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História Em Dívida Com o Inferno - Confronto Direto


Escrita por: Laraa777

Notas do Autor


Annyeong!! ^-^
Aaaah estou de férias *-* desculpem o atraso ;-; pretendo aproveitar essa folga para escrever os próximos capítulos da fic :3
Boa leitura!! ^-^

Capítulo 8 - Confronto Direto


 

— Me desculpem, agentes. Não vou a lugar algum.

Dean e Sam saltaram de seus respectivos lugares. Jungkook manteve-se imóvel, com os lábios ainda curvados em uma demonstração distorcida de divertimento. 

Taehyung foi o único a permanecer sentado. O medo o deixara paralisado, e ele não encontrava em si mesmo coragem o suficiente para erguer-se contra algo que, segundo o que próprio Jeon lhe dissera, queria-o morto.

— Samael? — Sibilou Dean, fitando com seriedade a faceta debochada exposta no rosto de traços asiáticos.

— Por que a surpresa? Pensei que queriam me ver — replicou, pondo-se a andar pela sala.

Dean fingiu guardar as algemas, usando o ato como disfarce para aproximar a mão da arma presa em sua cintura. 

Se as coisas saíssem do controle, ele precisaria pensar de modo profissional, mesmo que isso resultasse em algo fatídico.

A vida de Jungkook estava em jogo desde o momento que Samael o possuíra.

Sam mantinha-se alerta aos mínimos movimentos de Jungkook — ou de Samael, se assim devesse chamá-lo quando naquele estado de possessão.

— Winchesters. Eu ouvi falar de vocês. Sabe como é, as notícias correm.

— Então acho sabe o que fazemos com coisas como você — proferiu Dean, com uma seriedade inabalável no olhar.

— Coisas como eu? — Sorriu, olhando para uma das janelas. — É de meu conhecimento que não há outros como eu.

— Que coincidência, é justamente por isso que estamos aqui — interviu Sam, ganhando tempo para que pudessem pensar em algo.

Precisavam de mais tempo. Era certo que vieram equipados para atender ao chamado de Taehyung, mas não esperavam por uma reviravolta repentina como aquela.

— Viemos limpar a bagunça que você anda causando desde que resolveu bancar o garotinho rebelde e fugir do Crowley — completou Dean.

Samael tornou a rir. Discretamente, fechou uma das mãos em punho. O gesto, apesar de sorrateiro, não passara despercebido pelos olhos atentos dos Winchesters. Ficara claro para a dupla de irmãos que eles o haviam irritado.

— Crowley os mandou? Por que isso não me surpreende? É típico dele mandar alguém em seu lugar para fazer o serviço pesado.

Enquanto Samael prosseguia com seu discurso, Dean deu um leve empurrão no ombro de Sam. Iria colocar seu plano em ação.

Todavia, como nenhum dos dois havia arquitetado plano algum até o momento, restava-lhes agir.

Se era uma má ideia? Ah, era. Disputar uma briga corpo a corpo com um ex-cavaleiro do inferno era de fato uma péssima ideia, mas que escolha eles tinham?

— Guarde os desabafos para alguém que queira ouvir — rosnou Dean. — Nós viemos buscar você e é isso que vamos fazer.

Dito isso, a dupla de irmãos partiu para cima de Samael. Era de conhecimento geral que Jungkook possuía um físico invejável, mas não o bastante para deter dois homens com mais de 1,80 de altura.

Entretanto, Samael demonstrou ser bem forte para uma entidade que se utilizava da possessão de humanos para se esconder. Bastou que erguesse uma das mãos para que a dupla fosse atirada contra a parede mais próxima, derrubando alguns dos quadros dispostos ali.

Seus corpos mantiveram-se suspensos, imprensados contra a parede como se algo os segurasse ali.

O divertimento de Samael para com a tentativa ridícula dos Winchesters de atacá-lo demonstrou-se em forma de riso.

— Sejam sinceros, acharam mesmo que isso funcionaria? Ah, por favor...

Subitamente, Samael se calou. Seus olhos se fecharam como se ele sentisse lampejos de dor. Mas, em questão de segundos, o mesmo olhar de escárnio voltou a se mostrar.

