaiou, como já era de se esperar.

Assim que Kyra abriu os olhos, depois de ter dormido mais de uma semana, ela estava sozinha no quarto de Loki, suas pernas estavam dormentes, mas nada preocupante. Ela então sentou-se na cama e passou a ponta dos dedos em seu pescoço, não tinha nada além de uma cicatriz. Ela se pôs de pé e então correu ao banheiro, vomitou no mesmo instante, ela já devia começar a se acostumar, afinal, estava grávida e os enjoos eram normais. Ela sentiu seu corpo gelar enquanto escovava os dentes pensando nisso. Ela então correu para o lado de fora do quarto, e assim que abriu a porta Loki estava parado perto da mesma, ela deu um impulso do chão o abraçando.

– Como se sente? – ele perguntou sorrindo e fechando a porta do quarto.

– Bem – ela foi até a cama – como... Eu perdi...?

Ela não conseguiu continuar e Loki sentou-se na cama ao lado dela – O bebê está bem, tem dois meses, e breve sua barriga começará a crescer.

Ela percebeu o sorriso bobo no rosto de Loki e então lhe beijou. Ele deu passagem á língua de Kyra, estava sentindo falta dos beijos da garota, de abraça-la, de sentir o calor de seu corpo, ele estava sentindo falta de tudo aquilo, e agora, sabia que estava tudo em paz, ele queria tranquilidade, desejava tranquilidade. Ela quebrou o beijo o fitando nos olhos, ele sorriu olhando nos olhos azuis turquesa da garota, e ela então disse:

– Eu amo você.

Ele sorria – Eu amo você – ele então fitou a barriga dela – e brevemente, você – apontou para a barriga.

Kyra riu – Você será um ótimo, pai.

– Eu tentarei.

Ela então o abraçou e perguntou – Quanto tempo eu dormi?

– Três semanas.

– Três semanas?! – ela perguntou assustada, voltando a fita-lo.

– Sim – ele riu – você tinha machucados bem ruins – ele disse fitando o pescoço dela – principalmente o do pescoço, ficou cicatriz – ele não sorriu – e você está grávida, grávidas dormem mais.

– E choram mais – ela riu esfregando os olhos – eu não queria chorar quando Laurie enfiou a faca no meu pescoço, mas...

Ela então se calou, Loki ficava desconfortável com o assunto.

– Desculpa – ela pediu – não falei por mal.

– Sei que não – ele riu fraco – Frigga quer vê-la.

– Para quê?

– Nós ainda vamos nos casar, não vamos? – ele riu.

– Claro – ela ficou de pé – entendi – ela sorriu em seguida – trocarei de roupa, e irei.

– Obrigado – ele sorriu sentando na cama novamente – estarei aqui.

– Certo – ela sorriu indo para o banheiro segurando um vestido.

Ela o vestiu e então foi andando junto com Loki para o Saguão, onde Frigga estava. Ela sorriu ao ver Kyra bem e enfim, acordada. Kyra foi com Loki até onde Frigga escolhia algumas rosas brancas na mesa, ela queria a ajuda de Kyra para criar o buquê com flores simples, já que o buquê com flores mágicas estava lhe dando enjoo. Kyra não teve o que questionar, estavam perfeitas e Frigga então saiu dali de modo que os deixassem com Odin, quem queria conversar com os dois.

Ele deu um fraco sorriso ao ver que Kyra enfim estava bem, mas o sorriso foi mais um alivio por ver Loki com uma expressão mais suave. Ele então resolveu ser simpático com Kyra:

– Que bom que está bem – ele deu um fraco sorriso – como se sente?

– Bem – ela sorriu – obrigada.

– Está tudo certo com o bebê?

– Sim – Kyra respondeu pousando suas mãos na barriga – ele parece bem.

– Isso é bom – Odin então fitou Loki – já lhe disse sobre a data do casamento?

– Não é certo – Loki fitou Odin.

– Mas deve atualizá-la.

Loki virou-se para Kyra – Estávamos pensando em fazermos um casamento antes de sua barriga ficar grande, porque minha mãe quer que você use o vestido dela e... – ele revirou os olhos – Thor e Odin ainda estarão aqui.

– Temos uma missão, logo depois – Odin explicou – se concordar com a data, vamos depois, se não, vamos e depois o casamento acontece.

– Certo – Kyra olhou Odin e em seguida virou-se para Loki – qual é a data que pensaram?

– Daqui á três dias.

– Três... – Kyra fitou Loki com os olhos arregalados – Dias?

– Eu falei que era muito breve – ele fitou Odin, voltou seu olhar para Kyra – e era apenas um pensamento.

– Não, eu... Não quis que parecesse que eu não gostei – ela riu baixo – eu... Eu acho uma ótima ideia.

– Mesmo? – Odin e Loki perguntaram juntos.

– Sim – ela riu fitando Loki – eu achei uma perfeita ideia na verdade.

– Bem... – Loki então fitou Odin – daqui á três dias, nos casaremos.

Kyra sentiu um frio na barriga, e por alguns segundos achou que ia vomitar, mas sorriu tentando parecer tranquila. A ideia de casar com Loki era incrivelmente perfeita, mas ao mesmo tempo amedrontadora. Ela sorriu e Odin pediu para que ela visse com Frigga o que tinha que opinar, afinal, era seu casamento e ela tinha que dar suas dicas, suas ideias. Ela então se separou de Loki indo para a área externa de Asgard, ela havia perguntado um dos guardas onde Frigga estava e eles a disseram. Kyra nunca havia ido naquela direção, na verdade, ela sempre passara direto, saia da porta e logo em seguida ia para o fim da Ponte, na maioria das vezes quando queria pensar, ou lutar com alguém.

Ela entrou por um caminho á sua direita, e então paralisou. Estava maravilhada com o que via, por isso nunca tinha visto aquele lugar. Ela sorriu quando viu algumas árvores, parecia o alto de uma montanha bem verde. Kyra sorria enquanto Frigga arrumava algumas coisas em cima de uma das árvores, ela estava decorando. Kyra estava se sentindo um pouco mal por não ter sido comunicada sobre o casamento, e, mesmo sem saberem se ela concordava ou não com a data, já estavam arrumando tudo. Ela então colocou um sorriso no rosto e foi até Frigga quem sorriu vendo que ela estava com um sorriso vendo a maioria dos preparativos.

– Desculpe – Frigga pediu – mas eu tomei a liberdade de preparar tudo, mesmo você não tendo dito que a data estava boa, e continuo fazendo isso... Você aceitou a data?

– Claro – Kyra riu fraco – achei a data perfeita, assim como a decoração, uau, Frigga.

