História Entre Lençóis e Mentiras - Feelings Fade

I'm tired of
Fake people, fake smiles, fake hugs
Fake hopes, fake friends, fake love
Cuz fake friends are a real waste of time
And fake love is real waste of life

“Eu quero acabar com o nosso acordo, Seungkwan"

Fazia duas semanas​ desde a conversa entre ele e Hansol, no entanto, Seungkwan não conseguia tirar a frase de sua cabeça. As oito palavras rodopiavam no ar e, quando fechava seus olhos, elas eram tudo que podia ver. Antes, o garoto tinha absoluta certeza de que elas iriam resolver tudo, como em um passo de mágica, tudo voltaria a ser como antes. Duas semanas depois e Seungkwan já não tinha a mesma certeza.

As coisas pareciam estranhas entre ele e Hansol, mas não na mesma proporção ou da mesma forma que estavam com o acordo entre eles, e sim como se nenhum dos dois soubesse como agir. Quando estavam sozinhos, o ar parecia rarefeito, e a atmosfera era excessivamente desconfortável preenchida com risos forçados. Já no meio de outros amigos, era mais fácil fingir que estava tudo bem. A sensação que Seungkwan tinha era que, depois de tanto tempo brincando com os limites um do outro, eles desaprenderam a serem amigos.

Além de tudo, havia Mingyu. Antes da festa, ficar com Mingyu era algo leve e despreocupado, a fuga perfeita que Seungkwan buscava. Entretanto, desde que passaram a noite juntos, o garoto não conseguia afastar a culpa para longe, não quando sabia que estava usando o garoto.

Ali, deitado entre os lençóis de sua cama, Seungkwan viu-se coberto por mentiras que aos poucos destruíam todos seus laços. Cada um de seus relacionamentos acumulava omissões, situações inventadas e sentimentos secretos dos quais sentia vergonha. Naquilo, Hansol estava certo: Seungkwan sempre soube no que se metia, o problema era que ele já não sabia mais como sair de lá.

~*~

“Já faz um mês!” Dizia Soonyoung enchendo a boca de lámen “A situação está ridícula, Seungkwan”

O garoto revirou os olhos e continuou a comer seu frango desinteressado, aquela conversa não era nova, pelo contrário, o assunto ia embora e voltava como um iô-iô entre eles.

“Por que você não grita um pouco mais, Soonyoung?” Respondeu Seungkwan limpando a boca com um guardanapo “Acho que aquela senhora ali perto da porta não ouviu”

Foi a vez de Soonyoung revirar os olhos, mas logo ofereceu ao amigo um pedido de desculpas. Estavam almoçando juntos em um pequeno restaurante tradicional perto da faculdade, o lugar era aconchegante e a comida deliciosa compensava os preços não muito convencionais. Ambos esperavam Seokmin sair da aula, para seguir com seus planos para o dia (uma sessão no cinema).

O celular de Soonyoung vibrou indicando uma nova mensagem, assim que a leu, o garoto sorriu.

“Seungkwan, lembra que dia é hoje?”

“Sexta-feira” Respondeu o garoto indiferente.

“Positivo, sexta-feira… Do alívio"

Grunhindo, Seungkwan sentiu uma vontade enorme de enfiar a cara no prato de lámen, ou talvez no molho temperado do frango que comia.

“Por que mesmo continuamos com essa tradição ridícula depois de tudo que aconteceu entre eu e Hansol?”

“Porque ninguém tem culpa das merdas de vocês dois” Falou Soonyoung mostrando a tela do celular para o amigo.

Na tela, uma mensagem lia-se:

Depois do cinema vamos para a casa de Wonwoo, a sexta hoje vai ser lá <3

Pensar sobre a sexta do alívio trazia a mente de Seungkwan duas coisas. A primeira era a noite fatídica que mudara tudo entre ele e Hansol, a segunda era que ㅡ obrigatoriamente e sem chance de fuga ㅡ teria que enfrentar o melhor amigo. Não que estivessem sem se falar, pelo contrário, mantinham um contato quase frequente. No entanto, o clima sempre era estranho quando estavam no mesmo cômodo. Depois da conversa que encerrou o acordo entre eles, nada mais sobre o assunto foi dito e Seungkwan fingia ter-se esquecido sobre tudo.

