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História Elas Não São o Problema - INTERATIVA - Beruna


Escrita por: MissTora

Notas do Autor


Hello, dear tigress and tigers
Como passaram esses dias? A titia MissTora está mega desesperada, meu vestibular está chegando e já faz dois meses que eu dei uma parada nos estudos, mas eu sei que o vestibular que eu vou fazer é puxado, mas e o saco pra voltar a estudar? AI MEU HEART! Eu tento voltar a estudar, mas sempre acabo dormindo ou me distraindo com algo, no final sempre acabo aqui no computador. kkkk Enquanto a titia está enrolando para criar vergonha na cara, ao menos mais um capítulo de Elas Não São o Problema está prontinho para vocês. Eu não vou enrolar mais, nos vemos nas notas finais e boa leitura <3

Capítulo 4 - Beruna


Crickhollow, uma ilha dona de uma cultura extremamente rica e costumes inovadores, além de abrigar uma das maiores metrópoles do East Blue, Beruna. A capital da ilha que é uma das mais modernas e cheia de tendências do East Blue, já moveu bilhões de bellies nos últimos anos e sua economia tem crescido tanto que está em pé de igualdade com Shells Town e Asuka Island, ilhas localizadas na Grand Line e no Novo Mundo com a posição de 4ª e 5ª melhor economia do mundo. A ilha é vizinha a Cascara e embora seja deveras movimentada, não deixa de ser um lugar seguro e tranquilo para se passar umas férias, na verdade sua segurança tem aumentado cada vez mais juntamente com sua economia. E a tragédia que ocorreu em Cascara deixou todos os habitantes de Crickhollow chocados com tamanha atrocidade, mas deram graças a deus por sua ilha ser extremamente segura. 

No sudoeste da ilha Crickhollow localiza-se uma pequena lanchonete de ambiente agradável e de comes e bebes deliciosos, Rakki Soyokaze proporciona as pessoas uma das melhores comidas que Beruna pode oferecer. Mesmo sendo pequena o movimento na lanchonete é constante, entretanto se situa em um local um tanto quanto perigoso, pois no final da rua existe um bar de grande movimentação, no entanto seus clientes não são quaisquer pessoas, mas sim procurados pela justiça. Somente pessoas corajosas costumam entrar naquela rua para ir até Rakki Soyokaze, pois a chance de acabar envolvido em uma encrenca com algum pirata é grande. Entre algumas das pessoas corajosas que se arriscavam naquela rua para saborear os comes e bebes da lanchonete, encontrava-se uma pequena jovem que não deveria passar de seus 16 anos. Com seus 1,57 de estatura, corpo de estrutura esbelta, pele clarinha, olhos grandes e de tonalidade violeta, cabelos longos com o comprimento até a metade de suas costas, fios naturalmente castanhos na tonalidade escura e com duas tranças laterais, a jovem andava apressadamente pelas ruas escuras da cidade. Ainda não era tarde da noite, mas devido a uma garoa muito fina começa a cair e somando ao frio que fazia, fez com que houvesse poucas pessoas na rua e a pequena garota deu graças a deus por isso, pois as suas chances de que se envolvesse em uma encrenca logo de cara, agora eram menores. 

Desviando de poucas pessoas que estavam pelas ruas, a castanha seguia mentalmente as instruções que um senhor havia lhe dado para chegar até uma certa pequena lanchonete que ouvira falar que possuía uma das melhores comidas de Beruna. No entanto mesmo que o lugar tivesse uma boa comida, se não estivesse em pequeno nível de desespero, jamais procuraria por aquele lugar, somente o nome de brisa da sorte já lhe irritava. Mas estava faminta e exausta, havia saído as pressas da última ilha por conta da marinha e dera um trabalho despistá-los em alto mar, em seu pequeno barco não havia mais mantimentos e restara-lhe pouco dinheiro, tinha que comer algo e arrumar um jeito de conseguir mais dinheiro rapidamente ou estaria em apuros novamente. Não tardou para que a castanha encontra-se a lanchonete da qual havia falado, nem sequer fora difícil reconhecê-la, pois era o único lugar que tinha um ambiente de fato agradável com um clima família naquela rua. A jovem nem sequer importou-se com a presença dos marmanjos mal encarados que olhavam-na com curiosidade, rumou para a lanchonete, mas quando fez menção de entrar, notou um pequeno cardápio grudado na vitrine do lugar com os preços dos principais comes e bebes. A castanha não conseguiu evitar suspirar decepcionada com os valores que via, pois até mesmo para uma mísera xícara de café a jovem não tinha dinheiro o suficiente. 

