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História Em Dívida Com o Inferno - Respostas


Escrita por: Laraa777

Notas do Autor


Annyeong!! *-*
Finalmente arranjei tempo para postar ;-; desculpem se houver erros de digitação, estou quase dormindo em cima do celular ksks amanhã eu reviso o capítulo e conserto, ok? *---*
Acho que vocês já perceberam, mas vou comentar aqui por via das dúvidas: sempre que eu colocar um asterístico * ao lado de uma palavra, quer dizer que vou colocar o significado daquela palavra nas notas finais. Pode ser um nome bíblico, uma palavra de origem estrangeira, ou uma explicação sobre um determinado símbolo.
Espero que gostem *-* boa leitura!! :3

Capítulo 10 - Respostas


 

— Sam, me passe o açúcar — pediu Dean, enquanto mexia a pequena colher de metal dentro da xícara de porcelana, imergindo-a no café escuro.

Sam pegou o açucareiro — que repousava sobre a mesa, ao lado de seu cotovelo direito — e estendeu o braço até que o irmão alcançasse o objeto.

Após a desastrosa tentativa de exorcismo, os cinco rapazes — todos com idade suficiente para serem vistos como homens feitos, diz-se de passagem — resolveram que era hora de iniciarem uma nova pesquisa em busca de uma solução.

Ou ao menos uma causa para o fracasso da tentativa anterior.

Taehyung convidou-os para um lanche. Dean fora o primeiro a aprovar a ideia — afinal, não seria Dean Winchester o homem a recusar comida no recinto.

Jungkook ajudou o noivo a pôr a mesa. A algema que pendia de seu braço esquerdo era um empecilho a qualquer tarefa que tentasse realizar, mas sabia ser um mal necessário.

— Acho que encontrei algo — disse Sam de repente, entre um gole de café e outro.

Dean largou sobre a mesa o sanduíche que recém fizera e ergueu-se da cadeira.

Caminhou até estar parado atrás da cadeira de Sam e inclinou-se sobre o ombro do irmão.

— Uma lenda antiga que diz que cavaleiros do inferno podem apoderar-se de poderes de outros demônios com os quais tiveram contato — contou Sam.

Os olhos de Dean voltaram-se de imediato para o notebook, percorrendo agilmente as palavras escritas na página da internet.

— Aqui diz que só há dois tipos de demônios capazes de escapar de um exorcismo, e um deles é Lúcifer em pessoa — relatou Dean ao terminar a leitura.

O loiro endireitou as costas, deixando seu olhar se perder junto de seus pensamentos.

— Lúcifer está trancado na jaula desde antes da criação dos cavaleiros por Caim — acrescentou Castiel.

— Então acho que já temos um vencedor — concluiu Dean, ao constatar que só lhes restava uma entidade capaz de escapar do ritual. — Vamos ter que pesquisar sobre o... — fez uma breve pausa para ler o nome do demônio com o qual estavam lidando. — Demônio do espelho? — Sua voz soara desapontada e incrédula. — Qual é, isso é tipo Bloody Mary*?

— Na verdade, eu andei pesquisando sobre esse tal demônio do espelho depois daquele nosso caso em Fort Wayne — comentou Sam, fechando o notebook. — Não há nada além de lendas comuns que as pessoas contam, como a da Bloody Mary.

— E o que isso quer dizer? — Perguntou Dean, interessado.

— Quer dizer que não há nada que possamos usar.

Dean suspirou, resmungando palavras inteligíveis, e que decerto não eram nada educadas.

— Mas — começou Sam, atraindo a atenção de Dean novamente para si.

— Mas...? — Repetiu Dean, incentivando-o a prosseguir com a fala.

— Mas uma velha amiga do nosso pai mora aqui perto. Ele falou sobre ela no diário. Uma das páginas conta que ela sabia praticamente tudo sobre exorcismos e tipos de demônios. Talvez ela saiba de algo que possa ajudar.

O mais velho dos Winchesters ponderou por instantes.

— Talvez seja uma boa.

 

~*~

 

Jungkook bufou irritado. Estava de braços cruzados havia algum tempo — mais especificamente desde que Taehyung saíra junto de Sam e Castiel.

Não que ele fosse ciumento a tal ponto. Sabia que Taehyung estava fazendo aquilo para lhe ajudar.

O que o frustrava era o fato de Dean ter permanecido na casa consigo, tomando conta de si para que não fizesse nada de errado.

Ora, desde quando precisava de uma babá?

Sabia que aceitar a companhia do Winchester resultaria em problemas — ainda mais de Dean Winchester, o sujeito cujo orgulho era maior que o próprio corpo.

Naquele momento, estava sentado em frente à televisão, assistindo a um canal qualquer. Sequer prestava atenção no que o homem do noticiário dizia — algo sobre uma possível chuva forte ao final da tarde.

