-Yu...ta? - digo ainda sonolenta, percebendo que meu pequeno cachorrinho estava junto a mim na cama. - Acho que sonhei com você. - ri nervosa sentindo minhas bochechas esquentarem. - Que horas s... Por zeus, vou me atrasar! - dei um pulo da cama.
Eram exatas 07:30, eu ia me atrasar para o trabalho, principalmente se levarmos em conta que precisava estar no hospital ás 08:00.
Tomei banho, escovei os dentes e vesti minhas roupas praticamente ao mesmo tempo. Desci as escadas ate a sala, percebendo a zona em que se encontrava meu apartamento, não é como se eu gostasse mas a vida de uma médica é corrida.
Para minha sorte o elevador estava quebrado, e detalhe, eu moro no quinto antar. - bufei, indo em direção as escadas.-, só espero não ser morta pelo Sr.Park.
Cheguei a garagem, entrando em meu carro apos alguns passos. Suspirei aliviada ao notar que o trânsito não estava tão ruim. Mesmo levando apenas quinze minutos até o trabalho eu ainda chegaria atrasada.
o Silêncio que estava no carro foi completamente interrompido pelo toque alto de meu celular.
- Omma?
- Oh querida, pensei que já estivesse trabalhando.
- Imprevistos...
- Você está bem?
- Estou sim, mas, porque está me ligando a essa hora?
- Sobre isso. - sua voz soou um pouco estranha. - Seus pai e eu precisaremos viajar e, bom... Haechan pode ficar com você? - falou a ultima parte rapidamente.
- E a mãe dele?
- Você sabe que ela não liga para o garoto, vamos (S/n), ele é seu irmão.
- Ele não pode ficar na casa de um amigo?
- Não, não pode, o que custa você fazer um pouquinho de esforço? Já vai fazer 24 anos e como uma adulta já deveria ter superado tudo o que aconteceu, alem do mais, ele não tem culpa de nada.
- Tudo bem. - me dei por vencida.
- Sabia que ia concordar.
- Não vou poder busca-lo.
- Não se incomode com isso, nós iremos deixa-lo ai. Estará em casa até as nove?
- Sim.
- Tenha um bom dia querida.
- Igualmente. - disse sem animo, logo depois, encerrando a ligação.
O que vou fazer agora? Não é como se eu não gostasse de meu irmão, é só... ele é fruto de um caso extraconjugal de meu pai. A mãe dele e meu pai eram colegas de trabalho e em uma noite qualquer os dois sairam para beber com mais três amigos, meu pai estava bêbado e acabou fazendo besteira. Ele nunca fizera algo assim,o que me leva a pensar que foi tudo uma armação daquela mulher, principalmente porque depois de ter o bebê e perceber que meu pai não ficaria com ela, simplesmente abandonou a criança. Quando soube de tudo tinha apena sete anos e não pude aceitar muito bem toda a situação, apesar de meu irmão não ter culpa eu sempre implicava com ele, o que eu podia fazer? era apenas uma criança. A ultima vez que nos vimos eu tinha dezesseis anos e ele nove, era tão pequeno que batia poucos centimetros de minha cintura. Depois disso fiz um intercambio de dois anos e, logo que cheguei fui morar sozinha.
...
Eu estava completamente exausta, meu dia só não foi pior pois meu chefe estava estranhamente bem humorado e nem mesmo reclamou por meu atraso. Retirei meu jaleco e comecei a arrumar minhas coisas. Apaguei as luzes e fechei a sala.
Dentro elevador, lembrei-me de olhar a hora, me espantei ao ver que já eram 21:23, eu esqueci completamente de meu irmão. Corri até meu carro, xingando-me mentalmente por ser tão desleixada. Provavelmente vou levar mais de trinta minutos para chegar, há tantos carros na rua a essa hora que seria mais facil ir caminhando. Liguei para meus pais mais foi completamente vão, eles provavelmente já estavam no avião.
Assim que cheguei, estacionei o carro e olhei o relógio, eu estava mais de uma hora atrasada. corri em direção a portaria, que estaria vazia se não fosse por uma pessoa que estava parada perto de um grande vaso de plantas que havia no local, passei pelo mesmo, na intenção de ir até o lado de fora, já que quem eu procurava não estava ali. Senti meu braço ser segurado e logo depois uma voz se fez presente.
- Noona, estou aqui. - virei lentamente, dando de cara com alguem consideravelmente bonito, estava com serias duvidas se o conhecia ou não, mas, ao olha-lo um pouco mais percebi que usava um pequeno cordão com um pingente de meia lua.
