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História Elas Não São o Problema - INTERATIVA - Sorte Lançada


Escrita por: MissTora

Notas do Autor


Hello, dear tigress and tigers
Como vocês estão? Aqui está o primeiro capítulo de Elas Não São o Problema, quentinho que acabou de sair do forninho. A titia MissTora nem está demorando para postar, né? He, acreditem quando eu digo que eu também estou surpresa comigo mesma. Mega adorei o carinho que vocês estão tendo com a fanfic, um big beijo nas nádegas de vocês seus divos que até mandaram mensagens <3 Sério, não estava esperando que a proposta iria pegar, mas estou muito feliz. Eu estou analisando as fichas enviadas e até esse final de semana fiquem atentas baby tigress porque você minha coleguinha que enviou uma ficha, pode receber uma mensagem da titia MissTora avisando que sua OC foi aceita em Elas Não São o Problema. Peço perdão desde já caso encontrem qualquer erro, estou começando a ter uns bug na visão, mas estou com medo de ir no médico kkkkk Então se tiver qualquer errinho, é porque eu realmente não consegui notar e também peço desculpas se as descrições dos personagens não ficaram grande coisa, por isso o link das imagens estará nas notas finais juntamente com as traduções. Bem, chega de enrolar, não é mesmo? Boa leitura e nos vemos nas notas finais! ^3^

Capítulo 3 - Sorte Lançada


Uma forte tempestade com direito a trovões estrondosos, inúmeros relâmpagos e uma terrível ventania, caia naquela noite. Embora Sayuri e Sayumi estivessem dormindo feito anjos em seus respectivos quartos, no segundo quarto em meio as cobertas estava uma criaturinha que estremecia e choramingava a cada vez que um trovão estourava no céu.

- Mamãe! Mamãe! - não importava quantas vezes Mackenzie chama-se pela morena, a mulher simplesmente ignorou a pequena e voltou a caminhar em direção a casa em que moravam. A pequenina ás vezes fazia menção de desvencilhar do amigo de sua mãe e sair correndo em direção a mesma, mas sempre que pensava nisso parecia que sua mãe sentia sua intenção e olhava para trás repreendendo-a com o olhar. Ficar ali vendo sua mãe ir embora sem ela era doloroso demais, o que teria ela feito para ser abandonada? Seria por não ter guardado seus brinquedos? Ter desobedecido ela e ir brincar no bosque? Ou foi por que enquanto brincava de vôlei dentro de casa quebrou o retrato de seu falecido pai? O que quer que havia feito pediria desculpas e não faria mais se sua mãe a perdoasse. Mas não queria ser abandona pela sua mãe assim como foi pelo pai. 

Quando notou que o amigo de sua iria pegá-la no colo para levá-la embora, Mackenzie desvencilhou-se rapidamente e correu em direção a sua casa, ainda queria morar com a sua mãe, a pequenina a amava. Por que tinha que ir embora? A garotinha havia dado apenas alguns passos quando observou com algumas lágrimas sujando seu rosto, sua casa ser atingida por algo que a atingiu tão rápido que nem ao menos conseguiu identificar o que era, em questão de segundos toda sua casa estava queimando junto com sua mãe. Mackenzie tentou gritar, mas fora pega pelo amigo de sua mãe que tampou sua boca e sumiu daquele local deixando o corpo de sua mãe virar cinzas junto com a casa.

- Sh, não chore, pequenina. A morte física não pode quebrar o elo de mãe e filha, as pessoas só morrem quando as tiramos de nossos corações. E com estas palavras Mackenzie foi trazida de volta de uma dolorosa lembrança para a vida real. Aos poucos com a ajuda do carinho que sua tia fazia em seus cabelos ralos, a pequena abriu os olhos e sorriu tristemente ao encarar o olhar carinhoso de Tomoko, que estava sentada na beira da cama com um violão. Mackenzie agarrou seu panda de pelúcia enfiando seu rosto nas costas do mesmo enquanto o apertava fortemente, tentando parar o choro que teimava em sair. Tomoko nada disse, apenas continuou em silêncio aguardando sua sobrinha colocar para fora toda a dor que tinha acumulado, quando aos poucos o choro foi diminuindo, a mulher quebrou o silêncio do quarto com o som acústico que saia de seu violão e com uma voz delicada e doce fez com que a pequena parasse de chorar e a encarasse encantada com a música.