— Ora, ora. Os anjos também estão à minha procura?

— Você não merece tanta atenção — uma nova voz se fez presente no recinto, atraindo a atenção de todos.

— Castiel — sibilou Dean, sorrindo de lado.

O anjo adentrou a sala. Seu olhar estava voltado a Samael, desviando-se apenas para observar a situação na qual se encontravam os irmãos.

— Os Winchesters trouxeram o anjinho da guarda? Quem diria.

Apesar das provocações, Samael permanecia imóvel. Decerto Castiel estava usando parte da força que possuía para mantê-lo de tal forma, no intuito de ajudá-los a confrontá-lo.

— Sam, Dean, não vou conseguir segurá-lo por muito tempo. Vou usar mais força. Quando ele soltar vocês, coloquem as algemas nele.

Castiel sequer esperou pela resposta. Retorceu o rosto ao usar-se de toda sua força para anular a de Samael. Os Winchesters caíram no chão ao terem seus corpos livres da pressão até então exercida pela figura maléfica.

Dean ergueu-se o quão rápido possível, tirando de sua cintura o par de algemas prateadas. Em seguida, correu até Samael.

O ex-cavaleiro do inferno usou-se de toda sua força para atirar as algemas para longe. O objeto de aço saiu das mãos do Winchester como um verdadeiro fenômeno poltergeist, sendo atirado até o outro lado da sala.

— Dean... — chamou Castiel, em um fio de voz.

Samael era forte demais para ser segurado por um anjo pertencente a uma categoria tão inferior.

— Castiel, aguenta mais um pou...

— Seu anjinho está cansando, senhores — debochou Samael, erguendo um dos braços.

Dean fora atirado ao chão, tendo as palmas das mãos arranhadas pelos cacos das molduras dos quadros derrubados anteriormente.

Enquanto isso, Sam aproveitou a deixa para apunhalar Samael pelas costas, segurando os braços deste. O rosto de Castiel estava vermelho devido ao esforço excessivo.

Sam tentaria arrastar Samael até o local onde estavam as algemas e assim, conseguir colocá-las no dito cujo.

Era um plano repleto de falhas, com uma mínima probabilidade de dar certo. Ele sabia dos riscos, mas viu-se sem escolha quando Castiel caiu, desacordado.

Sem a força da graça* de Castiel os ajudando, só lhe restava imaginar o pior.

Era o que estava mais perto de Samael. Logo, seria o primeiro a provar de sua fúria. Sam fechou os olhos assustado quando Samael abriu seu maior sorriso do dia.

Então, ouviu o que considerara ser música para seus ouvidos.

Um estalo metálico.

Um clique inconfundível para quem já o havia ouvido tantas outras vezes.

O som das algemas sendo fechadas.

Abriu os olhos e, céus! Ele não poderia ficar mais impressionado.

Taehyung estava parado à sua frente, segurando as algemas fechadas em torno dos pulsos pálidos de Samael, ou de Jungkook — até que resolvessem o caso, daria no mesmo chamá-lo de um jeito ou de outro.

Ambos soltaram Jungkook, mantendo-se atentos.

De repente, Jungkook ergueu o rosto, assuntando os outros dois rapazes. Seus olhos perscrutaram a sala, e o Jeon os arregalou minimamente ao mirar os quadros quebrados e os móveis fora do lugar.

Ao sentir uma fisgada irritadiça nos braços, dirigiu o olhar até o foco da dor — localizada principalmente em seus pulsos e antebraços, onde Sam o havia segurado — e só então pôde tomar ciência do próprio estado.

Vira os pulsos rodeados por algemas prateadas, com símbolos estranhos entalhados no metal.

Suspirou, desanimado.

— O que eu fiz dessa vez? 

Sam e Taehyung se entreolharam. O Winchester frisou os lábios, pensando em como começar seu relato sobre o pandemônio ocorrido ali há meros instantes.

Com Jungkook algemado e — aparentemente — sob controle, Dean pôde, enfim, levantar-se. E, assim que o fez, correu até onde Castiel estava.

