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História Enigmáticos - One!


Escrita por: Koya

Notas do Autor


Olá serumaninhos, como vão?
Então, essa fanfic é um presente do grupo "Curtidores da SasuHina/Br". Ainda que seja uma ShikaHina... vou explicar! No grupo temos uma série de eventos e um deles acontece no final de ano: o amigo secreto. Bonnie, eu espero que você realmente goste dessa história. Eu nunca escrevi com esse casal, então não sei muito bem como me saí! hahaha
Aos demais, uma boa leitura! <3
Nos vemos nas notas finais.

Capítulo 1 - One!


Quando disseram que uma Hyuuga estava no departamento três – ala sete, eu não acreditei. Estava há anos bolando estratégias para que aqueles olhos fossem coletados. Takahiro, o meu supervisor que fumava demais para o cargo que lhe era atribuído e me causava alguns deja vu estranhos, sempre esteve um passo a minha frente. Eu sabia que, mesmo que tentássemos com todas as tecnologias possíveis, ir atrás daquela gente de cabelos longos e olhos esbranquiçados era complicado demais. A prova estava ali, do outro lado da porta, aparentemente já sem os olhos que tanto eram temidos por aqueles cientistas malucos do maior centro de pesquisa químico e comportamental que a cidade de Hidoidesu já havia conhecido. É onde eu trabalho, aliás. Não com nada que envolva números, fórmulas e análises (eu realmente penso que isso é muito desinteressante), mas sim com a parte mais humana da coisa. Sou uma espécie de detetive... Vamos dizer que consigo retirar das pessoas aquilo que elas jamais pensariam em dizer, ou em mostrar. Sou bom em ler pessoas e atitudes, principalmente as mais enigmáticas.

Era o caso da família citada. Eu sou um cético de primeira linha, o que deixava a situação muito mais interessante. Os Hyuuga eram o tipo de gente que não deixava vestígios sobre o seu funcionamento interno. Em nossa sociedade atual odiamos coisas mal resolvidas, então tinham algumas questões ali.

 

Os olhos. Os olhos são brancos, como já foi falado, numa cor meio neve, meio gelo, dependendo do momento em que estão. Essas são as informações que temos, ainda que eu admita que são poucas. Temos um fervor no quesito olhar. Ninguém encara olhos Hyuuga sem que queira entender melhor o que se passa ali. Acreditamos, aqui, que o motivo é puramente genético. Algo como uma linhagem mais avançada de genes... Isso ainda é mal explicado, o que nos leva a segunda questão;

O ceticismo. Somos bem práticos por aqui, o que deixa tudo menos problemático. No entanto, nesse caso, a nossa praticidade nunca foi muito eficiente – e eu tenho plena certeza que com uma análise dos olhos da garota (eu disse que era uma garota? Pois bem, é) isso ficará mais claro – porque o que ronda essa família aparentemente entra em questões espirituais ou... Sei lá, como se fossem ciganos ou algo do tipo. Isso faz com que sejam muito difíceis de serem encontrados. Eles quase evaporam no ar. Tsc. 

 

Questões postas, devo dizer que daqui dos segundos estarei analisando uma garota que puta que pariu. Me disseram que mesmo sem os olhos ela estaria com o rosto vendado para não ocorrer nenhum movimento que não conhecemos. Só que não me avisaram... De todo o resto. E que resto.

– Hm... Olá?

Como ela sabe que eu estou aqui? Eu não fiz barulho nenhum ao entrar, não tem corrente de ar, ela não me vê, seus sentidos não podem ser tão aguçados assim...

– O cheiro.

– O quê?

– E-eu senti o seu cheiro... Por isso soube que estava aqui.

– O que vocês são? Primitivos? – e ela sorriu. Não esperava uma dessas.

Andei em passos lentos até a garota. A sala era como todas as outras daquela ala. Nem muito pequena, nem muito grande. Em um branco que quase irritava aos olhos. Uma mesa, uma cadeira, alguns papéis e um tubo de ensaio gigantesco a frente, onde uma pessoa se encontrava. Apertei o botão que subia o vidro que a entubava, deixando-a livre para toques e inspeções. Nada de muito diferente do padrão. Roupas de baixo, apenas, pele sem indícios de mutações, cabelos compridos...

– Ok – disse, soltando um bocejo. – Não pretendo ficar aqui por muito tempo, então se você puder começar me contando qual é a dos olhos meu trabalho já será facilitado.

– Não tem um “qual é a dos olhos”. São os meus olhos, eu nasci assim – um grande suspiro seguiu sua frase, emendando a seguinte. – Não sei porque tanto interesse em algo tão banal. As pessoas daqui são meio estranhas.

