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História Elos - Não sei


Escrita por: Youraxyz

Notas do Autor


Olá para todos.

Preparados?

Boa leitura.

Capítulo 9 - Não sei


Fanfic / Fanfiction Elos - Não sei

Taeyeon P.O.V.


No momento que os lábios de Jessica tocaram os meus, meus olhos se arregalaram. Não foi um beijo qualquer, não como aqueles que eu costumava roubar dela quando éramos crianças. Era estranho, eu não sabia se queria continuar ou não. Eu sabia que deveria empurra-la e me afastar, mas tudo que fiz foi fechar os olhos e aproveitar a sensação de ser beijada por ela. Jessica se afastou ainda segurando o meu queixo. Abri os olhos e a vi sorrindo. Sua expressão enigmática me deixou confusa. Jessica levantou a sobrancelha me soltando e voltou a se sentar. Seus olhos estavam fixos nos meus. Não desviei o olhar mantendo o contato visual. Jessica o sustentou por alguns segundos e desviou o olhar passando o dedo na borda da taça.


- O que foi isso? - Perguntei confusa.

- Eu não sei. - Ela respondeu parecendo confusa.

- Não sabe? - Perguntei vendo ela olhar Kyungsan dormindo sobre a cama.

- Não. Esquece isso, foi apenas uma brincadeira besta. - Ela falou se levantando.

- Jessica. - Falei o nome dela e me levantei segurando no pulso dela.

- Esquece isso, Taeyeon. Foi erro, me perdoe. - Ela pediu afastando a minha mão.

- Não vou conseguir esquecer, assim como eu não esqueci a primeira vez que me beijou. - Eu falei ansiosa deixando as palavras escaparem sem pensar no que eu estava falando.

- O quê? - Ela perguntou arregalando os olhos.

- Nada. Esquece. - Falei me afastando e peguei a taça bebendo todo o vinho.


Jessica se afastou e sentou na ponta da cama olhando o bebê. Fiquei observando ela sorrir para ele. Me senti feliz por vê-la sorrindo daquele jeito. Desde o dia que a revi sinto que há algo errado com ela. Sua expressão séria era muito diferente daquela que ela tinha quando criança. Eu podia perceber claramente quando a tristeza tomava conta do seu olhar. E como se ela ouvisse o que eu estava pensando, sua expressão mudou bruscamente. E lá estava o olhar tristonho. Vi quando duas lágrimas escorreram em seu rosto. Fiquei sem saber o que fazer. Meu coração doeu no peito vendo-a daquele jeito.


Era visível o quanto ela estava emocionada. Eu só não sabia porque. Por mais que eu quisesse estar perto dela, eu podia sentir o quanto ela estava distante. Naquele momento, a única coisa que eu queria era saber o que a deixava daquele jeito. Queria saber o que fazia o coração dela doer a ponto de não conseguir conter as lágrimas. Eu queria consolá-la. Eu queria abraçá-la como eu fazia na nossa infância todas as vezes que ela chorava. Respirei fundo tentando controlar a sensação estranha que tomava conta de mim. Ela me olhou secando as lágrimas e sorriu. Eu sorri, mas não porque eu estava feliz e sim porque me lembrei de algo.


Flashback on.

- Por que está chorando? Vamos me diga. - Falei consolando-a.

- Não é nada. - Ela falou me abraçando.

- Se fosse nada, você não estaria chorando. - Eu falei me afastando e a olhei imaginando que ela havia brigado com pai dela novamente. Era único motivo que a fazia chorar daquele jeito.

- Eu briguei com meu pai. - Ela respondeu e eu sorri por acertar o motivo.

- Gosto do seu sorriso. Ver você sorrindo me deixa feliz. - Ela falou alisando a minha bochecha parando de chorar.

- Então pare de chorar não gosto  te ver assim. - Falei secando as lágrimas que molharam o rosto dela. Então ela sorriu.

