História Passe de Mágica - Capítulo VII - Eu te odeio;

Corria feito louca desviando dos vários ataques, mas com a ajuda de Chiyo era tudo mais fácil de fazer, pois ela a controlava de longe. A anciã, tinha em mente um plano, que só daria certo se a rosada ajudasse com todas as suas forças. Assim que uma grande explosão eclodiu no local, ela chamou Sakura para perto e então conta seu plano para derrotar Sasori.

– Você terá que quebrar a casca de cima como já disse antes. E se minha teoria estiver certa, terá que ter cuidado com o ataque seguinte, ok? – perguntou juntando as mãos ainda com as linhas grudadas na Haruno. A poeira baixou e a grande marionete continuava lá, balançando sua calda de metal para os lados.

– Hai! – respondeu, firmando os pés no chão para ter mais alcance de defesa e ataque. Novamente uma chuva de sunbon cobriu o lugar, como uma chuva literal. Os desvios ficaram extremamente intensos, já que a princesa só conseguiu trazer consigo dois frascos de antídoto, contra qualquer tipo de veneno, criado por sua própria autoria.

Como em uma competição de sapatiado, várias reboladas de um lado ao outro foram vistas na luta, até o momento onde Sakura simplesmente chegou perto o suficiente, para que a idosa a lançasse delicadamente sobre o corpo de madeira, a fazendo destruir a estrutura falsa. Como uma fumaça de festas, atrás da carcaça estava realmente ele, Chiyo se assustou, recuando alguns passos para trás. “É ele mesmo?” se perguntou, “Como continua tão jovem?”

Foi ai que tudo para ela foi completamente aberto, ele só poderia continuar assim... caso fosse uma marionete. Balançou a cabeça negativamente, precisava repensar nesta coisa ridícula. Não poderia ser, um humano virar um boneco? Nunca, era inadmissível! Nem sequer percebeu que antes dele, estava um corpo também conhecido por ela, só que de uma forma diferente. Partes do corpo sendo controladas, pernas e braços mais finos. Mas continuava a ser o terceiro Kazekage.

Usando o corpo morto, o fez como defesa, disferindo selos não vistos. E, como se fosse vento, cem marionetes sobrevoaram a caverna que, pela explosão anterior, tinha perdido sua cobertura de pedra. A anciã nem se preocupou tanto assim, se ele queria um teste de artes, ele teria, e das grandes. Não era atoa que seu próximo jutsu era uma arte branca, coisa que não era todo mundo que poderia dominar. Dos Haruno, Chiyo é a única capacitada a isto e para alguém ser melhor, teria que passar por muitas adversidades assim como a pobre velhinha, que duelava bravamente. 

– Isso destruiu – disse enquanto fazia selos para sua próxima magia – um castelo inteiro. – completou levantando o olhar para o neto. E se culpou por tamanha ignorância, ele mantinha a mesma expressão debochada de sempre. Riu ecoando pela extensão.

– E essas cem... – sorri – destruiu uma nação inteira! – comentou rindo cafajeste para a senhora que tinha os olhos arregalados de desespero. Tamanha nação tinha sido destruída por simples bonecos. Nada disso, não eram simples bonecos. Eram tão fortes e realistas que, ainda que fossem controlados por uma pessoa só, poderiam fazer catástrofes serem reais. 

A de cabelos róseos não sentia medo. Tinha agora controle sobre a situação, e um simples sentimento como esse, não a faria desistir de que proteger seu povo era o seu maior objetivo. Só que, o que o ruivo pensava era que ganharia com aquilo... pobre coitado que se achava com tal truque que iria o fazer ganhar.

[...]

Hinata afagava calmamente os lindos e brilhantes cabelos loiros, enquanto o dono deles se deleitava com o carinho. Kakashi fazia tudo no silêncio para não atrapalhar o casal e seu momento, carregou Deidara depois de colocá-lo em um genjutsu. Havia desmaiado depois do susto que Naruto dera nele. Era de se esperar, afinal qualquer um ficaria com medo daquele olhar de pupilas vermelhas esbanjando raiva e rancor. E não esquecendo de Gaara, que ficou deitado encostado em uma árvore, já que o inimigo o usou como um prêmio.

– Tudo bem agora? – perguntou acariciando seu rosto um pouco inchado por algumas lágrimas que chegaram a escapar. A leveza daquela mulher o encantava, não sabia dizer o porquê, só que não iria deixar de protegê-la nunca mais. Foram para um campo verde, onde a grama balançava com o vento. Por uns momentos observou Hinata, ela era linda como a noite e radiante como o dia. 

Logo a outra equipe e os cidadãos vieram ao encontro deles, sorrindo alegres por finalmente àquela intriga acabada. Chiyo tentava a todo custo tentar comemorar junto, mas o veneno se espalhava pelo seu corpo, e o cansaço se esvaia dela. Sentou-se na grama ao lado do Kazekage, colocou suas enrugadas mãos sobre o mais novo. Decidiu que faria aquilo como sua última ação, daria sua vida pelo governante de uma aldeia.

– Eu ajudarei você, Chiyo-baasan! – sorriu Naruto, levando suas mãos para a cima das dela. Deu a ela sua força espiritual, a ajudando com a magia de ressureição, “Mal sabe ele...” pensou subitamente a Haruno, desnorteada pela tamanha besteira que talvez ele só descobriria depois de já ter feito.

– Obrigado. É por pessoas como você, que quero proteger esse garoto. Que já é um bom e prudente governante. – disse se esforçando ao máximo para conseguir falar. Logo o peito do ruivo se mexeu, em sinal de sua respiração ter voltado junto com as batidas do coração. Seus olhos esmeralda abriram em soslaio, olhando a sua volta. – Descanse minha criança. Precisará disso para governar.

Se remexeu pela grama, se sentando do modo certo, controlando sua tontura, usando o resto de seu chakra com aquela magia misteriosa. Sakura chegou por trás a abraçando, e confortando-a em seu braços. O rei Namikaze ficou do lado das duas olhando a cena, enquanto a azulada observava Deidara que tinha sido deixado sob um sonho incomum.

– Ela vai ficar bem?

– Naruto-kun... a Sr. Chiyo deu sua vida para proteger a nova geração. – passou os delicados dedos pelos fios roxos opaco, e logo levando ao seu próprio coração – Era sua hora de partir...

– Então ela...

– Sim, ela morreu...

Se calou. Aquela maldita marionete e aquele loiro o tinham feito perder mais uma amiga, a qual quase nem passou tantos momentos assim, mas sentia sentimentos de amizade por ela. Mesmo sendo uma senhora com bastante idade, tinha um caráter fenomenal e fazia com que as pessoas a admirassem só de vista. Foi até Deidara cambaleando, inconformado demais com os acontecimentos, se jogou no chão de joelhos, juntou os dedos serrados pronto para dar um soco na barriga do indivíduo. Lançou sua mão.

Assim que a mesma estava a cinco centimentos de distância do corpo sem consciência, parou. Não seria igual a eles de bater e matar sem consideração com tudo o que a outra pessoa tinha. Mais lágrimas caíam do rosto bronzeado de Naruto, elas molhavam sua roupa laranja e preta, que cobria parte do corpo.

Ainda que lembrasse de todas as atrocidades que aqueles dois fizeram, o Namikaze se limitou a chorar silenciosamente ao lado do corpo daquele imprudente. 

– Eu te odeio.