História Entre dois mundos - Socorro!

Lauren estava desesperada. Tudo acontecera tão rápido. Com certa dificuldade, conseguira colocar James no banco de trás do carro e agora dirigia em alta velocidade em direção ao ponto onde deveriam pegar o jatinho. O piloto estava aguardando como combinado, esperando a próxima ordem.  Freou o carro bruscamente, saindo correndo.

 - Precisamos ir para um hospital. Agora!

- Ele foi baleado?- perguntou o piloto, surpreso.

- Não... Mas, ele esta sangrando por algum motivo- ela respondeu, nervosa- Me ajude a colocá-lo no avião.

- Podemos levá-lo a um hospital a 2 Km daqui.

- Não, Matheo. Precisamos ir mais longe. Vamos pousar em Santa Fé.  Rápido!

Os dois conseguiram colocar o homem desmaiado dentro da aeronave e logo decolaram. Lauren tocou no rosto de James, ele estava pálido e gelado. Ela não sabia o que estava acontecendo. Procurou mais uma vez algum ferimento, mas nada. Ele simplesmente começara a vomitar sangue pouco antes de perder os sentidos.

- James, você esta me ouvindo? – perguntou ela, assustada. Não houve resposta. Pegou todos os casacos que levara em uma mala e colocou em cima dele.

Isso não podia estar acontecendo. Shewneman o teria envenenado?  Lauren não sabia e estava cada vez mais assustada. E se não conseguissem chegar a tempo? E se ele morresse em seus braços?

Como em poucos momentos na vida, Lauren Iniesta ficou sem reação.

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Terra Paralela

A sala de reuniões estava praticamente vazia, apenas Superman, Batman e Selina estavam presentes. O homem morcego apresentava fotos de um homem de aparência duvidosa.

- A missão é simples. Você vai atrás desse homem: Alexander Higgs, um dos empresários mais influentes do ramo farmacêutico da América.  Suspeitamos que ele esteja envolvido com o Lex Luthor em um caso de homicídio em massa. Hoje à noite ele dará uma festa, onde os maiores nomes de Gotham estarão presentes.  Você não irá detê-lo. Apenas se infiltre e retire informações. 

- Eu vou ir sob disfarce?

- Sim. Você irá no lugar de uma informante que ele ainda não viu pessoalmente, mas que tem algumas descrições físicas.  Dra Claire Parks. Todas as informações que você precisa estarão no seu computador. Você não poderá usar uma escuta, nem armas. Todas as suas credenciais já estão prontas. O evento é às 18 horas.

Selina assentiu e saiu da sala. Precisava estudar seu novo alvo.

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Lauren corria atrás da maca onde James estava sendo levado.

- O que houve com ele? – perguntou o médico que media os sinais vitais.

- Eu não sei... – respondeu, perdida em pensamentos.

- Tudo bem. Vamos levá-lo para exames e após para o centro cirúrgico. Precisamos descobrir de onde esta vindo esse sangramento. – falou o médico para a equipe. 

Lauren sentou-se em um banco na sala de espera por 15 minutos que pareceram uma eternidade. Uma médica retornou com um prontuário na mão.

- Sra... Miller?

Lauren demorou a responder. Esqueceu-se completamente que estavam usando nomes falsos.

- Sou eu.

- Nós fizemos alguns exames e detectamos um sangramento grave na região torácica e abdominal. Ele tem algumas lesões e suturas que se romperam por causa de algum esforço físico recente.  Provavelmente a hemorragia interna não manifestou sinais claros por certo tempo, por isso ele perdeu muito sangue. Nós o levamos imediatamente para a cirurgia. Ele sofreu alguma lesão grave recentemente?

- Ahn, ele sofreu um acidente de carro.

A médica a encarou por breves instantes, sem responder. As lesões e cicatrizes não eram consistentes com um acidente.

- Ele corre risco de morte? –perguntou, aflita.

- Infelizmente, sim. – respondeu a médica antes de ir embora.

E por fim Lauren percebeu a situação em que estava. Nada disso tinha sido planejado. Ela sentira que James poderia ser seu parceiro em sua busca por justiça. Ele era inteligente, forte. Mas, agora... algo muito mais importante estava em jogo.  James poderia morrer a qualquer momento.

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Terra Paralela

O cheiro de poder e riqueza estava já entranhado em sua roupa. Não que Selina não estivesse acostumada com o dinheiro, sendo casada com um bilionário. Mas, aquilo ali era diferente. Era o cheiro de corrupção, de sujeira disfarçada de perfume francês. E ainda incomodava o odor persistente de nicotina em sua roupa. Selina vestia a pele de Claire Parks com maestria. Cabelos cor de mel, olhos castanhos, fumante. Apesar do disfarce, Selina ainda estava estonteante. Seu vestido Gucci azul marinho cobria a frente inteira do corpo, deixando as costas inteiramente nuas, mostrando cada curvatura dos seus músculos.

Ela e mais homens foram levados para uma sala particular. Alexander Higgs não poderia ser mais caricato. Rosto levemente bronzeado, cabelos grisalhos, óculos de grau RayBan, lenço de seda e um sotaque indistinguível.