Dean encontrava-se a uma distância razoável dele; sentado à mesa, aparentemente lendo o jornal.

Todavia, não era como se Jungkook não percebesse os olhares desconfiados e repreendedores que tomavam os olhos de Dean sempre que este lhe olhava por sobre as folhas acinzentadas.

Sentia-se vigiado. E de fato, estava.

Era uma sensação desgostosa, como se a presença intrusa de Dean o inibisse de ter privacidade.

Na décima quinta vez que os olhos verdes espiaram-no por detrás do jornal, Jungkook rebelou-se.

Aigoo, você quer parar de fazer isso? — Esbravejou.

Dean dobrou o jornal cuidadosamente e o pôs sobre a mesa. Jungkook perguntou-se mudamente o que havia de tão interessante escrito naquelas folhas amarrotadas.

Em seguida, Dean direcionou o olhar para ele.

— Estou apenas me certificando de que você não está tentando tirar a algema.

— E por que eu tentaria tirá-la?

— Por que não tentaria? — Replicou, apoiando os cotovelos sobre os joelhos em uma pose rude.

Jungkook suspirou.

Céus, por que Taehyung e os outros tinham de demorar tanto?

Seguidamente, cansado do tédio eminente, abriu um sorriso convencido.

— Tenho certeza de que deve ser difícil para você caçar esse tipo de coisa — disse e o Winchester assentiu, indiferente. — Ainda mais com a idade dificultando as coisas...

O loiro encarou-o friamente, mas acabou rindo.

— Diz isso porque não consegue fazer metade do que eu faço — respondeu, disfarçando o estranho divertimento que o atingiu.

Talvez fosse em razão do tédio. Até uma briga lhe parecia mais atraente do que continuar com o silêncio monótono.

— Há meios mais fáceis de se descobrir isso — replicou Jungkook em tom de desafio, e seu rosto foi tomado por um sorriso competitivo.

 

~*~ 

 

— Chegamos — avisou Sam, estacionando o carro em frente à casa do endereço citado no diário de seu pai.

Taehyung espiou curioso pela janela lateral do carro. 

A casa era velha. As falhas na pintura revelavam a madeira gasta pelo tempo. Entretanto, não era como se vislumbrasse uma casa abandonada, como as mostradas em filmes.

Era apenas uma casa antiga em uma rua qualquer, cercada por casas não muito diferentes. Estavam em um bairro pobre; não era sensato buscar por uma mansão.

Castiel, que estava sentado no banco do carona, foi o primeiro a desembarcar. Taehyung imitou o feito, sendo seguido por Sam.

Logo, os três atravessavam o pequeno jardim, rumo à residência.

Taehyung ia atrás; não conhecia a moradora. Seria insensato de sua parte pôr-se na frente dos outros dois.

Sam desferiu três batidas curtas na porta, e em seguida aguardou.

Quando estava prestes a repetir o gesto, ouviu passos.

As dobradiças rangeram baixinho quando a porta enfim se abriu, revelando uma senhora de idade.

— Não quero comprar nada — disse ela, e em seguida fechou a porta em um baque, antes mesmo que Sam pudesse se pronunciar.

— O quê? Não, não. Desculpe incomodar. Estamos aqui porque queremos sua ajuda — respondeu Sam.

Alguns segundos se passaram sem que obtivessem resposta.

— A senhora conheceu meu pai. Sou Sam Winchester, filho de...

Antes mesmo que pudesse terminar a frase, a porta tornou a se abrir.

— Winchester? John Winchester? — Sam assentiu sem jeito. — Ora, por que não disse logo? Entrem — convidou-os.

O pequeno grupo adentrou a casa. Era simples, confortável e com a típica decoração estadunidense patriótica vista comumente em casas de idosos.

— Não vejo John há anos — comentou ela, interrompendo-se ao tossir.

Sua voz era gasta, rouca e um tanto rangente, fazendo Taehyung lembrar-se do som das dobradiças quando a porta se abrira para que entrassem.

— Como ele está? — Perguntou a senhora.

— Ele... Ele morreu faz um tempo — respondeu Sam, frisando os lábios.

O Winchester moveu os pés sem realmente sair do lugar, nervoso.

— John era um bom homem. Nos conhecemos quando ele estava começando a caçar, depois que a mãe de vocês... — hesitou por um momento. — Bem, faz muito tempo desde que o vi. Se você é o pequeno Sammy, então você deve ser o Dean — deduziu, dirigindo-se a Castiel.

— Ah, não. Este é Castiel, um amigo nosso — corrigiu Sam. — E este é o Taehyung. Ele está envolvido no caso que estamos trabalhando.

A senhora cumprimentou Taehyung, que retribuiu sorrindo diminuto.

— Katherine — ela apresentou-se, encerrando os cumprimentos.

— Dean não pôde vir hoje — prosseguiu Sam. — Viemos aqui porque precisamos de sua ajuda.