(Mais uma mentira para a sua coleção).

“Eu conheço vocês dois há anos!” Soonyoung falou apontando os seus hashis para o amigo “Tem ideia do quão desconfortável é essa situação para mim?”

“O que você quer que eu faça?” Revidou Seungkwan mal humorado “Estamos bem evitando a situação por enquanto"

“Realmente, vocês dois estão ótimos" Disse Soonyoung com tanto sarcasmo que as palavras soaram afiadas.

Por mais que Seungkwan quisesse evitar que o assunto sobre ele e Hansol surgisse, o amigo parecia determinado em usar as horas de almoço para isso. Entretanto, mesmo que o tema fosse algo completamente incômodo, o garoto não podia fingir não entender os sentimentos de Soonyoung. Os três haviam crescido​ juntos, eram amigos há tanto tempo que sabiam tudo um do outro. No momento, Soonyoung tinha conhecimentos que Hansol talvez nunca viria a ter acesso, e via seus melhores amigos romperem laços diante de seus olhos.

“E Mingyu?” Questionou Soonyoung com olhos preocupados.

Soltando um suspiro, Seungkwan deixou seu corpo afundar na cadeira na qual estava sentado. Mingyu era um outro problema. Enquanto adorava a amizade do garoto, as tentativas de algo a mais com ele eram ㅡ no mínimo ㅡ desastrosas. Mesmo que não pensasse em Hansol ou o evitasse completamente, não conseguia retirar o outro de seu coração e substituí-lo por Mingyu. Estava se tornando cada vez mais difícil arranjar desculpas ou adiar falar a verdade para ele, no entanto, Seungkwan sabia mais do que ninguém o valor que tal ação possuía.

“Eu preciso terminar com ele, não sei exatamente o que temos, mas não posso continuar”

“Você vai fazer a coisa certa” Soonyoung respondeu sorrindo “Vocês ainda podem ser amigos"

O garoto nada respondeu, pois ㅡ se usasse sua situação com Hansol como exemplo, ou base ㅡ não tinha certeza se as palavras de Soonyoung estavam corretas.

~*~

Era pouco depois das oito quando chegaram na casa de Wonwoo, sendo recepcionados com salgadinhos e garrafas de vodca barata. O apartamento em que o garoto morava não era grande, e ele o dividia com uma outra pessoa ㅡ cuja presença era um mistério entre eles, já que nunca viram tal sujeito. Havia uma sala com um balcão que dividia o cômodo para a cozinha, ali encontrava-se o maior luxo que Wonwoo possuía (depois de seus livros): uma máquina de café.

No sofá, deitado abraçado com uma almofada e um sorriso mole no rosto, Junhui olhava os amigos entrarem na casa acenando. Era claro que já estava bêbado, Seungkwan apostava que ele havia chego ali bem antes dos outros.

Depois da festa, a relação entre Junhui e Wonwoo era algo que Seungkwan analisava com frequência, observando os dois a espera de uma resolução. Mesmo que todos soubessem que ambos dormiram juntos aquela noite, nada parecia realmente mudar no relacionamento que dividiam. Wonwoo ainda saía com outras pessoas, o mesmo era válido para Junhui, entretanto ㅡ mais de uma vez ㅡ Seungkwan havia testemunhado toques secretos entre os dois, trocas de olhares significativos o suficiente para que dissessem mais do que a superfície. Como respeito pela privacidade dos amigos, porém, o garoto não tocava no assunto.

“Dá espaço, eu quero sentar” Disse Seungkwan batendo nas pernas de Junhui e as afastando para sentar.

Dali, Seungkwan possuía visão para o balcão entre a cozinha e a sala, encontrando na mesma​ hora Hansol ali. O garoto estava com o cabelo bagunçado caindo nos olhos, as mangas do moletom que usava erguidas para que não atrapalhassem suas ações. Ele estava concentrado tentando fazer uma mistura de vodca e frutas, no entanto, balançava a cabeça ao som da música que tocava. Seungkwan não conseguia impedir o sorriso em seus lábios ao observá-lo, Hansol era tão perdido em um mundo particular que era encantador.

