Nate analisava a garota discretamente, e em sua mente, ele perguntava quem era essa mesma garota, e por quais motivos ela estaria te procurando, enfim, ele resolve cumprimentá-la apenas para não fazer feio.
- Famoso não, Nate sim. - Respondia o mesmo a encarando e pegando em sua mão.
- Meu nome é Melissa, prazer em conhec...
- Vá direto ao ponto. - Respondia Nate cortando a fala de Melissa.
Logo Lucas, olha um pouco torto para Nate, repreendendo sua ação.
- Hã? Como assim? - Perguntava ela confusa.
- Err...desculpe, força do hábito... - Respondia ele passando a mão na testa, um pouco envergonhado com sua ação.
- Bem...eu só queria me apresentar, desculpe sair agora, mas é que eu tenho classe de literatura nesse exato momento... - Dizia ela já se direcionando a porta.
Quando a garota já estava na porta ela ainda tinha a atenção de Nate, então, ela se virou e disse:
- A gente se vê. - Dizia ela saindo pela sala e dando um pequeno tchau com a mão para Nate.
Nate estava confuso e ao mesmo tempo desconfiado, nenhuma garota tinha falado com ele durante o ano inteiro, por que do nada uma garota, que por sinal era bem bonita, se apresentaria para ele sem nenhum propósito? Era o que ele mais achava suspeito, porém, não ligava muito, a aula estava prestes a começar com o professor entrando na sala após a saída de Melissa.
- Bom dia turma, espero que todos tenham tido um ótimo período de férias.
A turma então começa a falar muito e falar sobre suas férias de forma aleatória e stressante para Nate, porém, algo acontece.
O professor dá três murros fortes com a mão na parede do lado ao quadro negro, e em seguida pede silêncio, e como era um professor respeitado, todos calam imediatamente.
- Cara, o professor Valentim dá muito medo mano. - Sussurrava Lucas para Arthur e Nate.
- Eu por outro lado, acho ele completamente grosso. - Respondia Arthur.
- E você, Nate? - Ambos perguntavam à ele.
- Eu? Bem...
Nate era um dos únicos da sala de matemática que gostava do professor, além de o próprio professor gostar dele, ele já é um grande conhecido de Nate há anos, muito antes de Nate entrar nessa escola esse ano. O professor dava aula também na antiga escola de Nate, que era e ainda é a maior escola particular da região em que mora, onde Nate estudou sua vida inteira. Certamente, Nate compartilhava um vínculo forte com Valentim.
- Bem...eu gosto do professor. - Respondia ele enquanto abria seu caderno.
- Como que você gosta desse cara que mais parece uma cópia de Freddie Mercury com esteróide? - Perguntava Lucas totalmente surpreso.
- Já estudei com ele antes na minha antiga escola, ele ensina muito bem.
- Ele esmurrava as paredes lá também? - Perguntava Arthur.
- Não, ele era normal, aqui ele só faz isso pra ter controle da turma.
- E que controle... - Respondia Lucas.
Após uma aula inteira de matemática, eles saem para o intervalo para depois ter aula de química, tinham um bom tempo de intervalo, 45 minutos, um tempo ótimo para jogar conversa fora.
E então, aproveitando para jogar conversa fora, ela retorna, Melissa, que já estava esperando na porta ansiosamente por Nate. Ao sair, Melissa pergunta:
- Nate? Posso conversar com você um pouco? - Ela perguntava enquanto abordava ele.
Nate olhava para Lucas e Arthur, e eles faziam uma expressão compreensiva, então, vendo que não era problema, Nate responde.
- Claro, sem problemas... - Respondia ele indo com Melissa.
Os outros dois iam atrás deles, quando Melissa diz:
- A sós. - Dizia ela virando e revirando os olhos.
Lucas e Arthur ficam indignados, porém, aceitam a condição de Melissa, e em seguida, Lucas diz:
- Ahh, que saco.... Tá bom, gente te espera na cantina, certo?
- Certo. - Nate respondia.
Então, Melissa levava Nate para um lugar reservado, mais especificamente atrás do ginásio da escola, onde tinha um espaço grande, porém, que ninguém passava, e enquanto eles andavam por lá, Nate resolve perguntar à Melissa o motivo de estarem ali.
- Então....porque me trouxe aqui? - Perguntava ele enquanto caminhava com seus braços relaxados atrás de sua cabeça.
- Eu queria te perguntar por que me respondeu daquele jeito aquela hora.. - Respondia ela de cabeça baixa.
- De que jeito? - Perguntava ele de um jeito que parecia não se importar.
- Daquele jeito rude, cortando minhas palavras, eu tive que sair de sala pra esconder a vergonha! - Dizia ela inconformada com Nate não saber nem o motivo.
- Não é normal alguém falar comigo só por falar, sabe? Eu achei que tinha algo no meio. - Responde ele sem preocupações.
- Mas....você nem se incomoda com isso? Você é tão frio a ponto de não ligar? - Pergunta ela, parando em sua frente e exigindo uma resposta para que Nate possa continuar andando.
- Quando você é tão machucado pelo mundo, você prefere machucar tudo ao redor dele pra não ser machucado novamente. - Dizia ele empurrando levemente Melissa para o lado.
Melissa então cala quieta e para enquanto Nate continuava a andar, e em seguida, ela abaixa a cabeça e pergunta:
- Você deve ter passado por tempos muito ruins, né? - Perguntava ela esperando Nate se virar.
Nate então parava, ficava quieto por alguns segundos, porém, resolvia dar uma evasiva.
- Todos nós passamos por alguns tempos ruins na vida. - Respondia ele. - Vai ficar parada aí? - Completava ele perguntando.
Melissa nota de cara que uma característica forte de Nate é que ele não se sente bem falando de sua vida, apenas de forma indireta, como fez agora e com o garoto na hora da briga. Então, ela decide mudar de assunto.
- Bem...você gosta de rosas? - Perguntava ela com um tom feliz.
- Porque eu gostaria delas? - Perguntava ele de volta.
- Simples. - Dizia ela se dirigindo à um pequeno jardim no canteiro da escola.
- O cheiro das rosas me lembra bastante infância, e infância é uma das coisas que eu adoro relembrar. - Dizia ela retirando uma rosa do canteiro.
- Sempre quando eu estou pra baixo, eu venho e cheiro alguma rosa desse canteiro, elas sempre me animam. - Dizia ela se aproximando de Nate.
- Eu quero que fique com essa, e que toda vez que for cheirar ela hoje, tente lembrar de alguma coisa da sua infância. - Dizia ela entregando a rosa.
- Eu não vou cheirar esse troço em público. - Dizia ele empurrando a rosa com a mão.
- Então cheira agora! -
- Vou guardar pra mais tarde, obrigado. - Dizia ele colocando no bolso.
E então, após alguns minutos de caminhada, ela resolve parar outra vez, porém, para perguntar outra coisa.
- Nate... - Ela chamava por seu nome.
- Pode falar.
....
- Como você se mantém de pé todos os dias?
~Fim do terceiro capítulo.
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