Kinou no ripiito no you na 
sukuranburu kousaten de
Aosugiru sora wo miteta 
ame nara kakuseru koto 
mo aru no ni naa

Mono ga afureru machi de 
nanika mitasarenai mama
Rentaru shita ano eiga mo 
minai mama de kaesu ki ga shita

- Nee, ima anata wa watashi wo oboeteiru? Nee, ima watashi wa anata wo omoidashiteta. - Mackenzie sussurrou completando uma parte da música que sua tia costumava cantar para acalmá-la. Algumas lágrimas que haviam se formado em seus olhos escaparam ao colocar o retrato de Tomoko com ela e suas primas, de volta no criado mudo que sua tia tinha em seu quarto. O suspiro que saiu de seus lábios foi doloroso, sua luta para trazê-la de volta seria dolorosa. Custou muito para que aceitasse sua realidade e havia lhe custado mais ainda para tomar uma decisão. 

Ao ouvir alguém bater na porta duas vezes Mackenzie respirou fundo e limpou o rosto. Quando suas primas e Kaori saíram, a jovem foi procurar pelo resto de sua casa algumas coisas que lhe poderiam ser úteis para colocar em uma mochila. A viagem talvez fosse longa e não poderia partir de mãos vazias. O quarto de sua tia continuava intacto e isso foi um alívio para a garota. 

- Kenzie, as garotas já estão a sua espera. - Sayuri disse ao adentrar o quarto de sua mãe. Era difícil estar ali, como sua mãe estaria? Sabia que ela ficaria viva até Heima e Chikao encontrarem-se, mas que tipo de tratamento ela estaria recebendo? 

- Quanto mais obcecada por isso ficar, mais você sofrerá. - Mackenzie disse ao virar-se para a prima com a mochila nas costas. Embora Sayumi e Sayuri fossem gêmeas, suas personalidades não eram nenhum pouco parecidas, dentre as Konami somente Sayuri tinha uma personalidade meiga e sensível. - Eu irei trazê-la de volta em segurança. Sayuri mordeu o lábio inferior receosa, pois isso também a preocupava.

- S-Sei que pode parecer uma ideia absurda, m-mas... N-Não seria melhor ao menos desta vez deixar que o governo...

Sua fala fora interrompida pela risada ácida da prima. Todos sempre trataram Sayuri da maneira mais gentil possível e Mackenzie não era exceção, mas o assunto Governo Mundial mexia com os nervos da morena. 

- Quer que eu coloque na mão dos cães a vida de Tomoko-san? Não acha que se eles fossem capazes de fazer alguma coisa, o mundo não estaria deste jeito, com guerras a todo momento e sangue de inocentes derramado a troco de nada? Buscarei Tomoko-san eu mesma. - sua resposta firme e fria fez com que Sayuri se encolhe-se levemente. Queria sua mãe de volta, mas também queria a segurança de sua prima, queria toda a sua família a salvo.

- Eu sei... Só... Tome cuidado, por favor. - sua resposta saiu sussurrada e sua voz trêmula. Mackenzie assentiu e passou pela prima sendo acompanhada pela mesma em direção a sala. 

Enquanto caminhavam rumo ao encontro de suas companheiras, Mackenzie ia se preparando psicologicamente e pensando em uma boa estratégia, afinal caçar os Furious Dragon era uma das tarefas mais árduas que enfrentaria. Não poderia abertamente sair por aí procurando-os, isso não traria problemas somente para si mesma, não era somente o seu destino que estava em jogo e não poderia esquecer disto em hipótese alguma. Havia as Panthers que deveria proteger, mesmo estando ausente de sua ilha, havia Heima que embora fosse alguém que poderoso ainda era seu amigo e não queria colocá-lo nesta situação por culpa de seus antepassados e também não queria ser novamente atormentada por eles. O melhor seria manter sua identidade em segredo e evitar confusões, o mais adequado para a situação seria pegá-los de surpresa. 

