"A esperança é a maior
e a mais difícil vitória
que um homem pode ter sobre a alma." - Georges Bernanos.
Quando recebi a notícia da Paula eu simplesmente enlouqueci. A sensação de finalmente saber que você vai ser adotada é magnífica. Anos se passaram e nada. Tenho 14 anos e essa é uma idade não muito solicitada pelas pessoas que querem adotar uma criança. Mas a oportunidade apareceu pra mim e eu não vou deixar ela ir embora.
Eu estava no meu quarto quando a Paula apareceu na porta do mesmo com um imenso sorriso no rosto. Um pequeno fio de suor caia em um dos cantos de sua testa dando brilho à sua pele negra, o coque que estava à alguns minutos atrás preso em sua cabeça, se desfez fazendo com que seu cabelo se soltasse, revelando seus lindos cachos castanho-mel. Os grandes olhos verdes, que agora estavam marejados, passavam uma alegria que transbordava pelo interior de todo o quarto, me fazendo sorrir involuntariamente.
-Você nem acredita, minha querida. – Ela veio caminhando em minha direção sem tirar os olhos de mim, e se sentou ao meu lado na cama. Virou-se e ficou me olhando.
-O que aconteceu, Paula? Me conta logo! – A ansiedade era evidente em meu rosto. Agora olhava para Paula com uma certa preocupação, devido ao silêncio que se estendeu entre nós durante vários instantes.
Ela estendeu o braço e acariciou meu rosto com seus longos e finos dedos para finalmente dizer.
-Você vai ser adotada, meu amor. Você vai ser adotada.
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