– Oh, obrigada – ela riu suavemente – mas ainda está longe de terminar. O que você acha? Adoraria que você opinasse.

– Acho que mais flores e decorações leves em volta da árvore ficaria bom – Kyra foi sincera – nos bancos... Terá bancos, não terá?

– Claro – Frigga riu – ou onde sentaremos?

– Claro – Kyra riu um pouco sem graça.

– Kyra, querida – Frigga então soltou uma das flores e fitou Kyra – eu gostaria de lhe agradecer.

Kyra somente sorriu, esperou a explicação.

– Você mudou Loki – ela então começou a explicar com sua voz suave e um sorriso no rosto – sei que de inicio não gostei muito desta ideia, mas eu estava preocupada com ele. Achei que você tinha feito algo, não me leve a mal – ela riu – eu sei que não fez, mas Loki nunca foi o garoto amoroso, eu soube que ele estava apaixonado por você, no momento em que chegaram. Eu entendo bastante dessas coisas, e de verdade, ele nunca sentiu por ninguém o que ele sente por você. O amor que ele tem por você, é aquele tipo de amor raro, aquele amor, que todos sabemos que durará, aquele tipo que, apesar de todas as dificuldades, todos os obstáculos, ele permanecerá. Eu vejo Loki ao seu lado, por anos e anos e várias crianças, lindas crianças – ela sorriu fitando Kyra – você mudou Loki com toda sua doçura, com toda sua coragem, com toda essa pose de durona, que é idêntica á dele: é fácil de quebrar – Frigga riu suavemente – não me leve a mal novamente, sei como você é forte e como pode suportar as coisas, você suportou coisas demais desde que resolveu enfrentar tudo e todos ao lado de Loki, e isso, esse fato de não desistir de Loki, é o que mais admiro em você, Kyra. Então, este é meu agradecimento. Ele não é meu filho de sangue, mas eu o amo como se fosse.

Kyra sorriu – Oh, eu... Não tenho o que falar. Mas eu o amo, sempre o amei, desde que começamos a ficar mais próximos e tenha certeza Frigga, que nunca desistirei de Loki. E você não tem o que me agradecer, sou grata por ter salvo minha vida e a vida do meu bebê. Obrigada.

Frigga então sorriu e voltou a arrumar algumas coisas com a ajuda de Kyra. O casamento seria em três dias, e aquilo apesar de bom, era agonizante. O estômago de Kyra embrulhava só de pensar em como seria, mas ela ficava feliz por enfim, passar toda a eternidade ao lado de quem ama, ao lado de Loki. Ela então sorriu sozinha enquanto enfeitava os bancos, Frigga percebeu quão azuis os olhos dela estavam e sorriu vendo-a incrivelmente feliz arrumando as coisas do seu próprio casamento.

Frigga ainda tinha um último vestido para dar á Kyra, o vestido de casamento. O vestido seria de renda branca, mas na maior parte seria dourado. Os fios de ouro faziam parte de mais da metade do vestido. Frigga disse que a tradição de manter o vestido longe dos olhos do noivo era essencial, e por isso, o vestido ficaria no quarto de Frigga e no dia do casamento, ela trocaria no quarto de Lady Sif e com a ajuda de algumas pessoas ela se arrumaria para o grande dia de sua vida.

Loki não estava menos nervoso, ele apenas sabia disfarçar bem, como sempre disfarçou o ódio por Thor, durante anos. Mas ele não sabia mais como ficar parado, ele pensava no casamento quando estava parado, e isso o deixava nervoso. Ele sabia que seria uma coisa boa, ele a propôs porque ele teve certeza de que Kyra era e é a mulher certa para o resto de suas vidas e ele estava contente de se casar, estava inteiramente contente por isso, mas ao mesmo tempo, estava nervoso. Balançou a cabeça e resolveu ir até a Ponte para treinar sua luta, sozinho, desta vez não queria ninguém.

– Bem – Frigga sorriu ao lado de Sif – tenho uns últimos preparativos, mas, até agora está tudo certo – ela sorriu – vocês casam em três dias.

Kyra somente sorriu. Naquela noite, ela e Loki não conversaram muito, ele estava exausto e ela nervosa a ponto de não querer tocar muito no assunto, ao longo do dia seguinte, eles conseguiram ficar sozinhos e então, resolveram conversar, sobre qualquer coisa, menos sobre o casamento. E foi até relaxante para ambos, Kyra teve uma boa noite de sono e Loki nem tanto. Na véspera do casamento, Frigga ainda fazia alguns ajustes pelo local aonde iriam se casar, Kyra precisava ir até Ezkeirdh convidar seu pai para seu casamento, e Loki iria junto. Era convite de ambos, o resto dos poucos convidados já estavam cientes, e Kyra esperava que o pai não ficasse com raiva por ela estar fazendo o convite tão em cima da hora. Os dois então foram até Heimdall quem – pela primeira vez – deu permissão total á Loki.

Em questão de segundos, eles estavam em Ezkeirdh e estava tudo tão diferente que Kyra quase não reconheceu o próprio Reino. O enorme muro envolto aos portões tava agora coberto de folhas e flores, estava mais vivido, mais colorido. Ela sorriu. Assim que entraram no Palácio ela percebeu que estava tudo em ordem novamente, todos pareciam felizes e o Palácio estava com o mesmo colorido de quando era pequena, tudo havia voltado á seus conformes e aquilo a deixava feliz, imensamente feliz.

Eles foram caminhando pelo corredor principal, onde, da ultima vez em que estiveram ali, Kyra matou vários de uma vez só. A enorme porta se abriu dando um enorme barulho e, quando entraram no Saguão do Palácio perceberam que estava tudo muito diferente. A mãe de Kyra mantinha o Palácio escuro, com tons de cores bem frias, mas, naquele momento o Palácio estava bem claro, as paredes pareciam recém pintadas em tons brancos e dourados. Mas o que mais iluminou o local foi Kyra ter visto seu pai de volta, sentado em seu trono de prata, com sua coroa. Aquilo a deixou mais feliz, saber que tudo estava nos conformes, porque o pai estava de volta.

– Filha! – o pai ficou de pé descendo os degraus indo até a filha no centro do Saguão, a abraçou com força e em seguida deu um fraco aperto de mão em Loki – avisaram que viria, a que devo a honra?

– É bom ver que tudo está nos conformes – ela riu fitando ao seu redor.

– Isso aqui estava horrível! – ele revirou os olhos – não sei como sua mãe pode deixar chegar naquele estado.

– Fico feliz que esteja de volta.

– Eu também, querida, eu também – ele riu.

– Bem – Kyra sorriu, lançou um rápido olhar á Loki.