Ao aproximarem-se da primeiro andar, a morena não pode deixar de sorrir ao ouvir as falas exaltadas de sempre, sentiria falta daquilo, mas utilizaria este sentimento como combustível para retornar o mais rápido possível. Quando chegaram a sala Sayuri caminhou até sua irmã e riu levemente ao vê-la discutindo com Akemi por alguns takoyakis. Mackenzie sorriu minimamente, mas despachou o sorriso voltando a sua expressão séria, afinal a situação pedia por isto. A morena encostou-se na parede e esperou que suas companheiras se acalmassem, no entanto notou que nem todas estavam ali. 

- Faltam duas. - Mackenzie disse quando finalmente a sala estava em silêncio.

- Enviei Miyuki e Kayami para Harfang atrás de Megumi. - Kaori foi a primeira a se pronunciar, atraindo o olhar curioso da morena. 

- Por?

- Ao que parece mesmo que a ilha esteja enfrentando uma fase difícil, Megumi continua a provocar problemas. - Sayumi explicou emburrada por ter perdido na discussão com Akemi. 

Mackenzie respirou fundo revirando os olhos. Megumi era jjang de uma das poucas gangues femininas de Black Brad e também o desafeto de Mackenzie e o sentimento era recíproco. A morena embora carregasse o título de jjang das Panthers em suas costas, não passava disso, um mísero título que de nada lhe valia. Para Mackenzie todas as pessoas eram livres para fazerem aquilo que quisessem desde que assumissem as consequências de seus atos, para todas elas as Panthers não passava de uma grande família, não existia aquilo de subordinado e chefe, Mackenzie repugnava esse tipo de sentimento. Ao seu ver pessoas que agem desta maneira são superficiais que enxergam os demais nada mais do que robôs e Megumi era justamente este tipo de pessoa, ambas nunca se deram bem. E a cada dia que se passava Mackenzie tornava-se uma pessoa com um caráter ainda mais deplorável, Cascara estava pedindo por socorro e ao invés de ajudá-la como todos a garota apenas complica a situação? Por mais que tentasse enxergar algo bom em Megumi a morena não conseguia. 

- Muito bem, tenham certeza de que Megumi não criara nenhum problema. De qualquer modo, eu não posso esperar até que elas retornem, então apenas as avisem depois. Eu tenho que ajeitar algumas coisas e depois ajudarei um pouco nos reparos de Anvard, mas no cair do sol eu estarei partindo. - Mackenzie começou a falar analisando atentamente as expressões surpresas de suas amigas, mas antes que um reboliço começasse a morena prosseguiu. - Sei que Cascara foi deixada aos pedaços e precisa de ajuda, mas não podemos dar as costas ao que aconteceu aqui. Tomoko está naquele navio, pessoas inocentes estão lá, mulheres e crianças estão sob as mãos imundas dos Furious Dragon, essa injustiça não pode e não será esquecida e muito menos perdoada. 

Inicialmente quando sua jjang começou a falar, embora a fama as Panthers tivessem certo prestígio no submundo era loucura ir atrás de Chikao até mesmo para elas, mas assim como a morena elas também sentiam-se profundamente aflitas por aqueles que foram levados. Aqueles que faziam parte do submundo sabiam que os Furious Dragon tinham negócios no ramo de prostituição e contrabando de animais e pessoas, estando nas mãos deles só havia um destino para aqueles que foram sequestrado. Mackenzie não iria somente trazer sua tia de volta, se ela nunca permitiu que em sua ilha vidas fossem tratadas com desprezo, não seria agora que permitiria que isso acontecesse. 

- Muito bem e o que pretende? - indagou uma das companheiras. 

- Preciso deixar algumas coisas preparadas durante a minha ausência, após ajudar na cidade irei pegar emprestado um dos barcos de algum morador. 

- E alguma pista por onde começar a procurar? - questionou outra amiga.

- Não, mas nas ilhas vizinhas deve haver alguém que saiba alguma coisa sobre Chikao. 

Akemi suspirou atraindo os olhares para si, cruzou os braços atrás da cabeça encostando-se de maneira despreocupada no sofá. 

- Procurar ás cegas é meio arriscado, se vazar a informação de que existe alguém caçando os Furious Dragon pode trazer problemas. Mas por mim tudo bem, acho que a família Kondo tem um barco que pode nos levar tranquilamente até a ilha vizinha. 

A morena sentiu uma pequena pontada em seu coração, agora vinha a parte difícil do aviso. 