Flashback Off


Se sorri a deixasse feliz, era isso que eu faria. Olhei-a por alguns segundos, mas não consegui sustentar o olhar dela. Jessica se levantou da cama mantendo os olhos em mim, eu podia sentir. Vi seus passos se aproximando. Meu coração bateu acelerado no peito. Era como se as batidas estivessem sincronizadas com o caminhar dela. Sem conseguir controlar os meus olhos, a olhei de baixo para cima. O sapato vermelho e o vestido vermelho ainda estavam lá. Olhei para ela vendo-a me olhar confusa. Me levantei mantendo os olhos nela. Ela me abraçou sem dizer nada. O meu coração batia tão rápido que fiquei ofegante. A abracei alisando os cabelos dela, consolando-a por algo que eu não sabia o que era.


Quando me afastei, havia uma expressão estranha em seu rosto. Sem pensar direito no que estava fazendo, alisei a bochecha dela com a ponta do polegar. Ela sorriu, senti borboletas voando em meu estômago. Aproximei devagar olhando nos olhos dela. Ela ficou quieta, como se esperasse. Então eu beijei de leve os lábios dela. Me afastei rapidamente quando percebi o que estava fazendo. Jessica segurou o meu pescoço e me puxou de encontro a ela. Sua boca encontrou com a minha em um beijo brusco. Então ela nos conduziu a um beijo lento e demorado. Minhas mãos circularam sua cintura e a puxei para mais perto colando os nossos corpos. Quando paramos para respirar, percebi que Jessica estava vermelha. Nossos olhos se encontraram e ela sorriu sem graça. Era a primeira vez que eu a via daquele jeito.


Kyungsan chorou interrompendo o que acontecia entre a gente. Me afastei indo de encontro a ele fugindo da situação que eu mesma não sabia porque havia acontecido. Deitei ao lado do meu filho e o aconcheguei em meus braços. Me assustei quando vi Jessica se deitar na cama com a gente. Ela deitou de lado de frente para mim com Kyungsan entre nós. Ela nos olhava sorrindo. Jessica abriu a boca para falar e parou sem dizer nada. Pensei que ela fosse dizer algo sobre o beijo, mas não disse nada. Obviamente, também não toquei no assunto. Ela retirou uma mecha do cabelo e a colocou atrás da minha orelha. Esse pequeno gesto me fez arrepiar toda. Me controlei para não arregalar os olhos.


- Eu nunca pensei que a veria assim. - Jessica falou sorrindo e olhou para o bebê que ainda resmungava em meus braços.

- Assim como? - Perguntei confusa e ao mesmo tempo ansiosa.

- Assim. Com um bebê em seus braços. Sendo mãe. - Ela falou e me olhou sorrindo.

- Ah. - Falei sem saber o que dizer.

- Fico feliz por você. - Ela falou deitando de barriga para cima encerrando o nosso contato visual.

- Não quis ter filhos? - Perguntei e ouvi Jessica dar um longo suspiro. Sua expressão mudou e ela não me respondeu.

- Não precisa me responder, se não quiser. - Falei vendo sua expressão séria.

- É difícil falar sobre isso. - Ela falou fechando os olhos.

- Tudo bem. Não precisa me contar. - Respondi me sentindo culpada por tocar em um assunto que parecia ser sensível para ela.

- Talvez um dia eu consiga falar sobre isso. - Ela falou colocando as mãos sobre a barriga e relaxou.

- Você está dormindo? - Perguntei depois de um longo silêncio entre nós.

- Não. Apenas pensando. - Ela respondeu voltando a deitar de lado ainda de olhos fechados.

- Ok. - Falei vendo como ela estava calma ao meu lado.

- Me sinto em paz como a muito tempo eu não me sentia. - Ela falou se aconchegando na cama. Percebi que ela estava sonolenta.

- Porque? Por que se sente assim? - Perguntei curiosa e ao mesmo tempo preocupada com ela.

- Porque você está aqui. Por que vocês dois estão aqui. - Ela falou sorrindo e abriu os olhos. Me olhou e depois olhou para o bebê. Eu apenas sorri para ela e ela fechou os olhos novamente.

- Você está feliz? - Perguntei alisando o rosto dela.

- Sim. Muito. - Ela respondeu suspirando.