Passando as mãos pelo rosto frustrada, a garota ajeitou o capuz de seu sobretudo e mudou sua direção indo para o final da rua, para o bar que continha uma agitada movimentação. Entre alguns empurrões e ameaças a castanha conseguiu passar pela muvuca de bêbados que estava na porta e caminhou em direção ao balcão do bar, pediria qualquer coisa barata para comer e aproveitaria para se informar de algum meio de conseguir dinheiro fácil. Ao sentar-se no balcão tratou de pedir pela torta mais barata que o dono do bar tinha e um saquê, enquanto comia estava com os ouvidos bem atentos, em bares deste tipo sempre havia alguma informação sobre alguma forma ilegal de se conseguir dinheiro. Os minutos seguintes transcorreram-se e tudo que a pequena ouvia era frases sem sentidos e provocações em vozes completamente embriagadas. Quando a jovem terminou de comer suspirou cansada de todas as asneiras que estava ouvindo naquele lugar, não haveria outro jeito senão perguntar.

- O que foi, menina? Quer mais uma torta? - questionou o dono do bar após ser chamado pela mais nova. O homem deveria ter no mínimo uns 45 anos, sua estatura era baixa e possuía uma pele bronzeada, meio rechonchudo, possuía olhos castanhos escuros e profundos com marcas de riso ao redor, cabelos ralos e de fios negros e com uma barba por fazer. 

A jovem negou balançando a cabeça. 

- Quero uma informação, sabe de algum lugar onde eu possa conseguir dinheiro? 

O homem arqueou as sobrancelhas diante da pergunta, a menina possuía uma presença feminina e aparentava ser nova, não era lugar para uma garota. 

- Depende do tipo de método que está em sua mente, jovenzinha. - respondeu o dono do bar enquanto pegava o bloco de pedidos da mão de seu filho, que o ajudava no bar. 

- Você é bonita, moça. - intrometeu-se o garoto que não devia passar de seus 11 anos e 1,41 de altura. Sua pele era bronzeada como a do pai, mas suas semelhanças paravam aí, pois o garoto possuía heterocromia tendo o olho direito no tom castanho avermelhado e o esquerdo na cor verde água, seu olhar tinha um brilho simpático e alegre, o que irritou um pouco a garota. Seus cabelos eram curtos com fios ondulados e bagunçados na tonalidade loiro claro. 

A jovem pretendia ignorar o mais novo e seguir com a conversa com o pai do mesmo, não tinha tempo para gastar para ficar jogando conversa fora, tinha uma leve sensação de que não demoraria para a marinha surgir naquela ilha e não queria estar mais ali quando isso acontecesse. Mas o que saiu da boca do garoto a seguir, a fez mudar de ideia e ficar deveras interessada. 

- Você é o tipo ideal do Amon-sama. Soube que ele está a procura de uma modelo para a sua nova coleção já que a principal desistiu de última hora. - disse o garoto para logo em seguida levar um tapa forte de seu pai na nuca. O garoto resmungou baixinho enquanto massageava o lugar atingido e escutava seu pai reclamar. 

- Calado, Leonan! Não ligue para o que esse pirralho descerebrado diz, deve ter um jeito da senhorita conseguir dinheiro e...

- Quem é esse Amon? - indagou a garota interrompendo o mais velho, estava óbvio a tensão que o mesmo sentiu ao tocar no nome deste homem desconhecido, até então.

- Ninguém. 