- Acho que não expressei-me bem, perdão. O que eu estou tentando dizer é que irei atrás de Chikao sozinha, todas vocês ficaram aqui e ajudarão Cascara a reerguer-se. 

A notícia fez com que uma pequena confusão se formasse na pequena sala. Como assim a jjang as deixaria para trás e arriscar sua vida sozinha? Não podiam permitir isso, não quando a família Konami já deram sua cara a tapa na vila por todas elas, aquilo seria ingratidão em seus pontos de vista. Mas Mackenzie já havia se decidido e mesmo que a contra gosto Kaori, Sayuri e Sayumi estavam de acordo com a vontade da morena. 

- Acalmem-se, garotas. 

- Calma? Jjang, perdão, mas isso é um absurdo!

- Concordo, como quer que aceitemos que saía dessa ilha pondo-se em perigo completamente sozinha? 

- Não se trata de uma tripulação qualquer, vai precisar de ajuda. 

- SILÊNCIO! VOCÊS NÃO TEM CONFIANÇA ALGUMA EM SUA JJANG?! - Os protestos foram cessados com o berro furioso de Sayumi, que novamente estava fumando. 

Confiança? Claro que confiavam em Mackenzie, mas ir sozinha... Era uma ideia que as deixava desesperadas, estariam longe de sua amiga e como saberiam que ela realmente estaria bem? Como ter certeza de que voltaria em segurança? Somente a breve ideia de que Mackenzie talvez não saísse dessa com vida, já era algo deveras doloroso. Pigarreando, a morena voltou a falar. 

- Eu ficarei bem, eu lhes asseguro. Mas antes de partir eu tenho uma última ordem, protejam Cascara com suas vidas. Enquanto eu estiver fora Kaori, Sayuri e Sayumi tomarão conta de tudo por mim, nossa ilha e eu conto com a colaboração de todas vocês. Peço agora que retornem ao que estavam fazendo. 

Antes que saísse de casa acompanhada por suas primas e Kaori, a jovem foi parada por uma de suas companheiras que a olhou hesitante.

- Tenha certeza de voltar para nós. 

Mackenzie assentiu sorrindo e saiu caminhando em direção ao centro da cidade, tinha que achar os jjangs dos outros três pilares, pois tinha algo que queria ter certeza. Não deixaria sua ilha sem ter certeza de que algo como aquela tragédia não voltaria a se repetir. 

- Os Lions ainda estão no centro? 

- Não somente ele, mas também os Sharks e os Wolfs. - respondeu Sayumi. 

Mackenzie não era exatamente amiga dos outros jjangs, mas dentre todos os habitantes de Cascara, eles eram os mais próximos que chegavam da amizade da garota, ela confiava neles. Após caminharem por um tempo por entre os destroços da cidade logo estavam no que costumava ser o centro, por onde quer que olhassem havia cadáveres, pessoas feridas e aqueles que haviam conseguido sair ilesos estavam limpando a bagunça deixada pelos piratas ou socorrendo aqueles que estavam machucados. A situação poderia ser difícil, mas o todos compartilhavam do mesmo sentimento, Cascara não iria perecer. 

As jovens encontraram os três jjangs estavam reunidos ajudando a resgatar os animais do que restou da clínica do pai de Hiromu, jjang dos Lions. Mackenzie observou com tristeza enquanto se aproximava que nem os animais havia escapado, muitos estavam feridos e outros mortos. 

- Necessitam de ajuda? - Mackenzie questionou atraindo a atenção dos rapazes para elas. 

- Vejo que está inteira, isso é bom. Ajuda sempre é bem vinda. - disse um rapaz de 1,74 de altura, seu corpo não era de fato musculoso, mas notava-se que era consideravelmente forte, pele meio bronzeada, cabelos longos com o comprimento abaixo da nuca com fios naturalmente lisos e castanhos, suas madeixas estavam arrumadas para trás embora não estivessem perfeitamente alinhadas, seus olhos castanhos avermelhados eram simpáticos embora tivessem um brilho desafiador, possuía uma cicatriz no olho esquerdo e um brinco na orelha esquerda. Fukushima Hiromu, 22 anos e jjang dos Lions. 

