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História Equilíbrio. - Nunca um sem o outro.


Escrita por: MaurraseC

Notas do Autor


Talvez vocês já tenham se perguntado sobre isso, e neste capítulo haverá a resposta: "Será que é possível uma pessoa ter dois cristais?". Essa foi uma das minhas dúvidas quando comecei a escrever Equilíbrio. "Devo fazer híbridos?", porém minha falta de imaginação (acreditem ou não, sou péssimo com criar coisas) não me permitia abusar dos mais variados poderes existentes; também, eu não queria encher a história com super poderes incríveis e absurdos, para derrotá-los seria um sacrifício mental (Lilith, Brayan, Adam e outros que virão que o diga). Portanto, tal curiosidade será encerrada hoje. O corpo humano possui seus limites, ultrapassá-los sempre é um risco.


Quando dois se conectam, surge algo muito além da compreensão. Se o Equilíbrio pessoal é complexo, entre pessoas é algo além da compreensão.

Boa leitura.
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Na imagem: Charles, Morte e Guerra.
"Dão as mãos, e se conectam. Dois corações que num só, não é amor, apenas laços... Apenas o Equilíbrio entre dois seres."


Artista: Desconhecido.
Link: (salva há muito tempo, não havia endereço URL).
(Obs: imagem meramente ilustrativa, sem vínculos com a história de Equilíbrio.

Capítulo 87 - Nunca um sem o outro.


Fanfic / Fanfiction Equilíbrio. - Nunca um sem o outro.

— Julgamento final? — repetiu Frank, tentando analisá-la, mas com o efeito da fúria sobre si, seu raciocínio lógico se tornava difícil. Do que pôde ver, o corpo da mulher estava ferido, e era a mesma que lutava contra Renê, resultando na morte do homem. Além disso, com o aparecimento dela, o Juiz com quem duelava voltava a se mover, o que significava que ela era a causa disso. Frank afastou-se, concluindo que seria obrigado a lutar contra os dois.

— Está ferida — disse Charles, vendo-a se aproximar.

— Não é nada — mentiu, pois o ferimento ainda estava aberto, e sangrando levemente. — Como está Valkyrie?

— Ainda posso usá-la livremente — respondeu, referindo-se ao seu poder. — Vá procurar a garota que fugiu.

— Se eu sair daqui, você volta a ser paralisado — Gracie retrucou, depois mostrou um sorriso de lado. — Você só precisa usar o pensamento para evocar seus soldados, a paralisação motora não te afeta em nada. Você só está analisando-o?

— O poder dele é capaz de criar gás venenoso, e de acordo com o que ele falou, sua potencialidade muda de acordo com a coloração. Porém, quando ele estava para revelar mais, você apareceu — falou lhe mostrando um olhar de reprovação.

— Então era isso — ela recuou. — Espero que não se importe, se eu ficar por aqui.

— Só não atrapalhe — respondeu, avançando contra o alvo.

— Tem certeza que não serão dois contra um? — perguntou Frank, ao ver o Juiz se aproximando sozinho.

— Então seu poder muda a partir da coloração?

— Ficou interessado, não é? — mostrou um sorriso, fazendo o gás esverdeado cair pela lateral de sua boca. — Dos cinco níveis que posso usar, este é o terceiro.

— Gás verde? — analisou, percebendo que sua intensidade era maior. — Valkyrie, levante-se!

Soldados de terra se ergueram, empunhando suas espadas. Após outra ordem de Charles, eles se reuniram, formando uma linha ofensiva. Frank os encarou, não sentindo o mesmo temor de outra hora, já começava a se acostumar com as invocações. Ele só sentia dificuldades de racionalizar com a raiva dentro de si, tal sentimento súbito o estava atrapalhando.

— Não há tempo para isso — falou, movendo seu gás para frente. Charles recuou dois passos, formando escudeiros de terra na sua frente, protegendo-o. A muralha gigante impedia o gás de alcançá-lo, porém, dessa vez, não havia somente ele no campo. O Juiz concentrou suas forças, fazendo erguer uma extensa muralha de escudos perfeitos em toda a área. Parte do campo de futebol estava fechado pela parede de terra. Charles teria que proteger a mulher nas suas costas, que visivelmente não iria suportar muito mais tempo sem os devidos primeiros socorros.