- O herói da ilha. - Leonan respondeu sorridente enquanto jogava no balcão uma revista local. A garota pegou a mesma e logo na capa havia uma pequena parte do que parecia ser uma entrevista com um homem. Este por sua vez tinha uma aparência que chamava a atenção. Sua pele era bronzeada, seus olhos tinham a íris na cor verde lima e um brilho que misturava um ar afetuoso com mistério, seus cabelos eram curtos com madeixas negras e uma parte da franja tingida pela tonalidade branca, seus fios eram levemente rebeldes e possuía dois piercings negros na orelha direita com uma corrente. Seu modo de vestir era uma mistura de roupas antigas com uma pitada de chapeleiro maluco de Alice no País das Maravilhas, mas ainda assim lhe dava um ar de um perfeito cavalheiro.

Para a coleção especial desta edição de outono-inverno, o estilista Kaitou Amon aposta em um contraponto e válvula de escapa pela situação crítica e displicente em que o mundo se encontra, a coleção contará com um clima extravagante, otimista e com uma pitada mística. 

Após ler a capa e analisar o tal estilista, a jovem abriu a revista e correu as páginas a procura da entrevista com o mesmo. Não tardou para achar o que procurava e embora não fosse uma pessoa obcecada por moda, admitia que tinha adoração por vestidos extravagantes e os modelos que estavam naquela revista eram maravilhosos. Ao fechar a revista direcionou o seu olhar para pai e filho a sua frente que agora discutiam, pigarreando atraiu novamente a atenção para si.

- E por que esse tal Amon é o herói da ilha? - a castanha voltou a questionar debruçando-se sobre o balcão do bar, olhando-os com curiosidade. Poderia entender porque aquele estilista era famoso, suas roupas eram deveras belas, no entanto não estava claro em sua mente o motivo daquele homem que não devia ter mais de 24 anos, era considerado o herói de Crickhollow. O que ele tinha de tão grandioso afinal? 

- Porque o povo deixou de usar o cérebro. - o dono do bar respondeu de maneira rude, como se estivesse amargurado com algo ligado a Amon. 

Leonan revirou os olhos e esperou que seu pai se afastasse para entregar o pedido de um cliente, não queria tomar mais nenhum tapa. Olhou novamente para garota e abriu um sorriso radiante.

- Amon-sama é herói de Crickhollow porque ele sozinho já conseguiu salvar a ilha mais vezes do que a marinha, na verdade ele é bem mais útil que os marinheiros. Amon-sama é o herói de todos. 

- Nem todos, ele parece ser o desafeto de seu pai. - respondeu a garota sorrindo ao ver o mais novo revirar os olhos.

- Meu pai não gosta dele porque mamãe e eu também temos Amon-sama como nosso herói, puro ciúmes, então não se importe com isso. 

- E como um estilista talentoso, consegue salvar uma ilha?

- Porque ninguém consegue ir contra a vontade de Amon-sama, ele é um homem muito bom e que visa o melhor para todos. Qualquer um que passe um curto tempo com ele nota isso, Amon-sama consegue tocar o coração até daqueles malfeitores mais desumanos e os faz desistir de atacar a ilha. Até a marinha o reconhece como o líder de Crickhollow, mas é muito humilde para admitir isso embora saiba que nós sempre vamos segui-lo. - enquanto Leonan ia contando mais informações para a castanha, não lhe passou abatido o tamanho carinho e admiração que o jovem falava. E o garoto parecia de fato emocionado ao falar do estilista, seus olhos brilhavam como se estivesse prestes a chorar. Por fim a castanha sorriu novamente. 

- Disse que esse herói precisa de uma modelo, pode me contar com mais detalhes? 

- Jovenzinha, já lhe disse para não dar importância ao meu filho. Afinal o que um garoto poderia saber sobre isso? - o dono do bar intrometeu-se na conversa ao retornar novamente para trás do balcão. Leonan bateu o pé com uma careta de irritação tomando conta de seu rosto.

- Eu sei sim. Ouvi mamãe comentando com algumas amigas que a modelo principal de Amon-sama desistiu do trabalho e o deixou em uma saia justa. Mas já tem diversas moças que se candidataram para trabalharem ao lado de Amon-sama. 

- Desistiu, hein? - retrucou o homem com uma expressão zangada, ele secava e guardava as louças limpas com raiva e parecia em uma discussão interna. Ignorando a atitude estranha do pai do garoto, a castanha retornou a falar com Leonan. 