– Gostaríamos de convidá-lo para nosso casamento – Loki então disse.

– Ah, eu sabia que estavam noivos, mas já casarão?

– Sim – Kyra riu fraco – amanhã.

– Oh! – o pai parecia um pouco surpreso, mas sorriu – minhas felicidades ao casal!

– Obrigada, pai – Kyra agradeceu – significaria muito para nós se você fosse.

– Mas é claro que irei – ele riu – só não esperava que fosse tão cedo.

– Acredite – Kyra riu – nem eu.

Foi quando um enorme sino bateu, Loki não entendeu nada, mas é claro que Kyra e o pai sabiam que era hora do jantar. O pai os convidou:

– Ficarão para jantar?

Kyra fitou Loki.

– Ahn... – ele gaguejou – claro.

– Ótimo! – o pai de Kyra sorriu – vamos para a sala de jantar.

Loki não conhecia aquela parte do castelo, atrás da cadeira tinha uma enorme porta de prata, onde eles entraram. A sala a seguir era enorme, realmente enorme. Não tão grande quanto o Saguão de Valhalla, mas sim, era enorme. Tinha uma mesa também grande bem ao centro e alguns empregados estavam servindo, colocavam vários tipos de comidas, Kyra não aguentaria comer muito, pois a maioria das coisas lhe dava enjoo, era coisa normal de grávida. Ela então fitou o pai esperando para lhe dizer em que lugar ela deveria sentar. Ele apontou para a cadeira da garota, a terceira á sua direita, onde sentavam todas as filhas e ela escolhera a terceira cadeira para ficar de frente á Ekill, seu amigo, que agora não estava mais vivo – provavelmente.

Loki acabou sentando ao lado de Kyra e ela então apertou a mão dele por debaixo da mesa, de modo que o tranquilizasse. Não que ele estivesse nervoso, ele apenas não estava tranquilo para o casamento. Ele não sabia o que fazer ou o que falar e esperava que fosse tudo muito rápido e tradicional. Mas naquele momento ele estava certamente nervoso, era sua primeira vez ao lado do pai de Kyra e ele não sabia o que fazer, ele não sabia se sorria para o que ele falava, se mantinha sua postura séria, se puxava algum assunto, se perguntava algo. Ele optou pelo silêncio, que era preenchido de algumas risadas e algumas lembranças de infância de Kyra e seu pai, mas Loki sabia que aquela conversa estava deixando Kyra tão desconfortável quanto ele. Não por mal, era apenas inacreditável seu pai estar de volta, depois de tanto tempo desaparecido.

– Loki é bom com magia também – Kyra disse quando serviram a sobremesa – na verdade, ele é muito bom.

– Mesmo? – o pai de Kyra perguntou diretamente para Loki.

– Mesmo – ele respondeu dando um fraco sorriso, realmente fraco.

– Eu não acreditava na existência de Asgard, não total – o pai de Kyra dizia sorrindo – Kyra sempre acreditou, ela pegava nosso livro de lendas e pedia para ler para ela, para ensiná-la a ler e – ele riu – por incrível que pareça, ela sempre gostou mais de saber da sua história, Loki. Parecia que ela já sabia que o conheceria. Mas é claro que não, ela apenas gostava de como você era. O que é incrível, porque agora vocês irão se casar.

Kyra riu – É realmente incrível.

Loki somente assentiu dando um sorriso um pouco maior, ele apertou a mão de Kyra. Ele não tinha o que falar e esperava que a garota o auxiliasse em algo.

– Mas então, pai – ela mudou de assunto depois de perceber o quão Loki queria que parassem de falar sobre aquilo – como conseguiu tanta gente de volta?

– A maioria do antigo povo não morreu, minha filha – ele disse saboreando a sobremesa de menta – eles conseguiram fugir, alguns permaneceram porque quiseram e também porque sua mãe não os deixou fugir, ela precisava dos mais fortes. Eu consegui trazê-los de volta.

– Isso é ótimo – Kyra sorriu e então fitou o pai – han... Pai?

– Sim? – ele tirou os olhos da sobremesa fitando a filha – Ekill... Ele está vivo?

Loki levantou seu olhar, nunca tinha escutado falar de nenhum “Ekill”.

– Sinto muito, minha filha, mas... Eu não o vi junto com os outros.

Kyra deu um fraco sorriso e voltou a fitar a sobremesa. Loki acabou perguntando por impulso:

– Quem é Ekill?

– Era meu amigo – ela deu um fraco sorriso – só quando pequenos, depois ele virou guarda e eu mal falava com ele.

– Ah, sim – Loki voltou a fitar a sobremesa.

Kyra sorriu e então fitou o pai – Pai, está na nossa hora. Amanhã tenho que acordar bem cedo para me arrumar – ela sentiu o estômago embrulhar – espero te ver lá.

– Eu estarei, filha – ele sorriu – eu estarei.

Eles então se levantaram e a porta de prata se abriu, talvez fosse algum guarda para comunicar algo ao Rei, mas Kyra ficou paralisada quando viu quem era, quando viu a mulher loira entrando pela porta furiosa, estava em seu melhor estado para... Uma morta.

– Mas como assim, papai? Você faz um jantar com a sua filhinha favorita e não chama a sua filha mais excluída? Não estou entendendo.

Kyra então fitou o pai, mas ela sabia que ele não tinha nada a ver com aquilo. Ele estava com a mesma cara de surpresa de sempre. Loki estava sem o cetro, achava que seria uma visita rápida, ele sequer tinha cogitado a ideia de ficar para jantar com o pai de Kyra e naquele momento, ele não estava entendendo nada. Foi quando a mulher loira foi andando até a mesa, parou em frente á Loki e o fitou:

– Você me é familiar.

– Eu nunca a vi – ele disse ríspido.

– Mas é claro que não – ela gargalhou – você é aquele deus que só apanha, aquele... Loki, não é?

Ele não disse nada.

– Claro que é – ela continuou a gargalhar – então, você é real? Uau, Kyra estava certa – ela fitou Kyra – achava que era delírio de criança, mas não, você ainda conseguiu fisga-lo, não conseguiu?

Kyra não disse nada, Loki pode vê-la segurando a vontade de chorar, ela fitava a mulher loira.

– E você, papai? Fiquei sabendo que você estava preso. Muito bom! Isso fez com que aprendesse algo? – ela riu e então subiu em uma das cadeiras, em seguida subiu em cima da mesa – você realmente sentiu minha falta?

– Mas é claro, minha fi...

– Não ouse me chamar de filha! – ela gritou chutando a comida e a louça que estava na sua frente – não ouse!

– Ela é sua irmã? – Loki perguntou sussurrando.