– Eles são interessantes. Inclusive, como foi a cirurgia?

– Cirurgia?

– Sim, dos olhos.

– Permanecem bem, obrigada.

– Eles... eles não retiraram os olhos?

Esperei alguns segundos por respostas e como não obtive, decidi tirar a atadura por mim mesmo. Eu não acredito. Que filhos da puta.

– E-eu chutaria que queriam deixar esse trabalho pra você, sabe, é véspera...

– De Natal, eu sei.

A garota engoliu em seco, se remexendo o pouco que podia. Me sentei na mesa a sua frente, olhando cuidadosamente em seus olhos e o resto de seu corpo em seguida. Uma bela visão, devo admitir. Se ela não fosse estudo, eu poderia começar a me interessar... Só que a preguiça fala mais forte. Corpo em boa forma física, correntes nas mãos e nos pés que limitavam seus movimentos.

– Qual é seu nome?

– Hyuuga Hinata...

– Hyuuga Hinata... Pretende me contar agora?

Ela me olhava com algo que eu definiria como ternura se não fosse estranho demais.

– Não tenho nada pra dizer.

– Nada?

– Não.

– Ok, então te observarei.

Eu podia jurar que ela estava calma o bastante para alguém que tomava um chá. Os olhos, no entanto, são bem sinceros. Ela estava receosa, mas não com medo. Batimentos não acelerados, postura firme. Pele arrepiada.

– Está com frio?

Ela franziu um pouco o cenho e assentiu em seguida. Tirei minha camiseta e coloquei em seu corpo, fazendo com que ela estremecesse um tanto. O que era aquilo? Não mais receio... Insegurança? Não, é um sinônimo próximo demais. Angústia?

– Eu não gosto quando você me analisa dessa forma.

Por que ela fala como se soubesse o que estou pensando?

– Ah, é...

– Nem quando fala assim – comentou, deixando um suspiro fraco escapar. – Quero acabar logo com isso.

– Ótimo, um começo.

– Não posso te falar antes de te mostrar.

O que é isso? Um enigma? Um jogo?

– Eu posso te mostrar – repetiu. – Não deveria fazer isso, mas...

– Me mostrar?

– Sim – assentiu – venha até aqui. N-não tenho como te fazer mal, venha.

Não vacilei porque isso dá muito trabalho e eu sou o tipo que evita algo que, além de cansar o psicológico, cansa o físico. O que é engraçado se pararmos pra pensar no meu tipo de trabalho. Ela estava só há dois passos de mim, me olhando como se eu fosse a coisa mais importante do universo. Ainda assim, estava impotente, acorrentada. Não tinha como me fazer algum mal... Tinha? Bom, a mão dela já estava em meu rosto quando eu me dei por mim.

 

Nuvens... O céu está bonito hoje. Estou num cume... Uma árvore? Olhei para baixo e percebi meu corpo nu. O que está havendo? Ahn, droga, isso é bom. Caralho, é muito bom. Puta merda eu vou gozar. Minha mão... Esses cabelos... Porque eu não tenho controle dos meus movimentos?

“Hinata... Ahn, mais rápido”.

É a minha voz? Porque eu não consigo raciocinar direito? O corpo a minha frente se mexe num movimento de vai-e-vem, acompanhando sua boca. Ah, meu Deus, sim, ela foi mais rápido e-eu vou. Eu vou...

“Me desculpe, eu deveria ter avisado”.

“Sem problemas” – disse, limpando sua boca com as costas das mãos e aninhando seu corpo nu ao meu.

“Olhe para mim”.

E ela obedece.

“Céus, você é linda demais para que eu possa deixar de tocá-la”.

O que é isso que percorre o seu corpo? Sombras? Sou eu que faço isso? Mas o quê...

“Temos que voltar...” – respondeu firmemente, por mais que minhas sombras tocassem os pontos mais excitáveis de seu corpo. Não parei, no entanto, até que um filete de saliva percorreu seu queixo, mostrando que o controle era meu, e não seu como se fazia mostrar até então. Suspirei a contragosto e deixei que ela se movesse, ficando de frente para mim e sentando no meu colo.

Minha reação foi lamber o fio transparente que agora ia até seu pescoço, para que, quando chegasse na boca novamente, ela prosseguisse dali. Ela me beijava como ninguém. Tinha a doçura em seus lábios e a rebeldia estampada em seus olhos. Ela estava ali, escondida atrás de uma doçura iminente e uma braveza que era de poucos. Eu a admirava mais do que minhas palavras racionais conseguiam proferir. Esperava, no entanto, que ela enxergasse isso em meus olhos.