- Você fala como se isso fosse algo urgente. Não sou da cidade e não pretendo ficar por muito tempo, na verdade o quanto antes eu puder sair da ilha melhor. 

- Concordo plenamente. - o homem disse com um tom de voz baixa, mas que a castanha ainda assim pode ouvir. Entretanto estava mais interessada em conseguir dinheiro do que arrumar briga. 

- Por que está com pressa?

- Gosto de viajar e não quero prender-me a lugar algum, por mais belo que seja. 

- Compreendo. Mas o Amon-sama necessita de uma modelo rapidamente porque amanhã a tarde ele será o desfile da coleção que está na revista. 

- Ah, agora entendo. E você sabe onde eu posso encontrá-lo?

Antes que o garoto a respondesse, o bar todo foi silenciado quando o dono do mesmo bateu com tamanha força suas mãos no balcão, atraindo a atenção e assustando a todos ali presente. Os clientes olhavam-o com curiosidade, afinal o homem era alguém tranquilo e alegre, de vez em quando rude, mas para gerenciar o seu negócio era necessária tal atitude. No entanto ninguém jamais o viu daquele jeito. 

- O Leonan não pode, sinto muito senhorita. E aconselho a você a seguir com seu plano de sair desta ilha o quanto antes. 

A jovem estreitou os olhos e fechou as mãos em punhos, não era uma pessoa muito paciente e compreensiva. Era dona de um pavio estourado e aquele senhor estava começando a dar-lhe nos nervos, e aquilo nunca era bom. 

- Primeiro, eu necessito de dinheiro para fazer isso. E segundo: QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA MANDAR-ME SUMIR DESTA ILHA? - a castanha vociferou olhando de modo desafiador para o homem, uma aura enraivecida começava a surgir da garota. Alguns dos clientes ficaram tensos ao sentir o clima bem humorado co bar pesar enquanto outros animavam-se cada vez mais com uma provável briga. 

O dono do bar embora tivesse arregalado os olhos levemente com a atitude da mais nova, logo relaxou novamente e sem alterar a expressão voltou a falar.

- Alguém que tem pena de uma garota tão nova ter vindo parar logo aqui. Escute o que lhe digo bem, se tem amor a sua vida dê o fora daqui menina. Lhe direi outra maneira de conseguir dinheiro fácil, é isso que quer não é?

Quando a jovem estava prestes a revidar foi surpreendida quando foi puxada por Leonan que com a cabeça abaixada e tremendo arrastou-a para saírem correndo do bar. Ambos saíram correndo sob os protestos do pai do garoto, mas o mesmo não se importou e somente parou de arrastar a castanha quando já estavam umas cinco ruas afastados do bar. Em nenhum momento a garota fez menção de se desvencilhar, estava curiosa sobre a reação do mais novo. 

- Peço perdão por arrastá-la e principalmente pelo comportamento do papai. - disse Leonan quando finalmente pararam, ofegantes em uma rua qualquer. 

- Sem problemas, talvez eu tenha tacado sal na ferida ao pedir que me levasse até o estilista. 

- Não se preocupe, v-você t-tem que ir até o Amon-sama. Ele lhe ajudará porque é um homem bom. - o garoto respondeu finalmente olhando para a jovem que se surpreendeu novamente ao ver os olhos do mais novo lacrimejarem. 

A castanha suspirou frustrada, detestava envolvida em situações assim pois não sabia ao certo como agir. A pequena bagunçou os cabelos do mais novo e empurrou a cabeça do mesmo levemente, dando alguns passos a frente e olhando para qualquer direção. 

- E o que estamos fazendo parados aqui então? Vamos logo até esse Amon. 

Aquilo não era o modo mais apropriado de se confortar alguém, mas era aquela era a maneira da jovem e era somente até ali que sua personalidade permitia que ela fosse. Não fazia a linha boazinha, não foi treinada para isso, então que culpa tinha? 

