Os minutos que se seguiram foram extremamente angustiantes, eu não sabia de nada do que estava acontecendo do lado de fora daquela porta, apenas escutava os sons de coisas quebrando e de uma nítida troca de socos. Apesar de querer gritar por Seon Hee, eu sabia que não podia, eu só iria dificultar as coisas para ela, mas uma ideia me surgiu. Lara noona. Peguei meu celular, que só então lembrei estar comigo e enviei uma mensagem de texto para ela.
- A casa de Seon Hee foi invadida e ela está brigando com eles, por favor, venha ajudar – poucos segundos se passaram e a resposta chegou
Lara: Estou indo, não faça nada
Os minutos pareciam ser eternos e os sons foram diminuindo, meu coração parecia para quando escuto pancadas violentas na porta. Lara gritava do lado de fora
Lara: SEON HEE, SEON HEE, ESTÁ AI?
SeonH: ESTOU AQUI... LARAAA, ME AJUDA
Som na porta foi ensurdecedor, tiros. Os sons de briga aumentaram, mas duraram apenas alguns segundos, até que o silêncio tomou conta de todo o ambiente. Minha respiração pesou, querendo saber o que havia acontecido, então escuto a porta a minha frente destravar.
Lara: Você está bem? – ela perguntou segurando a barriga
- Estou, e Seon Hee
Lara: Precisa ser levada ao hospital, mas você vai para casa
- Nem pensar, vou com você
Lara: Nem pensar digo eu, como vai explicar o fato de estar na casa de uma mulher a essa hora da noite
- Não estou me importando com isso – sai do quarto e fui ver como Seon Hee estava
A sala estava um caos. O jogo de sofá estava revirado, a mesa de centro havia quebrado e não havia um único enfeite inteiro no raque da sala, quadros no chão, cacos de vidro por toda parte e Seon Hee encostada em uma parede, com a respiração ofegante e sangue escorrendo por seu rosto, corri até ela.
SeonH: Eu disse que não iria acontecer nada com você – sorriu e desmaiou
- Ya! Seon Hee-ah. KWANG SEON HEE
Lara: Leve-a ao hospital, preciso esperar os policiais.
- Ok
Procurei em meio à bagunça as chaves do carro de Seon Hee, a coloquei no colo e segui em direção ao hospital. Nunca havia dirigido tão rápido em toda minha vida, tanto que em poucos minutos já estávamos em frente ao hospital. Assim que entramos, fomos interrogados até que uma das enfermeiras disse reconhecer Seon Hee e que as perguntas fossem deixadas para depois. Me sentei em uma das cadeiras da sala de emergência esperando por notícias do médico e respirei aliviado quando ele disse que ela tinha apenas ferimentos externos, mas que ficaria alguns dias dolorida pois haviam vários hematomas e cortes de vidro por todo o corpo.
Levantei para comprar um café na lanchonete do hospital quando vi uma cena muito familiar. O mesmo policial que havia levado Lara a Fantagio semanas atrás, a trazia novamente nos braços, novamente desacordada, e então me dei conta de como ela estava. Provavelmente na pressa, Lara não teve tempo de se trocar e vestia apenas short e uma camiseta, e assim como Seon Hee, estava descalça.
- Noona – fui em direção a eles
Hyo: Ela está bem, apenas cansada e com alguns hematomas
- Ok.
Hyo: Conversaremos depois – eu apenas assenti e ele saiu levando Lara com ele
Lara também foi atendida rapidamente e o policial Hyo se encarregou de responder as perguntas que a equipe médica fazia, e alguns minutos depois elas estavam apenas descansando e sendo mantidas em observação. Por um momento realmente entendi a preocupação de Hyun Jin hyung, a profissão daquelas duas era realmente perigosa, lidar com bandidos altamente loucos e psicopatas fazia com que as preocupações nunca acabassem. E agora, mesmo depois de alguns dias do ocorrido, meu coração acelera toda vez que lembro.
*Lara on*
Fome, meu estômago protestava o fato de estar vazio desde a hora em que acordei, mas o trabalho investigativo me impedia de parar. O caso do maníaco da cruz estava fervendo a pleno vapor depois de eu ter recebido uma mensagem me parabenizando por ter encontrado meu irmão antes dele o matar. Desgraçado abusado. Se antes eu tinha uma suspeita de que ele tinha algo pessoal contra mim, agora eu tinha certeza.
SeonH: Lara, Si Hyun está lá fora para te ver – disse enquanto entrava no setor de crimes hediondos
- Estou saindo, obrigada – disse me levantando
Desde o dia que tirei Si Hyun do cativeiro, seu tratamento comigo melhorou muito, agora ele vez ou outra, ligava ou mandava mensagem e agora, Si Hyun me esperava do lado de fora da delegacia
- Oi Si Hyun-ssi – o cumprimentei acenando
SiH: Ainda vai continuar me chamando assim? – ele disse cruzando os braços e sorrindo, o que causou alguns suspiros ao meu redor
- Quer parar de seduzir as mulheres da polícia? – sorri
SiH: Só se parar de me chamar com honoríficos
- Como quer que eu te chame?
SiH: Uhmm... sou seu irmão mais velho e o mais bonito então.... Oppa?
