Era compreensível o fato de Kim Seo Ri não gostar de mim, afinal eu sou fruto de uma relação extra-conjugal de seu marido. Meu pai apesar de estar sempre em contato, nunca foi um pai extremamente atencioso e para falar a verdade, eu também não sentia muita falta disso, minha relação com minha mãe era muito boa, e não tinha do que me queixar.
Cheguei em frente a grande casa na qual Kim Seo Ri vivia e hesitei alguns instantes antes de tocar a campainha. Quando a porta se abre, lá está ela com uma expressão nada agradável olhando para mim
SR (Seo Ri): O que quer aqui?
- Vim fazer umas perguntas a respeito do desaparecimento de Si Hyun – disse mostrando a identificação de policial
SR: Entre
Ela abriu caminho para que eu pudesse entrar dando espaço para que caminhássemos pelo jardim até que finalmente entrássemos verdadeiramente na casa. Já dentro ela me apontou o sofá e se sentou na poltrona a minha frente.
- Obrigado
SR: Não me agradeça. Só abri a porta porque veio como policial e talvez possa ajudar. Seja rápida
- Serei. Primeiro quero saber quando Si Hyun foi visto pela última vez
SR: Segundo os amigos dele, eles o viram a cerca de 5 dias atrás em um bar perto do trabalho deles.
- Sabe dizer quantas pessoas estavam com ele nesse dia?
SR: Não.
- Uhm.. – anotei algumas coisas – Si Hyun tem alguma rivalidade no trabalho?
SR: Não. Todos gostam muito do meu filho. Não sei de nenhum caso de rivalidade
- E quanto a sua vida escolar. Sabe se praticou bullying com alguém?
SR: É claro que não. Sempre foi um ótimo aluno, e o que isso tem a ver com a investigação?
- Muito. Preciso saber de tudo sobre ele que possa me dar uma pista. Como por exemplo todas as escolas que estudou.
SR: Te dou os endereços depois.
- Ótimo. Como era a relação do Si Hyun com as pessoas?
SR: Fora com você... Ótima, ele sempre se relacionou muito bem com as pessoas, sempre calmo..
- Desculpe, mas calmo é uma coisa que não posso dizer que ele seja.
SR: O que está querendo dizer com isso?
- Si Hyun pode ser uma ótima pessoa, mas tem que admitir que é muito temperamental e é exatamente por isso que estou perguntando. Ele chegou machucado ou relatou alguma briga recentemente?
SR: O que está querendo dizer com todas essas perguntas? Que meu Si Hyun desapareceu por causa de alguma briga? Que pode estar....
- Ele está vivo – cortei – É uma vítima do maníaco da cruz e o mesmo só tem como vítimas pessoas com histórico de violência escolar. A delegacia de polícia recebeu um recado do sequestrador dizendo que temos 10 dias para encontra-lo com vida.
SR: VOCÊ ESTÁ MENTINDO... MEU FILHO NÃO É VIOLENTO. MEU FILHO NÃO É UMA VITIMA DESSE LUNÁTICO. MEU FILHO NÃO VAI MORRER...
- ELE NÃO VAI MORRER. Eu não vou deixar que isso aconteça.
SR: Você? – riu soprado – Você é a causa da desgraça da nossa família. Você fez com que Hyun Jin brigasse com Si Hyun por sua causa. Por sua causa eu não confio mais em meu marido. É TUDO CULPA SUA.
- OK. É TUDO CULPA MINHA. Pode despejar toda sua frustração em cima de mim que eu não me importo. Mas esqueça isso por um instante. Esqueça seu ódio por um momento. SI HYUN É PRIORIDADE AQUI. Depois que o encontrarmos pode dizer o que quiser, mas enquanto isso você vai ficar quieta e colaborar com todas as informações VERDADEIRAS a respeito do Si Hyun entendeu?
A mulher a minha frente parou de falar e apenas acenou positivamente enquanto me olhava com lágrimas de ódio escorrendo por seu rosto. Continuei fazendo algumas perguntas a respeito de Si Hyun e finalmente ela me confessou que meu irmão havia praticado bullying com um garoto durante o colegial. Liguei para a delegacia, dei a lista de escolas que ele estudou e o endereço do trabalho dele, enquanto eu mesma me dirigia ao escritório de advocacia no qual trabalhava para tentar encontrar algum dos amigos que beberam com ele na noite em que provavelmente foi sequestrado.
Passei horas conversando com eles e não descobri nada de importante. Aparentemente apenas foram beber socialmente e foram embora cedo porque segundo um deles teriam uma reunião em Incheon no dia seguinte. Foi então que me veio uma ideia. Incheon, ele poderia estar na cidade vizinha e não em Seul.
*ligação*
Hyo: Oi Lara
- Descobri algo que pode ajudar
Hyo: O que foi?