Aos poucos a respiração dela foi ficando suave. Ela adormeceu sem perceber. Kyungsan também dormia tranquilamente em meus braços. Assim como ela havia dito, eu também estava em paz. Fiquei ali observando os dois dormindo. Conferi as horas, era quase 13 horas e ainda não havíamos almoçado. Levantei da cama com cuidado para não acordá-los. Peguei o telefone e fiz o pedido do almoço. Fiz o nosso pedido baseado no que Jessica gostava de comer. Sem querer acabei fazendo um pedido grande, mesmo assim não me importei. Estava tão distraída vendo os dois dormir que me assustei quando alguém bateu na porta. Levantei e abri a porta.


O garçom entrou e deixou o carrinho com o meu pedido dentro. Não pude deixar de notar o olhar que ele lançou para Jessica sobre a cama. Apontei para a porta indicando a saída. Ele sorriu saindo do quarto. Fechei a porta sem me despedir. Aproximei da cama com cuidado e toquei no ombro dela chamando por ela. Ela dormia tão pesado que não reagiu ao meu chamado. Sacudi de leve o ombro dela chamando-a novamente. Jessica sorriu sem abrir os olhos. Me assustei quando ela me agarrou pela cintura e me puxou me fazendo desequilibrar. Usei as mãos e os braços para me equilibrar e não cair sobre ela. Ela me puxou me obrigando a deitar ao seu lado.


- O que pensa que está fazendo? - Falei brava assustada por quase nos machucar com a atitude dela.

- Apenas te obrigando a deitar ao meu lado. - Ela falou sorrindo sem abrir os olhos. Notei que suas bochechas estavam vermelhas.

- Você podia ter se machucado. - Falei ainda brava, mas Jessica se limitou a me abraçar e se aconchegar em mim.

- Vamos, levante. Fiz o pedido do nosso almoço e ele já chegou. - Avisei me levantando.

- Não quero comer. - Ela resmungou se afastando de mim.

- Para de pirraça e levante-se. - Falei segurando na mão dela.

- Ok. - Ela falou visivelmente desanimada. Passou as mãos nos cabelos e sentou na cama. Fiquei olhando-a se espreguiçar.

- Porque está me olhando desse jeito? - Ela perguntou levantando uma das sobrancelha.

- Nada. - Falei caminhando em direção a mesa e comecei a organizar os pratos e os talheres.


Jessica se levantou e entrou no banheiro. Quando terminei de organizar as coisas, notei que ela ainda estava lá. Aproximei da porta do banheiro e escutei, mas não havia nenhum som lá dentro. Preocupada, abri a porta chamando por ela. Jessica estava apoiada na pia de olhos fechados. Pensei que houvesse algo errado e me aproximei rapidamente. Ela abriu os olhos e me olhou sorrindo através do espelho. Respirei fundo aliviada.


- Está tudo b… - A minha frase foi interrompida com um beijo.


Um beijo urgente e desajeitado. Ela puxou para mais perto e me encostou na pia. Seu corpo colou no meu me pressionando. Encerrei o beijo, pois estava sem ar. Jessica afastou um pouco e sorriu. Eu não fazia ideia do que ela estava pensando. Antes que eu pudesse me recuperar o fôlego, a boca dela encontrou a minha. A conduzi para um beijo mais lento aproveitando a sensação estranha que percorria todo o meu corpo. Eu não sabia nem como e nem porque estávamos nos beijando, mas eu estava gostando. Encerrei o beijo novamente, eu precisava urgentemente respirar. Jessica afastou um pouco e me abraçou respirando fundo. Ela também estava ofegante.


- O que estamos... fazendo? - Ela perguntou por entre a respiração entre cortada.

- Não sei. Não faço ideia. - Respondi colocando o queixo sobre o ombro dela.

- Acho que não deveríamos nos beijar. - Ela falou e me abraçou ainda mais apertado.

- Talvez não. - Respondi sem saber qual o real significado do que ela dizia.

- Oh! - Exclamei quando vi a porta abrir e ver Kyungsan engatinhando para dentro do banheiro.

- Você desceu da cama sozinho? - Perguntei preocupada me afastando da Jessica e o peguei no colo.

- Que? - Jessica perguntou confusa. - Ele é esperto. - Concluiu ela sorrindo.

- Aonde você vai? - Perguntei a Kyungsan quando ele me empurrou e estendeu os braços para ela.

- Vem. Vamos sair do banheiro. - Jessica estendeu os braços pegando-o e apontou para a porta.