“Não parece que quer voltar agindo dessa forma”.

“Shhh...”.

O gosto desses lábios... É tão bom que eu não quero suportar. Puxei sua cintura pra cima, encaixando aos poucos sua abertura em meu membro, fazendo com que ela deslizasse lentamente enquanto dizia, só para mim, o-não-merecedor:

“Eu te amo”.

 

Ao recobrar a consciência, uma lágrima descia do rosto da garota. Ela se esquivou facilmente das correntes, dando um passo até mim.

– Se conseguia sair, porque não o fez?

Eu me senti incapaz de dizer algo sobre o que tinha acabado de acontecer na minha mente, por isso recuei alguns passos e me recostei à mesa, esperando que uma explicação fosse feita.

– Eu precisava que você visse. Shikamaru...– então ela realmente sabe o meu nome? – eu preciso que você volte.

– Voltar? Para onde?

– Para onde você pertence. Para Konoha, para nossos amigos, pra mim... Sei que parece confuso agora e que você é genioso demais para não entender, então eu vou explicar.

Andando em passos lentos até mim, Hinata segurou minhas mãos, corando e continuando a falar calmamente.

– Eu te procurei em tantos lugares, em tantas épocas... “qual é a dos meus olhos”? É isso. Eu posso me  transportar para outros lugares e épocas, só não sei muito bem qual. Eu penso numa característica e vou. Nossa vila estava passando por uma peste e eu te transferi para um lugar e tempo onde a cura já estivesse disponível. Eu tive que mentalizar muito e, quando tentei vir atrás de você, eu... E-eu... não consegui. Você estava infeccionado e eu precisava fazer alguma coisa.

Por isso minha procedência é incerta. Isso faz sentido de uma forma estranha.

– Quanto tempo?

– O que?

– Quando tempo faz desde aquela cena?

Hinata corou um pouco mais imediatamente, olhando para baixo e apertando ainda mais as mãos que segurava.

– Desculpe por aquilo... Achei que a lembrança poderia ser mais forte e efetiva.

Franzi o cenho. Aquilo não fazia muito sentido.

– E-e também... Eu queria que você sentisse tanta saudade quanto eu senti nesses anos.

– Quantos anos?

– Uns 300.

Salivei um pouco, sentindo meu coração bater mais forte. Fazia três séculos que eu existia, amava alguém, e que esse sentimento ficava preso dentro de mim sem eu mesmo saber disso. Parecia muito injusto, para falar a verdade.

– Como ainda estamos vivos?

– Somos especiais, Shika. Você deve ter percebido.

Tive um lapso de memória. Lembrei de minha família, de Chouji e Ino, meus melhores amigos, e de Hinata. A garota que era mais bela do que eu merecia, com minha inteligência muito prática, e mais bondosa do que eu entendia. Além disso, era minha. Era minha em todas as instâncias, de todas as formas, de todos os ângulos possíveis, cada centímetro, cada milímetro. Cada célula de meu corpo ansiava por ela, e isso me parecia problemático demais.

Nossos lábios se encontraram, e ela disse, pressionando sua boca a minha:

– Volte comigo.

– Isso ainda é muito confuso.

Hinata suspirou, sem deixar que nossos lábios se desencostassem.

– Então apenas me beije... Eu estou com saudades.

Isso eu não podia negar. Não àquela mulher, que era mais real do que tudo que eu conhecia nesse mundo, mesmo que fosse a maior incerteza do momento. Era uma questão que eu não conseguia racionalizar e que, portanto, me deixava tão incomodado quanto alguém de QI baixo perante uma prova de proficiência.

– Eu não gosto desse lugar... Me dá calafrios.

Mordisquei seus lábios, conseguindo um sorriso de volta.

– Desculpe pelo que quase foi feito com você – comentei, passando a ponta dos dedos pelos seus olhos.

– Você não sabia quem eu era. Nem quem você é. Se soubesse, não o faria.

– Será?

– Shhh... – e essa era a sua marca. Sempre me tranquilizava e me deixava a mercê de seus sentimentos. Hinata chiava um “fique quieto” e eu entendia tudo sobre o mundo. A única coisa que eu não sabia agora era como havia sobrevivido sem ela.

– Vamos voltar.

E isso bastou para que o Departamento três – ala sete ficasse vazio como deveria estar em uma véspera de Natal. 


Notas Finais


É isso, gente. Espero que tenham se divertido!
Eu gostei bastante do enredo, acho que ficou original <3
Me digam vocês! Beijos e até a próxima.


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