Ele vira o exato momento em que o amigo despencara no chão, gemendo de dor.

Castiel estava péssimo; esgotado.

— Cass, ‘tá tudo bem? — Perguntou Dean, ajoelhando-se ao seu lado.

Apesar da voz naturalmente máscula do loiro, preocupação transbordava de suas palavras. Ele não sabia escondê-la quando se tratava de Sammy, seu irmãozinho, e de Castiel, o anjo que agora abria os olhos vagarosamente, ainda  estirado no chão da sala.

— Dean, eu... acho que estou bem, só preciso descansar para repor minhas energias...

— ‘Pera aí, Castiel — interrompeu Dean. — Como assim você acha?

Castiel apoiou-se nos cotovelos. Uma dor fraca porém incômoda assolava seu corpo.

— Segurar Samael exigiu muito da minha graça, isso acabou me desgastando. Mas eu vou ficar bem, só preciso descansar — concluiu, acalmando o Winchester.

Dean ajudou-o a se levantar, observando com cautela as facetas de dor que Castiel tentava — sem sucesso — esconder.

— Droga — murmurou Dean, inconformado. — Se eu tivesse sido mais rápido em pegar as malditas algemas você não teria tido que se esforçar tanto.

— Dean, você fez o possível para ajudar. Nenhum de nós sabia o nível da força de Samael, então acho que nos saímos bem — fez uma breve pausa, focando-se nos olhos de íris esverdeadas do Winchester. — A culpa não é sua, Dean. Eu estou bem.

Dean não desviou o olhar. Castiel lhe encarava sério, à espera de uma resposta.

Os olhos azuis do anjo fitavam diretamente os seus, como forma de deixar claro que ele falava sério.

Dean, por instantes, permaneceu sem esboçar reação. Decerto entrara naquele estado de perplexidade em razão da seriedade nas palavras e no olhar do amigo — ou ao menos era o que dizia para si mesmo, no intuito de justificar o quão preso àqueles olhos ele estava.

Ele não deveria ficar assim perante o olhar forte de Castiel, certo?

Por outro lado, Castiel era bonito; arrumadinho; charmoso.

— Dean, você me ouviu?

O Winchester piscou repetidas vezes, desviando o olhar para a parede mais próxima.

— Ah, é-é, sim, claro, Castiel. Você viu onde eu deixei... — levou a mão até a cintura, como se procurasse por algo. — ‘Tá aqui, achei. 

Castiel deu de ombros. Mesmo após tanto tempo na Terra, ainda achava os humanos um tanto estranhos. De qualquer jeito, para ele, Sam e Dean eram mais que apenas humanos. Eram seus amigos.

Eram o que ele tinha de mais próximo de uma família.

Recuperado do susto, Dean caminhou até onde Sam e Taehyung estavam, acompanhado por Castiel.

Jungkook sentiu-se a atração principal de um circo; estava mais para uma casa de horrores.

Todos o observavam, e por pior que fosse a sensação, não se via no direito de pedir que parassem. Não depois de Sam contar-lhe sobre o recente pandemônio que dera início.

Diferente de Taehyung, o Winchester não lhe escondia nada, nem mesmo os detalhes mais horrendos e inoportunos. Ainda assim, era melhor ouvir a história do ponto de vista dele do que do de seu irmão, Dean.

Sam sabia o quão sensível o irmão mais velho ficava quando o assunto era Castiel. Após o anjo ferir-se gravemente em um caso anterior que enfrentaram, percebera o quão apegados Castiel e Dean estavam.

Todavia, sabia que, mesmo que perguntasse a Dean sobre o que se passava entre os dois, não receberia resposta alguma além de “Castiel é da família, Sam. Você deveria se concentrar mais no caso.”

Sabia que Dean costumava esconder suas frustrações com o trabalho. Também sabia que ele estava lhe escondendo algo. 

— Você nos deu trabalho, garoto — disse Dean, aliviado em ver as algemas em torno dos pulsos de Jungkook. 

— Tem certeza de que essas algemas são o bastante? — Perguntou Jungkook, receoso.