— Soldados, marchem! — ordenou. Suas criaturas de terra, que estava dentro da névoa verde, avançaram; entretanto, sem a visualização do alvo, eles não podiam fazer muito. Além de que, a visão de Charles estava fechada pela muralha, ele não podia dar uma ordem de ataque. O grupo ficou segundos em silêncio, o gás estava inerte, e por sorte o vento não interferia na ação.

De repente, a parede de terra começava a rachar, fissuras que percorriam toda a extensão dos escudos. Charles ficou surpreso, sem compreender a causa. As rachaduras aumentavam, fazendo os soldados de terra ceder aos poucos. Entre as pequenas brechas, gás roxo era revelado. Rapidamente, o homem recuou, desconhecendo a gravidade de sua situação. Segundos depois, as invocações caíram num efeito dominó. A névoa roxeada invadiu a área de segurança do Juíz. Charles sentiu a pressão em suas costas, puxando-o. Gracie se pôs na frente, como um escudo. Ela recebeu toda a intensidade bruta do gás, sendo sufocada. A nuvem roxa se expandiu em toda a área, afetando-os.

— O quarto nível, sinceramente, não imaginava alcançar tal poder contra vocês — a silhueta de Frank se revelava na nuvem venenosa. Quando, finalmente, avistou seus alvos, se deparou com o homem em silêncio por ter sua companheira nos braços.

— Droga... Eu já imaginava... — os olhos de Gracie ficavam pesados.

— Mandei você recuar — a voz de Charles tinha o tom calmo, terrivelmente sereno.

— Meu julgamento... foi... realizado. Guerra... — com dificuldades, ela segurou na mão dele, sendo recebida de volta. — Guerra... não... acaba. O julgamento... continua.

— Sim, você já pode descansar — falou, fechando os olhos dela. Charles teve cuidado ao deitar o corpo de Gracie no chão. Graças a ela, ele não recebeu a pressão bruta de gás, lhe dando chances de ainda estar de pé. — Logo, a justiça será feita.

— Não se preocupe, você logo irá encontra-la — disse Frank. Diferente dos gases anteriores, bastava o contato físico com a névoa roxa para que o veneno tivesse efeito; e mesmo que não recebesse a pressão bruta, o fato de ainda estar na área gasosa era o suficiente para decretar sua morte. — Últimas palavras?

— Enquanto um viver, o outro não morrerá. Morte e... Guerra.

— O que? — Frank recuou no instinto, sentindo que estava em perigo. Nas mãos do Juiz, havia algo brilhante que lhe era familiar; um cristal que havia expelido do corpo da mulher. Charles reprimia o urro de dor, aguentando o sofrimento do cristal dentro de si. “Isso já me veio na mente, mas nunca pude testar. Será que é possível alguém ter dois cristais?”, Frank observava fascinado, seu intuito de cientista ficava excitado.

— Nunca um, sem o outro — Charles se levantava, imponente. Frank estava apreensivo, não sabia se atacaria ou esperava para responder alguma ação, todo o controle do combate que havia possuído começava a desabar. — Não há Morte, sem Guerra. E não há Guerra, sem Morte.

Charles avançou, de forma repentina. Cada passo que dava, era seguido por um soldado de terra: espadachins e lanceiros. O terreno ao redor estava arruinado, com várias crateras visíveis graças as evocações pelo Juiz. Frank recuou, movendo seu veneno para frente, porém Charles continuou avançando, sem hesitar. Sabendo que o veneno já percorria seu corpo, o homem sabia que não havia mais razões para haver temor, em poucos minutos sua vida encontraria um fim inevitável, teria que ao menos concluir seu julgamento antes disso. Usando o segundo fragmento, o Juiz fez seu alvo possuir o sentimento de medo, paralisando-o.

— Droga — Frank foi arremessado, pelas armas de terra, para longe. Por sorte, as pontas não eram afiadas o suficiente para perfurá-lo, mas conseguiam machucá-lo, causando hematomas no abdômen e nos braços. O cientista rolou no chão, caindo de barriga para baixo. “Mesmo que não haja cortes, se eu ficar recebendo estes golpes por impacto será o meu fim”, concluiu, tentando se levantar, entretanto um dos soldados pulou, com a ponta da lança virado para si; porém o homem se esquivou pela lateral, rolando e suportando a dor. Frank retirou o jaleco, a sujeira e extensão da vestimenta estava atrapalhando sua movimentação.