- Esqueceu de acrescentar o egocêntrico também – ele gargalhou
SiH: E então?
- Entendi Oppa, vai parar de seduzir as meninas agora? Sou eu quem vai ser bombardeada de perguntas depois
SiH: Sério? Então vamos dar motivos para mais perguntas. Vim te buscar para almoçar
- Não posso.
SiH: Pode sim, tenho certeza que ainda não almoçou
- Não
SiH: Ótimo, vamos – ele se aproximou, me pegou pela mão e me levou até o carro
- Wow, você faz realmente o que quer
SiH: Pare de reclamar, estou indo encher sua barriga.
- Ok, ok – sorri
Si Hyun deu a volta para sentar ao lado do motorista e seguimos caminho até um pequeno restaurante no centro de Myeongdong. Assim que nos acomodamos em uma das mesas, os olhares se voltaram pra nós e uma garçonete quase deixa o olho cair quando veio nos entregar o cardápio. Não era por menos, tinha que admitir que Si Hyun era realmente muito bonito. Ele é alto, com um corpo bem definido onde mesmo a camisa de mangas longas evidenciava os músculos dos braços, cabelos escuros, e um rosto extremamente sedutor, podendo fazer inveja a qualquer ator da atualidade.
SiH: Peça o que quiser – ele falou interrompendo meus pensamentos
- Tem certeza? Vou pedir o mais caro, vai doer no seu bolso
SiH: Acho que não vai doer muito – ele sorriu – Lara, muito obrigada e me desculpe – mudou o tom de voz e abaixou a cabeça
- Pelo que?
SiH: Obrigada por salvar seu irmão idiota, que sempre te maltratou e te desprezou, só agora percebo o quão idiota fui em não perceber a pessoa que você é
- Não precisa me agradecer, foi como disse. Você é meu irmão idiota – ele sorriu
SiH: Mas nunca te tratei como irmã, pelo contrário, sempre te maltratei e falei coisas ruins sobre você, mesmo quando nos conhecemos, você era tão nova e nunca revidou, sempre tentou se aproximar e mesmo assim eu cheguei ao ponto de te bater...
- Oppa! Tá no passado ok? Você foi um imbecil, mas você se arrependeu, e mesmo achando que tudo estava perdido, no fundo acreditou que eu iria salvá-lo. Então vamos esquecer o que ficou para trás e seguir em frente tá bom?
SiH: Você realmente não guarda rancores?
- Não contra pessoas da minha família, ainda mais quando percebo que há um arrependimento sincero, então esqueça isso e prepare seu bolso
SiH: Ok – ele falou gargalhando – Bolso preparado – bateu a mão no bolso da camisa e eu sorri
Pedimos nossa refeição e passamos um tempo muito bom durante o almoço, e quando ambos terminamos ele me deixou de volta na delegacia de polícia e foi embora.
O dia seguiu agitado com todas as reuniões da equipe e com as investigações. No fim do expediente Seon Hee e eu combinamos de andar um pouco e parar em uma barraquinha para comer ddeokbboki enquanto ela terminava de me contar a história de seu envolvimento amoroso com Cha Eun Woo. Era tão fofo ver ela falando dele, era nítido que eles se gostavam e triste saber que um relacionamento daqueles era tão mal visto na Coréia. Passamos horas conversando antes de irmos para casa, e ficou certo de no dia seguinte seguirmos uma pista que havíamos encontrado sobre o maníaco da cruz.
5 horas da manhã e eu acordei num sobressalto com o berro de Hyun Jin
HJ: LARA, ATENDE A DROGA DESSE CELULAR
- AISH, quem me liga a essa hora? Só porque hoje entro mais tarde – peguei o celular em cima do criado mudo e quase caio de costas ao ver quem me ligava
*ligação*
MB: Noona?
- Oi, aconteceu alguma coisa?
MB: Pode descer um pouco? Estou na frente do condomínio
- Estou indo
*fim da ligação*
Levantei da cama, lavei o rosto, me troquei e fui em direção ao elevador. O será que aconteceu para Moon Bin vir até o condomínio as 5 horas da manhã? Chegando no térreo, me deparo com o vento gelado do mês de outubro e sigo em direção ao rapaz.
- O que aconteceu? Voltaram a te perseguir? – ele negou com a cabeça – Está se sentindo mal? – novamente ele negou
MB: Eu queria te ver, e dizer o que eu já não aguento mais
- O que? Parece sério
MB: Eu gosto de você noona! Eu sei que parece loucura e que provavelmente você não vai mais querer me ver, mas eu precisava dizer
- Moon Bin!!! E-eu não sei o que dizer...
MB: Não precisa me dizer nada, e vou entender se você se afastar de mim, mas... – ele parecia tão angustiado que minha única reação foi abraça-lo
- Posso te responder depois? Preciso colocar meus pensamentos em ordem – um vento gelado soprou e me encolhi de frio.
Ele me afastou um pouco, abriu o próprio agasalho, me puxou para perto e fechou nós dois no mesmo agasalho em um abraço.
MB: Pode, você pode me responder depois, mas eu não vou mais me segurar Lara, eu realmente gosto de você e quero que fique comigo.
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