— ‘Tá vendo isso aqui? — Falou Dean, apontando para os símbolos entalhados no metal de ambas as algemas.

Jungkook assentiu em um menear de cabeça.

— São pentagramas — explicou Sam.

— Também chamados de armadilhas do Diabo. Elas anulam o poder de qualquer demônio ou espírito, então deve servir pra mantê-lo sob controle até que saibamos como resolver isso — concluiu Dean, sentando-se em um dos sofás.

— O que exatamente estão mantendo sob controle com esses... pentagramas? — Questionou Taehyung, aproveitando-se da brecha deixada pelos Winchesters para sanar suas dúvidas.

Sam e Dean tocaram olhares, como se discutissem qual deles daria a má-notícia ao casal.

— Ele se chama Samael e é... — Começou Sam.

— Um ex-cavaleiro do inferno — completou Castiel, ao perceber que o Winchester hesitava em falar.

Por instantes, o silêncio perpetuou pelo ambiente.

— É alguma brincadeira, não é? — Questionou Jungkook. Aquela simplesmente não podia ser a verdade. — Hyung — chamou, voltando-se de frente para Taehyung.

— Gukkie, amor — sibilou Taehyung, massageando os ombros do Jeon.

Jungkook se assustou. Para o Kim estar falando consigo usando-se de um tom de voz tão calmo junto a apelidos carinhosos, previa que dali não sairia boa coisa.

— Estávamos conversando no sofá e de repente você mudou, lembra? — Jungkook assentiu.

Recordava-se de ficar assustado com a visão das algemas nas mãos de Dean e, então, em um piscar de olhos, viu-se encurralado por Sam e Taehyung, e as tais algemas, de alguma forma, vestiam seus pulsos.

— Quando você mudou, eles perguntaram por Samael e... você respondeu. Mas, não era você falando — disse, preocupado. — Jungkook, eu... acho que eles estão certos.

Jungkook não esboçou reação alguma senão uma faceta pensativa. Parecia se esforçar para aceitar as palavras de Taehyung como verídicas.

— Não dá pra fazer um exorcismo? Sabe, como nos filmes — Perguntou Jungkook, após desvencilhar-se das mãos do noivo e virar-se para os Winchesters.

— Esse é o plano A — revelou Dean.

— E qual é o plano B? — Questionou Castiel.

— É, qual é o plano B? — Repetiu Sam.

Todos olhavam para Dean com curiosidade. O loiro deu de ombros.

— O plano B é pedirmos ajuda ao Crowley.

Castiel e Sam crisparam os lábios, desgostosos.

— Sabe que é perigoso para o Jungkook se envolvermos Crowley no caso — argumentou Sam.

— É por isso que vamos torcer para que o plano A — apontou para o Jeon — dê certo — replicou Dean.

Todos na sala voltaram-se para Jungkook — este que, no momento em questão, tinha o cabelo sendo afagado por Taehyung. O mais velho tentava de todas as formas possíveis, confortá-lo.

Por alguns milésimos de segundo, Dean se pegou observando a mão de Taehyung passeando entre os fios negros e lisos do rapaz. Pareciam os de Castiel, porém com corte e penteado diferentes.

Será que o cabelo de Castiel era macio como aparentava ser?

Engoliu em seco; não deveria estar tendo tais pensamentos com o anjo. Estavam em um caso, e ele tinha coisas mais importantes a fazer do que perder-se em divagações.

— Podemos começar? — Perguntou Dean, após pigarrear.

Jungkook assentiu, nervoso.

— Certo, onde fica o quarto? E vocês tem sal grosso?

 


Notas Finais


Obrigada por ler!! *-*
*graça angelical: poder que os anjos possuem. É a força que dá poderes aos anjos, como poder de cura, de exorcismo e de segurar uma determinada entidade por certo tempo (como o Cass fez com Samael). No entanto, a graça também é vista como a força vital de um anjo. Ou seja, se ele gastar muito de sua graça, acaba ficando fraco, e precisa de descanso para se recuperar.

Estou tentando deixar Destiel o mais leve possível, para não parecer forçado... mas eu realmente imagino o Dean e o Cass agindo assim um com o outro *-* ksksks


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