- Mesmo que fosse acertada por algo, acha que a teimosa dela deixaria que morresse? Zie é pior que zumbi. - resmungou um rapaz loiro. 1,80 de altura, pele pálida, corpo musculoso, cabelos cortados nas laterais e madeixas cortadas em um topete, seus fios eram lisos e loiros naturais, olhos castanhos escuros ameaçadores e sérios, barba rala e possuía diversas tatuagens que cobriam todo seu braço direito até o seu peito. Sakai Daisuke, 20 anos e jjang dos Wolfs. 

Após Daisuke se pronunciar acabou recebendo um tapa em sua cabeça do terceiro rapaz, o que era um pouco incomum. 1,78 de altura, pele bronzeada, estrutura atlética, cabelos longos com o comprimento nos ombros e com fios levemente ondulados e tingidos de ruivo escarlate, suas madeixas estão sempre presas em um rabo de cavalo, seus olhos castanhos avermelhados são intimidadores e transbordam insolência, também possuía uma cicatriz na testa e estava com o nariz ferido. Imai Akimitsu, 18 anos e jjang dos Sharks. 

- Na situação atual, tem certeza de que estão em condições de oferecer ajuda? - questionou Akimitsu com uma expressão séria, o que fez Mackenzie sorrir minimamente. 

- Obrigada, mas dispensamos a preocupação. No momento não somos nós quem mais precisamos de atenção. Preciso conversar com vocês. 

Os três rapazes entreolharam-se brevemente antes de encararem curiosos a mais nova e assentirem seguindo-a logo em seguida para uma rua menos movimentada. 

- Eu tenho um pedido egoísta para fazer a vocês e realmente espero que aceitem. - disse a morena curvando-se fazendo uma reverência o que pegou a todos de surpresa, quem conhecia a garota sabia que a mesma passava longe do título de pessoa educada. O que mostrava o quanto estava séria. 

- Konami Mackenzie pedindo ajuda? Que coisa rara, provavelmente teremos uma tempestade hoje. - comentou Daisuke rindo levemente enquanto encostava-se em uma parede da beco em que estavam. Como nenhum dos outros dois se pronunciaram, Mackenzie ignorou a piadinha e prosseguiu. 

- Enquanto eu estiver fora, peço que por favor ajudem as Panthers não somente a restaurar Cascara, mas também em mantê-la segura. 

- Enquanto estiver fora? - indagou Akimitsu estreitando os olhos cruzando os braços. A morena assentiu. 

- Eu estarei partindo hoje á noite e eu não tenho a mínima noção de quanto tempo ficarei ausente. 

- Não me diga que você... 

- Vou! Vou caçar Chikao nem que seja no inferno, mas não o deixarei escapar com nossos habitantes e nem sem pagar pelo que fez. - vociferou Mackenzie sem deixar que Daisuke terminasse sua fala. 

Diante da resposta firme e imediata da morena, os rapazes mantiveram-se em silêncio, haviam convivido o suficiente com ela para saber que aquele assunto não estava aberto para discussão. Hiromu acendeu um cigarro levando aos seus lábios, Mackenzie era louca, mas não esperava menos da jovem, não era a toa que conquistou o respeito dos habitantes de Black Brand. Após soltar a fumaça do cigarro, Hiromu quebrou o silêncio. 

- Caçá-lo, hein? Ousada sua ideia. Bem, de qualquer forma boa sorte, conte com o apoio dos Lions. 

Akimitsu suspirou sentindo-se um pouco frustrado, não era a primeira vez que sentia como se houvesse perdido para Mackenzie. Ás vezes as Panthers tomavam atitudes que nem o restante dos outros pilares tomariam, foi assim quando Mackenzie comprou briga com um figurão do submundo ao determinar que nenhum animal daquela ilha seria contrabandeado. Os animais antigamente eram vendidos para traficantes de drogas que as testavam neles, mas as Panthers ganharam fama quando a morena acabou com aquele ramo na ilha. 

- Parece ansiosa para colecionar mais um inimigo para sua lista. Embora não seja muito a nossa cara, os Sharks irão fazer o possível. 

Mackenzie sorriu minimamente e olhou para Daisuke que se manteve calado, o rapaz sorriu de maneira sincera e assentiu. Achava loucura, mas não existia maneira de impedi-la, tudo que podia fazer era somente colaborar. 