- Si Hyun teria uma reunião em Incheon no dia seguinte ao provável sequestro. Procure por balcões e armazéns vazios de lá...
Hyo: Acha que ele pode estar lá?
- Acho. Amanhã cedo estarei indo pra lá. E vou precisar dos endereços
Hyo: Vou com você.
- Ótimo. Me encontre as 6 horas da manhã no departamento criminal.
Hyo: Ok.
*fim da ligação*
Pronto. Agora teria apenas que conversar com meu irmão e explicar a situação de seu irmão mais velho. Saindo do escritório fui direto para a Fantagio me encontrar com Hyun Jin Oppa e finalmente falar sobre o sequestro de Si Hyun. Chegando na recepção Min Ha me disse que ele estaria em sua sala e que poderia subir e assim o fiz. Entrando na sala me deparo com meu irmão conversando com os membros do Astro, péssimo momento pra dizer qualquer coisa sobre o meu trabalho.
HJ: Oh entre Lara
- Oi pessoal. Interrompo?
HJ: Não, estamos apenas falando sobre os detalhes da próxima apresentação deles, mas já estamos quase terminando. Senta
- Ok obrigado
HJ: Obrigado? – disse arqueando as sobrancelhas – Você está estranha. O que aconteceu?
- Nada
HJ: Depois você me conta. Pelo visto é algo sério – disse em português e eu apenas confirmei com a cabeça – Estou quase terminando
A reunião continuou por apenas alguns minutos e os meninos foram dispensados.
JJ: Ah! Noona. Amanhã vamos nos apresentar em um programa musical. Não quer ir nos ver?
- Desculpe Jin Jin, mas amanhã terei que ir fazer umas investigações em Incheon
SH: Incheon?
- Sim. Nada demais, apenas algumas perguntas
HJ: Detesto quando fala assim
- Fica quieto.
JJ: Fica pra próxima então. Tchau noona
- Tchau meninos – todos saíram acenando até que finalmente ficássemos apenas eu e Hyun Jin
Foi realmente difícil contar o que estava acontecendo a meu irmão e foi doloroso ver a cara de preocupação em seu rosto, por dois motivos. Seu irmão estava sendo feito refém do maior criminoso que a Coreia já viu em anos e o outro era que a sua irmã estava indo atrás desse mesmo criminoso. Demorou horas até que eu o convencesse de que ficaríamos bem. Tanto eu quanto Si Hyun, mesmo eu não tendo tanta certeza disso. Quando a conversa terminou ele ainda ficou na sala enquanto eu iria para casa. Sai da sala e fui em direção ao elevador para descer, mas um movimento me chamou atenção. Um homem todo de preto e boné andava vagarosamente observando uma pessoa que caminhava mais à frente. Quando a pessoa pegou o elevador ele se dirigiu as escadas de emergência e eu fui atrás sem me deixar ser percebida. Por que sempre acontecem essas coisas quando não quero?
Continuei observando a pessoa, que pelo porte físico parecia ser um homem. Terminamos de descer as escadas e me mantive em uma posição segura. O homem tinha alguma coisa escondida na manga que eu não consegui ver, mas consegui identificar quem estava sendo seguido, era Moon Bin. Esses meninos não tem sossego não? Quando o homem se aproximou mais eu me apressei. O homem estava próximo demais e então corri e gritei
- MOON BIN – o garoto virou imediatamente – SAI DAÍ – o homem se assustou, olhou pra trás e correu, mas passou pelo menino que puxou o braço com sangue pingando dele.
Corri em direção ao homem de preto até sairmos da empresa, mas infelizmente o perdi de vista em meio a multidão de pessoas que saiam dos prédios ao redor da Fantagio.
- Mas que droga. Mais essa agora
Girei nos calcanhares e voltei a Fantagio para ver como Moon Bin estava. O garoto foi levado para a enfermaria.
- Como está seu braço?
MB: Bem. Foi só um arranhão. E você?
- Estou ótima. Tem ideia de quem possa ser? – o garoto ficou mudo – Moon Bin
MB: Depois noona – baixou a cabeça
- Sabe quem é não sabe? – ele confirmou com a cabeça – Por favor me conte
MB: Depois tudo bem? Preciso digerir isso
- Entendo. Mas vou pedir que a segurança do prédio seja reforçada, e quero que me conte o que aconteceu
MB: Tá bom... – o garoto hesitou antes de continuar a falar – Noona. Tenha cuidado na sua viagem amanhã. Escutei tudo e estou preocupado
- Não se preocupe. Vai ficar tudo bem
MB: Promete?
- Prometo – o garoto sorriu e me abraçou
Mesmo tremendo eu senti o calor que vinha de seus braços e aquilo fez com que meu coração acelerasse e minha mente alertava para uma coisa que eu não queria admitir de forma alguma. Admita logo que vai doer menos. Está no mínimo atraída por ele.
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