Ela virou-se de frente para Loki, seu cabelo loiro e liso voando para trás – Se eu sou irmã dessa filha perfeita? – ela apontou para Kyra – Não me admira que ela não tenha falado de mim – ela então abaixou-se na mesa, fitou Loki no fundo dos olhos – eu sou Prize, a irmã louca e bruxa que está morta.

Todos ficaram em silêncio. Prize estava de volta, e nem Kyra, nem seu pai faziam ideia de como. Muito menos Loki.

– Então vou poupá-los de perguntas – ela ficou de pé, andava pela mesa de madeira chutando toda a comida, talheres e pratos para o chão, Loki puxou Kyra para trás de modo que se afastassem da mesa, o pai de Kyra fez o mesmo, Prize chutava tudo olhando para seu pé – eu estou morta. Realmente – ela fitou o rosto de cada um presente naquela sala – eu não preciso de comer, de beber, de dormir, ir ao banheiro, estou morta. Mas, como podem ver estou em minha melhor forma – ela sorriu passando as mãos em seu corpo – eu descobri os livros de feitiços da mamãe, mas é claro, não contei para ninguém e pelo que parece, ela não deu muita falta na época – ela ia e voltava pela mesa, chutando o resto de comida e pedaços de pratos que ali estavam – eu achei um feitiço de imortalidade, não é um feitiço simples, era necessário um único material, um que ela nunca possuiria: você – ela fitou Kyra, Loki encarou Kyra e ela fitava Prize com os olhos cheios de lágrimas, ela gargalhou ao ver os olhares surpresos – certo, não exatamente você. Um pedacinho seu. Claro que ela nunca encostaria o dedo em você, com papai por perto, ele sempre te vangloriou, te tratou com todos os mimos e fazia tudo por você – ela não mostrou um mísero sorriso – aposto que ainda faz. Mas não quero saber – ela voltou a andar pela mesa, voltou com seu sorriso sarcástico – sabe essa cicatriz que você tem bem na sua nuca? – Kyra pousou a mão na nuca, ela nunca soubera da cicatriz, era como se tivesse acabado de tê-la – Yeah! – Prize gargalhou – essa mesmo, Kyra! É novidade para você, não é? Pois é, eu sou boa com minha bruxaria, eu peguei um pouco do seu sangue e por pouco não te matei – ela piscou parando de andar em cima da mesa, fitava Kyra – não era para ficar com cicatriz se eu não estivesse me divertindo tanto em ver seu sangue pingar – ela deu de ombros.

– Por que eu não me lembro?! – Kyra gritou dando um passo á frente, Loki a segurou pelo pulso.

– Calma – ela sorriu ainda sarcasticamente, voltou a andar em cima da mesa – estava prestes a explicar, sua impaciente – ela fitava seus pés, mantinha as mãos para trás e ainda sim sorria – eu sou boa com a magia, com a bruxaria mais ainda. Foi simples, eu apaguei sua memória. Eu podia ter feito isso com papai, para ele esquecê-la, mas eu ainda não seria a favorita, ainda tinha Virginia a favorita da mamãe – ela cerrou os punhos – gostei de saber que você matou-a – ela fitou Kyra gargalhando – sério, ao menos você prestou para fazer algo.

Kyra fitou o pai, quem mantinha os olhos fixos em Prize.

– Continuando – ela revirou os olhos – depois de conseguir seu sangue, depois de ter sido mais rápida que mamãe, eu “me matei” – ela fez aspas com os dedos – no dia seguinte em que foram me enterrar, eu já estava de volta. Eu realmente me matei, faz parte da bruxaria – ela riu – para conseguir imortalidade, eu tinha que morrer e depois voltar á vida. Simples, e não faria diferença – o sorriso dela sumiu, ela andava em direção ao pai, os punhos cerrados e então ela começou a gritar – AFINAL, NENHUM DE VOCÊS ME AMOU! NENHUM!

– Eu... – o pai tentou falar.

– Cala essa boca! – Prize berrou, levantou a mão direita e com seus poderes jogou o pai para trás.

– Prize! – Kyra gritou, ela virou o olhar para a irmã – estamos em Ezkeirdh.

– Jura? – ela foi sarcástica, não pulou da mesa, apenas flutuou – aqui não é minha casa, Kyra, nunca foi!

– Eu sofri com sua “morte”, papai sofreu.

– Não sofreram! – ela gritava – como vocês sofreram pela perda de alguém que não significava nada para vocês?! – ela estava cara a cara com Kyra.

– Estamos em Ezkeirdh – Kyra tornou a repetir.

– E daí? – Prize berrou e então fitou Loki – vou acabar com todo mundo, e esse Reino nunca terá existido! E daí que estamos em Ezkeirdh, Kyra? Isso não vai te ajudar em nada.

– Quando você morreu – Kyra dizia em um tom de voz baixo – eu li os livros.

Prize deu dois passos para trás.

– O que significa – Kyra prosseguiu – que assim como você – ela ergueu as mãos – eu tenho poderes.

E então Prize ficou no ar, Loki fitava Kyra quem somente olhava a irmã, foi quando Kyra falou:

– Olha, Prize – ela andava com as mãos erguidas, Prize não conseguia se mexer o que tornou tudo muito mais fácil – eu não sou tão poderosa quanto você, e além disso, você é imortal. Estou feliz por estar de volta, realmente estou, mas não vou facilitar nada para você. Há dois dias atrás, eu quase morri, por uma louca que perfurou meu pescoço, cortou meu braço. Há alguns dias mais atrás, pouco depois de ter a noticia que nosso pai estava vivo, eu descobri que estou grávida. Amanhã é meu casamento, e acredite – Kyra empurrou Prize na parede, subiu na cadeira e ficou de pé em cima da mesa – eu não quero morrer hoje!

Prize se levantava com certa dificuldade e então fitou Kyra quem estava furiosa. O pai de Kyra nunca havia visto a filha daquela maneira, assim como Loki que se mantinha parado perto da parede apenas observando o que estava acontecendo e acima de tudo tentando entender. Prize em um piscar de olhos foi parar em cima da mesa.

– Eu não quero machucar você, nem o bebê.

– Não precisamos fazer isso – Kyra a fitou afastando-se um pouco – eu não quero sentir o medo que senti há alguns dias atrás.

– Medo de morrer?

– Não tenho medo de morrer, Prize – Kyra parou na ponta da mesa – tenho medo de perder meu filho.

– Você é mais poderosa do que pensa, Kyra.

– Ah, eu sei – ela então ergueu as duas mãos – podemos conversar, fazermos isso como duas...

– Garotas civilizadas? – Prize leu a irmã rindo – não, você é civilizada.

– Não – Kyra fitou Prize com um sorriso nos lábios – eu era.