- Obrigada, de verdade. Mas Mitsu, creio que não seja eu quem esteja ansiosa por arrumar um inimigo novo e sim o contrário. - comentou a garota enquanto caminhava para fora daquele beco juntamente com todos, tinham muito o que fazer ainda. 

Após aquela breve conversa ninguém mais tocou no assunto. As horas que se seguiram passaram-se com todos os habitantes se revezando entre Zalindieh, Anvard e Harfang e aqueles que residiam em Black Brand surpreenderam a população ao emprestar mantimentos e até mesmo ao declararem que assumiriam os gastos das cidades que envolvessem dinheiro. Os feridos foram atendidos pelos médicos e enfermeiros assim como os animais foram tratados pelos veterinários da ilha, os cadáveres foram devidamente enterrados, boa parte dos destroços foram limpos e abrigos improvisados foram feitos para abrigar temporariamente aqueles que estavam sem moradia. Não demorou muito para que o cair do sol chegasse e com ele a vontade de Zie, os habitantes de Black Brand organizaram-se em grupos montando postos de vigia nas praias da ilha e dividindo-se em grupos para garantir a segurança em cada cidade, além de grupos para fazerem rondas pela floresta. Estariam prevenidos desta vez. 

Os moradores de cada cidade uniram-se no centro de cada uma e realizaram um grande jantar para servir a todos. Mesmo com a pior tragédia na história de Cascara, o jantar transcorreu de modo tranquilo e alegre. A refeição havia sido bem preparada e o ambiente teve direito a música e histórias engraçadas, para a população o melhor a se fazer de agora em diante seria erguer a cabeça e seguir em frente sempre pensando de maneira positiva. Após terminar sua refeição, Mackenzie pegou sua mochila e saiu em direção a praia de Anvard junto com Sayumi e Kaori. Um clima bom com uma brisa suave tomava conta da ilha e isso ajudava um pouco no tensão que pairava naquele trio, que seguia em silêncio até onde os barcos de alguns moradores ficavam. As jovens pararam de andar quando Mackenzie colocou seus olhos em um pequeno veleiro no meio de dois barcos de pesca, aquele seria perfeito para ela já que iria sozinha. 

- De quem é este veleiro? - questionou a morena ao subir no mesmo sem fazer cerimônia alguma. 

- Acho que pertencem ao senhor Yoshiro. - respondeu Kaori. 

Mackenzie andou pela embarcação analisando as coisas brevemente, havia mantimentos e era de certo modo confortável, o que ajudava muito. A garota não era uma expert em navegação, mas de modo bem razoável, conseguia se virar. Com o veleiro e somando a sorte, chegaria bem a ilha vizinha. Voltando para a parte externa da embarcação, Mackenzie caminhou para onde sua prima e amiga estavam. 

- Tomem conta de tudo vocês duas, e Yumi pode por favor quitar a minha dívida com o senhor Yoshiro por este barco? 

- He, por mim tudo bem. Mas estará me devendo, ouviu? É bom que não volte de mãos vazias. - respondeu Sayumi arrancando um riso suave de Kaori e Mackenzie. 

- Deixe comigo. Manterei contato com vocês através de cartas, me mantenham informada da situação de Cascara e não deixem ninguém saber que nos comunicamos por favor. 

- Por que? - indagou sua prima, visivelmente confusa.

- Porque se souberem disto as garotas farão um reboliço atrás de notícias de Kenzie, sua irmã vai ficar ainda mais tensa a cada carta e se o conteúdo nas cartas forem vazados isso só deixará a população igualmente aflita e poderá trazer problemas para Kenzie. - explicou Kaori como se a resposta fosse óbvia. 

- Tsc, você quem sabe. - disse Sayumi dando de ombros. 

