Antes que eu pudesse chegar até a porta ela se abriu, revelando uma mulher de aparência simpática. Ela falou algo para mim em coreano, e apesar de não saber muita coisa da língua, consegui entender que minha avó estava na sala de jantar me esperando, então agradeci a mulher e a segui até a sala de jantar.
— Boa noite, Alanny — minha avó se levantou fazendo uma reverência, e eu fiz o mesmo.
— Me desculpe pela demora, devo ter deixado a senhora esperando por muito tempo.
— Não se preocupe, querida! — ela sorriu segurando uma de minhas mãos. — Sente-se, o jantar já irá ser servido.
Nos sentamos a mesa e logo o jantar foi servido, assim que as moças se retiraram finalmente me voltei para minha avó.
— Por que decidiu me chamar?
— Olha, me desculpe pelo que te fiz, querida… minha mente era tão fechada que não pensei sobre o quão normal é uma tatuagem. Você não é uma criminosa, não é uma vagabunda… eu não devia ter dito nada disso.
— Esquece isso, okay?
— Volta para casa, Alanny.
— Oi?
— Volte a morar aqui comigo, eu nunca devia ter te botado pra fora…
— E-eu preciso pensar…
— Então pense, querida, demore o quanto precisar… se decidir pode ligar para cá.
Algumas horas depois…
— Como foi? — Jay perguntou assim que entrei no carro.
— Ela quer que eu volte a morar com ela…
— E você vai?
— Eu não sei…
Algumas outras horas depois…
Eu: Simon?
Simon: Tô aqui
Oq aconteceu?
Eu: Eu falei com a minha avó
Simon: E noq deu?
Eu: Ela me chamou pra morar com ela
Simon: Q bom, vc n suporta o Jay mesmo
Eu: Aí q tá o problema
Ele é um tremendo fdp
Mas eu n quero deixar ele sozinho
;-;
Simon: VOCÊ TA GOSTANDO DO JAY???
Eu: Não
Sim
Não sei
Talvez
;-;
Simon: Porra Alanny eu n acredito -.-’
Eu: Sorry ;-; eu n sei na vdd
Simon: Eu desisto d vc Alanny -.-’
Eu [áudio]: Obrigada pela ajuda, viu? Nota dez pra você!
Simon: Larga de ser trouxa, obrigado
Eu volto quando vc n tiver mais tentando me matar
Eu: Eu desisto de você, Simon -.-’
— Que filho da puta… — me levantei da cama e fui para a cozinha.
Peguei um copo d'água e fui em direção à saída da cozinha, mas acabei batendo de frente com o Jay que estava entrando, e lá se foi um copo.
— Me desculpa — falei ao notar que o molhei todo.
— Tudo bem… agora você não se mexe, eu vou limpar!
— Não, eu… Ai! — um dos cacos de vidro perfurou meu pé.
— Por isso que eu mandei você não se mexer, porque você tá descalça. Vem, vamos dar um jeito nisso! — ele me levantou e me carregou até o sofá da sala.
— Não precisava disso, é só lavar — falei quando ele resolveu examinar o machucado.
— Não é só isso não, Anny. Tem um pedaço de vidro preso aqui, mas dá pra tirar. Você não saia daqui que eu já volto! — ele se levantou e foi para as escadas.
Logo ele voltou trazendo uma pinça e uma caixa de primeiros socorros.
— Só pra deixar claro, essa pinça é nova e eu acabei de passar no álcool — ele se ajoelhou na minha frente puxando meu pé para si. — Não se mexe, senão eu vou fazer bosta.
— Sim, senhor.
Ele logo tirou o vidro e limpou o corte. Ardeu? Claro que ardeu, mas ninguém precisa saber.
— O corte é bem pequeno, então eu acho que não precisa de ponto, e mesmo se precisar não é como se você fosse morrer de hemorragia. — ele procurou um curativo na caixa. — Você não se importa de ter uma cicatriz de no máximo um centímetro na sola do pé né?
— Se eu não perder a perna inteira depois por mim não vai ter problema.
— Então tá pronto, moça — ele guardou as coisas. — Se eu tiver feito merda você pode falar que eu te levo no hospital.
— Tá bem — ri. — Obrigada, Jay.
— Não foi nada. E deixa que eu limpo aquilo lá, não quero que se machuque de novo.
— Okay… — me levantei. — Boa noite — falei, e antes que pudesse me virar para ir em direção ao meu quarto fui surpreendida por um beijo.
— Boa noite, Anny — falou ao nos separarmos, logo indo em direção à cozinha.
Obrigada, Jay, agora minha vida tá totalmente fodida por sua causa.
No outro dia…
Era mais ou menos dez horas da manhã quando terminei o que tinha pra fazer, então peguei meu celular e fui para o quintal dos fundos, iria conversar com alguém que possivelmente poderia me ajudar.
— Anny! — Thaís falou animada. — Lembrou que tem amiga?
— Aish, Thaís! Eu te mandei mensagem ainda ontem!
— De qualquer forma, você nunca vem com webcam… O que rolou?
— A dona soberana me chamou pra voltar pra casa dela.
— Glória!! — ela comemorou. — Pera… tem problema aí não tem? Porque se fosse simplesmente isso agora você ia tar arrumando as malas.
— Jay Park… Jay Park é o problema!
— Amiga, desencana dessa aposta e volta logo pra sua vó!
— Não tem nada a ver com a aposta, é que…
— Tu tá gostando dele?! Menina, eu não te criei pra isso!!
— Aff eu não sei, tão bom?! Eu não sei!!
— Ah foda-se, tu não vai perder tua vida de princesa por causa de macho! Ainda mais um macho que apostou que ia te comer, mantenha sua dignidade, Alanny Kim!!
— Verdade né… Obrigada, more, te devo uma.
— Bom… agora eu tenho que ir dormir.
— Tá bem então. Beijos, se cuida!
— Você também. E manda sua avó guardar um quartinho pra mim porque qualquer dia eu chego!
— Pode deixar!
Á noite…
— Eu me decidi — falei para Jay durante o jantar.
— Decidiu o quê? — ele perguntou confuso, acho que em quesito de memória ele é tecnicamente péssimo.
— Sobre ir morar com a minha avó.
— Ah merda… tá bem, eu sabia que isso ia acontecer.
— Olha, Jay, eu…
— Não precisa ter pressa pra arrumar suas coisas, pode ficar o tempo que quiser. Depois a gente vê o quanto eu preciso te pagar.
— Beleza, obrigada…
— Não foi nada — ele pegou um copo de suco. — Só espero que não esqueça de mim quando for embora.
— Como se isso fosse possível… — falei baixo.
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