Foi quando Prize saiu correndo em direção á Kyra, ela fez o mesmo e assim que chegaram perto, Kyra ergueu uma das mãos, Prize fez com que o lustre caísse sobre a irmã, mas Kyra foi bem mais rápida, Kyra então empurrou Prize para uma das enormes janelas, e a força foi tanta que Prize foi parar do lado de fora, Kyra então fitou Loki e o pai quem estavam com a mesma cara, ela então gritou:

– Mantenham-se a salvo, não farei nada de mal com ela, prometo.

E então Kyra saiu pela mesma janela. Loki balançou a cabeça. Ela tinha poderes? Era a única coisa que não saia da sua cabeça, ele não sabia explicar como aquilo estava acontecendo, ele sabia que Kyra tinha lido os livros de sua irmã, que na verdade era de sua mãe, mas realmente não sabia que ela podia usar a magia, e mais, não sabia que ela tinha controle sobre toda essa magia.

Foi quando Loki se deu conta de que não estava fazendo nada para ajudar, estava parado, estático como um estúpido mortal. Ele podia ajudar, ele devia, ele queria. Foi então que correu até o pai de Kyra e ele disse que estava bem, e que sim, Loki deveria ajudar, Loki pegou a lança e o escudo de um dos guardas e correu para o lado de fora. Sabia que Prize era boa com a magia, mas se ela fizesse algo de mal á Kyra ele ia usar seus truques, ele estava sentindo falta de uma batalha de verdade. Ele chegou ao lado de fora e Kyra então o fitou, parecia que ela tinha uma proteção em volta de si, mas foi algo momentâneo, que sumiu assim que ela viu Loki, ele então sorriu e parou ao lado dela.

– O que está fazendo aqui? – ela perguntou.

– Nunca lutamos juntos – ele sorriu olhando para frente – acha mesmo que eu deixaria minha mulher e meu filho em perigo?

– Não somos casados ainda – ela corrigiu sorrindo.

– Não quero ser viúvo sem nem me casar – ele riu e então a fitou – onde está sua irmã?

– Ali – Kyra apontou para frente, Loki virou-se para olhar Prize voando em direção a eles, Kyra então finalizou – ela não é minha irmã.

Assim que Prize aproximou-se e percebeu Loki sorriu, Kyra leu o pensamento da irmã:

“Mais um para a festa”

Loki então agarrou a mão de Kyra, ela não entendeu e assim que piscou os olhos estava em outro lugar, bem atrás de Prize, foi quando ela percebeu que o truque em que ela e Thor caíam sempre, ele tinha feito com Prize. Quando Prize percebeu que eles não estavam parados ali, Kyra cutucou a irmã, Prize então virou-se para trás surpresa e Kyra deu um soco na irmã, que doeu mais nela mesmo do que em Prize quem cambaleou para trás. Kyra então deu um fraco sorriso e disse:

– Prize, eu não quero machucar você.

– Você me machucou no dia em que nasceu! – Prize a fitou com a boca sangrando – no dia em que nasceu e que papai olhou para você com aqueles olhos brilhantes, eu sabia que já não tinha mais valor!

– Ele ama você! Eu amo você! Prize, você não encostará um dedo em mim – Kyra fitava a irmã – eu não vou deixar, não por mim, porque se te fizesse sentir melhor, eu te deixava me bater, mas agora eu tenho um filho, tenho Loki, estou mais forte do que nunca. Eu tenho motivos para lutar, e você?

Era uma pergunta retórica, Prize sabia tanto quanto Kyra que depois que ela conseguisse o que queria – se conseguisse – ela não teria mais motivos para continuar viva e se tivesse, ela ficaria sozinha, abandonada. E não, Kyra não queria matar a própria irmã.

– Pare com isso – Kyra pediu.

– Eu não quero que seja tudo em vão! – Prize então fitou Kyra, ela queria chorar, mas segurava o choro – eu não fiz tudo isso para chegar aqui e não acabar com você, você acabou com a minha vida! Eu não tenho mais nada, eu só...

– Você tem a mim – o pai de Kyra e Prize disse atrás da filha, Prize se virou-se frente para o pai – não importa o que tenha feito, o que você passou, não há pedido de desculpas que fará com que se sinta melhor, ou que faça com que eu me sinta melhor. Desculpe, fui cegado por Kyra, mas eu sabia que ela especial, assim como você é e sempre foi, Prize. Não significou que eu não te amava, eu te amava, te amo demais, você é minha filha.

– Pare com isso! – ela gritou fechando os olhos, as lágrimas escorreram, ela então virou-se para Kyra – eu vou...

– Eu também amo você – Kyra disse com um fraco sorriso – você era minha irmã favorita. Tínhamos algo em comum: não nos dávamos bem com mamãe e Virginia.

Prize então fitou Kyra e ela sabia que estava tudo bem. Prize nunca foi má, sempre quis a atenção que nunca teve e estava há um mísero passo de ter toda a atenção que sempre quis. Kyra então sorriu mais abertamente e Loki fitou a família que parecia estar unida novamente.

– Eu sinto muito – Prize pediu correndo até Kyra a abraçando.

O abraço foi tão forte que fez com que Kyra cambaleasse, mas ela não caiu. Kyra fitou o pai que estava mais atrás sorridente e ela fez o mesmo. Eles tinham conquistado Prize de volta, e Kyra não podia desejar nada mais. Era mais estranho ainda, agora que estava se acostumando com a volta do pai, ter Prize de volta era estranho. Mas ela estava contente, tinha se livrado de uma morte, da perda do bebê e da destruição do Reino. Prize se soltou de Kyra e foi até o pai, o abraçando com força. Ela então fitou Loki e suspirou de alivio, ele então riu e sussurrou:

– Só porque eu estava animando com uma batalha né? – ele segurou o riso – você é má. Eu estava começando a me divertir.

Kyra riu, mas abafou a risada para não atrapalhar o momento pai e filha – Você terá muitas batalhas, Loki – ela o fitava.

– Espero – ele fitou o pai de Kyra – afinal, eu sou o cara mau.

E então a fitou, Kyra segurava o riso e ele lhe deu um rápido beijo, o que a fez rir. Prize e o pai fitaram a filha que foi para o meio deles.

– Depois desta longa noite – Kyra deu um fraco sorriso – preciso ir, não poderei dormir até mais tarde amanhã.

– Amanhã? – Prize perguntou.

– Ah, sim – Kyra riu – em Asgard eu não durmo dias, incrível, han?

Prize riu – Estranho – e então fitou Loki – cuida dela.

– Claro – ele disse um pouco sem graça.

