História Entre o metal e a magia. - Orgulho

-Mãe, vem aqui no meu quarto, está pronto.

Segundos depois, Anne entra no quarto e encontra Pedro com um ar de orgulho, com as mãos na cintura e um sorriso no rosto, ao lado dele estava a bancada aberta com um pano por cima da invenção, para dar um suspense.

- Queira se sentar minha jovem, o que irei lhe apresentar agora é uma inovação no campo da engenharia, e para sua segurança peço para que não saia do lugar. Eu lhe apresento a Venator Automata.

E Pedro tirou o pano que escondia aquela que seria sua maior invenção, uma luva feita inteiramente de metal, que cobria o antebraço até próximo do cotovelo . Pedro a colocou em seu braço direto, prendeu as fivelas na parte interior do antebraço e pulso. Nela havia cinco fios de cobre que se ligava do pulso até a parte interna das garras de metal que ficavam na ponta da luva, para a segurança do usuário os fios passavam por pequenos aros que ficavam por cima das articulações dos dedos. Não era muito pesada e nem muito grande, apesar de ser feita quase que inteiramente de aço.

- Isso é impressionante, mas pra que serve? – disse sua mãe, olhando para a invenção com atenção.

- Irei demonstrar.

Pedro ergueu sua mão, apontou o dedo indicador para a parede e apertou com os livres um pequeno botão localizado na palma da luva, e no mesmo instante a ponta do dedo da luva se disparou em um som surdo contra a parede, perfurando-a.

- Ela é uma arma de combate com o intuito de prender pessoas em fuga, sem matar, essa ponta que é disparada se abre no momento em que sai e se fecha assim que toca em alguma superfície, ela é ligada à luva por um fio de cobre trançado, aumentando sua resistência a cortes e rompimentos. Ao apertar o mesmo botão com o dedo levantado, o fio é puxado e a ponta volta para o lugar, e pode ou não puxar algo se estiver bem preso.

No fim da demonstração, Anne se levantou e olhou para Pedro com aquele olhar frio de julgamento, naquele momento o garoto abaixou a cabeça e desfez o sorriso, ela nem precisou dizer uma palavra para que Pedro entendesse.

- Sei que é errado fazer coisas perigosas, mas eu quis te ajudar a capturar esse cara, como eu não posso te acompanhar nas investigações e nem tenho essa sua habilidade, quis fazer algo.

Anne suspirou, olhou para a luva de metal e falou enquanto ela a retirava do braço do garoto:

- Essa Venator Automata é realmente perigosa, mas você foi bem inteligente ao criá-la – Anne então colocou a invenção em si – é muito gentil da sua parte criar algo para me ajudar, com algumas melhorias essa coisa pode criar inúmeras possibilidades, tenho certeza que será muito útil.

Pedro então voltou a sorrir, orgulhoso de sua criação, lágrimas de alegria vieram em seus olhos. Anne com a máquina já atada ao braço apontou um dedo para o abajur que estava a três metros dela e atirou, no instante em que quebrou o objeto, ela apetou o botão de novo e a ponta voltou, o tempo entre o disparo e o retorno da ponta não foi maior do que dois segundos.

- Pedro, com isso, tenho certeza que será um grande engenheiro um dia.

- Obrigado mãe, fico feliz que tenha gostado. Espero que ajude mesmo a prender esse maníaco. Eu vou fazer alguns testes e melhorar ela.

- Depois mostramos ela ao seu pai, tenho certeza que ele irá te ajudar a melhorar ela. Agora venha, vamos até o sótão.

- Mas o que vamos fazer lá?

- Acho que você já atingiu a idade suficiente, vou lhe mostrar como usar a técnica desenvolvida pelo meus antepassados, que é passada de geração em geração. Aquilo que eu uso para resolver os casos.

Pedro parou no meio do corredor, pasmo. Seu coração começou a bater forte, o nervosismo e a surpresa o atacaram com força.

- Pedro, você será possuidor do Ensinamento.