Ela deu alguns passos cansados até a sala.

— Sentem-se — disse, gesticulando para os sofás.

O estofado era recoberto por uma capa de tecido colorido, com bordados nas extremidades.

— Faz muito tempo que deixei de ser uma caçadora, mas vejamos no que posso ajudar.

Assim que acomodaram-se, Sam pôs-se a falar sobre o motivo para estarem ali. Contou a ela desde o momento em que descobriram se tratar de um ex-cavaleiro do inferno, até a falha no ritual de exorcismo e a hipótese de haver uma ligação entre Samael e um demônio do espelho.

Ao final, ela fitou-os com um olhar sombrio.

— Não sabem da lenda do demônio no espelho? — A voz gasta e rangente quase sem traços femininos murmurou.

Ao constatar que nenhum dos rapazes se manifestou, Katherine prosseguiu.

— Nunca se olhe no espelho no escuro. A sombra que você vê, pode não ser a sua

Taehyung engoliu em seco, sentindo-se amedrontado diante de tais palavras.

— Espíritos ruins se escondem no escuro. Qualquer um que já se olhou em um espelho sabe que ele reflete as coisas ao contrário. A direita passa a ser esquerda, palavras refletidas expõem-se no sentido oposto. O espelho reflete o contrário do que costumamos ver. Se em nosso plano vemos pessoas, no espelho somos capazes de ver espíritos. Vemos o outro lado. 

Taehyung olhou para o lado brevemente. Era um costume que se fazia presente quando estava assustado; checar para ver se algo de estranho está à sua volta. Habitualmente, não havia nada. 

— Provavelmente já ouviram falar da lenda de que, se alguém morrer em frente a um espelho, seu espírito ficará preso nele. 

— Pode ter certeza de que sim — sibilou Sam, lembrando-se de um caso que resolveram há cerca de três anos atrás, algo a ver com o famosa história da Bloody Mary.

Dean havia mencionado o caso quando leu sobre o demônio do espelho em seu notebook.

— Isso acontece porque... — ela hesitou. — Olha, pode soar um pouco estranho... 

— Estamos acostumados — disse Castiel, em seu tom usual.

Taehyung conteve uma risada, junto da vontade de responder um: "eu não duvido de que isso seja verdade". 

A idosa tossiu ruidosamente, cobrindo a boca com uma das mãos. Então prosseguiu:

— Uma antiga lenda diz que o que você vê de um lado, é o corpo. O que esta refletido no espelho, é a alma. Se a pessoa morrer enquanto vê a própria alma em um espelho, a alma dela vai ver que não há como voltar ao corpo, então ficará presa. 

— Desculpe mas, qual a relação disso com o caso? — Indagou o Winchester.

— Eu já lhes disse. Espíritos malignos se escondem na penumbra — observou-os de relance, exibindo um olhar obscuro. — Olhe-se no espelho no escuro e sua alma pode esbarrar em um deles. 

— E o que acontece depois? — Perguntou Castiel, com o cenho franzido em curiosidade.

— Ele pode roubar sua alma, enfraquecê-la ou, em alguns casos, trocar de lugar com ela. Se essa fatalidade acontecer, sua alma passará a habitar o escuro e ele irá se apossar de seu corpo. 

Taehyung tornou a sentir o tão indesejado arrepio gélido descendo por sua espinha. 

Medo.

— E como fazemos para expulsá-lo do corpo? — Interviu Taehyung. Estivera curioso para saber a resposta de tal pergunta desde a chegada.

— Precisam fazer um novo ritual usando um espelho. Quando a entidade estiver presa no espelho, devem cobrir o espelho com tinta ou qualquer coisa que impeça que haja reflexo. Assim, o espírito ficará preso.

— E o que fazemos com o espelho depois que terminarmos? — Perguntou Sam.

— Enterrem-no. Se o quebrarem, apenas terão uma nova versão do espelho em pedaços menores, o que não vai resolver o problema. Mas, se o enterrarem, ele continuará preso até que alguém o encontre.

Sam assentiu, com o semblante concentrado e inflexível.

Ao que parece, teriam que fazer um novo exorcismo. E dessa vez, segundo Katherine, o ritual haveria de dar certo.

 


Notas Finais


Obrigada por ler! *-*
*Bloody Mary: conhecida no Brasil como Maria Sangrenta. Lenda urbana como a da loira do banheiro e tantas outras.
- Sobre a LENDA DO DEMÔNIO NO ESPELHO: ela não é da série, é uma lenda real. Pra quem gosta de vídeos sobre lendas e historinhas de terror (amo *-*), assistam esse vídeo:
https://youtu.be/3puaqHiNUMI
Postei uma OS nova, uma Destiel bem curtinha e aleatória de pouco mais de 500 palavras. Caso se interessem:
https://spiritfanfics.com/historia/paradoxal-10148732


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