– Eu adoraria vê-los amanhã, logo na primeira fila – Kyra sorriu.

– Estaremos lá, minha filha – o pai sorriu – prometo.

– Obrigada – ela fitou Prize – bem vinda de volta, irmã.

– Desculpe mais uma vez.

– Tudo bem – Kyra riu – até amanha.

Ela então foi com Loki até certo lugar, ele pediu que ela fechasse os olhos e antes de fechá-los deu uma ultima olhada em Prize e seu pai bem de novo, ela então sorriu, seu sorriso foi involuntário, mas ela sorriu. Era bom tê-la de volta, mesmo ela tentando mata-la, fora bem mais fácil do que Kyra imaginou, mas agora ela era uma mãe, não deixaria que nada de ruim acontecesse com seu filho, ou filha. Ela então abriu os olhos e percebeu que já estavam em Asgard. Foram caminhando para Valhalla e assim que entraram, Odin os fitou. Parecia preocupado, mas depois ele disse que só estava preocupado se os dois voltariam, Loki resumiu o que tinha acontecido, o motivo por terem demorado, falou do jantar, da confusão e da volta de irmã de Kyra e o único comentário de Odin foi:

– Sua família é bem resistente, hein?

Ela somente riu e então voltou para o quarto de Loki, mas no momento em que ia entrar, Thor a puxou pelo braço, Loki fitou Thor furioso.

– Solte-a.

– Desculpe irmão – Thor soltou Kyra rindo – mas os noivos não dormirão juntos esta noite.

– Por que não? – Loki perguntou.

– Eu tenho que me arrumar pela manhã, e você também. Você não poderá me ver com o vestido, Loki.

Ele a fitou – Isso é sério?

– Demais – Thor respondeu.

– Ela não vai dormir no seu quarto, vai? – Loki perguntou cruzando os braços.

Thor riu – Irá dormir com Sif, Loki.

– Eu amo você – Kyra respirou fundo e deu um rápido beijo em Loki – e acredite, estou tão nervosa quanto você.

– Eu não estou nervoso.

Thor e Kyra fitaram Loki segurando riso, Thor cruzou os braços e Kyra arqueou uma sobrancelha.

– Boa noite – Loki disse, deu um rápido beijo em Kyra e sussurrou – eu amo você.

Ela sorriu e na companhia de Thor foi para o quarto de Lady Sif, seu coração palpitando a mil, ela respirava fundo tentando ficar tranquila, mas a única coisa que conseguia pensar, era no casamento. Eles pararam á porta do quarto de Sif e Thor então sussurrou:

– Ela está um pouco nervosa comigo, ainda pelo que aconteceu – ele se referiu a missão á Terra – enfim, boa sorte amanhã, princesa. Não acredito que Loki se casará, mas é com você, então – Thor sorria – tudo bem. Nos veremos amanhã.

– Obrigada, Thor – ela sorriu.

Ele retribuiu o sorriso e saiu andando pelo corredor, lançou um único olhar para trás e então bateu á porta. Sif abriu na mesma hora com um fraco sorriso, parecia desapontada, ela pediu para que Kyra entrasse e ela se assustou com o tamanho do quarto, havia duas camas e ela se perguntava se haviam colocado a outra especialmente para ela.

– Thor estava com você? – Sif perguntou.

– Sim – Kyra respondeu entendendo a cara de desapontada de Sif – sinto muito.

– Tudo bem – ela balançou a cabeça.

– Você gosta dele?

Sif riu sentando-se na cama – Gostar? Eu amo Thor.

Kyra a fitou surpresa por ela ter dito tão facilmente, ela então sorriu forçado para não assustá-la, ela só não sabia o que falar.

Sif então fitou Kyra – Enfim, como se sente sabendo que se casará amanhã?

– Nervosa, com medo e enjoada – ela riu.

– Uau – Sif riu – bem, aconselharia a dormir, amanhã você acordará antes de todo mundo, será um processo bem demorado – ela balançou a cabeça – então, boa noite.

Kyra riu vendo Sif deitar-se em uma das camas, a outra só poderia ser a sua, ela caminhou em direção á cama, pegou a camisola que lá estava – Han... Sif?

– Estarei virada para o outro lado – Sif riu virando-se de costas para Kyra.

Ela trocou sua roupa e então deitou. Duvidava que conseguisse dormir sabendo que amanhã seria seu grande dia. Ela fechou os olhos, acabou dormindo e depois de muito tempo teve um sonho. Não era o um pesadelo, foi um sonho.

 

– Kyra?

– Mãe? Virginia? Ekill? – ela fitava todos.

– Sim, somos nós.

– O que...

– Queremos que saiba que estaremos com você, em todos os momentos da sua vida – Virginia disse – não tive culpa de ter sido quem fui, e lhe peço perdão, mas Kyra... Eu desejo sua felicidade, desejo que seja feliz com Loki, que seja feliz por nós três – ela sorriu olhando a mãe e Ekill.

– Ekill, você morreu?

– Sim – ele deu um fraco sorriso – na minha tentativa de fuga. Mas isto não vem ao caso, seja feliz, faça o que você gosta e ame todos como você sempre amou, Kyra. Estaremos com você.

Kyra não disse nada.

– Nós sempre iremos te amar – Debra falou – nós...

 

 

– Kyra? – Sif chamava-a devagar – está na hora.

Ela então fitou Sif que tinha um breve sorriso no rosto. Kyra então sorriu ficando de pé. O enjoo matinal de sempre estava vindo, e ela então empurrou Sif correndo para o banheiro do quarto da garota. Ela pediu desculpas pelo ocorrido e Sif disse que estava tudo bem. Kyra escovou seus dentes quando percebeu que suas coisas estavam no quarto de Sif, ela sentou-se na cama onde dormiu ainda recuperando-se do pequeno sonho, mas que significava muito para ela. Ela então sorriu para Sif respirando fundo, a guerreira percebeu que Kyra estava nervosa e resolveu puxar algum assunto para distraí-la, mas no instante em que começou a falar de suas missões, alguém bateu a porta. Sif abriu e era Frigga com o vestido em mãos, logo atrás tinha mais duas moças, uma baixa, magra e loira com olhos pretos como carvão, parecia que ia ajuda-la com a maquiagem e a outra, alta, com o cabelo ruivo tinha um sorriso no rosto, mas Kyra não sabia em que ela ajudaria.

