História Dust in the Wind (Hiatus) - Keep Calm

 Tinha se passado dois mesesdesde que eu fui por hospício. É meio estranho as pessoas tratarem desse assunto tão delicadamente como eu trato, mais eu aprendi a conviver com isso. Eu era meio biruta, eles não iriam deixar eu sair dali.

 Estava jogando Xadrez com uma das pacientes, o nome dela era Clarisse. Tinha dezesseis anos, muito nova. Mais com certeza viu mais coisas do que eu já vi. Ela acordou em um galpão com os pais mortos e sangue nas mãos. Os médicos e a policia acham que ela os matou, mais ela jura pela própria vida que não tem coragem de machucar uma mosca. Ela tinha feições delicadas, era loira e tinha os olhos verdes. Ela falava pouco, conversávamos mais a noite, de madrugada, quando não sentíamos sonos ficávamos jogando Xadrez e íamos até a sala dos faxineiros onde assistíamos televisão baixinho para não acordar os outros e nem alertar os homens que vigiavam os corredores.

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 Era uma manhã de Domingo. Estava frio, por incrível que pareça. Pelo que eu e Clarisse víamos na Televisão, Atentados, Tsunami, Catástrofes, Mortes e Violência nunca tinha sido tão intenso, os próprios policiais estavam com medo de seguir seu trabalho. O mundo estava um inferno. Em qualquer um dos sentidos, já que eu tinha certeza que tudo isso que estava acontecendo era obra dos Demônios, E Anjos também.

 Ana tinha ido para um abrigo para menores. Um abrigo especial, pra quem tinha os problemas que eles achavam que ela tinha. E de novo Lucy Harper estava sozinha. Crowley parou de encher o meu saco desde aquele dia no carro. Lúcifer nem sinal. Ainda sinto um medo só de falar o nome dele.

 O doutor Miller que apelidei carinhosamente de Pooh, ele era gorducho e era muito atencioso, e era sempre tranquilo. Era o que na maioria das vezes vinha para me dar medicamentos e essas coisas. Ele entrou no quarto e sorriu ao me ver sentada na cama.

-Que bom que acordou Lucy. -Ele sorri vindo até a mim.

-Oi Pooh, Bom-Dia. -Digo sorrindo.

Ele verificou minha pressão e os meus batimentos cardíacos. (Não sei porque ele fezia isso toda manhã e antes de eu ir dormir). E Colocou uma fita verde no meu braço.

As regras eram: Quem tinha fita verde poderia ir ao pátio, ao refeitório, passear nos corredores e, com autorização visitar outros pacientes. A fita amarela tinha direito somente ao refeitório. Já que poderia estar com alguns sintomas de alguma coisa, ou doente. Vermelho fica no quarto o dia todo com a porta trancada e dois enfermeiros lá dentro. Um enfermeiro para tratar o paciente e o outro tinha que ser forte o suficiente para ampara-lo e segura-lo em caso de crises ou surtos.

-O que ouve Pooh? está sorrindo mais do que o normal. -Digo sorrindo e olhando a cara dele.

-Seus irmãos e seu pai vão vir visita-la hoje a tarde Lucy. -Estranhei e fechei a cara.

-Meus irmãos? -Pergunto confusa. Será que eu tenho irmãos.

-Sim! Um era bem alto de cabelos cumpridos e outro era mais baixo, e queria comer os bolinhos que a senhorita Maxwell fez para os idosos, o seu pai, ele não falou com ninguém só observou tudo -Ele sorriu enquanto lembrava da cena.

 Fechei a cara mais ainda. Meu coração apertou, eu meio que paralisei ao lembrar de Sam e Dean e... Bobby. Como eles sabiam que eu estava aqui? Eles iriam querer me matar? E... Eu não iria conseguir olhar na cara deles.

-Ah, que bom que papai e meus irmão iram vir, senti saudades. -Digo sorrindo. Pooh sorriu, meu deu um beijo na testa e saiu do quarto deixando a porta aberta.

 Sim, Confesso não tinha um dia em que eu não pensava neles. E isso aos poucos me matava por dentro.

 Fui ao banheiro feminino. Abri o armário que tinha meu sobrenome. Tirei minhas roupas brancas, Camisa, calça roupas intimas, meias tudo branco. Saudade do meu vestido preto, curto e que deixava minhas pernas respirarem.

Tomei um banho longo... Logo uma luz vermelha piscou em um botãozinho isso quer dizer que eu já tinha passado de 20 minutos no banho.