De certa forma, a única coisa que havia melhorado com o término do acordo entre eles, foi o sentimento de culpa que assolava Seungkwan. Nas vezes que via Yuna a culpa ainda existia pelo que tinham feito, entretanto, saber que não se deitava com Hansol há um mês fazia mais fácil não se sentir como um covarde ao encontrar a garota.

Deixando a cozinha segurando copos de bebida, Hansol fez seu caminho até a sala parando frente a frente com Seungkwan sentado no sofá. Por alguns segundos apenas se encararam silenciosamente, quase esquecendo que não estavam sozinhos na sala.

“Quer? Eu sei que você gosta de morango" Hansol o ofereceu um dos copos, sorrindo, Seungkwan aceitou.

Tomou um gole da bebida sentindo o gosto forte da vodca queimar sua garganta, sendo levemente aliviado pelo doce do morango em sua boca. Seungkwan observou quando o amigo sentou-se no chão de tapete escuro, iniciando uma conversa em seguida com Soonyoung. Havia certa familiaridade entre eles agora, algo que tinham perdido nos meses que dormiram juntos, no entanto o sentimento​ que agitava-se em Seungkwan também era outro.

Por mais errado que fosse ainda amava Hansol e, depois de tê-lo fisicamente, o garoto conseguia sentir a saudade que seu corpo sentia do outro. As vezes, Seungkwan pensava que não tinha coragem de terminar de vez com Mingyu exatamente porque sabia que a saudade o consumiria, a solidão era uma realidade que pesaria demais em seu corpo.

Após cinco copos de vodca e duas latinhas de cerveja, Seungkwan havia chego no seu limite. Nunca fora alguém resistente o suficiente para álcool ㅡ ao contrário de Hansol e Seokmin, que mal pareciam ter bebido tanto quanto ㅡ e já conseguia sentir sua cabeça girar, os movimentos de seu corpo eram mais moles, influenciados pelo álcool.

O som da campainha sobressaiu todos, interrompendo uma rodada de beer pong entre Junhui, Soonyoung e Seokmin. Levantando relutante, Wonwoo foi atender a porta e, quando Seungkwan viu Mingyu parado ali na entrada com seu sorriso gentil, seu estômago deu voltas.

“Estou atrapalhando?” Questionou Mingyu rindo ao olhar o grupo esparramado pela sala de Wonwoo.

“Você sempre atrapalha” Respondeu Wonwoo fechando a porta.

Ao ver Seungkwan, o garoto dirigiu-se a ele com naturalidade e depositou um beijo em seus lábios. A ação era um costume já, mesmo sem namorarem, ambos tinham um acordo silencioso que havia algo entre eles não nomeado. No último mês, desde a festa, Mingyu havia passado a maioria das noites com Seungkwan e inconscientemente uma rotina foi formada pelos dois.

O beijo de Mingyu, entretanto, apenas o fazia sorrir pelo carinho. A ideia inicial que seria capaz de transferir seus sentimentos por Hansol para o outro estava falhando, e a cada dia aquilo trazia a Seungkwan um sentimento desesperador.

“Olá" Falou Mingyu sorrindo, uma das mãos segurando o queixo de Seungkwan.

Seungkwan estava rindo quando respondeu “Olá, não sabia que viria hoje”

“Wonwoo-hyung me chamou”

Uma tosse nada convincente chamou a atenção dos dois, fazendo Mingyu não apenas se afastar de Seungkwan, como também sentar-se ao seu lado tímido. O culpado pela tosse era Hansol, que fazia o seu máximo para evitar olhar para os dois.

“Desculpa, acho que minha garganta está seca” Falou o garoto tomando um gole de sua bebida.

Trocando olhares silenciosos com Soonyoung, Seungkwan nada disse sobre a ação. Na verdade, aquilo era algo que já estava se acostumando. Nos últimos dias, todas as vezes que Mingyu e Hansol estavam no mesmo cômodo havia uma estranha atmosfera, algo que Seungkwan tinha absoluta certeza que não estava inventando. Por algum motivo, o amigo parecia incomodado toda vez que o outro estava presente no ambiente.

A lógica dizia para Seungkwan que aquilo era uma ação óbvia de algo errado, contudo, não queria perder suas noites de sono pensando e elaborando teorias que o levaria a sonhos impossíveis. Os meses que passaram juntos foram suficientes para ilusões, Seungkwan precisava focar-se na realidade na qual estava. E, no momento, tal realidade envolvia terminar com Mingyu e esquecer Hansol no processo.