Foi quando Frigga disse um bom dia cantarolando o que fez todas rirem, inclusive Kyra. Frigga pediu para que Kyra se sentasse em frente á cabeceira espelhada, de modo que as duas moças arrumariam seu cabelo e fariam a maquiagem. Ela só pediu para tomar um banho antes, porque teve uma noite um pouco tumultuada em Ezkeirdh e por mais que aquilo fosse atrasar, Frigga cedeu. Kyra não demorou muito no banho e assim que saiu deixou as meninas arrumarem-na. A loira fazia sua maquiagem enquanto a outra arrumava seu cabelo. Ela não sabia do que as maquiagens eram feitas e não sabia que usava maquiagem em Asgard, mas ela acabou dando de ombros.

Foi um processo demorado, Frigga e Sif não deixaram o quarto nem um instante. Sif sorria sonhando com seu dia enquanto Frigga relembrava do seu. Estava feliz em ajudar Kyra, principalmente em ceder o incrível vestido de seu casamento, o penteado e a maquiagem pareciam não ter fim, estava durando horas e isto estava preocupando Frigga. Quando terminaram, Kyra fitou-se no espelho surpresa com o que estava vendo, ficou alguns segundos olhando cada detalhe de seu rosto que estava incrivelmente perfeito, seus olhos ficaram azuis turquesas e ela abriu o maior sorriso que Sif, Frigga e as meninas tinham visto. Ela então riu, ficou de pé fitando Frigga e Sif ainda com a expressão surpresa.

– Você está linda – Frigga disse.

– Tenho que concordar – Sif sorria – você está mesmo linda.

– Obrigada – ela riu – eu... Uau.

Frigga então riu e pegou vestido em cima da cama de Sif, entregou a Kyra e pediu que ela trocasse no banheiro, e foi o que fez. Demorou um pouco para colocar o vestido, mas assim que o colocou e se fitou no espelho do banheiro de Sif, sorriu. Ela observou cada mísero detalhe do vestido de noiva, em grande parte ele era branco, mas tinha panos dourados por cima, a barra do vestido era de renda branca assim como o colo do vestido e as mangas cumpridas. Ele não tinha corpete, o que deixou Kyra bem satisfeita porque não queria nada apertando sua barriga. Ela novamente sorriu, o vestido tinha um decote em formado V, não grande, mas bonito o suficiente para deixar seu colo a mostra, sem vulgariza-la.

Frigga bateu na porta – Está tudo bem?

Ela sorriu se fitando no espelho – Sim, já sairei.

– Certo – Frigga disse do outro lado da porta.

Ela olhou para si mesma, seu rosto estava tão perfeito que ela nunca se imaginara assim. Seu cabelo estava preso em boa parte, mas grandes mechas caíam sobre seus ombros. Seu cabelo estava ondulado como sempre, e ela usava uma tiara, a tiara era dourada, mas tinha algumas flores de verdade. Parecia não terem cheiro, e isso facilitou muito para Kyra quem não estava enjoada. Ela então saiu do banheiro e os olhares foram direto para ela. Frigga sorria e parecia que iria chorar há qualquer momento, Sif somente sorria, não parecia com inveja ou raiva, ela estava contente por Kyra, não por Loki.

– Então – Kyra respirou fundo com um sorriso – como estou?

– Atrasada – Frigga riu – mas perfeita.

– Obrigada – ela respirou fundo – já está na hora?

– Sim – Frigga balançou a cabeça.

– Uau – ela riu e então balançou a cabeça – eu estou... Nervosa.

– É normal, querida – Frigga riu.

– É – Kyra sorriu quando abriram a porta, Thor estava do lado de fora. Ela então olhou para Sif.

– Han... – Sif ficou séria - colocarei meu vestido, e irei assim que estiver pronta.

– Por favor – Kyra pediu – esteja lá.

– Eu estarei Kyra – ela sorriu e então fitou Thor quem deu um fraco sorriso, ela ignorou – até mais.

Sif entrou para o banheiro e Thor fitou Kyra, depois de alguns segundos sorridente e surpreso, ele disse:

– Uau.

Kyra riu – O que faz aqui?

– Entrarei com você – Thor sorriu.

– Certo – ela sorriu.

– Irei para frente, ok? – Frigga sorriu, deu um beijo na testa de Thor e um na bochecha de Kyra – você está linda, meus parabéns pelo casamento, querida. Ele cuidará muito bem de você.

– Obrigada, Frigga. Por tudo.

– De nada, querida – ela disse suavemente e com um sorriso saiu sozinha.

As outras duas ficaram para carregar o vestido de Kyra, uma estava com um vestido roxo e outra com um vestido azul. Quando Thor deu o primeiro passo ele parou.

– Oh, espera.

Ele então tirou de algum lugar – um bolso, Kyra supôs – um broche verde escuro, ela então fitou Thor sem entender e ele riu, explicando:

– A cor de Loki – ele sorriu – achei que ambos gostariam.

– Eu adorei – ela disse observando Thor colocar o broche com a pedra esmeralda em seu peito.

– Pronta? – ele respirou fundo.

Ela sorriu um pouco trêmula – Sim.

Ele então sorriu e deu o braço á Kyra. Eles passaram pelo Saguão e saíram em direção á Ponte do Arco íris, eles viraram a direita e Kyra sorriu ao ver o locar todo enfeitado, estava nervosa e com a respiração ofegante, mas se acalmou no instante em que viu Loki no altar. Ele sorriu vendo que ela enfim estava pronta e perfeita. Ele observou cada detalhe do corpo de Kyra, seu vestido, tudo e viu em seu peito algo verde brilhar, ele então sorriu abertamente e ver aquele sorriso de Loki fez com que Kyra esquecesse todo o resto e ficasse tranquila. Ela sorriu, e a medida que caminhava até o altar com Thor á encontro de Loki, lembrou-se do seu sonho, olhou ao seu redor, viu seu pai em uma armadura chique e de prata, feita para ocasiões importantes, viu Prize em um vestido rosa claro e longo, o que a deixou muito bem, ambos sorriram para ela. Viu os guerreiros de Asgard e Volstagg era o que tinha o sorriso mais largo, ele viu quando ela quase morreu por causa de Laurie. Olhou á sua esquerda, Frigga estava lá com Odin, Frigga parecia emocionada, e pela primeira vez, Kyra viu Odin sorrir. Ele deu um breve aceno de cabeça e Kyra então viu Sif de pé mais ao canto, ela sorriu acenando para Kyra, estava em um lindo vestido vermelho, e com o cabelo solto e escorrido em seus ombros, o que fez Thor sorrir involuntariamente, mas todo mundo sabia que Thor pertencia á Jane e assim seria sempre. Ela então olhou para frente, olhou para Loki quem estava parado com seu sorriso mais bobo no rosto.