Leonan aparentava hesitante em todo o caminho percorrido, talvez estivesse daquele jeito por ter ido contra a vontade do pai. A garota balançou suavemente a cabeça afastando aquelas observações, não era da sua conta de qualquer maneira. Após andarem por uns 30 minutos, logo estavam de frente para um prédio com o nome Muryo no Tamashi, ao ler o nome da marca a jovem direcionou seu olhar em uma pergunta silenciosa para Leonan, que deu de ombros.

- Amon-sama é um amante da liberdade. 

A castanha assentiu e sorriu novamente para a garoto.

- Obrigada por me guiar até aqui. 

O mais novo ficou calado por um tempo e até parecia novamente querer chorar, mas o que fez a seguir pegou a garota desprevenida, pois a mesma não estava acostumada a ser abraçada.

- Sinto muito. 

Inicialmente a castanha olhava-o confuso, mas logo lhe veio a ideia de que ele estava referindo-se ao ocorrido com seu pai. Revirando os olhos a mais velha afastou Leonan e sorriu de lado.

- Não se preocupe comigo. 

Nada mais foi dito após aquilo, ambos despediram-se silenciosamente e cada um tomou um rumo diferente. Enquanto a garota entrava no ateliê, Leonan se distanciava do local com os punhos cerrados, a mandíbula trêmula e algumas lágrimas teimosas escapando-lhe. 

Não muito longe de Beruna, mais precisamente no lado oeste de Crickhollow em uma das praias, uma pequena embarcação acabava de atracar com dois viajantes. Após ter certeza de que o veleiro estava seguro e breve discussão para fazer a morena vestir o casado do mais velho,  Mackenzie e Zephyrus caminharam pela praia rumo a mata, iriam até a cidade mais próxima e buscariam por informações recentes de Chikao. Arriscado? Depende do lugar em que se pergunta. 

- Mademoiselle, compreendo que ser teimosa é parte de seu charme, mas precisa enxergar de fato em que situação nós estamos. Não está mais em Cascara, e se chegar até os ouvidos deles que você está os caçando... 

- Complicaria as coisas para mim, eu sei. Chikao possui um cérebro que ninguém consegue compreender, é instável, imprevisível. Não tem como saber se chegar aos ouvidos dele que estou o procurando se ele irá me enfrentar abertamente ou irá se esconder atrás de joguinhos. 

- Por isso devemos ter toda cautela possível, então te peço mais uma vez que deixe a responsabilidade de procurar por informações comigo. 

A morena revirou os olhos suspirando. Haviam se passado três dias desde que havia saído de Cascara e durante todas horas, minutos e segundos que se passaram, ambos ficaram discutindo sobre quem iria se informar sobre os Furious Dragon e até o atual momento nenhum dos dois estava disposto a ceder. 

- Ninguém sabe quem sou eu, ele nem sequer sabe como é o meu rosto. Embora Chikao tenha invadido minha casa, ele pode pensar que uma de minhas primas é a guardiã. 

O raciocínio de certo modo não estava errado e aquela resposta até poderia fazer-lhe com que cedesse, entretanto fisicamente Mackenzie era a versão 2.0 de Felícia. Zephyrus tinha certeza de que não havia sido uma tarefa árdua para Chikao reconhecer sua guardiã quando olhou para a foto da família Konami. 

- É meu dever mantê-la a salvo, mademoiselle. 

- E é meu dever encontrar Tomoko, Zeph. Senão fosse por essa droga de responsabilidade que vem sido passada de geração em geração, minha família não estaria correndo risco algum. 

Ambos caminharam em silêncio por um longo tempo, todo o barulho que podia se ouvir era somente dos galhos que pisavam enquanto andavam na mata, o som dos animais que ali viviam, do vento que se fazia presente e do mar que agora estava longe. Mackenzie estava com uma expressão séria, sentia-se irritada com tamanha insistência do guia da Burūgādo, mas dentre todos, a morena somente simpatizava-se com Zephyrus. O loiro por sua vez demonstrava claramente em seu rosto o quanto sentia-se frustrado, era seu dever estar presente na vida da guardiã e protegê-la, também havia feito aquela promessa, mas sempre sentia que não conseguia cumprir. 

- Não quero que tenha problemas com os anciões, Maki. Se você for contra eles abertamente sabe que...