- Dra Parks, é um prazer em fim recebê-la.  Agradeço que tenha sido tão pontual com o pagamento.  –disse ele, oferecendo uma taça de champagne.  O olhar de Higgs percorria o corpo de Selina, de uma maneira que não lhe agradou. Se fosse necessário, a investigação iria para o espaço e esse velho estranho ia ter o que merecia.

- Eu que agradeço pelo convite. É um prazer conhecê-lo pessoalmente. – respondeu com o seu melhor sorriso.

Um homem alto, com postura militar, aproximou-se de Higgs, e falou algo em seu ouvido. O velho assentiu e respondeu com uma única palavra. Tiveram o cuidado suficiente para não permitir uma leitura labial.

- Nossos negócios não poderão ser divididos com esses senhores, Dra Parks. Vamos para uma sala reservada.

Higgs pediu que ela o acompanhasse, conduzindo-a pelo braço, ao entrar em uma sala que lembrava um escritório. Enfim ela chegara ao ninho da cobra.

- Creio que temos assuntos sérios a resolver. -  disse ela, tentando terminar logo com a enrolação.

O homem a olhou com uma expressão diferente e Selina sentiu que algo estava errado.

- Você pensa que me engana, mas eu a reconheceria em qualquer lugar, Selina Kyle. Eu posso farejar o seu cheiro de longe. 

O QUÊ?

- Alguns anos podem ter se passado, mas eu lembro exatamente o que você fez. Cada centavo que você levou. Mas, não... Eu não estou tão ressentido. Talvez possamos fazer as pazes hoje.

Antes que o velho tomasse alguma atitude, Selina desferiu um golpe certeiro em seu rosto. Ou ela pensou que tinha feito isso. Tonta e sem forças, caiu no chão, tentando  com todas as forças manter-se acordada. Ela não havia tomado nada, como podia ter sido envenenada? Então lembrou-se do toque em seu braço. Aquele desgraçado não podia ter espinhos na ponta dos dedos. Filho d...

Selina acordou, sentindo um grande torpor. Estava amarrada em uma cadeira usando apenas suas lingeries e amordaçada. Olhou para os lados, tentando acostumar seus olhos com pouca iluminação.

Higgs entrou no quarto e Selina percebeu o quão estranho ele poderia ser. Ele sorria de orelha a orelha, trazendo o que parecia ser uma faca na mão.

Selina só sentiu mais raiva de si mesma. Sua missão falhara e ela estava presa em algum ponto desconhecido da mansão, com um sádico.

- Acho que nós tivemos bons momentos, não? Apesar de você ter me enganado e ter me deixado algumas marcas - Higgs abriu a camisa. Uma cicatriz profunda passava através do seu ombro até a metade do pescoço. – VOCÊ ME FEZ ISSO!

Selina não demonstrou qualquer reação, estava concentrada em soltar-se da cadeira, embora sua cabeça estivesse latejando sem parar.

- Eu queria retribuir o favor. Quero que você lembre de mim,pra sempre- o bisturi que estava em sua mão, agora era pressionado contra o peito de Selina. – Eu não vou matá-la, meu docinho. Claro que não. Mas, você fica tão linda com esse rostinho assustado. E eu não quero mais que você use aquelas lentes, seus olhos verdes são muito mais... quentes.

Selina tentou, desesperadamente, levantar a cadeira junto com seu corpo e rebentar a cara daquele velho doente. Mas, nenhum músculo respondia.

- Eu sei que você esta tentando sair daqui, mas você não pode- ele transpirava satisfação ao falar- Eu desenvolvi uma droga maravilhosa. Ela deixa você sentir cada ponto de seu sistema nervoso, mas você ainda não pode se mexer. Eu sou um gênio, não?- disse ele, sorrindo.

Higgs levantou-se, ouvindo passos no corredor, puxando a 9 mm de dentro de uma gaveta. Ao ver a mulher que estava na porta, guardou a arma novamente.

- Ah, uma das minhas meninas. – Higgs lembrou-se que após a festa receberia algumas convidadas especiais. As melhores, as mais seletas. E essa definitivamente era especial. O frescor da juventude ainda estava presente. A pele alva, os cabelos negros ondulados. O vestido preto caríssimo que deixava suas pernas torneadas à mostra.  Os olhos da mulher estavam cobertos por uma máscara preta, o que não escondia sua gritante beleza.

- Minha querida Marion nunca me decepciona com suas meninas. Não se assuste, meu anjo doce, hoje nós teremos companhia. – falou, apontando para a mulher amarrada na cadeira.

- Como você quiser. – a mulher de preto sorriu.

Selina sentia um nojo cada vez maior enquanto assistia a cena. Embora seus sentidos estivessem um pouco lentos, sua visão estava aguçada o suficiente para ver algo distinto em uma das pernas da mulher.

Higgs aproximou-se de sua “acompanhante”.

- Espero que você não se importe, querida, mas eu adoraria ver seus olhos...

- Me ajude a tirar a máscara, então- respondeu, provocante. O velho sorriu, aproximando-se dela, por trás. Quando ele estava suficientemente perto, a mulher o acertou com um golpe certeiro no rosto.

O homem caiu, gritando de dor.  A mulher não esperou a reação. Girando seu corpo com maestria, atingiu o homem com um kaiten ura mawashi, deixando-o desacordado no chão. Aliviada, Helena Wayne retirou a máscara e sorriu para a mãe.

(kaiten ura mawash= golpe do Karatê)