A morena sorriu e despediu-se de sua prima e amiga, para logo em seguida preparar o veleiro e partir de Cascara. Não poderia enrolar mais, o tempo não era um aliado e cada minuto era crucial no destino de muitos. Mackenzie ficou um tempo na parte externa da embarcação fitando sua casa se distanciar cada vez mais. Quando Cascara havia ficado extremamente pequena em seu campo de visão, a jovem caminhou até a cabine de proa e desfez a mochila que carregava em cima da mesa. Dentro da bolsa que a morena carregava havia um pouco de dinheiro, uma foto de sua família, a mensagem de Chikao, algumas roupas, um livro de navegação, um mapa e uma koudachi. Ajeitou as coisas pela cabine para não ficar nada bagunçado, pegou o mapa e sentou-se estendendo o mesmo pela mesa. Sua próxima parada seria Crickhollow, uma ilha cujo o seu sustento se localiza no ramo da moda. Enquanto analisava o mapa atentamente, ouviu uma pequena movimentação do lado de fora, o que a deixou em alerta. Pegando sua koudachi a morena caminhou com cautela até a porta da cabine, abrindo-a devagar e vasculhou cuidadosamente o local. Estava prestes a sair da cabine para verificar o que havia sido aquele barulho que havia ouvido quando sentiu um arrepio na espinha fazendo-a ficar imóvel no lugar.

- Guarda baixa, mademoiselle. Isso foi perigoso. - uma voz masculina suave saiu sussurrada em seu ouvido acompanhado de um um assopro no final. Mackenzie arregalou levemente os olhos, havia sido pega de surpresa, já fazia um tempo que não tinha contato algum com ele. 

Após respirar fundo, relaxou o corpo e virou-se, ignorando a presença do homem caminhou de volta a mesa onde depositou a katana e voltou a sentar-se. 

- O que está fazendo aqui, Zeph? - indagou a morena finalmente olhando para a presença masculina que não tirou os olhos dela um minuto sequer. 

1,82 de altura, sua estrutura corporal não era grande coisa, possuía uma pele pálida, cabelos curtos com as pontas repicadas e madeixas naturalmente loiras na tonalidade clara, olhos azuis claros tão claros quanto o céu e com um brilho tão gentil e acolhedor quanto o sol, sua postura era de um perfeito cavalheiro. O rapaz sorriu diante do modo rude com o qual foi recebido e andou até uma das cadeiras, sentando-se de frente para Mackenzie.

- Você é sempre tão fria comigo, doce mademoiselle. 

- E mesmo assim você vira e mexe insiste em estar por perto, conte-me algo: você é masoquista por acaso? - retrucou a jovem, achava que nunca mais o veria, mas sabia que esse pensamento não passava de uma doce ilusão. O rapaz riu. 

- Não é natural que o guia esteja sempre por perto do guardião? 

Mackenzie deu de ombros. Pelo pouco que conhecia sobre aquilo, realmente era algo natural, mas quando determinou que não queria nada daquilo e levaria uma vida normal, convenceu Zephyrus de manter-se afastado dela e como consequência o rapaz teve de assumir as responsabilidades que lhe foram destinadas. 

- Não sou a guardiã, nunca assumi essa responsabilidade para mim. Para início de conversa ninguém nunca me perguntou se eu queria isso para minha vida. 

- O Destino a escolheu, Maki. Já lhe expliquei que essas coisas não são algo negociável, mesmo que não queira, enquanto estiver viva será a guardiã da Burūgādo. 

A morena suspirou pesadamente revirando os olhos, aquele assunto já havia rendido tantas discussões e agora que aquilo estava resolvido, não queria voltar naquele ponto. 

- O que veio fazer aqui, Zeph? Seja breve porque não estou em bom dia. 

O sorriso que perambulava pelos lábios do mais velho sumiu dando lugar a seriedade que tomou conta de seu rosto.

- Eu sei e é exatamente por isso que eu estou aqui. Embora estivesse longe, é uma de minhas responsabilidades como guia estar a par de qualquer coisa que aconteça na família guardiã. 

- E? 

- Vim aqui lhe convencer de falar com os anciões. Peça ajuda á eles ou pelo menos para Shugoshin, será mais fácil para você e...

- Perdeu a viagem. Não pretendo pedir ajuda para ninguém e se caso essa ideia passasse pela minha cabeça, as últimas pessoas a quem eu pediria seria para os velhotes e para os cães. 

- Mackenzie, você compreende a situação, certo? 

- Sim e sei que dou conta, embora tenha renunciado a posição de guardiã eu treinei minhas habilidades, apesar de não usá-las. 

- Há quanto tempo não as usa? 

Mackenzie parou para pensar. A última vez que havia as usado foi por acidente e Cascara pagou caro por sua negligência, ela tinha 12 anos na época. 