- Eu sei as consequências, Zeph. Mas não me importo, porque sei que se recuar com medo disso, as consequências serão bem piores. 

O modo com que a morena havia falado deixou o guia sem palavras e perdido no tempo, era como voltar naquele trágico dia. O mesmo dia em que fez a promessa que não consegue cumprir, no entanto não podia evitar que sentia-se orgulhoso e um tanto quanto aliviado por Mackenzie ter o mesmo jeito de Mamoru. 

- Ao menos prometa que não revelará sua identidade em hipótese alguma. É problemático usar o nome Mackenzie porque Chikao sabe mais do que deveria sobre você e Zie porque irá mais atrapalhar do que ajudar. - disse Zephyrus fazendo a mais nova concordar. De fato usar seu nome verdadeiro não era uma ideia inteligente e muito menos Zie, se a identidade da jjang das Panthers for revelada poderá colocar novamente em perigo aqueles que ficaram em Cascara. 

- Que tal Nami? 

- Nami? - o loiro indagou curioso e sorridente enquanto arqueava as sobrancelhas, aquele apelido não lhe era estranho. A jovem assentiu.

- Konami, Nami. 

- Eu gosto. - concluiu por fim, se a morena se quer desconfiasse do motivo de seu novo nome lhe agradar ele estaria em apuros novamente com ela. 

Após mais algum tempo caminhando, logo estavam no início de Beruna. Apesar do clima e de haver poucas pessoas na rua, o clima na cidade era algo agradável. Mas logo que colocaram seus pés na capital de Crickhollow, algo passou a incomodar Zephyrus, o que não passou despercebido por Mackenzie. 

- O que houve? - questionou a mais nova sem direcionar de fato seu olhar para o loiro, que agora estava com uma expressão séria em seu rosto.

- Não consegue sentir a energia mística? - Zephyrus retrucou com os olhos levemente arregalados. Como a morena disse que havia treinado por um tempo ele esperava que conseguisse sentir energias assim, mas talvez 05 anos sem treinar habilidade alguma possa ter interferido. 

A jovem negou com a cabeça e olhou pelo canto do olho para Zephyrus.

- Existe uma energia mística forte para todos os lados, arrisco dizer que deve estar por toda cidade. 

- E que tipo de energia é?

- Uma negativa, diria que talvez venha de um usuário. 

- Akuma no mi?

Foi a vez do loiro negar com a cabeça. 

- Dependendo do usuário de uma akuma no mi sua vibração pode ser sentida a quilômetros de distância, mas somente um usuário de carta pode ter a energia mística deixada por todo lugar. 

- E como isso é possível? - Mackenzie questionou olhando-o surpresa. Até onde sabia todos temos um campo de energia que contém uma cor e vibração variada de acordo com cada pessoa, mas nunca havia ouvido falar ou lido em algum lugar sobre algo parecido. 

- Quando se faz um contrato seu campo de energia é alterado devido as habilidades adquiridas e por serem místicas podem ser espalhadas por todo lugar que quiser.

- Como?

A postura corporal do mais velho ficou tensa e Zephyrus estava relutante em dizer o que sabia sobre o assunto.

- Tudo que tem que saber, mademoiselle, é que esse lugar abriga um forte usuário de carta e isso não é nenhum pouco bom. 

Devido a postura do guia, a morena decidiu manter-se calada e tentando descobrir por si só o que estava atormentando Zephyrus. Não era a primeira vez que se deparavam com fortes usuários, sejam de akumas no mi ou de cartas. 

Enquanto isso após entrar no ateliê Muryo no Tamashi, a jovem analisou brevemente o local que misturava uma decoração clássica com moderna e o mais impressionante era que apesar do ar refinado, o clima era aconchegante. Mas o que realmente prendeu a atenção da castanha foram os vestidos pendurados nas araras, era difícil dizer qual era o mais belo e um mais extravagante do que o outro, mas todos tinham um toque especial e ela conseguia sentir isso. Aquele estilista era de fato talentoso. 

- Posso ajudá-la, ragazza? 