- Desculpe-me por faze-lo esperar. - tentei parecer o neutra possivel.
- Está tudo bem? - o olhei confusa, vendo sua feição preocupada. - Você parece cansada, precisa trabalhar menos noona. - entramos no elevador, que já havia sindo consertado.
- Pensei que havia jogado isso fora. - olhou-me. - O colar.
- Nunca jogaria algo que você me deu fora. - não sabia como reagir então apenas calei-me.
O elevador se abriu, o clima entre nós era estranho, não sabia como agir. Caminhamos em silêncio até meu apartamento, entramos logo após eu abrir a porta.
- Você se importa em esperar um pouco até eu arrumar isso aqui? - senti Yuta lanber minha perna e agachei-me para acaricia-lo
- Eu ajudo. - sorriu um pouco envergonhado, era até fofo
- Não precisa, o apartamento é meu, você não tem obrigação nenhuma. - ele pareceu triste.
- Eu consigo fazer isso sem quebrar nada. - falou baixo, e acabei por lembrar da vez em que briguei com ele por ter deixado cair um copo no chão, não deveria ter feito todo aquele alvoroço.
- Tudo bem, só vou trocar de roupa. - subi até meu quarto, encostando a porta em seguida vesti um shorts e uma camiseta, então retornei a sala. - Vamos começar? - olhou-me de cima a baixo, percebi que suas bochechas coraram levemente.
- C-certo.
O que eu levaria mais de cinquenta minutos para arrumar, se transformou em apenas vinte.
- Não sabia que você era bom com serviços domésticos.
- Estou acostumado, nossos pais quase não ficam em casa então preciso arrumar tudo.
- Você está com fome? Eu estou.
- Você vai cozinhar? - afirmei com a cabeça. Quando caminhava em direção a cozinha, senti-me extremamente tonta, só não cai no chão por ter sido segurada antes que acontecesse. - Tem certeza que está bem?
- Só devo estar cansada.
- Fique aqui. - levei um pequeno susto quando ele me ergueu com facilidade e me pôs sobre o balcão. - Eu cozinho. - foi em direção a geladeira. - Noona, você tem se alimentado direito?
- Sim...- era mentira.
- Sua geladeira está cheia. - suspirou. - Você precisa se alimentar ou vai ficar doente. - disse enquanto tirava o ingredientes da geladeira. Ele realmente parecia fazer isso a bastante tempo pois cortava tudo rapidamente, digo, eu cozinhava bem mas era um desastre com facas.
- Haechan? - olhou-me. - Me desculpe....
- Pelo que?
- Por tudo, sabe, não devia ter sido tão má como você... nada do que aconteceu foi culpa sua e...
- Tudo bem noona. - interrompeu -me. - Eu entendo você, na verdade eu pensei que me odiasse, estou realmente feliz por saber que não. - sorriu, vindo em minha direção, envolvendo-me com seus braços.
- V-você não tinha que cozinhar? - estava nervosa, não era acostumada a ter tanto contato fisico.
- Já terminei.
- Au, au!!
- Acho que seu cachorro está com ciumes de mim.
- Provavelmente. - ri. - É melhor comermos logo.
...
Estavamos a duas horas largados sobre o sofá assistindo series aleatórias, eu sentia meu coração batendo de uma forma estranha sempre que parava para olhar o rosto do garoto ao meu lado, acho que no fundo sempre gostei dele, eu realmente fui uma idiota por tê-lo tratado mal por tanto tempo.
- Noona.- nossos corpos estavam realmente perto. - Eu amo você. - tinha certeza que minhas bochechas estavam completamente rubras.
- A-ah eu também... - respirei fundo para me acalmar. - De verdade, só não percebi antes, fui uma péssima irmã mais velha. - seu rosto se aproximou rapidamente do meu, tão rapido quanto o contato que nossos lábios tiveram.
- E eu sou um péssimo irmão mais novo por ama-lá como mulher.- seus olhos estavam fixos aos meus, eles me prendiam de uma forma que não conseguia se quer desviar.
- Nós... você está brincando n-não está? - ri nervosa, tentando me afastar mas ele jogou-me no sofá, prendendo meu corpo com o seu.
- Eu pareço estar brincando? - nossos narizes se encostaram. - Deixe-me provar que posso tê-la.- beijou meu pescoço, fazendo-me arrepiar. - Hoje mostrarei a você que não sou mais uma criança.
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