- 05 anos, eu acho. Matemática não é o meu forte. 

- Há 05 anos você não usou nenhum pouquinho?

A garota negou com a cabeça, achava arriscado usar então prometeu para si mesma que somente as usaria de novo quando realmente fosse necessário.

- Como pode garantir que se sairá bem se há 05 anos está sem praticar?

- Posso estar um pouco enferrujada, mas tenho confiança em mim mesma.

- Maki, estou preocupado, até agora você tem apenas cometido o delito de participar de corridas ilegais, mas se cometer algum crime que não seja este seu nome estará marcado. Posso cuidar das responsabilidades da guardiã, mas isso é a única coisa que posso fazer por você, não conseguirei tirar o seu nome de lá. 

O clima começou a ficar um pouco tenso naquela cabine. Mackenzie tinha consciência daquele risco também, mas não havia o que ser pensado. 

- Eu sei, mas se o preço para salvar vidas inocentes for pagar por ter punido os Furious Dragon, então por mim tudo bem.

- Enquanto aquele anel estiver sob o domínio de Chikao, ele não é mais um pirata qualquer. 

Ele já não era, completou Mackenzie em pensamento. 

- Irei pegá-lo de volta, como o anel estava em minha casa assumirei a responsabilidade por qualquer dano que for causado pelo uso dele. 

Zephyrus suspirou sentindo-se frustrado, o pai da morena era igualmente teimoso, no entanto tinha noção de sua posição. Mackenzie era muito jovem quando descobriu e o seu caminho até aqui não foi nada fácil, o loiro sabia que aquilo havia influenciado bastante na decisão da garota. Talvez agora que havia saído pelo mundo seu pensamento mudasse, obviamente a acompanharia de perto e isto não era algo negociável. 

- Tudo bem, mademoiselle. Você venceu, mas desta vez não me manterei afastado. 

Mackenzie estreitou os olhos e cogitou a possibilidade de protestar, mas a postura de Zephyrus havia sido alterada, estava com um ar rigoroso e isso era um sinal de que não importaria o que ela falasse, não conseguiria convencê-lo. 

- Apenas, não grude em mim. Caso a situação realmente necessite, não irei reclamar se você aparecer. - disse a jovem tirando um sorriso gentil e alegre do rapaz. 

Mas aquele clima de "paz" entre os dois não durou muito, logo Zephyrus estava reclamando de maneira sútil sobre a postura de Mackenzie, o que resultou em uma morena irritada expulsando o guia da cabine. 


"Apesar de todas as loucuras que fiz, era perfeitamente normal: eu escolhi fazer as coisas, não foram elas que me escolheram." - Charles Bukowski. 
 


Notas Finais


Então, dear tigress and tigers
Como estava o primeiro capítulo? A escrita estava boa? Algo deixou a desejar? Estava esperando mais para o primeiro capítulo? Conte-me sua opinião sincera e não se preocupe se quiser fazer uma crítica, desde que seja construtiva, a titia MissTora é bem mente aberta. Enfim, logo abaixo estão os links e as traduções. Beijo na teta esquerda de vocês e nos vemos no próximo capítulo, onde finalmente vamos passar a conhecer as protagonistas <3

Tradução da música
Nome da música utilizada: Koe
Nome da banda: Scandal (girl band de j-rock)

Nos cruzamentos embaralhados que são como se fosse ontem
Eu olhei para o céu bem azul; ele irá se esconder se chover

Nesta cidade cheia de todos os tipos de coisas, algo está fora
Eu tive um sentimento que eu iria voltar esse filme que eu aluguei sem vê-lo

Ei, você ainda se lembra de mim?
Ei, eu ainda me lembro de você

Traduções das falas
Jjang: líder

Shugoshin: espírito guardião

Burūgādo: guarda azul

Links dos personagens
Fukushima Hiromu:
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Sakai Daisuke:
http://pm1.narvii.com/5982/212f8a7f0bc2c4f1f6ee9edef2edab1793ad7f66_hq.jpg

Imai Akimitsu:
http://p1.i.ntere.st/dbe1a0f548d3785f09ef9eb620ac8502_480.jpg

Zephyrus:
https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/cf/78/f0/cf78f04faae529d001e1ee0c17154d13.jpg


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