— Medo de Guerra... Desespero pela Morte — Charles avançou, exalando os sentimentos negativos contra o homem. Frank apenas pôs os braços na frente, tentando amparar o impacto das armas de terra. Novamente, ele fora jogado para trás, e suas pernas não resistiram, fraquejando e o fazendo cair. Charles pegou uma das lanças, do seu soldado, e avançou para empalar o condenado pela face, mas ele errou o alvo, fazendo a arma passar centímetros de distância. Sua visão começava a ficar turva, assim como seu corpo que perdia as forças. O veneno começava a surtir efeito. Charles urrou, em fúria, fazendo seu corpo voltar a se mover com intensidade. Ele tentou golpear seu alvo na cabeça, mas Frank já havia recuado, com o corpo fraquejando pelos hematomas recebido. O sentimento de pavor corrompia sua mente, não deixando-o raciocinar sobre sua situação.

— Não imaginava ter que chegar neste ponto — Frank mostrou um sorriso forçado, com um olhar cansado. Charles lhe virou atenção, ainda empunhando a lança de terra. Preparado para atacar, o Juiz estava correndo contra o tempo, precisava eliminar seu alvo antes que o veneno lhe impossibilitasse completamente. Ele segurou a arma com firmeza, e avançou com a intenção de dar um único golpe. Exalando o sentimento de medo, Charles estava confiante que sua investida seria efetiva. Contudo, o condenado permaneceu parado.

A névoa roxa perdia sua coloração, transformando-se numa cor escura. Frank exalava seu último recurso venenoso, sua arma mais mortal. “Não queria fazer isso, diferente dos demais gases, este me afeta diretamente”, dizia mentalmente. O gás escuro levantava, de forma aterrorizante. Ele tentava afastar a névoa de si o máximo possível, mas estava cansado demais para se concentrar de forma eficiente.

— Seu julgamento final será...

— Não resta mais nada, em mim ou... em você — disse Frank apático. Ele não sentia o medo ou desespero exalado pelo poder do Juiz. Enquanto o homem corria, o cientista permaneceu inerte, esperando. Charles tentou golpeá-lo, mas a cortina de gás surgiu de forma repentina, protegendo-o. O Juiz foi empurrado para trás, sua mão fraquejou, fazendo-o soltar a arma. Frank havia destruído seus sensores sentimentais e emocionais do cérebro: fazendo o veneno afetar sua mente, conseguia se priva dos efeitos do poder do inimigo; contudo, isso era um recurso permanente. Frank estaria ausente de sentimentos e emoções, situações de fuga não lhe trariam medo; independente da situação, não haveria temor ou esperanças, apenas estaria fazendo uma ação sem relevância para si. De agora em diante, ele iria seguir a última coisa que estava determinado em completar, após isso, seu corpo iria entrar em completo estupor.

— Acabou — disse Charles, encarando o homem.

— Sim, acabou — concordou Frank, envolvendo o homem com seu gás escuro. As partes periféricas do corpo do Juíz, braços e pernas, começavam a escurecer, sendo corrompido pelo veneno.

Charles não conseguia mais se mover, graças aos venenos anteriores. Seu sentidos físicos haviam sido destruídos, exceto pela audição, que estava enfraquecendo. Charles já não podia mais vê-lo nem sentir as dores percorrer seu corpo. Ele sentia que as batidas do coração cessavam lentamente, assim como sua respiração se tornava dificultosa. De repente, uma luz se libertava por uma fissura em seu corpo. Sua pele começava a rachar, efeitos causados por uso de dois cristais num mesmo usuário. O corpo não suportava tamanho poder, e finalmente havia chegado no limite. A luz se intensificava, do mesmo modo que o veneno crescia e o consumia. “Guerra acabou... Morte fora vencido”, fora seu último pensamento antes de seu corpo desaparecer em pilares de luz. Frank baixou seu olhar, avistando dois anéis lhe tocarem os pés. Seus olhos frios lhe fizeram ignorar os objetos. O sol se revelava na alvorada, quando um portal cósmico abriu para si; e em passos cansados, ele avançou para seu destino final.


Notas Finais


No próximo capítulo:

Oliver e Nicolas conectam seus sentimentos com socos e chutes. Suas evocações transmitem suas emoções mais profundas, não podendo esconder suas verdadeiras intenções. Eles choram e gritam, se lembram de por dentro ainda são... Irmãos de Sangue e Alma.


E que nossos interesses estejam em Equilíbrio.
Até a próxima.

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Obrigado.


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