Fui até o espelho escovei meus dentes e penteei os cabelos. Eles pareciam um pouco mais claros. E divididos ao meio. Estava um pouco quebrado já que tratar os cabelos é difícil por aqui. Dividi-os no meio e escovei as pontas devagar. Já que quebra-los mais ainda não seria bom. Depois que desembaracei bem os cabelos. Fiquei me olhando um pouco no espelho

O Hospício Meddinson é um Hospício Nível A. Tratava pessoas com problemas nem tão sérios. É, Claro não tem uma classificação quando falamos hospício. Mais eu falava assim, já que os pacientes não pareciam tão birutas assim.

Fui direto almoçar. Quase nunca tomava café da manhã. Eles me davam remédios pesados para dormir então apagava e acordava umas 11:30 da manhã.

Assim que almocei fui ao pátio. Era um jardim grande com arvores e bancos brancos de madeira. Todos vestiam branco. A única coisa que não era branca ali era algumas partes da cozinha e o letreiro encima da grande porta que levava o nome do local.

Sentei em um banco perto de uma arvore, ficava meio isolado de todos. Mais eu quase não me comunicava com os pacientes.

Vi Pooh vindo até a mim. E meu coração meio que descontrolou ao ver Bobby, Sam e Dean caminhando ao lado dele.

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POV Steven Miller:

Os irmãos e o pai de Lucy logo chegaram. Eles não falavam muito. Jeremie que era o irmão provavelmente mais novo olhava estranho para algumas das pacientes. O que eu particularmente não gostei muito.

-Senhores. -Digo com meu sorriso cortes.

-Senhor não, até parece que eu sou velho. -O pai de Lucy Jimmy resmungou.

-Steven. -O mais alto disse em um aperto de mão.

-Olá Lucas. -Disse sorrindo ao mesmo.

-Vi Lucy indo ao pátio. Ela sempre vai lá depois do almoço, e passa a tarde toda pensativa... -Digo indo em direção a porta e eles me seguiram.

-Steven, Lucy apresentou alguma melhora desde que viemos marcar a visita. -Ele diz curioso pondo as mãos no bolso do casaco.

-Pra falar a verdade Lucas, Ela não apresentou melhora, nem piora desde que veio para cá. Ela passa a maior parte do tempo sozinha, já que a única companheira que tinha Clarisse Spiller foi transferida a alguns dias. -Digo vendo que agora os três prestavam atenção mesmo em mim.

-E o tratamento dela, como anda? -Foi a vez Jeremie se pronunciar.

-Ela toma remédios fortíssimos para conseguir dormir. Ela faz visita a psicólogos e psiquiatras quatro vezes por semana e... -Paro ao perceber que eles se espantaram ao me ver referir-me ao numero quatro. -E nesses dois meses ela teve alguns surtos. Mais faz parte da esquizofrenia. -Digo vendo a mesma com as pernas dobradas sentada em um banco isolado e olhando para o chão. Pobre Lucy.

-Eles me olham meio assustados quando digo a doença e eles apenas voltam a caminhar normalmente. Fiquei desconfortável com a situação.

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POV Lucy Harper:

 Pooh para no caminho e aponta eu com o dedo indicador eles meio que agradecem e caminham em minha direção

 Eu começo a suar nas mãos e meu coração acelera.

-Lucy. -Ouço a voz de Sam que sai normalmente.

-Sam, Dean... -Respiro um pouco. -Bobby. -Completo.

-Que bom que você está bem. -Bobby diz pondo a mão em meu ombro me olhando e eu continuo olhando para a grama.

Ouço um braço me puxar e encontro com um peito forte. Braços me rodeiam fortemente e eu sinto um beijo no topo da cabeça. Olho com os olhos um pouco esmagados e vejo Dean que estava com os olhos fechados.

-Ok, Ok. -Digo me afastando do abraço. Olho nos olhos dele, era indecifrável. -Eu quase matei vocês, porque estão aqui? -Digo intercalando o olhar entre eles.

-Lucy, você sumiu, desapareceu. E ficamos preocupados você anda vendo o que está acontecendo no mundo? -Dean diz me olhando.

-Sim, eu sei. E também sei quem esta fazendo isso. E... -Eu travo. Observando Bobby, ele tinha uma cicatriz perto do olho. E eu lembro quem fez isso...

-Bobby eu... -Digo e ele me interrompe.

-Cala a boca, não foi culpa sua.

-É claro que foi, eu não fui exorcizada, eu ainda sou um demônio! Semana passada me deu um surto de raiva e eu feri uma enfermeira... -Digo olhando eles com os olhos arregalados. -Eu feri ela com uma colher de plástico! -Digo e eles meio que se espantam. -Vocês não deviam estar aqui, vão embora. -Digo sentando no banco voltando meus olhos ao chão.