Estava tão entretida com os maravilhosos vestidos que foi inevitável não tomar um susto com a voz masculina bem próxima a si, e isso fez com que a garota se sentisse patética por ter abaixado a guarda. Virando-se a castanha deparou-se com Amon que sorria de maneira gentil.

- Kaitou Amon? Soube que teve problemas com uma de suas modelos e que está a procura de uma substituta... 

- E procurou-me porque está interessada no trabalho. - concluiu o rapaz que caminhou para o sofá de couro branco no centro da enorme sala, convidando a mais nova para sentar-se também. Mas esta dispensou preferindo ficar de pé.

- Depende de quanto estamos falando. 

- Incomodaria se eu lhe pedisse para tirar esse capuz? Quero vê-la melhor, senhorita... 

- Eu gosto que me chamem de Yu. - a castanha disse enquanto fazia de acordo com o pedido, revelando completamente a sua aparência. Na verdade, a jovem preferia que não a chamassem daquela maneira, afinal não era próxima de ninguém para ser chamada assim. Mas se sua identidade fosse revelada, talvez não conseguisse o dinheiro. O jovem estilista abriu ainda mais seu sorriso.

- 25.000.000 de bellies está bom para você? - retrucou o rapaz. Uma pequena careta perambulou pelo rosto da garota de maneira rápida, aquele valor era uma boa quantia, mas também lhe recordava que deveria tomar cautela até botar as mãos naquele dinheiro. 

- Está ótimo, estou contratada?

Amon analisou um pouco o rosto da mais nova, a postura e as vestimentas, por fim assentiu arrancando um sorriso mínimo da castanha.

- Esteja aqui ás 11h00, por favor. Trabalho neste ramo há muito tempo para saber que você é uma iniciante, ragazza. Então teremos muito trabalho amanhã. 

Acordar ás 11h00? Aquilo não chegava nem aos pés de ser um sacrifício para ela, antigamente para encarar seus treinos tinha que acordar antes mesmo do sol nascer. Tudo que precisava fazer era ter certeza de que não seria reconhecida até o desfile terminar, era uma tarefa fácil. Após despedirem-se, a garota saiu dali colocando novamente o capuz e rumando em direção ao barco que havia pegado. Alguns minutos após a saída da castanha, o estilista serviu-se um pouco do café que estava na mesa de centro. 

Ela é um excelente peixe, não a deixe escapar. Nós precisamos de pessoas como aquela menina. 

Amon pegou do meio de um monte de revistas que estavam sobre a mesa de centro, uma folha não muito grande com o retrato de uma garota de cabelos castanhos e olhos exóticos. Yumiko Nightray, recompensa: 25.000.000 de bellies.

- Eu sei, não se preocupe. Em breve mais uma para a coleção e mais um dinheiro extra. - o rapaz respondeu calmamente a voz que preenchia todo o ateliê, voltando a jogar o cartaz de procurado em cima da mesinha, mais precisamente em cima do folheto San Hachi Rei Kara Go Tamashī, seu desfile que aconteceria amanhã. 

O dinheiro que vem acumulando é somente 1/3 do que nos aguarda quando eu finalmente estiver livre. 

"A ganância insaciável é um dos tristes fenômenos que apressam a autodestruição do homem." - Textos Judaicos
 


Notas Finais


E aí como estava o capítulo? Deixou a desejar, a escrita não estava boa, o capítulo estava bom, que impressão vocês tiveram de Beruna, Yumiko, Amon, conte-me sua opinião, dear tigress and tigers. Logo abaixo deixarei os links dos personagens e as traduções. Um beijo na teta esquerda e nos vemos no próximo capítulo <3 ^3^

Traduções
Rakki Soyokaze: Brisa de Sorte

Muryō no Tamashī: Alma Livre

San Hachi Rei Kara Go Tamashī: 385 Almas

Links dos personagens
Yumiko Nightray:
http://static.zerochan.net/Alice.Baskerville.full.1118248.jpg

Kaitou Amon:
http://img09.deviantart.net/89ef/i/2013/092/6/9/green_eyes_by_antique_teacup-d3liwrb.png

Leonan:
https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/77/e5/09/77e50976e6f7deccfa9554bb12d75c71.jpg


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