Simples.

~*~

“Você gosta de vinho tinto?” Mingyu questionou mostrando a garrafa que segurava “Ou prefere branco? Talvez seco?”

“Eu sou um estudante, Mingyu, eu escolho vinho pelo preço e levo o mais barato"

Aquilo fez o garoto rir e colocar a garrafa de vinho tinto dentro do carrinho de supermercado. Após sair do trabalho, Seungkwan havia recebido uma mensagem de Mingyu perguntando se tinha planos para noite, o que resultou em um chamado para jantar. Sendo assim, foram juntos fazer as compras.

A atmosfera entre ambos era descontraída, algo leve que Seungkwan sempre podia contar para aliviar suas dores de cabeça dos problemas. Por outro lado, manter a imagem de calma e controle começava lentamente a cansá-lo. Mesmo que as coisas não estivessem perfeitas, fingia que sua situação com Hansol havia chego ao fim e se resolvido, porém, algo o impedia de fazer o mesmo com Mingyu. Talvez fosse o carinho que nutria pelo garoto, a forma como sentia-se especial por receber seus cuidados e adoração, qualquer que fosse o motivo, Seungkwan via-se sem palavras para encerrar o que tinham.

Sozinho, na frente do espelho, Seungkwan treinava discursos sinceros de como negar o romance mas ainda pedir a amizade. Não sabia ao menos como começar tal conversa e, sinceramente, se o fizesse depois de receber um jantar romântico seria o maior babaca do universo.

O jantar não demorou muito para ser preparado e ㅡ sob protestos de Seungkwan ㅡ Mingyu o preparou sozinho, com direito a entrada e sobremesa. Mesmo no apartamento pouco aconchegante de Mingyu, a sensação era como tomar uma xícara de chocolate quente no inverno: quente, capaz de aquecer o coração mais gelado.

“... Eu e Soonyoung ficamos morrendo de medo, achávamos que Hansol iria morrer”

“Morrer de catapora?”

“Nós éramos crianças, ok, sem julgamentos”

O garoto observou enquanto Mingyu ria, gostava de seu sorriso brilhante de caninos aparentes. O jantar estava quase no fim, Seungkwan havia devorado os pratos caprichosos que o outro havia feito, e metade da garrafa de vinho já não existia mais.

“Eu gosto dos seus amigos" Falou Mingyu juntando os pratos da pequena mesa espremida na cozinha “Eles parecem legais, pena que conheço pouco deles”

Seungkwan deu de ombros “É questão de tempo, acho que em breve eles serão seus amigos também”

Levantando-se, Seungkwan pegou as taças ㅡ na verdade eram apenas copos redondos e pequenos ㅡ que usaram para o vinho, os depositando na pia enquanto Mingyu colocava ali os pratos. Virando-se para retirar um pote de sorvete da geladeira em seguida.

“Não sei” Respondeu Mingyu e era notável que estava sem graça “Seu amigo Jun não parece gostar de mim”

Seungkwan teve que morder o interior de suas bochechas para não rir.

“Ele tem seus motivos” Falou Seungkwan, apressando-se para acrescentar “Dê um tempo”

Levando consigo o pote de sorvete, Mingyu foi até a sala com Seungkwan em seu encalço, sentaram-se no sofá e munidos de colheres atacaram o doce.

“Mas ele não é o único, Seungkwan”

Erguendo uma sobrancelha e enchendo a boca de sorvete de chocolate, o garoto o encarou.

“Como assim?”

“Hansol me olha como se eu torturasse cachorrinhos" Respondeu Mingyu, acrescentando: “O que eu nunca fiz, claro”

“Você está estudando para ser veterinário, é quase o mesmo na visão de um cachorro”

O garoto fez uma careta e mostrou a língua para Seungkwan que riu, aproveitando a deixa para mudar o assunto e o levar para longe de Hansol. Então não era uma alucinação, realmente acontecia uma reação física negativa toda vez que os dois se encontravam. A informação ecoou em sua mente, e por mais que quisesse afastar a faísca de esperança que insistia em acender-se dentro de si, Seungkwan não era forte o suficiente para isso.