-Lucy... -Bobby senta ao meu lado e me observa. -Eu sei que a gente não pode, exorcizar você e em hipótese alguma mataríamos você. Você não consegue controlar, É difícil. Eu andei lendo e esta sendo difícil achar uma certa cura para isso que você tem. -Ele diz ainda me olhando.

-Nossa ajudou bastante! -Digo levantando de novo. -O problema é que eles acham que eu sou uma fanática, satanista que adora o capeta. E que estou louca por causa disso. Eu não sou louca Bobby! -Digo olhando para ele.

-Eu sei que você não é mais...

-Mais nada Bobby! -Falo um pouco alto de mais.

-Lucy, Eu sei que esse não é o momento certo mais nós precisamos lhe contar uma coisa. -Sam diz me olhando sério.

-O que? -Digo batendo as mãos nas pernas.

-Na verdade é duas. -Bobby disse levantando.

-O que é? -Digo já preocupada.

-A primeira é que o Castiel... -Dean diz um pouco pensativo.

-Ele sumiu, desde quando você foi embora, ele não responde mais ninguém. Nem o Dean! -Sam diz e Dean fica sem entender.

-E eu tenho que me preocupar com isso? -Digo cruzando os braços fazendo a séria.

-É... vocês tinham um lance não? -Dean esperou que eu concordasse.

-Um lance? -Digo rindo sem graça. -Ele mentiu pra mim Dean, afinal, todos vocês mentiram mas... Ele, eu não esperava isso, a única pessoa em que eu não desconfiei. Eu sinceramente até achei que ele estava me ajudando, mais me enganei. -Digo fria.

O silêncio reina no local.

-E a segunda? -Pergunto ainda séria.

-A Lia, ela... -Sam se pronuncia e eu interrompo.

-Ela morreu? -Digo sem nenhuma expressão. Ele se assusta.

-Como sabe? -Dean cruza os braços.

-Por que eu matei ela Dean, Eu matei ela com minhas próprias mãos. -Digo gesticulando com as mãos com uma expressão raivosa. -O Sangue dela bateu nos meus pés, eu ri quando fiz isso. -Digo ainda com a mesma expressão.

-Mais...

-Lúcifer me obrigou a fazer, ele disse que ela ajudou vocês a mentirem pra mim. E que... -Eu paro, não iria falar que senti ciúmes de alguma coisa.

-E? -Bobby perguntou e não obteve minha resposta.

-Que inferno! -Grito e um galho da árvore quebra e quase cai encima de Dean que é puxado por Sam!

-Lucy, calma! -Dean vem até a mim.

-Lucy, calma! Lucy, calma! Lucy, calma! Como se desse pra ficar calma! -Digo e as folhas das arvores balançam. Fecho os olhos respiro fundo e ponho a mão no bolso apertando a pedra que eu sempre levava comigo. Era uma pedra azul que caiu na minha cabeça um dia desses, era pequena e achatada. Eu apertava e instantaneamente eu ficava calma e a raiva ia embora. Só que dessa vez não foi.

Pisquei os olhos e pude ver meu pai  ao lado de Bobby com uma faca.

-Ele merece ser morto não é Lucy? -Ele diz e eu entro em desespero.

-Não!- Digo indo em direção ao Bobby que se espanta com meu ato.

-Lucy...

-Sai de perto dele! -Digo tropeçando em em algo e caindo no chão.

-Você me matou sua vadia! -Lia aparece com o pescoço ao contrario.

-Me desculpa! -Digo aos prantos. Sam tenta me levantar mais eu começo a me debater.

-Me Desculpa Lia! -Digo me soltando do braço dele. Os três se afastam.

-Lucy, querida vamos rezar? -Minhas tias dizem em uníssono.

-Que? -Digo vendo elas mudarem totalmente agora estavam caindo aos pedaços.

-Eu estou no inferno por sua culpa! -De repente os quatro dizem juntos.

-Me desculpa! -Começo a gritar. E sinto mãos fortes me agarrarem pelos braços.

-Não, me solta! -Digo abrindo os olhos e vendo os enfermeiros. -Eu não estou louca, elas vão me matar! -Grito.

-Bobby me ajuda! -Digo e não ouço mais as vozes de ninguém. Minha visão embaça e sinto algo saindo do meu braço. Era uma seringa.

-Não, eu não posso dormir! -Digo me debatendo nos braços dos enfermeiros.

-Alguém me ajuda! -Digo procurando a pedra com dificuldade em meu bolso.

Vejo que ela esta no chão

-Não!

Minha visão escurece e meus olhos fecham.

Não ouço e não sinto mais nada