Saí do banheiro acompanhada de Jessica. Eu realmente estava intrigada com a atitude do meu filho. Como uma criança que raramente aceita que as pessoas peguem nele, estava tão à vontade nos braços dela. Balancei a cabeça confusa quando vi ela rir ao ganhar dele um beijo na bochecha. Indiquei a cadeira e ela sentou colocando-o no colo. Servi o prato dela e lhe entreguei os talheres. Kyungsan se recusou a vir comigo quando tentei pegá-lo.


- Deixe-o aqui. - Ela falou sorrindo.

- Ele vai te atrapalhar. - Eu falei tentando pegá-lo novamente, mas ele se recusou.

- Ele não vai atrapalhar. Agora sirva-se e vamos comer. - Ela falou provando um pouco da comida.

- Ok. - Falei fazendo o que ela dizia.


Minutos depois, Kyungsan estava comendo a comida da Jessica. Ela parecia feliz ao alimentá-lo. Vendo-a tão tranquila e animada com o que faziam juntos que me concentrei na minha comida. Depois de algum tempo, Kyungsan desceu do colo dela e foi brincar em sua caixa de brinquedos.  Jessica sorriu para mim e parecia gostar do que comia. Terminamos de comer em silêncio. A mão de Jessica segurou a minha por cima da mesa enquanto ela se deliciava com a sobremesa. A porta do quarto se abriu e me afastei dela.


- Oh! Vocês estão aqui. - Donghae falou ao nos ver sentadas à mesa e ver Kyungsan brincando sozinho.

- Sim. - Respondi sem me levantar.

- Pensei que estivesse em outro lugar. Olá. - Ele falou cumprimentando Jessica e beijou a minha testa.

- Está precisando de alguma coisa? - Perguntei ao vê-lo se afastar e abrir uma gaveta.

- Vim buscar um documento que deixei aqui. Ah! Jessica. - Ela falou olhando rapidamente para ela.

- Sim. - Ela respondeu olhando para ele.

- Estive com Siwon agora mesmo. Ele estava procurando por você. - Donghae falou e Jessica suspirou visível desanimada.

- Obrigada. Vou ver o que ele precisa. - Ela falou se levantando.

- Já vai embora? - Perguntei não querendo que ela partisse.

- Sim. Obrigada pela companhia e pelo almoço. - Ela falou e sorriu.

- Não precisa agradecer. Vou te levar até a porta. - Falei indicando o caminho.

- Obrigada, Donghae. Tchau. - Ela falou olhando para o meu marido. E eu percebi que ela olhava esquisito a ponto de Donghae ficar sem graça.

- Tchau. - Ele disse voltando a procurar nas gavetas o que queria.

- Tchau. - Ela falou alisando o meu queixo quando paramos na porta.

- Tchau. - Falei sorrindo.


Jessica saiu e não olhou para trás. Me assustei quando fechei a porta e senti Donghae me abraçar por trás. Tentei me afastar, mas ele me segurou e beijou o meu pescoço. Depois ele se afastou e me puxou colando os nossos corpos. Então ele me beijou, mas eu o interrompi me afastando.


- O que foi? - Ele perguntou confuso.

- Kyungsan está aqui. - Falei apontando para o bebê que nos olhava.

- Ah! - Ele falou e sorriu para Kyungsan.

- Vou voltar ao trabalho. Vejo vocês de noite. - Ele falou me beijando novamente.

- Até mais tarde. - Falei me afastando.


Donghae se despediu de Kyungsan e saiu do quarto apressado. Fiquei olhando para a porta sem saber o que pensar. Era estranho como eu me sentia em relação ao meu marido. Também estranho a maneira que eu me sentia em relação a Jessica. Eu estava confusa e não conseguia pensar direito nas coisas. Quando a imagem de Jessica me beijando surgiu em meus pensamentos, meu corpo todo se arrepiou. Eu só podia estar ficando louca. Não tinha mais controle sobre os meus pensamentos e sobre o corpo. E eu não fazia ideia do que deveria fazer em relação Jessica. Pior, eu não sabia o que devia fazer comigo mesma.


Notas Finais


Vivos?

Até o próximo capítulo.


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