~*~

Já escurecia quando Seungkwan recebeu uma mensagem de Hansol perguntando se estava em casa, o ocorrido fez uma cascata de lembranças aparecerem em sua mente, obrigando-o a lembrar que não havia mais acordo algum entre os dois

Quando Hansol chegou, as coisas pareceram normais na medida possível. Estouraram pipoca e encheram tigelas com doces açucarados que o amigo levara, não havia ninguém em casa exceto os dois e, por mais que não quisesse admitir, o fato deixava Seungkwan com os nervos a flor da pele.

“Eu me recuso a rever esse filme” Disse Hansol apontando para a tela da TV, onde 'Marley&Eu’ passava “Estou contra!”

Revirando os olhos e enfiando um punhado de pipoca na boca, Seungkwan mudou de canal. Sabia que Hansol havia chorado horas quando assistiu ao filme pensando em seu cachorro já falecido, afinal, assistiram juntos. Depois de vagar por canais diversos, o garoto decidiu deixar em um filme de drama. Não era exatamente fã do gênero, entretanto, a história chamou sua atenção: tratava-se de um casal, cuja mulher ㅡ cansada de sofrer por amor ㅡ decide apagar suas memórias do tempo que passou junto com o seu namorado e, movido pelo mesmo motivo, o outro tomava a mesma decisão.

Enquanto assistiam o filme, os únicos sons que preenchiam a sala era os de pipoca mastigada, a concentração de ambos inteiramente na tela. A história do filme havia prendido Seungkwan mais do que esperava, talvez pela ideia de que seria possível apagar alguém de sua mente, como se nunca a houvesse conhecido, era uma opção tentadora para se ter.

O silêncio não era incômodo, apenas algo lógico pela atenção voltada ao filme, contudo havia algo no ar que Seungkwan não sabia nomear. Entre ele e Hansol estava um balde de pipoca como um muro os afastando, nem ao menos seus joelhos tocavam-se e tudo parecia minimamente calculado. O garoto não conseguia evitar as comparações com o antes, ou a falta que sentia de ser embalado pelos braços de Hansol em momentos assim.

Mas agora eram apenas amigos, não? Amigos com namorados não ficam assistindo filme abraçados, muito menos desejam tocar um ao outro de forma íntima demais. Seungkwan queria voltar a ser como eram antes, ele mesmo havia dito isso para Hansol, então por que agora era como se a sua solidão fosse maior? Estavam tão perto um do outro, mas ao mesmo tempo separados a milhas de distância e aquilo fazia seu peito doer.

“Seungkwanie?”

Hansol parecia preocupado, a voz carregada de carinho ao pronunciar seu nome. Foi então que Seungkwan percebeu que chorava, as lágrimas caindo de seus olhos escorriam por todo seu rosto caindo pesadas em seu colo. Estava completamente confuso sobre decisões que lhe pareciam tão certas, algo que seu sentimental não parecia capaz de compreender.

O silêncio de Seungkwan pareceu assustar Hansol, pois o garoto retirou o balde de pipoca do lugar e fechou o espaço entre eles com um abraço. Quando o aroma do perfume do amigo o invadiu, Seungkwan prendeu a respiração com medo de se afogar entre lágrimas e recordações. Seu perfume era inebriante e o fazia tremer, o conforto dos braços de Hansol ao seu redor o fazia quente, aliviando a falta que seu corpo sentia do outro.

Ao parar de soluçar, os dois afastaram-se para se olhar. O cenho de Hansol estava franzido e seus olhos analisavam o amigo sem a menor discrição, o garoto mordia o lábio inferior em uma ação involuntária e ainda mantinha seus braços nas costas de Seungkwan. Este apenas tentava evitar que todos seus sentimentos transbordassem naquela sala, desejando se perder mais uma vez entre o castanho dos olhos de Hansol.

No filme, o mocinho (agora arrependido de tentar esquecer aquela que amava) fugia entre suas memórias a escondendo dentro de si, não querendo que a história entre eles se fosse.

“Eu também queria ter continuado”

Ele dizia para a lembrança dela com lágrimas nos olhos, o peso da frase sendo sentindo no íntimo de Seungkwan.