Quem imaginaria que ela, a garota abandonada no abismo por erro de sua mãe, agora estaria ali, se casando em Asgard? E que seu pai, vivo, estaria ali, sentado em um dos bancos bem ao lado de sua filha, que estava “morta”. Kyra nunca imaginava que teria sua família de volta, que se apaixonaria por alguém que julgavam inexistente, que se casaria com ele e teria um filho seu. Ela nunca imaginaria isso. Assim com Loki – e quase todas as pessoas á sua volta – não imaginaria que poderia se apaixonar perdidamente a ponto de fazer tudo por alguém, ele nunca fora capaz de amar realmente alguém, e foi a melhor coisa que ele podia ter feito: ter caído naquele abismo e ter conhecido Kyra. Ele não se arrependia de nada, ele sabia que as coisas dariam certo dali para frente, desde que a tivesse consigo.

Ela parou no altar e Thor sorriu entregando-a ao noivo. Odin levantou-se e ficou na frente dos dois, Kyra e Loki tiveram uma longa troca de olhares, ele sussurrou que ela estava linda, e ela disse o mesmo percebendo então, que ele estava com sua armadura de sempre, porém, parecia toda de ouro e sua capa estava em um tom verde incrivelmente perfeito.

A cerimônia foi rápida e sem interrupções, quando Odin deu sua benção para o novo casal, eles fizeram como qualquer humano faria em um casamento, eles se beijaram. Mas pelo fato de ter tanta gente em volta, foi um beijo rápido, mas sim, um beijo perfeitamente apaixonado. Os dois se fitaram e Kyra então sorriu, mas seu sorriso maior foi quando escutou Loki falar ao mesmo tempo que ela:

– Eu te amo.

Eles então perceberam que teria um almoço, ou algo parecido, mas quando Thor gritou “festa”, eles perceberam que era algo bem maior, voltaram para o Saguão e estava mais dourado que o normal, estava todo enfeitado, com a mesa cheia e tinha cada vez mais gente ali. Kyra abraçou Loki quando eles estavam em um canto e ele então a fitou, olhou para o broche e antes que perguntasse algo, ela o beijou. Mas o beijou com toda a vontade de sempre, ele cedeu o beijo a puxando para mais perto de si e os dois foram interrompidos pelo pai de Kyra, quem pediu desculpas, mas disse que precisava falar com ela.

– Desculpe – ele tornou a pedir, fitava Kyra e Loki, um por vez – desejo á vocês toda a felicidade que um casal merece, de verdade – ele então fitou Kyra – desde que fui libertado do feitiço, esse é um dos momentos mais felizes de toda minha vida, K.K – ele riu, Kyra também desta vez não segurou o choro – o momento mais feliz que tive, foi te ver no dia em que estava preso, por mais que estivesse amedrontada, foi bom vê-la. O segundo momento mais feliz foi ver Prize de volta – ele olhou para filha ao seu lado – por mais que ela tenha me machucado feio – ele riu, todos riram inclusive Loki – mas de coração, estou feliz que esteja de volta. Sei que ficará em Asgard, mas você sabe que Ezkeirdh sempre estará aberto para você, certo?

– Sim, eu sei – ela sorriu secando as lágrimas – obrigada por tudo, pai e você também, Prize. Eu amo vocês.

– Nós também te amamos, menina mimada – Prize riu a abraçando.

– Seja feliz – o pai de Kyra disse – estamos contentes por você.

– Obrigada – ela agradeceu.

– Cuide dela, rapaz – o pai de Kyra riu olhando Loki.

– Cuidarei – ele sorria.

O pai de Kyra somente sorriu e saiu dali com Prize, em seguida Thor vinha na direção dos dois com um pedaço de frango em mãos.

– He-ei! – ele gritou – viva Kyra quem conseguiu domar Loki.

– Cala essa boca – Kyra riu fitando Thor.

– Parabéns, casal.

– Obrigada – Kyra agradeceu e em seguida cutucou Loki.

– Obrigado – ele disse com má vontade.

– Ah, pare com isso Loki – Thor o abraçou.

– Argh, Thor – Loki o empurrava sem sucesso – me solte.

– Para de ser dramático, Loki – Thor berrava – você não é disso.

– Me solte! – Loki ordenava.

– Isso não vai funcionar, estou muito sentimental – Thor ria, Kyra também ria atrás de Thor fitando Loki.

– Você está gostando, hein? – ele fitou Kyra e não conseguiu não sorrir.

– Mas é claro que estou.

Thor riu soltando Loki – Pronto, morreu?

– O que? – Loki fitou Thor sem entender.

– Morreu por que te abracei?

Loki revirou os olhos e Thor viu um sorriso brotar nos lábios de Loki, era um começo. Thor então disse sério, mas sem tirar um sorriso do rosto:

– Meus parabéns, irmão. Desejo que seja feliz – e fitou Kyra – parabéns, Kyra.

– Obrigada, Thor – Kyra agradeceu.

– Thor – Loki o chamou assim que ele virou, Kyra assustou com o barulho da armadura de Loki batendo no peito de Thor, mas sorriu ao ver que Loki tinha abraçado Thor – obrigado – ele agradeceu.

– Não há de que – Thor sorriu, acenou e saiu dali.

– Você o abraçando? – Kyra perguntou segurando a mão de Loki junto da sua.

– Não posso ter meus momentos? – ele entrelaçou seus dedos aos dedos de Kyra.

– Pode e deve – ela riu fitando tanta gente espalhada pelo Saguão.

– Sabe quando me senti assim pela ultima vez?

– Quando? – ela virou seu rosto para olhá-lo.

– Quando nos beijamos pela primeira vez – ele sorriu – me senti feliz... Como nunca me senti antes.

– Loki – Kyra soltou a mão de Loki e virou-se de frente para ele – eu te amo e te amarei para sempre.

Ele sorriu – Eu amo você. Obrigada por quebrar meu jeito frio de ser.

– Você ainda é – ela disse segurando o riso e fitando o Saguão.

– Ainda sou o cara mau – ele disse também segurando o riso.

– Ainda bem que é – Kyra gargalhou, Loki a acompanhou.

Os dois fitavam o Saguão, todos pareciam felizes e contentes. Mas não mais que os dois, Thor, Rei Krumm, Prize, Frigga, Odin e Sif fitavam o casal a todo instante, os olhos de Kyra estavam verde água. Não porque ela estava normal, Kyra se adaptava bem as coisas e a partir daquele momento ela era oficialmente de Loki, e a cor de seus olhos refletiam seus sentimentos, e ela estava feliz, como nunca estivera antes, seus olhos verde água, indicavam a felicidade ao lado de Loki, a partir daquele momento, ela sabia que tudo havia mudado, para a felicidade da garota, tudo havia mudado para melhor, inclusive a cor de seus olhos, a cor verde água, transpareceria dali em diante sua felicidade.



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